A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 16
Living on a pray


Notas iniciais do capítulo

Achei que a tradução tinha a ver com a história.

Vídeo - http://www.youtube.com/watch?v=hpTnbZs9a5w
Tradução (horrível) - http://www.vagalume.com.br/glee/start-me-up-livin-on-a-prayer-traducao.html



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XVI

ELIZABETH

ELIZABETH ESTAVA COM FOME, realmente muita fome. Não conseguia se lembrar de qual fora a última refeição que teve. Ao menos tinha tomado café da manhã? Sabia que não. Ela nunca tomava, com exceção de quando Sabrina ou Suzana a obrigava. Embora fosse conhecida pela fome incessante, ela sempre dispensava o café da manhã, e por causa da reunião daquela manhã no acampamento não havia sido uma exceção.

Ela se arrependia agora, muito. Agora, seu estômago parecia estar do tamanho de uma ervilha, ansiando por qualquer alimento ao redor. Ela segurava a mão de Suzana com força, guiada pelo brilho de sua espada embora pudesse enxergar muito bem no escuro. Ela se perguntou quantos bacons poderia comer com a fome que tinha – talvez uns quinze quilos? Mais? Ela não sabia.

Ela tentou mudar o assunto em sua mente para não se torturar. Pensou no grifo gigante que as atacara, mas não ajudou – isso a fez pensar em frango frito.

Então um cheiro incrível de churrasquinho de gato inundou suas narinas. Deuses, ela mataria por um pedaço de carne. Segurou Suzana com força e correu na direção do cheiro, ignorando os protestos de Sabrina que era arrastada por Suzana que era arrastada por ela. Quase tropeçou em várias raízes expostas, mas sobreviveu até encontrar um bar de beira da estrada.
– Graças aos deuses – disse – comida.
– Elizabeth! – disse Sabrina – Não corra assim! – Sabrina se apoiou em seus joelhos e respirou com dificuldade. Elizabeth se sentiu culpada por um segundo, então o cheiro de carne voltou e ela não sentiu mais culpa: carne desculpava qualquer pecado.
– Estou com fome – chorou – podemos, por favor, entrar?
– Estou com fome também – interveio Suzana, piscando para Elizabeth – que mal pode ter? Estamos armadas! – Sabrina suspirou.
– Não acho que seja boa ideia. Além disse, são quase cinco da matina de uma sexta-feira! Quem farreia na quinta?
– Sabrina! – chorou Elizabeth – Fome!
– Argh! Está bem suas mortas de fome.

Elas riram enquanto entravam no bar.

Assim que Elizabeth pôs os pés para dentro, sentiu um mal estar. Para todo o lado, homens de todas as formas com roupas de motoqueiro brigavam, bebiam e riam ao som de um rock antigo dos anos 80 – aquilo era Guns ‘n’ Roses? Elizabeth tossiu com o ar cheio de fumaça e perambulou pelo lugar a procura de uma máquina de salgados. Suas amigas seguiram ela, incertas.

Elizabeth não queria ter que chegar ao balcão, era geralmente o pior lugar para pedir por um prato de comida. Ela olhou ao redor procurando por algum tipo de banca de salgados, e viu que havia um jukebox velho em um canto, assim como uma espécie de mini palco e um karaokê em um canto se atenção. Então ela tropeçou em alguém.
– Me desculpe senhor. – ela disse, então olhou para o cara no qual tropeçou. Deuses, ele era lindo.

Não lindo como Evan, embora no mesmo nível e diferente. Ele tinha um cabelo loiro, parecia ter uns 23 e olhos azuis confidentes. Ele também era muito atlético, usava camisa e bermuda embora fosse uma madrugada de inverno e tinha a pele bronzeada. Ele sorriu para Elizabeth, e deu um leve vislumbre para as meninas atrás dela que também perderam o ar.
– Ah, olá Elizabeth. – disse o homem – Sou Apolo, queria falar com vocês.
– Ah-em-como-onde-quem? – disse Suzana atrás dela. Elizabeth queria manda-la se calar, mas ela mesma não estava muito bem dos neurônios (e a fome... bem, era muito pior que um cara divinamente lindo).
– Uh... oi. – disse Elizabeth – O que você quer falar conosco?
– Venham comigo. – ele foi na direção do palco esquecido e se sentou nele, dando uma batidinha ao seu lado para que elas se sentassem também – Eu estou com alguns problemas com esse pessoal, vocês vêm. – ele gesticulou para os motoqueiros. Pela primeira vez Elizabeth notou que não eram humanos, e sim vários monstros: ciclopes, lestrigões e alguns fantasmas até. Todos vestidos à modos do rock dos anos 80, com jaquetas de couro, calças pretas justas e lenços nas cabeças com cabelos arrepiados e eriçados – Diferente de mim, eles não evoluíram musicalmente depois dos anos oitenta. Eu... bem, não estou mais nessa hera. Porém, fiz uma aposta com Dionísio que encontraria um modo de entretê-los e não estou com vontade de perder.
– Espera – disse Elizabeth – Você mandou aquela leucrotae atrás de nós!
– E o grifo – concordou ele – mas eu precisava chamar a atenção de vocês. – Elizabeth queria estrangular o cara.
– Você poderia ter aparecido e dito “ei, eu quero ajuda!”. – ele deu de ombros.
– Não é muito o meu estilo.
– Como você quer que nós te ajudemos? – perguntou Sabrina.
– Eu preciso que vocês cantem para eles. – Elizabeth levantou as sobrancelhas.
– Uh... o que? E o que ganhamos com isso?
– Bem... – ele deu de ombros, olhando para um relógio no pulso que não estava lá – Eu tenho que pilotar o carro do Sol para Oeste em alguns minutos, tempo suficiente para uma canção. Como vocês devem saber, São Francisco fica à oeste daqui então eu poderia as levar para o acampamento romano rapidamente.

