Circus escrita por LyaraCR


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Deixando mais um capitulo antes que amanheça e eu tenha que voltar pra faculdade... Prometo que respondo as reviews ainda hoje! Beijos à todos que passam por aqui e marcam presença!

(Sério, era pra ter feito isso de madrugada, mas meu modem esquentou demais e... nada da net funcionar...)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/43387/chapter/9

Dean não agüentava mais andar em vão. Estava procurando por Sam nos arredores. Lugares onde ele sabia que o mais novo freqüentava quando não se sentia bem, quando precisava colocar a cabeça no lugar. Ninguém na face da terra tinha noção do quão arrependido e destroçado Dean estava se sentindo agora... Aquilo estava acabando com sua alma, ceifando-lhe a vida aos pouquinhos, tomando-lhe o ar. Tinha que ligar para John. Ao menos tentar achar ajuda. Não podia contar pra ninguém sobre o sumiço do mais novo. Todos iriam querer saber o motivo, e isso, se contasse, seria preso, apedrejado, morto.


Discou o número do pai e praguejou alto. Caixa postal. Ao menos podia tentar mandar uma mensagem de voz. Na hora do desespero vale tudo, não é mesmo?


— Pai, por favor, preciso da sua ajuda... Aconteceu uma coisa e... Não posso contar o que foi, mas o Sammy desapareceu. De vez... E-eu.. Não queria parecer fraco, ou até mesmo incompetente, mas estou desesperado, e sei que posso contar com você. Liga pra mim assim que der, por favor...


Desligou. Bastava. Agora era hora de ir pra casa e pensar numa solução que decerto não existia até que alguém o ajudasse. Até mesmo no circo havia ido! Chegou a ver os gêmeos malabaristas, perguntou para eles sobre Sam... Nada...


Tinha que esfriar a cabeça. Acabaria surtando de pavor... Não queria nem pensar na possibilidade de Sam ter feito alguma besteira por causa de sua atitude, de sua falta de respeito.


---


Pararam em frente à casa de Sam. Aidan havia pedido a um de seus amigos um quadriciclo emprestado.


— Bom, acho que não é uma boa idéia eu entrar aí, não é mesmo?


— Verdade... Então eu... Vou lá...


E antes que Sam se afastasse, Aidan tomou-lhe o pulso e beijou seus lábios daquela maneira que só ele fazia, aquela maneira que deixava Sam sem fôlego, querendo ir até seus limites, querendo... Enfim: Afastou-se sorrindo feito bobo e adentrou a própria casa pela janela. Escura, vazia. Pensou em seu pai, Pensou em Dean... Dean... Como poderia lidar com ele quando o havia feito usar seu corpo? Sim, porque a culpa havia sido sua! Dean jamais disse que o amava. Talvez tenha feito tudo aquilo só porque estava bêbado demais pra entender as coisas...


Pegou um papel e uma caneta e foi até o quarto do pai. Começou a chorar novamente. Precisava de uma carta ao menos apresentável, então, tratou de caprichar, tanto no carinho quanto nas explicações. Jamais o culparia pelo ocorrido. Aquele era um problema entre ele, sua consciência e Dean.


---


— Mãe... — um sussurro — Mãe...


Mais um. Um baque surdo no chão. Poucos segundos e do banheiro de um dos trailers mais chiques, surgiu uma fada tão bela quanto a filha. Ruiva como o irmão, progenitor dos gêmeos, olhos amarelos como os do marido e da filha.


— Oh meu Deus! Emy!!


Abaixou-se. Ela estava quente, muito quente. Seu pijama estava completamente encharcado, seus cabelos e pele sem quaisquer sinais de brilho ou vida. Ao menos respirava. Gritou, gritou muito pelo marido, quem logo apareceu.


— Freya! O que ela...


— Não sei!! Não sei, Ulrich... Não faço idéia! Ela... Simplesmente..


Começou a chorar. O homem foi até a filha e a pegou no colo, levando para o quarto e deitando-a. Abraçou a esposa em seguida...


— Seja forte... Só precisamos saber o que ela tem e tudo ficará bem...


---


Sam adentrou sua própria casa como um ladrão. Isto era fato, mas precisava de suas coisas para sair da cidade sem necessidade de voltar. Depois de muitas lágrimas e muitas palavras um pouco confusas, finalmente terminou a carta ao pai. Estava ofegante, os olhos ardendo, a boca seca. Estava com sede. Precisava arrumar suas coisas, mas antes, precisava de água.


Desceu até a cozinha em passos dolorosamente lentos, arrastados, como se estivesse indo ao corredor da morte. Pela última vez, foi até a geladeira e encheu um grande copo com água, gelada, como queria. Afastou-se andando de fasto e depois voltou ao normal,subindo até seu quarto, separando uma mochila, deixando o copo pela metade sobre a mesa de cabeceira e juntando algumas roupas, perfumes, objetos pessoais e documentos... Pegou a foto que havia tirado há alguns dias com Dean, abraçados e perdeu-se no tempo observando-a. Levaria consigo. Era fato.


