20. Agradecimentos

“Agradeça aos deuses !” o pequeno menino de cabelos negros e olhos azuis disse entusiasmado ao ver o monte de cebolas sendo carregadas para dentro do castelo.

“Não meu irmão, agradeça a ele” o rapaz disse apontando para o contrabanteante.

Na sua infância no Porto Real Davos tinha visto senhores de bom nascimento de longe em torneios, belos, forte e parecendo terem acabado de sair de uma das canções, aquele que ele encontrou na Ponta da Tempestade não parecia nem um pouco.

A casa Baratheon era uma das mais importantes de Westeros desde a conquista dos Targaryens, uma das avós do rapaz havia até sido uma princesa e dependendo de como aquela guerra acabasse o irmão mais velho dele acabaria sendo um rei, mas Stannis Baratheon estava magro como os mendigos que ele costumava ver na vila das pulgas. O seu rosto cansado, ele ainda era jovem, não devia ter nem vinte anos ainda, mas pelo pesos daqueles olhos azuis se suspeitaria que ele era um velho que já tinha passado por mais batalhas do que alguém devia em uma vida inteira. Anos mais tarde Davos se pegaria pensando se havia sido o cerco a Ponta da Tempestade que o fez ter aquele olhar ou se sempre havia sido daquele jeito, nenhuma das possibilidades o surpreenderia muito.

“Muito obrigada pela comida“ o menino disse e abraçou as suas pernas rápido e correu para a cozinha para aproveitar de uma vez a comida e deixando os dois sozinhos.

“Qual o seu nome ?” Stannis perguntou.

“Davos”

“Davos de quê ?”

“Apenas Davos”

“Certo, eu nunca vou esquecer da ajuda que você trouxe para nós essa noite Davos”

“Um pagamento em dinheiro é o suficiente”

“Eu estou falando sério, você nos salvou, e você será recompensado de acordo”

Por um momento Davos pensou que Stannis fosse abraça-lo como o seu irmãozinho tinha feito antes, ele o não fez, mas isso se deveu a seu autocontrole e não por falta de vontade. Ele no entanto lhe deu um sorriso cansado antes de se virar e ir para dentro do castelo.