Elizabeth arfou com aquilo. Ele realmente poderia dar uma carona para elas no carro do sol? Ela não gostava muito da ideia – até onde sabia, o carro do sol voava – mas era a melhor chance que poderiam ter. Isso quase fez com que ela esquece da fome, quase.
– Eu até ajudaria. – ela disse – Mas eu não sei cantar.
– Ah, você sabe – disse Apolo – e Sabrina também. Acho que ambas podiam cantar o mash-up que Glee fez com duas das músicas favoritas desses loucos. Livin on a pray/Start me up. Eles realmente iriam gostar.
– Mas eu não canto! – ela disse – Não poderia ser Suzana? – ele examinou a filha de Afrodite.
– Não. Ela não tem esse dom. Você, por outro lado, como qualquer filha de Hades tem uma voz capaz de acordar os mortos. Você vai se sair bem. – ele sorriu de um modo que quase cegou Elizabeth (dentes muito brancos fazem isso com as pessoas) e então apertou alguns botões na máquina de Karaokê e deu os microfones para Sabrina e Elizabeth – Vocês vão se sair bem, não se preocupem. Suzana – ele deu uma batidinha nos ombros dela – você vai indo para o meu carro, se eles não gostarem... bem, pelo menos você vai para o acampamento Júpiter.
– Como é?! – disse Suzana, mas antes que pudesse protestar, ela e Apolo desapareceram em um flash de luz.

A música começou, Elizabeth e Sabrina se olharam.
– Eu faço Mercedes. – disse Sabrina – Você Rachel.

Elizabeth queria rir da situação, ambas dariam perfeitamente para o papel, mas ela se sentia nervosa, nunca havia cantado bem e nunca realmente tentara. Ela tinha certeza que Sabrina era ótima – tinha uma voz incrível para cantar como a maioria das afrodescendentes. Mas agora que Apolo tinha dito aquilo, ela estava com medo de que zumbis fossem sair do chão quando falasse no microfone.

A música tocou. Ela reconheceu as notas e olhou ao seu lado, Evan estava ali, apoiado na parede do palco.
– Isso é do meu tempo – disse ele – espero que você arrase.

Ela levantou uma sobrancelha – ele era dos anos oitenta? Então a música aumentou, o instrumental estourando. Os monstros olharam na direção delas, e ela sentiu que haviam morcegos dentro de sua barriga.

Eles vão odiar. – pensou – Vão jogar tomates em mim. Então ela se lembrou que tomates eram alimento, pelo menos mataria a fome.

As primeiras palavras quase saíram como gargalhadas.

Start me up – ela e Sabrina cantaram juntas, impressionantemente bem – start me up.
– Oh, Tommy used to work on the docks –
ela cantou maravilhosamente, assustando a si mesma. Gritos de euforia vieram dos monstros, como em um show de rock – Union’s been on strike, he’s down on his luck, it’s though... so though!
– We’ve got to hold on! –
cantou Sabrina, sorrindo para ela. Outros gritos e aplausos de euforia vieram da multidão, assim como gente cantando junto e dançando – ready or not.
– You live for the fight when it’s all that you got!

“Start me up! We’re half way there
Ohh, livin on a prayer

Start me up! We’ll make it – I swear!
Ohh, Livin on a prayer!

If you start me up, kick on the starter, give it all you got!
You got, you got
I can’t compete, with the riders in the other heat, yeah yeah
Don’t make a grown man cry
I made a grown man give it a shot

Start me up!

We’re half way there
Ohh, livin on a prayer

Start me up! We’ll make it - I swear!
Ohh, Living on a Prayer”

– Livin on Plaaay! – Elizabeth cantou, atingindo agudos. Era como se o mundo todo fosse ela e Sabrina, a multidão de montros e fantasmas gritando, pulando e cantando junto era como se estivesse colocando adrenalina direto em suas veias. Ela sorriu, riu e pulou com Sabrina enquanto cantavam, como se estivessem em uma festa do pijama.

We’ve got hold on, ready or not
You live for the fight when it’s all that you’ve got

Ohh, We’ve half way there
Ohh, Livin on a pray

Take my hand! We’ll make it – I swear
Ohh, Livin on a pray

Start me up, I never stop

Ohh, We’ve half way there
Ohh, Livin on a pray”

– Take my hand! We’ll make it – I swear – nisso ela estendeu sua mão para Evan, atrás dela. Ele cantou junto com ela explodiu em gargalhadas. Ela quase parou a música, rindo também.

Ohh, living on a pray!
You got to start me up!”

Elas terminaram a música, abrindo seus braços como se fosse um final incrível. Os montros concordaram, gritando chorando e aplaudindo. Elizabeth sentiu um calor no coração, então Sabrina se jogou nela dando um abraço.
– Fomos incríveis!

Enquanto Sabrina abraçava ela, ela viu Evan apoiado nas paredes. Ele sorriu para ela de um modo que fez seu coração parar, então sumiu nas sombras. Antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, ela e Sabrina estavam se abraçando nos bancos traseiros de um conversível vermelho com Apolo e Suzana na frente.
– Vocês foram ótimas. – ele disse – Embora não tão bom quanto eu. Vamos, vocês ganharam o prêmio.

Elizabeth observou com horror enquanto o carro subia. Ela estava feliz por ganhar a carona para o acampamento romano, mas de uma coisa estava certa – o premio não foi a carona, o premio foi o sorriso de Evan.


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