---


Dean andava em passos largos. Uma fina garoa começava a cair, e seu coração estava disparado demais para ignorar. Era muito difícil para ele lidar com o sumiço do mais novo. Estava apavorado, não sabia o que fazer, só sentia seus instintos mandando que corresse o quanto mais rápido. Afastou-se do meio da rua e correu pela calçada, adentrando sal própria casa em questão de segundos. Algumas luzes estavam acesas, dando um ar promissoramente sombrio ao ambiente... Tudo aquilo deixava Dean ainda mais preocupado com o que sabia que iria encontrar lá em cima.


Seus passos pela escada foram grandes, largos, rápidos. Quando chegou em frente ao quarto que sempre dividira com o irmão, viu o mesmo com uma mochila na mão e um papel na outra, o qual deixou sobre sua cama.


Dean respirou fundo e adentrou o quarto. Sam o olhou pálido e com os olhos arregalados. Fez menção de correr, mas Dean o segurou.


— O que pensa que está fazendo?


Indagou, tom de voz nítido, alto e forte.


— Me solte!


Sam ordenou com a voz baixa, ameaçadora.


— Nem ferrando! Onde pensa que vai?


Agarrou-lhe o braço com força, contendo-o.


— Não é da sua conta! Me solte!


O tom de voz do mais novo alterou-se, agora alto, sombrio e decidido. Tentou desvencilhar-se. Inútil.


— Eu sou seu irmão mais velho e tenho todo o direito de saber!


— Não pareceu ser meu irmão mais velho ontem, quando usou meu corpo para se satisfazer, Dean...


Sam cuspiu-lhe as palavras decoradas em ódio, pavor. Queria sair dalí, sumir da frente de Dean o mais rápido possível.


Aquelas palavras acertaram Dean como um punhal bem no meio de seu coração. Doeu. Doeu tanto que o fez soltar Sam sem relutar ou tentar mudar seus ideais.


— E sabe o que é mais interessante Dean? É que até mesmo um estranho sabe como lidar comigo sem querer me ferrar na primeira oportunidade que aparece, ou quando estou um pouco fora de mim!


— Sam.. E-eu..


Tentou.


— E sabe o que dói mais? É o fato de eu infelizmente te amar Dean, mesmo sabendo que isso poderia destruir nossa família, mesmo sabendo que você, infelizmente, é meu irmão!


— Sam! Eu também te amo!!


Nesse momento, Sam pegou o copo de água que estava em algum lugar e olhou dentro dos olhos do irmão, como se quisesse afugentá-lo para sempre.


— Jamais, jamais, Dean, diga novamente que me ama. Jamais!!! Mesmo se me ver algum dia. Jamais!


Gritou. Aquele copo estilhaçou-se frente a seus pés. Seus olhos arregalaram-se, lacrimejantes. E então, ele saiu por aquela porta, dando a certeza de nunca mais voltar. Seus olhos se fecharam...


— Droga...


Sabia que seria assim, e sabia que teria que contar para alguém em busca de soluções... Era o fim. E, realmente, não pensou, nunca, que seria assim.


---


— Vamos embora!


Disse Sam, chorando. Aidan deu partida no quadriciclo e seguiram para longe, para o circo, que seria por um bom tempo a nova casa de Sam. Ou ao menos pensava assim.


---


Os olhinhos amarelos se abriram, sem brilho, aparentemente sem vida. Emily parecia um corpo vazio, sem alma, sem motivação alguma. Sentiu seu corpo fraco e um amargo horrível na boca. Provavelmente haviam dado alguns dos remédios caseiros do curandeiro do circo.


Levantou-se, ficando levemente recostada sobre os grandes travesseiros brancos. Sentiu um perfume familiar, adocicado. Antes que pudesse olhar para o lado, sentiu braços ao seu redor e viu uma cabeleira negra cair-lhe sobre o colo.


— D...


Disse, sem forças.


— Eu sabia que ia terminar assim... Porque deixou que as palavras dele te afetassem desse modo, bonequinha?


— E-eu...


Ela começou a chorar. O ódio, misturado ao arrependimento e à fraqueza espiritual a estavam deixando mais triste que qualquer um na face da terra.


— Pshhh... Não chore... Ele não merece...


A acolheu em seu colo e assentou-se na cama, acolhendo-a como um bebê. E então, pôde vê-la chorar até dormir novamente. Sabia, quando estivesse pronta, seria pior que o próprio demônio com aqueles que foram motivo de todas estas sensações ruins.


Aquela era ela. Podia sofrer horrores, mas ficaria bem, como todas as outras vezes. E quando tivesse chance, o faria sentir dez vezes pior tudo o que ela sentiu, passar por tudo o que ela passou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Circus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.