Circus escrita por LyaraCR


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Bom, passando enquanto ainda tenho tempo e conteúdo pra atualizar de uma vez, afinal não sei se essa semana terei chance de fazê-lo novamente... Faculdade chateando e apertando cada vez mais... Mas fazer o que, não é mesmo? Enfim: Segue o capítulo...

Abraços a todos que deixaram reviews...



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Estava pronto. Checou os últimos detalhes. Perfeito. Sua roupa brilhava em preto-noite, como seus cabelos e sua maquiagem. Seus braços fortes ainda estavam expostos sob o tecido transparente da camisa colada de mangas longas e soltas. Ouviu batidas na porta e sorriu de canto à canto pensando ser Sam. Mesmo com os avisos de D., não estava de todo preocupado com a situação. Valia à pena se fosse para ter Sam ao seu dispor ao menos uma noite.

 

Abriu a porta. Era ela. Seu sorriso branco e brilhante se fez presente. Estava vestida em um roupão preto com uma maquiagem prata, muito glitter. Seus cabelos presos num coque enfeitado com adornos prateados que decerto o prendiam.

 

— Só vim desejar boa sorte.

 

— Entre.

 

— Não posso. Tenho que terminar de me arrumar.

 

— Então... — aproximou-se para beijá-la e ela esquivou-se — Boa sorte..

 

Disse ele, sem tato.

 

— Vou mesmo precisar. Aliás.. Vamos mesmo precisar. D. falou para sequer pensarmos em errar. Não podemos decepcionar o papai, e, como ele disse, dessa vez não há mágica que nos salve...

 

Ela fez menção de se afastar, mas foi segurada pelo pulso.

 

— Eu sei que podemos. Faça por mim Emy, que com certeza farei por você.

 

— Por mim?

 

Indagou irônica. Desvencilhou-se delicadamente e afastou-se.

 

“Droga...” Praguejou em pensamento. Se havia falado com D., este provavelmente a havia envenenado ou até mesmo contado sobre Sam. Droga... Não podia ficar nervoso, não agora. E não ficaria. Como até mesmo ela duvidou de suas intenções, então, brilharia para Sam, só para Sam. Precisava cativá-lo para ter poder sobre ele... Sempre que quisesse.

 

---

 

Aquele carro estava quente demais, os olhares de Dean, quem não dissera uma só palavra desde quando saíram de casa, as músicas subliminares, alguns toques em sua perna quando o outro mudava a marcha...

 

— Dean...

 

Sussurrou. O outro olhou dentro de seus olhos e sorriu de canto.

 

— Tudo bem, foi mal, eu paro.

 

Sorriram. Sam descobriu que Dean não estava com raiva por ter sido “rejeitado”, e sim, provocando-o.

 

Quando estacionaram em frente ao circo, puderam ver a multidão adentrando animada.

 

— Estamos atrasados!

 

Dean disse, descendo rapidamente do Impala e tomando Sam pela mão. Era incrível ver a animação do mais velho diante de algo que odiava. Estava assim por ele. Sam sorriu ante isso. Era tão bom se sentir importante... Era tudo para o mais velho, fato.

 

Mas seu sorriso apagou-se quando se lembrou do beijo de Aidan. A culpa o fez sentir-se mal, como se fosse um assassino ou algo assim. Ficou com ódio de si mesmo por ser tão idiota à ponto de trocar o certo pelo incerto, praticamente ignorando os sentimentos que compartilhava com Dean, sujando aquela coisa linda, raríssima, por causa de um cigano forasteiro que não tardaria a ir embora.

 

Dean podia não ter os olhos amarelos, nem os cabelos compridos, ou muito menos a pele bronzeada, mas todo o amor e pecado que eram capazes de sentir, cometer, tornava Dean mais especial que qualquer um. E... sentimentos à parte, Dean era quente, muito quente. O jeito que andava, falava, mordia levemente o lábio inferior... Aquilo deixava Sam perdido. Era como se houvesse sido envenenado, enfeitiçado, mordido pela serpente do pecado.

 

Saiu de seus devaneios quando escutou Dean falando com alguém. Era Emily. Tremeu nas bases. O olhar dela não continha mais veneno porque decerto era impossível. E como Dean Winchester sempre será Dean Winchester, fascinou-se pela beleza da mesma... Deixou-se levar pela mão até os assentos especiais. Sam o seguiu. Emily ainda trocou algumas palavras com ambos e deixou o local. Precisava se apresentar em pouco tempo.

 

As cadeiras eram confortáveis, forradas com um tecido prateado. Os vendedores passavam oferecendo seus produtos. Dean quis cerveja. Sam acompanhou. Logo estavam com suas bebidas.

