Circus escrita por LyaraCR


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

E foi-se embora o nosso garotinho... Bom, o jeito é colocar mais um capítulo pra não deixar esse clima de enterro... Desculpem a demora, mas esse mês está uma zona! Ainda bem que está no fim! Espero que dezembro seja melhor... Não pude atualizar ontem porque algum engraçadinho resolveu assaltar minha casa e acabei passando mal quando cheguei do vestibular UFMG e vi como as coisas estavam.

Enfim... Chega de drama e vamos à história.



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Dean caiu de joelhos no chão quando ouviu o som de algo semelhante a uma moto arrancar a toda. Seu coração estava quebrado em um milhão de pedacinhos. E estava em um beco sem saída. Sam havia mesmo ido embora. Só não sabia para onde ou com quem. Até fazia idéia, mas precisava ter certeza. “Bom, Dean... Acho que ter certeza agora não importa muito, não é mesmo?” Questionou-se em pensamento. Agora precisava urgentemente telefonar para alguém. Não para algum amigo ou conhecido. À essa altura, só podia ligar para uma pessoa: A que menos queria decepcionar. Pela segunda vez no dia, ligou para John, agora chorando feito criança.

— Pai... O Sam veio, juntou as coisas dele e foi embora.

— Como assim filho? Fica calmo, explica direito.

— Pai, eu... Acho que o Sam não fugiu só e casa... E-ele... foi embora com o circo.

— Oh meu Deus... Dean... Você tem certeza do que está falando?

— Pai, pelo amor de Deus! Eu preciso de ajuda, o senhor diz que vai ajudar e ainda duvida do que eu tô dizendo?

— Não é isso Dean... é que... parece absurdo demais! Como ele decidiu fugir com o circo de uma hora pra outra? Qual foi o motivo dessa coisa toda?

— Acredite.. Não é coisa que se conta por telefone e... Não vai querer saber.

— Fica calmo filho.. Eu prometo que logo estarei ai, certo?

— Certo, pai...

Despediram-se e Dean desligou. Suas forças minaram e foi ao chão, apagado. Por enquanto, tudo o que podia fazer era esperar.

---

Sam caiu naquela cama grande, macia e perfumada. Aidan caiu ao seu lado e o abraçou.

— Está tudo bem agora... Tenha certeza que mesmo longe, ainda te protegerei dele.

O selou os lábios. Sam suspirou e sorriu quando afastou-se de Aidan.

— O que foi?

— Nada.. Só é que... Você é tão bonito... Eu gosto de te olhar.

— Tudo isso pertence a você, Sammy...

— Por favor... — seu sorriso apagou-se — eu me lembro dele quando me chama assim...

— Tudo bem.. — o abraçou e deitou-se parcialmente por cima do mais novo — não vou mais chamar.

Beijaram-se. Sam deixou que seus dedos se enrolassem nos cabelos de Aidan enquanto o mesmo invadia sua boca com a língua. Estava esquentando rápido demais e Sam temia isso. Temia sentir-se usado novamente, ser machucado bem na alma novamente. Mesmo assim, deixou que a situação continuasse, deixou que Aidan tocasse seu tórax, beijasse seu pescoço, esfregasse sutilmente seus corpos... Gemeu.. Gemeu e aquilo fez Aidan afastar-se, fascinado.

— Sam...

Sussurrou e afastou-se. Precisava se conter, caso contrário, todo o seu plano de fazer Sam confiar em sua pessoa entraria pelo cano.

— Desculpe.. E-eu...

— Não, não, não! — Sam o interrompeu — não precisa se desculpar, e-eu... sabe, não tem problema, e-eu..

Aidan riu ante a falta de tato do mais novo. O selou os lábios e disse:

— Eu entendo Sam.. Não precisa ficar assim.. E-eu só... não queria te assustar.

Por dentro, Aidan gargalhava de felicidade. Sam, além de lhe pertencer, não temeria e/ou recusaria se forçasse a barra... Cederia do melhor modo possível.

---

Dean acordou. Já era de manhã. Assustado, deu um jeito de levantar-se o mais rápido possível. Seu corpo doía, sua cabeça doía. Estava um trapo. Precisava ir atrás de Sam, mas não antes de um banho.

E foi o que fez. Tomou um banho e, mesmo sem comer nada, foi atrás do circo. O Impala parecia correr pouco demais para o que a situação exigia.

Quando por fim chegou ao lugar onde pretendia, assustou-se. Estava vazio! Completamente vazio. O circo já havia desaparecido por completo. Seu coração falhou algumas batidas e se sentiu fraco demais. Droga... Tudo estava perdido.

