Percy

Depois que coloquei a minha roupa de banho, eu fui pra piscina. Desde o começo do ano, que não tem muito tempo graças a nossa produção, eu estava louco para chegar essa aula. Não sei por que, mas eu amo agua! Ela me acalma. E pela bronca que eu estava prestes a levar quando chegasse em casa, tudo o que eu precisava agora era relaxar. A agua me fazia sentir assim, só de chegar perto.

Mas, quando eu cheguei perto da piscina a imagem que eu vi não me acalmo em nada.

Vi um corpo virado para baixo boiando dentro da piscina. Era uma garota. Uma garota loira. E só uma pessoa me veio a cabeça: Annabeth.

– Annabeth! – chamei.

Pulei na piscina e nadei ate ela. A agarrei e a puxei pra fora da piscina. O que havia acontecido? Como ela caiu? Por que desmaiou? Não tinha tempo pra descobrir.

Coloquei ela deitada no chão. Ela não acordava e nem respirava. Agora eu estava desesperado. Annabeth que me desculpe, mas eu tive que fazer respiração boca a boca. Uma vez. Duas. Três. Ela não acordava e nem respirava. Na quarta vez, ela tossiu, cuspiu a agua e abriu lentamente os olhos cinzentos.

– Percy? – ela disse.

– Eu.

Ela pôs a mão em meu rosto e eu no dela. Não sabia o que dizer nem o que fazer. Estava tão desesperado por ela ter quase se afogado que nem conseguia pensar direito. Fui me aproximando dela. Aqueles lábios rosados eram irresistíveis! Parte de mim estava se perguntando porque eu estava fazendo isso, mas eu só sei que agi por impulso. Como eu não me detinha, Annabeth fez isso. Quando eu estava a um centímetro de sua boca ela me deu um lindo, forte e dolorido: Tapa na Cara!

– Ai! – disse pondo a mão no local onde ela me deu o tapa e me levantei.

– Se você tentar me beijar de novo, vai levar coisa pior do que um tapa na cara – disse Annabeth.

Ela se levantou, tonta. Ela usava um biquíni preto descente, mas eu não pude evitar o sorriso maroto que apareceu em minha boca ao olhar o corpo esbelto de Annabeth.

– Tudo bem? – lembrei de perguntar.

– Não! – ela pôs as mãos nas fontes – Ai! Minha cabeça!

– O que tem ela?

– É que eu...

Antes dela terminar de falar, ela desmaiou nos meus braços. Eu a segurei e a peguei no colo.

– Annabeth! – chamei, balançando-a.

Ela não respondia. Todos começaram a entrar no salão da piscina. Eles me olhavam sem entender.

– O que aconteceu? – perguntou Thalia.

– O que você fez com ela? – disse Luke.

– Eu? – disse eu – Não fiz nada!

– Então por que ela esta assim? – ele perguntou novamente.

– Eu não sei! – disse eu – Só a encontrei na piscina! Ela estava lá, desmaiada. Eu só a tirei.

– Se foi só isso – disse Rachel – Por que seu rosto esta com cinco dedos marcados?

Nem me lembrava do tapa, mas ele ainda formigava no meu rosto.

– O que quer dizer? – perguntei.

– Sei lá... – disse ela – Vai ver você tentou... Digamos... Fazer alguma coisa com ela... E ai... Ela te bateu...

– O que esta insinuando?

– Ai, você é lerdo ou o que? Você sabe muito bem o que eu estou insinuando!

Não consegui falar nada. Todos me encaravam incrédulos, com medo ou ate mesmo com raiva. Thalia me olhava furiosamente. Luke parecia estar me decapitando como olhar.

– O que esta havendo aqui? – perguntou o Treinador Hedge, entrando no salão.

Ninguém respondeu. (Annabeth: Eu não respondi nada! Eu to desmaiada, lembra?) (Produção: Annabeth, e ninguém de ninguém mesmo! Não é ninguém você! Entenda ok?) (Annabeth: Ata! E que as vezes eu me confundo!) (Léo: Annabeth esta virando loira burra!) (Annabeth e Produção: O que o Léo ta fazendo aqui?) (Jason: Sujeito chato aparece onde ninguém quer!) (Percy: Jason, seu sujeito chato!) (Jason: Nossa! Valeu!) (Léo: Outro loiro burro!) (Jason e Annabeth: Ei!) (Annabeth: O que você tem contra os loiros em? *Apontando a Espada de Osso de Drakon no Pescoço do Léo*) (Léo: Na-Nada!) (Annabeth: Resposta certa!) (Percy: Aloow, povo! Posso continuar?) (Todos >MenosProduçao

– Sr. Jackson – disse o treinador Hedge – O que Houve com a Srta. Chase?