 

As luzes se abaixaram, outra música impactante começou e então... Escuridão total. Até onde se lembravam, as cortinas estavam fechadas. O mágico em uma aura azul no centro do picadeiro, por trás das cortinas, que se abriram lentamente... Suas mãos levantando-se aos poucos. Parecia estar em chamas, até mesmo seus cabelos, que serpenteavam como se tivessem vida própria dentre as “chamas” azuis. Lançou uma mão ao alto. Alguém surgiu do nada, em queda livre. Apagou-se antes de chegar ao chão, ou ao que ali estava, protegendo. A mesma coisa com a outra mão. De repente, pôde se ver um sorriso na face do mesmo, quem lançou suas “chamas” em direção ao público e, antes que elas pudessem chegar, fez-se presente um clarão cegante, que atordoou alguns. Quando as vistas de todos melhoraram, fração de segundos, foram revelados os gêmeos malabaristas vestidos em trajes especiais negros, colados aos corpos, e o mágico, vestido em um terno branco, brilhante. As cortinas se fecharam novamente assim que fizeram mesura à platéia e a voz do apresentador surgiu... Tudo indicava que aquele seria o dia mais fantástico do circo.

 

Sam estava recostado em Dean, já haviam acabado suas bebidas. Sim, por mais que houvessem tentado não beber na medida que a empolgação crescia, havia sido impossível. Emily os observava de longe. Havia algo muito estranho entre eles... Talvez não fosse nada, mas talvez pudesse se tornar sua solução para o “mau comportamento” de Aidan.

 

— Não... — disse para si mesma — Eu não estou sendo má. Isso é necessário para um bem maior, um bem comum...

 

Tirou de sua própria roupa algo que jogaria em Aidan durante a apresentação e colocou dentro de duas cervejas. A coisa soltou uma fumaça rosa brilhante e ela sorriu. “Isso deve estar uma delícia!!” Parecia um crocodilo prestes à dar um bote.

 

— Hey, você!

 

Chamou um dos vendedores e entregou as duas bebidas.

 

— Diga que foi Emily quem mandou e peça pro mais velho olhar pra cá.

 

Obedeceu à princesinha do circo. Foi até os dois e os entregou as bebidas.

 

— Emily — apontou com o dedo — disse para terem um bom espetáculo...

 

Dean olhou para a direção apontada e ela lhe sorriu alegremente. Acenou e mandou um beijo. Sam ficou tão ou mais raivoso do que ela estava por dentro.

 

— Dean... Ela só tem treze anos.

 

Aquele tom de advertência bastou para que o mais velho abaixasse a cabeça de desse atenção à sua bebida. Não podia beijar Sam ali para se desculpar, levando em conta a quantidade massiva de conhecidos que haviam vindo curtir o espetáculo.

 

---

 

Do lado de trás daquele picadeiro, ele estava nervoso. Não sabia se Sam havia vindo vê-lo, então não conseguia se acalmar por esse motivo. Viu Emily cruzar o espaço de um trailer à outro com uma mão em frente à boca, apreensiva, com um sorriso que assustaria qualquer um. A viu jogar aquele frasco porta adentro e respirar fundo. Escondeu-se. Havia feito algo, ele só não sabia o que. E se havia feito algo que deixou aquele sorriso em sua face, havia sido uma coisa... ruim, ou ao menos... malvada.

 

Só esperava que não fosse nada muito grave.

 

— Não precisa se esconder pra me espionar. Sabe que não ligo. Seu... pretendente está aqui.

 

Ela disse. Aidan podia jurar estar pálido como um fantasma. Ao menos havia descoberto que Sam estava ali. Isso tornava as coisas mais fáceis e mais empolgantes. A viu afastar-se rindo como uma hiena. Sabia... A armadilha fora para ele.

 

---

 

Se sentia quente, estava tendo calafrios e aquelas lembranças de alguns muitos minutos atrás vinham à sua mente todo segundo. Qualquer toque de Sam servia pra cortar seu pouco juízo em pedacinhos, fazendo com que quisesse arrastar o mais novo para longe dalí o quão antes possível.

 

E só se deram conta de que algo especial estava acontecendo, quando Sam gritou algo como “nossa!” olhando na direção do picadeiro.

 

Emily estava segurada em um tecido por apenas uma mão, correndo no ar com passos de cisne, lentos, longos, impressionantes.

 

Não era parte do número, mas de algum modo, Aidan estava em um tecido no centro, correndo em um círculo mais fechado que o dela, antes de estender sua mão e tomá-la para si, encerrando o número que fez alguns da platéia até mesmo chorarem.

 

— Vamos embora Dean... Tem algo... errado.

 

Sam disse. Seu peito queimava por dentro e não, não era culpa do número que havia acabado de assistir.

 

Foi algo intenso. Adentraram o Impala e Dean saiu cantando pneus, sem sequer falar alguma coisa. Diante daquela explosão dentro de ambos, não eram necessárias palavras. E muito menos justificativas. Eram apenas Dean e Sam, indo juntos rumo a algo que sabiam: Seria um erro consciente. Um erro só deles.


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Notas finais do capítulo

Continua...