Aproximou-se de uma menina que trabalhava ali perto e perguntou se ela sabia para onde diabos haviam ido. Ela sorriu e disse empolgada demais que haviam ido para o sul, para a capital, para passarem mais um mês ali. Dean sentiu-se idiota o suficiente para querer se matar quando sorriu de canto a canto, as esperanças ressurgindo do fundo de sua alma...

— Droga...

Praguejou e deu um jeito de ir para casa. Precisava esperar John lá, queria conversar com ele em casa, porque sabia: sua reação não seria das melhores ante tudo aquilo que seria obrigado a contar, mesmo que fizesse parecer um pouco menos nocivo do que realmente era.

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Sam estava um pouco confuso... Às vezes, parava por alguns segundos e pensava em todos os detalhes daquela vida tão prazerosa que havia deixado para trás... Pensar que fora praticamente obrigado por causa de Dean... Agora a estrada passava ante seus olhos sem brilho. Estava assentado na cama do trailer, vestindo roupas em cores sujas, roupas do circo, roupas que agora definiam quem era. Fechou os olhos e por um momento, pode ver tudo o que havia passado por culpa de Dean... Claro, havia também sua parcela de culpa na situação, mas isso era o mínimo comparado a tudo o que o mais velho havia feito... Droga... Estava começando a embolar seus pensamentos. Precisava relaxar. De todo modo, sabia que no fundo, não conseguiria, enquanto não se acostumasse com toda aquela situação.

Do nada, surgiu Aidan. Tomou-lhe a mão e sorriu, assentando-se ao seu lado na cama.

— O que passa?

— E-eu não sei...

— Não me diga que se arrependeu... — franziu o cenho daquele modo que as pessoas fazem quando estão prestes a chorar. Era um ótimo ator — Porque se sim, eu posso te levar de volta...

Disse, com a voz baixinha, e os olhos colados à mão de Sam.

— N-não! Não é isso... É que... Eu não.. Bom, é que vou demorar a me acostumar com as coisas do modo que elas estão sendo...

— Não se preocupe... — tomou o mais novo em seus braços — Eu vou estar sempre ao seu lado.

— Você acha que eu fico bonito nessas roupas?

Aidan sorriu e ao mesmo tempo se sentiu um pouco mal por dentro. Sam era inocente, mais inocente que o esperado. Por isso havia tomado a decisão de vir junto. A realidade era algo que ainda o impressionava. Algo que ele parecia não querer aceitar, algo que temia.

— Claro que sim... Elas ficam perfeitas em você.

Sam sorriu e deixou sua cabeça tombar no ombro do mais velho, fechando os olhos. Só queria dormir um pouco.

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Emily levantou-se cambaleante. D. estava adormecido em sua cama. Provavelmente cuidara dela por muito tempo, até pegar no sono. Ainda tinha vontade de chorar, mas... será que valia à pena?

Não, não valia. Foi até o banheiro de seu trailer. Suportar os movimentos do veículo ainda era meio que.. Difícil, depois de todo aquele mal estar. “Só preciso continuar sendo a mesma... Sei que no fundo, Sammy não tem culpa. Foi... iludido por aquele monstro, assim como eu.” Seu rosto estava diferente. Seus olhos, mais uma vez brilhavam, porém, de modo diferente. Agora, exalava seu veneno... Precisava controlar isso, ou mais uma vez em sua vida, poderia sofrer com as coisas que tocasse morrendo à sua frente. Não queria isso. Não por causa dele. Pra falar a verdade, não queria nem que ele próprio morresse... “Há tantas penas mais dolorosas quando em vida...”

Sorriu de canto a canto. Estava pronta para derrubar o reino dele. E como sempre, tinha certeza que conseguiria. Era agora, uma questão de honra e auto-preservação.

---

A porta da sala se abriu. Dean que jazia no sofá, levantou-se praticamente num salto e foi até o pai, que agora largava uma mala no chão e correspondia ao seu abraço. Para Dean agir daquele modo, John admirou-se, as coisas realmente deveriam estar ruins.

— Pai... Perdoa, por favor...

— Pshhh... Você não tem culpa de nada.

— Não diga isso! Você nem sabe o que aconteceu!

— Mas tenho certeza de que não foi sua culpa. Você não colocou o Sam pra fora de casa, colocou?

— N-não, mas de c-certo modo sim...

— Tá certo... Vamos nos assentar ali e você me conta.

Com isso, John levou seu primogênito ao sofá e assentaram-se, Dean enxugando algumas lágrimas.

— Se não estiver pronto pra me contar Dean, eu posso esperar, mas não demore muito, porque a cada segundo, o Sam avança alguns metros a mais pra longe de nós.

— Tudo bem, pai, tudo bem... E-eu vou te contar...

Dean sabia que a hora havia chegado, e esperava que John soubesse o que fazer. Podia até ser expulso de casa, mas agora não havia outro jeito a não ser o mais difícil de todos.         


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Notas finais do capítulo

Continua...



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