– Ela... Desmaiou – consegui dizer, ainda encarando todos os que me olhavam.

– Não me diga – disse ele – Leve-a para a Enfermaria.

– Não – disse Luke – Ele não. Eu levo.

Não neguei. Se negasse talvez eles comprovariam seus pensamentos. Luke tirou Annabeth de mim, e me olhou furiosamente.

Isso estava me deixando nervoso. E irritado. Eu não fiz nada com ela! Totalmente pelo contrario! Esta vendo Percy, da próxima vez que tentar bancar o salvador de garotas se afogando, não banque! Você acaba ganhando fama de abusado!

Luke a levou para a enfermaria. O treinador não perguntou mais nada. Será que ele tinha visto? Porque que professor em sua normal consciência levaria uma aluna desmaiada para a enfermaria e não perguntaria a ninguém o que aconteceu? Mas se isso fosse verdade, quem será que ele viu quem fez isso? Se viu, por que não denunciou? Só podia ser...

Thalia me tira dos pensamentos me puxando para um canto. Ela usava um maio cinza escuro e um short jeans desfiado.

– O que você fez, Percy? – disse furiosamente.

– Eu já disse. Não fiz nada!

– Ok, então me conte exatamente o que aconteceu.

Contei tudo a ela. Tudo mesmo. Ela podia ser isso tudo e não confiar em mim, mas isso não me impedia de confiar nela. Achei que ela ia me dar uma bronca, mas ela disse:

– O tapa doeu?

Eu ri.

– Muito.

– Que bom. E foi só isso?

– Só.

– Jure pra mim que foi só isso.

– Juro!

Ela suspirou aliviada.

– Ai Percy – disse ela pondo a mão no meu ombro e olhando pra baixo – Como eu to feliz de não precisar arrancar sua cabeça fora!

– Thalia, eu posso ter sido o que fui, mas isso já éde mais!

– Percy... – ela olhou pra mim.

– Percy nada! Você tem que confiar em mim!

– Eu to tentando!

Suspirei.

– Thalia, me escuta. Eu nunca faria isso com garota nenhuma! Principalmente com a Annabeth... – a ultima frase saiu baixa. Claro que eu não faria nada com garota nenhuma. Mas com a Annabeth era... Ah, sei lá! Diferente...

– Percy, por acaso você esta a fim da Annie?

– Não sei. Só a acho diferente das outras. Ela parece, às vezes, revoltada com a vida. Assim como eu.

– A única diferença entre ela e você, é que ela tem motivos pra isso. Já você...

– Olhe Thalia, você não sabe o que acontece comigo. Mas, o que quer dizer? Ela tem algum problema?

– Thalia e Percy – gritou Jason da piscina – Vocês não vem não?

Já estavam todos dentro da piscina divididos em dois grupos pra algum tipo de jogo.

– Estamos indo – gritou Thalia de volta. Depois virou-se pra mim. – Vamos. E se quiser saber, pergunte a ela.

E assim ela saiu.

A aula prosseguiu. Luke não voltou e nem Annabeth.

Depois da aula, sem ninguém ver, fui a enfermaria. Pedi uma menina, Bianca, para me levar ate a enfermaria. Ate então eu não sabia onde era, por que, tecnicamente, eu ainda era novato.

Abri a porta devagar e dei uma espiada. Annabeth estava deitada em uma cama alta coberta por um lençol azul claro. Seu cabelo loiro estava molhado e solto sobre seu rosto e ela estava acordada. Luke estava sentado em uma cadeira ao lado dela e eles estavam de mãos dadas.Diziam alguma coisa que não consegui entender.

– Posso... Ver? – disse Bianca.

– Sim. – eu disse. Ela espiou rápido e fechou a porta com cuidado.

– Você fez mesmo... – ela começou a dizer.

