Circus escrita por LyaraCR


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Passando para deixar mais um capítulo de Circus e agradecer as reviews que tenho recebido. Muito obrigada a todos!



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Tudo foi rápido demais. Havia algo incitando-lhes à esse tipo de comportamento. O Impala parou derrapando, desceram e sim, correram, até o interior da casa, começando a arrancar camisas, casacos, cintos e o que mais estivesse no caminho do encontro de suas peles, jogando-os pelo chão, pelo caminho que traçaram até o topo da escada, onde Dean derrubou Sam, se beijaram, os corpos se tocaram sem quaisquer impedimentos. Tudo muito intenso, como se suas vidas dependessem disso. Bocas, mãos, toques atrevidos e em poucos minutos, não havia nada que pudessem fazer a não ser cometer aquele ato pecaminoso que, mesmo que adiassem, sabiam: Cedo ou tarde, aconteceria.


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Estava com vontade de chorar. Não sabia como havia ido parar ali, mas tudo o que conseguia se lembrar, era que se deixara levar pelo momento e por Dean... Lembrou-se da escada e abriu os olhos. Dean estava ao seu lado, com o braço sobre seu corpo. Teve que agir como um ladrão, ou como um fantasma, saindo dalí sem acordar o mais velho.


Andou até o banheiro. Não estava se sentindo bem. Seu corpo doía, sabia o que tinha feito e não é que havia arrependimento, mas... não havia explicação coerente. Fora tudo perfeito demais, como uma fantasia, surreal demais. Não sabia como Dean agiria quando acordasse e no fundo, não queria realmente saber. Temia.


Abriu o chuveiro. Tomou um banho, se vestiu e saiu antes mesmo do outro acordar. Não sabia pra onde ir. Tinha dinheiro, mas não queria ir pra um motel chorar sozinho.


Acabou por andar um bom tempo, até parar em frente ao maldito circo. Permaneceu como um andróide, estático, sem quaisquer expressões faciais.


— Sam!


Gritou alguém do meio de algumas muitas lonas que estavam sendo recolhidas. O Winchester levantou o olhar e reconheceu em trajes brancos sua perdição...


— Aidan...


O abraçou quando chegou perto o suficiente.


— Hey... O que está acontecendo? Sam! — exclamou ao percebê-lo chorando — Vem comigo... Vamos pra dentro.


E então, levou o garoto consigo em direção ao seu trailer. Tinha certeza: Emily havia feito algo nocivo e maléfico o suficiente para Sam estar desse jeito, completamente transtornado. Fechou a porta atrás de si e foi até o sofá com o garoto. Assentou-se e Sam fez o mesmo, afundando-se em seu peito e chorando feito a criança que um dia fora.


— Chore Sam, chore... Vai te fazer bem...


— Será que... Você poderia me salvar?


Indagou. Todas as “boas intenções” do cigano saíram de cena no momento. Se Sam estava desse jeito, pedindo para ser salvo, algo muito feio havia acontecido... O acolheu, abraçando-o e acariciando seus cabelos. Aidan podia ser mal-intencionado na maioria das vezes, mas não suportava ver o sofrimento em olhos tão puros como os de Sam, que agora contavam-lhe da dor do garoto sem que o mesmo precisasse de palavras.


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Dean acordou com um sorriso no rosto. Procurou por Sam antes de abrir os olhos e não o encontrou.


— Sammy...


Levantou-se e enfim deixou-se acordar de verdade. Não se lembrava de muitas coisas, mas o pouco que lhe vinha à mente, fazia seu coração saltar de felicidade...


Felicidade que decerto não duraria muito...


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— O que fez com ele?


Aidan agora estava no trailer de Emy, segurando-a pelo pulso, colando seu pequeno corpo à parede.


— O que? Com quem??


Ela gritou. Aparentemente apavorada. Ele a puxou com força e depois a atirou novamente contra a parede. Ela abaixou a cabeça e sorriu, quando deveria chorar.


— Pergunte à ele o que aconteceu depois que saíram daqui... Ele e o amigo... Provavelmente terá alguma dificuldade em dizer...


Riu alto e teve toda a sua alegria cortada quando sentiu um golpe forte em seu rosto.


— Como pôde ser tão... suja? Sabe Emy... Você não é, nem nunca será o anjo que tenta ser. Eu te... Desprezo.


Saiu dalí, a deixando calada, estática, na mesma posição em que havia ficado após levar o golpe. Aquilo havia sido muito ruim, talvez a pior experiência de sua vida. Sentiu-se como realmente era... Um monstro. Se sabia assim, mas jamais pensara que Aidan pudesse saber também, conhecê-la realmente. E jurou-se, mesmo que entre lágrimas: O faria conhecer sua pior face, sua monstruosidade por completo, como poucos conheciam.


