Fall For You escrita por Laura Weiller


Capítulo 8
Capítulo 8 - Bill POV Onn’s




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Quando liguei para Laa no telefone, estava tão feliz porque iria revê-la que nem liguei pro seu típico mau humor. Estava há cinco meses sem ver minha irmã: minha pequena. Ela e dois anos mais nova do que eu e Tom.

 

Lembro perfeitamente de quando mamãe disse que estava grávida, no começo não gostei - Tom que ficou feliz - eu ficava no meu canto, achando que a nova criança iria tomar conta da casa e que meus pais não iriam mais nós dar atenção, Tom vivia colado com o ouvido na barriga de mamãe: beijando, acariciando, brincando e pintando ela com tinta. Isso me irritava.

 

 - Jungen notwendig, eine Sache für Sie zu zählen. (Meninos preciso contar uma coisinha para vocês.) – Minha mãe nós chamou, estava eu e Tom brincando no jardim de casa. Ela se sentou na cadeira do jardim e Tom beijou sua barriga.

- Wie ist er das Baby? (Como ta o bebê?) – Ele perguntou preocupado, enquanto acariciava a barriga, eu não conseguia chegar muito perto. Para mim aquela coisinha estava machucando a mamãe.

- Gut ist es auf dem Baby, das ich mit Ihnen sprechen wünsche. (Bem, é sobre o bebê que eu quero conversar com vocês.) – Ela mantinha um grande sorriso nos lábios e seus olhos brilhavam.

- Das Baby ist krank? (O bebê ta doente?) – Tom logo perguntou, colocando o ouvido na barriga como se pudesse resolver algo.

- Nicht ist es nicht mit dem Baby ganz gut. (Não, não ta tudo bem com o bebê.) – A sua risada ecoava pelo jardim, um sorriso involuntário se formou em meus lábios, mas logo fiz questão de que ele sumisse. – Es ist Brunnen, dass das Baby ein Mädchen ist. (Bem, é que o bebê é uma menina.). – Ela alisou o rosto de Tom e estendeu a mão para mim.

- Ein Mädchen? (Uma menina?) – Tom perguntou com os olhinhos brilhando, mamãe ainda mantinha a mão esticada para mim, enquanto aos poucos eu ia me aproximando.

 

- Es mag nicht? (Não gosta?) – Jörg entrou na varanda sorrindo. – Ich dachte, dass sie glücklich sein würden, zu wissen, dass sie gehen, eine Schwester zu gewinnen.

gewinnen. (Pensei que ficariam felizes de saber que vão ganhar uma irmãzinha.) – Ele beijou a testa de minha mãe e bagunçou meus cabelos.

- Gut von jetzt innen voran, gehen Sie, das zu haben, zum sich von um ihm zu kümmern. (Bem, de agora em diante, vocês vão ter que cuidar dela). – Minha mãe, colocou minha mão na barriga dela e logo senti algo se mexendo.

- Wir? (Nós?) – Perguntei afastando minha mão de sua barriga.

- Ja Sie. Sie sind ältere Brüder von ihm, und werden zu schützen haben das, zum Unterrichten zu alles pra es und sich. (Sim, vocês. Vocês são irmãos mais velhos dela, e terão que ensinar tudo pra ela e a proteger.) – Jörg puxou uma cadeira e se sentou.

- Warum? I noch Geschmack von ihm. (Por quê? Eu nem gosto dela.) – Cruzei os braços na frente do corpo, fazendo bico.

- Warum? I noch Geschmack von ihm. (Ela nunca tomará seu lugar no meu coração.) –Mamãe acariciou meu rosto, Tom ainda mantinha seu rosto colado em sua barriga de oito meses. Não sei, mas depois que ela me disse isso - eu sorri - coloquei a mão novamente em sua barriga e ela chutou.

- Es mag Sie. (Ela gosta de você.) – Mamãe sorriu para mim. Mantive minha mão em sua barriga, sentindo aquele pequeno ser se mexendo. Agora eu não tinha mais medo.

 

Desde que nós disseram que outra criança entraria em nossa casa, eu não gostei e eles conversavam comigo, Tom me chamava de bobo, dizia que teríamos mais uma pessoa para brincarmos. Acho que depois que descobri que era uma menina e ainda mais pelo fato de mamãe ter dito aquilo, me deu segurança e eu comecei a aceitar melhor, fazia mil e umas perguntas para mamãe. Até que deu nove meses e o bebê não nascia.

 

- Mutter, weil das Baby nicht geboren ist? (Mamãe, porque o bebê não nasce?) – Perguntei pela milésima vez, ela com toda calma do mundo, me explicou que tinha que a esperar sair. E eu como sempre mimado, sai batendo o pé, dizendo que queria que ela nascesse agora.

 

Foi na sexta de manhã que papai levou mamãe para o hospital, ele nós deixaram com nossos avôs. A médica disse que teria que fazer cesárea não dava mais para esperar pelo parto normal, ou seria cesárea ou ela morreria. Na época não entendi muito bem disso, só sabia que eles iriam tirá-la da barriga de minha mãe a força. Chovia na sexta, vovó nós disse que era porque os céus estavam perdendo um anjo, então às dez horas ela nasceu. Era meio dia quando nos deixaram vê-la. Mamãe, estava deitada na cama, com um ar cansado mas um sorriso que não saia de seus lábios, tinha um pequeno embrulho em seus braços. Jörg do seu lado sorria, entramos em silêncio. Jörg colocou Tom sentado na cama do seu lado esquerdo e eu do lado direito. Tom passou o dedo pela a cabecinha careca dela, sorrindo.