– Não! – eu disse – Por favor, Bianca, acredite em mim. Eu juro que não fiz nada.

– Eu sei que não foi você – disse ela.

– Então por que perguntou?

– Não sei. Saiu. Eu percebi que a Rachel fez aquelas perguntas de um jeito suspeito. Como se quisesse que pensassem isso, de uma maneira que você não conseguisse se defender.

– Você esta querendo dizer... Que foi ela?

– Não sei. Mas... Digamos que ela se aproveitou da situação. Ela se aproveitou também dessas marcas no seu rosto. Bem, não sumiram ainda se quer saber. Como você fez...

– Prefiro não falar sobre isso.

Ela sorriu.

– Isso tem cara de Annabeth – disse ela – Mas se não quer falar... Tudo bem. Mas, voltando a Rachel, não sei se foi ela, mas é suspeito.

– Por que ela faria isso?

– Com a Annabeth? Bem, por que desde que ela chegou aqui, Annabeth a rebaixo. Não só ela, Thalia também. Então, acho que é, uma vingança. Mas... E você? O que você fez a Rachel?

Me senti encolher. O Que Você Fez a Rachel? Nada. Pelo menos eu não fiz nada a ela. Sim, eu conhecia a Rachel. De muito tempo. Não vou mentir isso. Ela me perseguia. Quando eu cheguei ela não me reconheceu. Mas eu acho que agora o reconhecimento veio a tona.

– Nada – disse eu – Eu não fiz nada a Rachel.

– Então ela só quer se vingar de nos. – disse ela – Todos nos. Os “Culpados”.

– Talvez... – eu disse, já querendo fugir da conversa. – Vou entrar.

Abri a porta. Quando Luke me viu, sua expressão endureceu.

– Eu... Posso falar com você, Annabeth? – disse eu.

Ela assentiu.

– Luke – ela disse.

Ele não gostou, mas saiu.

– Vem Luke – disse Bianca – Deixe-os conversarem.

– Vou ficar aqui fora – disse Luke a Annabeth.

Bianca sorriu pra mim e fechou a porta. Acho que tinha feito uma nova amizade.

– Ele... – eu perguntei – Gosta de você?

– Não sei. – ela disse simplesmente.

– Você esta bem?

– Sim.

– Serio?

– Ahaam.

– Tudo bem, então... Eu já vou. – disse virando-me.

– Jackson, espera – ela disse. Eu parei e olhei pra ela.

– Sim?

– É verdade que você...

Andei ate ela e sentei onde Luke estava. Annabeth se esquivou um pouco, como se estivesse com medo. Agora vestia roupas normais.

– Você acredita mesmo nisso? – perguntei.

Ela se sentou na cama com abraçou os joelhos.

– Na verdade... Não.

Suspirei aliviado.

– Mas o Luke me disse... – ela começou.

– Nada que o Luke disse conta, por que ele não gosta de mim – disse eu.

– Mas eu o conheço há mais tempo, então acho que devo confiar nele.

– Pode ate confiar nele. Mas, nesse caso, você tem que confiar em mim. E isso que ele te disse foi um truque da Rachel.

– Como? – ela pareceu surpresa.

– Ela começou a falar e perguntar umas coisas estranhas sobre esse tipo de coisa. E o seu tapa me condenou.

Ela riu.

– Desculpe, mas você mereceu.

– Ok, eu mereci.

Nos sorrimos.

– Não suspeita quem fez isso com você? – disse eu.

– Não. A única que teria motivos é a Rachel, mas eu não tenho como provar. Vamos deixar isso passar em branco.

Não gostei da ideia.

– Ok. Se você quer assim. – disse eu.

– Mas por que a Rachel queria que pensassem aquilo de você? – ela perguntou.

– Não sei.

Ela me olhou desconfiada.

– Ela sempre te olhava de um jeito esquisito. – disse Annabeth.

– Anda reparando em como as garotas olham pra mim, Chase? – perguntei rindo.

Ela começou a corar.

– Claro que não, idiota! – disse ela – Mas ela te olhava de um jeito estranho. Melancólico. Vocês já se conheciam?

– Ah...

Alguém abre a porta. Luke põe a cabeça dentro da sala.

– Annabeth, o seu pai veio te buscar – disse ele.