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Sam ainda estava deitado quando voltou. Parecia tão frágil... Assentou-se ao seu lado na cama e acariciou-lhe os cabelos. Queria saber o que aconteceu, mas isso dependeria de Sam. Não queria afugentá-lo agora que já o tinha em mãos.


Passou horas apenas velando o sono do mais novo. Sabia que ele precisava descansar. Estava fragilizado. Depois de muito relutar, apagou ao seu lado, dormindo profundamente.


Sam acordou já era noite. Aidan estava ao seu lado, os cabelos encobrindo a face, ressonando. O espetáculo deveria ter sido bem cansativo para estar dormindo daquele jeito.


O tocou a face. Ainda estava com vontade de chorar, mas não o faria. Não mais. Viu os lindos olhos amarelos se abrirem. Afastou-se. Estava com medo da atitude que o mais velho tomaria ao vê-lo agindo dessa forma.


— Sammy... Eu acabei dormindo...


Esse modo de chamar fez Sam se lembrar de Dean e suspirar. Aidan percebeu.


— Tem algo que queira me contar?


Indagou. Sam pareceu hesitar um pouco, mas acabou cedendo. Aidan sabia: já o tinha nas mãos.


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Dean estava desesperado. Ainda não havia visto a face de Sam hoje. Todo o arrependimento caía-lhe sobre as costas, bombardeava-lhe. Provavelmente o mais novo estaria enojado com suas atitudes, com sua promiscuidade. Isso, na melhor das hipóteses. Não queria nem pensar que Sam estaria com nojo de sua pessoa... Isso lhe doía o coração. Não sabia para onde ele havia ido, não atendia nem a droga do celular!


Isso deixou Dean assentado no topo da escada, ligando para todos os amigos de Sam por mais de meia hora. Pensou em ligar pra John, quem estaria de volta amanhã. Não, não podia parecer tão irresponsável aos olhos do pai, quem com certeza iria querer saber o motivo do mais novo sumir dessa forma... E Dean não tinha uma resposta melhor que a verdade. Bem sabendo a verdade, preferiu manter-se calado e quieto em seu desespero até arranjar uma saída melhor.


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— E então? Precisa de mais alguma palavra pra entender?


Disse Sam, chorando contra o peito de Aidan. Mesmo aparentando maturidade, Sam era apenas um garoto.


— Meu Deus! Ele... é seu irmão!


— Sou quem mais sabe disso...


Disse, baixinho, sendo ainda mais acolhido pelos braços de Aidan. Em sua mente, tudo indicava que Dean havia apenas usado seu corpo. Duvidava que o irmão nutrisse algum sentimento além dos fraternais. Dean só fizera aquilo por causa de seus impulsos. Mais uma vez, a culpa era toda sua.


— Me salve Aidan.. você é a única pessoa que pode me afastar disso...


— Eu sei Sammy, mas acho que você não ia querer o tipo de salvamento que posso te dar...


Tinha que agir assim, colocar Sam no comando por alguns segundos, como se ele mesmo estivesse escolhendo seu destino. Dentro de Aidan, acontecia uma batalha entre sua luz e escuridão, com a segunda vencendo sempre que pensava no corpo de Sam contra o seu... O tomaria de todos aqueles que pensavam tê-lo, e o faria seu, somente seu, para sempre.


— Aidan... Se eu te pedisse pra me levar com você... O faria?


Seu coração falhou uma batida. Nunca tinha feito um plano dar certo dessa maneira, nunca. Esse era o seu recorde, sua atuação mais brilhante e perfeita de toda a sua vida.


— Sam! E-eu... E a sua família? Seus amigos, a escola...


— Será que não vê que depois do que aconteceu não posso conviver com isso fingindo que não foi nada?


Disse, afastando-se bruscamente e olhando com a expressão mais triste e sofrida do mundo para o cigano. Sentia-se mal, usado, sentia que estava cansado demais para brigar por tudo aquilo, para tentar voltar às coisas no lugar. Seria mais fácil partir. E, se Aidan o levasse, ao menos teria em quem confiar.


— Tudo bem... Vem cá... — abriu os braços para Sam, quem voltou à posição de antes, acolhido em seu peito — O que quer fazer? Nós partimos amanhã.


— Poderia... Ir comigo buscar algumas coisas em casa? Preciso de algumas roupas e de meus documentos. Preciso também deixar uma coisa pro meu pai... Ele tem que saber que não errou. A culpa foi de Dean... Só dele.


— Claro que poderia... Mas só depois que você se acalmar, tomar um banho e tirar essa expressão de derrota do seu rosto. Vai começar uma nova fase. Precisa sentir-se vitorioso por isso, mesmo que ache que não é.


Sam sorriu. Dalí em diante, viveria por aquele que tirou-lhe de tudo o que não queria. Ou talvez até quisesse... Mas não daquele modo.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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