 

- Wie, dass es geht, sich zu benennen? (Como que ela vai se chamar?) – Tom perguntou, segurando em seu dedinho minúsculo.

- Laura. – Eu disse, passando meu dedo por sua bochecha e ela abriu os seus olhos.

- Sabrina. – Tom completou, alisando seus dedos, estava nos dois a olhando, sorridentes.

- Laura Sabrina. – Mamãe disse, ela nos olhou e sorriu e vi uma lágrima escorrer pelo seu rosto.

 

Todos diziam que éramos trigêmeos pela nossa forte ligação, eu e Tom sempre a protegendo. Mais começamos com nossa carreira, queria levar ela junto em nossas viagens, mas não tinha como. Em suas férias escolares ela nos acompanhava, foi na noite de ano novo que ela nos chamou para conversar e disse que queria morar em Paris. No começo nem eu nem Tom aceitamos, mais hoje vemos que foi o melhor para ela.

 

Na sexta de manhã não aguentei esperar ela ir até o hotel, resolvemos ir até sua casa, ela abriu a porta e pulou em meus braços. Depois por estupidez minha, insisti para que fossemos para sua casa. E Andressa chegou. Foi horrível, nunca vi Laa desse jeito, nem quando nossa avó morreu, ela ficou tão desesperada. E ainda por cima aquela garota julgando-a sem saber da verdade. Eu fui sentindo tanta raiva dela, que antes a achava linda, naquele momento a achava a criatura mais abominável da Terra. Ela subiu para seu quarto e Laa se jogou no sofá, fiz um chá para ela: canela com cravo - seu favorito - e ela se acalmou. Tom dormiu no sofá e ficamos nos dois na varanda. Ela se deitou no meu colo, quando começou a esfriar eu fui até seu quarto pegar um cobertor.

 

A porta do quarto de Andressa estava entreaberta, olhei e a vi deitada na cama de costas, segurava algo na mão. Como que ela poderia estar chorando? Depois de fazer tudo o que fez? Segurei-me para não entrar lá dentro e brigar com ela, peguei o cobertor e voltei para a varanda. Foi por volta das dez da noite, quando vi uma pessoa parada na porta da varanda, procurei me acalmar e não acordar Laa.

 

A garota que reconheci imediatamente sendo a Kinha, estava em choque, tentei explicar para ela, ela argumentou, os mesmos argumentos de Andressa e então chorou. Voltei para varanda, quando ouvi gritos.

 

- Kinha. – Laura abriu os olhos e se sentou rapidamente, tentei fazer com que ela ficasse, mais não consegui. Depois a morena desceu, puxei Tom para cima e deixei as três conversando. Kinha correu pro seu quarto, Andressa foi para cozinha de lá ouvi umas panelas sendo jogadas no chão, eu e Tom descemos tentando acalmar Laura. A levamos para o seu quarto. Eu não aguentei e fui atrás da outra. Laa tentou me impedir, quando viu que não conseguiria, pediu para que eu não a magoasse. Como que ela conseguia pedir isso, sendo que essa mesma garota fez isto com ela?

 

Depois da pequena discussão que eu tive com Andressa, subi para o quarto. Mas o brilho de seus olhos não saia de minha mente. Laura estava sentada na cama e Tom tomando banho, ela tinha umas roupas nossas da última fez que viemos. Quando as meninas estavam de férias, passamos duas semanas aqui. Beijei sua bochecha e sentei do seu lado, nesse momento não precisava de palavras, conseguíamos nos comunicar apenas com o olhar. Sempre foi assim, eu e Laa éramos mais unidos, mesmo tendo Tom. Mais eu conseguia a entender com apenas um olhar. Tom saiu do banheiro, e pegou de dentro de um ursinho a chave do baú, abriu-o e tirou sua roupa, voltou pro banheiro, depois foi minha fez.

 

Ficamos por um bom tempo conversando, até que resolvemos dormir, Tom deitou do lado direito e eu do esquerdo com Laa no meio de nós, ela pegou em minha mão e me olhou. Lembrei de quando éramos pequenos, sempre que tinha pesadelos ela corria para o meu quarto, nisso Tom acordava e nos dois uníamos as camas.

 

- Ich Liebe Dich. – Eu disse para ela e beijei sua testa, ela sorriu e fechou os olhos.

 

No outro dia de manhã, as duas meninas saíram cedo, ligamos pra David e dissemos que não voltaríamos para o hotel. Charlie apareceu por volta das duas horas; já o conhecia e gostava muito dele, ele fazia minha irmã feliz e isso que importava; ela contou tudo a ele e eles cancelaram o ensaio de hoje, ela não conseguiu ir para escola. Passamos a tarde nós quatro juntos, por volta das cinco as meninas chegaram. Estávamos na sala, Laa e Charlie sentados no sofá grande, Tom deitado no chão e eu no outro sofá, víamos um filme de terror. Elas nos olharam e subiram as escadas, Laa me olhou e eu acenei positivamente com a cabeça. Ela deu um selinho em Charlie e subiu as escadas.

 

- Até quando que vocês vão ficar assim? Eu já lhes contei tudo e pedi desculpas, o que mais que querem? – Consegui ouvir, já que estava no pé da escada, com os outros dois do meu lado.

 


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Notas finais do capítulo

Reviews como sempre e desculpe o atraso.