– Droga! – disse ela – Bronca daquelas quando chegar em casa. Obrigada Luke.

Ele tirou a cabeça e fechou a porta.

– Tudo bem? – perguntei.

– Sim, sim. – ela disse – Só o de sempre.

– Te entendo – murmurei baixinho.

– O que? – ela disse.

– Nada. Então, eu já vou. – disse levantando-me e virando-me.

Dei alguns passos ate Annabeth dizer:

– Jackson, espera.

Eu parei, mas continuei virado.

– Obrigada por me tirar da agua – disse ela.

Tem alguém aprendendo a falar obrigada, pensei, mas não falei. Apenas sorri de costas e sai da sala.

Quando fechei a porta, Luke estava me esperando encostado na parede.

– Demorou em – disse ele.

Olhei em volta a procura de Bianca, mas ela tinha sumido.

– Serio? Nem reparei. – respondi.

Ele andou a te bem perto de mim ate estarmos cara a cara.

– O que você quer com ela? – ele perguntou.

– O que você quer com ela? – perguntei de volta.

– Annabeth é minha amiga.

– E isso já impediu alguém?

– O que você quer dizer?

– Qual é o problema, Luke? Esta com medo de que eu a tire de você?

Ele hesitou.

– Isso não tem nada a ver – ele disse.

– Tem sim. Você não tem motivos para defendê-la assim.

– Ela é minha amiga.

– Bem que parece que você queria mais que isso.

Luke me olhou furioso.

– Luke! – disse Bianca, aparecendo do nada.

Nos ainda nos encarávamos olho no olho.

– Luke, estão te procurando – disse Bianca.

– Isso não acabou, Jackson – disse ele.

Saiu de perto e foi ao encontro de Bianca.

***

As aulas seguintes foram rápidas. Annabeth foi buscada pelo pai, Luke e eu não nos topamos mais, mas eu ainda sentia alguns olhares sobre mim.

Quando cheguei em casa, meus pais estavam brigando. Eu achava que eles tinham parado com isso faz muito tempo, ou talvez brigassem as minhas costas. Eles estavam cara a cara e diziam coisas absurdas.

– Se você tivesse alguém tipo de controle, isso não aconteceria! – dizia minha mãe.

– Sally, eu não estou em casa pra saber o que você anda fazendo! – dizia meu pai.

– Olha Poseidon, eu não estou aguentando mais! É sempre culpa minha! E ainda é a primeira vez!

– Primeira da semana! Espere a próxima pra você ver a obra que você fez!

– Obra? Obra? Agora é só eu que fiz, ne? Ok, já que foi “só eu” que fiz, de no pé e deixe eu acabar de estragar!

– Eu estava justamente pensando nisso!

– Ei! – eu gritei.

Eles se afastaram.

– Percy? – disse minha mãe.

– Não, a Megan Fox! – eu disse – Vocês perderam o pouco juízo que tinham?

– Percy, agente não estava... – começou o meu pai.

– Estavam – disse eu – O pior é que estavam.

Subi pro meu quarto.

Lá, joguei minha mochila na cama e fui ao banheiro tomar um banho gelado.

Durante o banho uma onda de pensamentos surgiu em minha mente. Eles tinham parado. Me disseram que era só uma fase do casamento. Que acabou passando. Mentira! Tenho certeza que eles brigam por minhas costas. Ou pararam nessas férias por que... Bem, não importa! O que interessa é que eles voltaram a brigar.

Ao sair do banho, eu passo em frente da janela. Me encosto nela e sinto a brisa do ar fresco. Quando olhei pro lado, vi uma escada. Espera, desde quando tinha uma escada aqui e eu não sabia? Olho pra frente e espio o quarto de Annabeth. Ela não esta lá dentro. Então olho pra escada e pra janela. Escada, janela.

Fui ao closet e vesti roupa.

Annabeth

Eu tinha acabado de tomar um banho gelado por causa da alucinante dor de cabeça. Eu ainda não entendia o que havia acontecido. Eu cai, desmaiei, Percy me tirou, eu acordei, o agredi, e desmaiei de novo. Acho que foi isso. E de uma coisa eu tinha certeza, não foi ele. Mas a tentativa de beijo só me fez comprovar o que ele estaria tentando fazer.

Sai do banheiro com meu roupão branco e encontrei uma figura estranha no meu quarto. Ok, não tão estranha, mas é estranha. (Produção: Eu em!).

Percy estava fuçando as minhas coisas. Ele olhava um quadro que eu tinha no criado mudo ao lado da minha cama, onde aparecia eu, a Thalia e o Luke. Luke beijava minha bochecha. Ele e Thalia eram namorados na época.

Me aproximei dele e sussurrei ao seu ouvido.

– Como entrou aqui?

Ele largou o quadro assustado e virou-se.

– Pela... Janela. – ele disse.

– Ótimo – disse eu, rindo – Agora vou ter que mantê-la sempre fechada.

– Talvez – ele disse, sorrindo.

Ele pegou a foto novamente.

– Onde vocês estavam... Nessa foto? – ele perguntou.

– Na escola – disse eu – No ultimo dia de aula, antes das férias de ano novo. – ele continuava olhando pra foto – Nessa época, o Luke namorava a Thalia.

Ele arregalou os olhos e olhou pra mim.

– Eles já namoraram? – ele perguntou.

Revirei os olhos.

– Foi o que eu acabei de dizer. – disse eu.

Ele me olhou curioso.

– Porque vocêé assim?

– Assim como?

– Bipolar.

Eu sorri.

– Ah, sei lá.

– Ajudou muito.

Ele colocou a foto no lugar.

– Veio me espionar? – disse eu.

– Na verdade, eu faço isso da janela mesmo. – ele disse – Mas eu vim pra ver, pessoalmente, se você estava bem.

– Eu estou bem – disse eu – Mas agora tenho que me lembrar de fechar as cortinas.

Ele sorriu.

– Tem mais fotos? – ele perguntou.

– Claro, estão no closet – disse eu – Vou buscar, espere. Aproveitar e vestir roupa.

Foi ai que ele percebeu que eu estava de roupão.

– Tudo bem – ele disse.

Fui ate o closet, vesti roupa e peguei um álbum.

Sentamos na minha cama, na cabeceira. Vou passando as fotos e ele vai olhando. Olhamos as fotos e rimos delas como se fossemos melhores amigos. Tinha umas piores que outras. Eu, o Piper e a Thalia fazendo careta. Uma de todos segurando o Léo deitado de lado e o Luke pôs a mão na cara dele. Uma só das meninas. Uma minha e da Thalia apontando uma pra cara da outra fazendo cara de briga. Uma com meu pai. Com meus meios irmãos. Ate que uma chamou a atenção dele.

– Esta é a sua... – ele começou a dizer.

– Mãe. – completei.

– Ela parece muito com você.

– Principalmente os...

– Olhos.

Eu o encarei.

– Annabeth, eu sei que não é da minha conta, mas... Por que você e o seu pai estavam, brigando? – ele perguntou.

– Olha Jackson, nem a Thalia sabe disso.

– Ok, tudo bem. – ele me cortou – Mas, o que houve com sua mãe?

– Quando ela e meu pai se separaram, ela morou um tempo por aqui. Depois ela se mudou e às vezes fala comigo por telefone. Fora isso, não mantemos contato.

– Wow – ele pareceu impressionado.

– Você tem sorte Jackson. Tem sua mãe e seu pai juntos dentro de casa.

– É. Mas acho que não por muito tempo – ele disse se levantando e indo ate a janela.

– Por quê? – me levantei e deixei o álbum na cama – O que esta acontecendo?

– Não sei se te falo. Ninguém sabe disso.

Put’z! Foi quando percebi que ele também não confia em mim assim como eu não confio nele. E foi ai que percebi, também, que, apesar de tudo, ele também tem problemas. E, desse jeito, mesmo que fosse a uma maneira bem estranha, me senti ligada a ele. Que tínhamos coisas em comum, afinal. Será que era por isso que ele era assim? Será que se eu tentasse ajuda-lo, ele desistiria do que esta tentando fazer? Não custa tentar.

– O que? Seus pais estão brigando? – adivinhei.

– Sim, mas... Isso não é o pior.

– O que pode ser pior do que isso?

– O... O motivo da briga.

– E qual é? – me aproximo e ponho a mão em seu ombro. Ele se vira e fica frente a frente comigo.

– Eles brigam por minha causa, Annabeth.