Circus escrita por LyaraCR


Capítulo 6
Capítulo 6




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Passando rapidinho pra agradecer a quem tem acompanhado e deixado comentários... Daqui em diante, as coisas ficam mais interessantes... Segue o capítulo.


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Sam voltou ao hipermercado correndo. Só faltou morrer quando parou em frente ao mesmo. Não havia demorado e rezava para que Dean não percebesse nada. A culpa o consumia por dentro. Sabia, havia errado. E mesmo que não quisesse magoar Dean, o havia feito. Mesmo que ele não soubesse de nada. Ainda.


Quando terminaram de fazer as compras, Dean percebendo o baixo astral de Sam, se ofereceu para levá-lo onde quisesse. Negou. Dean estranhou o gesto e atendeu ao pedido de Sam, quem só queria ir para casa.


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Algum tempo e muitas coisas arrumadas depois, Dean sentiu braços ao redor de sua cintura e um corpo menor colando-se ao seu. Ouviu um choro baixo e voltou-se ao mais novo, abraçando-o.


— Hey Sam! Pshhh... O que foi que aconteceu?


Sam chorava como uma criança desolada.


— Jura que... não vai me abandonar... e nem ficar muito bravo comigo? Nunca..?


Dean podia sentir. Era algo sério.


— O que foi Sammy? O que tá acontecendo?


Dean beijou-lhe o topo da cabeça e tentou firmar contato visual, mas Sam não conseguia mais olhar para os olhos do irmão. Deixou que sua cabeça descansasse no peito dele, encharcando parte da camisa cinza com suas lágrimas.


— N-nada... Eu só... Preciso chorar...


— Sammy...


Dean andou de fasto até o sofá e assentou-se com Sam em seu colo, ainda chorando. Quem visse pensaria até mesmo que havia morrido um ente muito querido. Sam estava desolado. Mas não, não podia contar à Dean o motivo de sua “dor”. Caso contrário, seu mundo cairia de uma só vez. Adeus Dean, adeus amor, pecado e sentimentos afins.


— Dee... E-eu... Não quero que nada daquilo... deixe de acontecer entre nós... nunca...


— Nunca deixará Sammy.. Nunca...


Respondeu às lamúrias do mais novo, quem parava de chorar e se lamentar aos poucos... Dean estava completamente comovido. Não queria ver Sam chorando, não queria ver Sam sofrendo. Isso doía em sua alma como golpes em seu corpo.


Permaneceram por algum tempo ali, apenas abraçados, compartilhando o calor fraterno, ou nem tão fraterno assim...


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Ter Sam em seus braços, cuidar dele enquanto precisava, era a coisa mais importante para Dean. Ao mesmo tempo que o tinha por perto, em seus braços, não precisava pecar, estragar, sujar a vida do mesmo. E agora, estavam ali, assentados no sofá. Beijou os cabelos do mais novo, quem olhou para cima, para dentro de seus olhos e tocou-lhe a face. Mais uma vez foi obrigado a fraquejar quando seu Sammy disse ainda choroso:


— Eu te amo... Dee... Você não sabe o quanto.


Piscou. Não percebera até então que haviam lágrimas em seus olhos. Deixou que seus lábios tocassem os do mais novo com ternura, um toque quase casto, fraterno. Aos poucos, foi se tornando algo mais voraz, algo que fez com que precisassem acabar com a distância entre seus corpos, percebendo-se deitados, Dean sobre Sam no sofá. O mais velho afastou-se e observou a face do outro, como se quisesse gravar cada detalhe, acariciou-lhe. Estava perdido por Sam, sabia, mas não podia deixar-se levar e acabar com o pouco de inocência que havia entre eles, com o pouco de amor fraternal que restava, resumido em uma tênue linha.


— Sammy...


Sussurrou quando o mais novo puxou-lhe lentamente para um novo beijo. Podia sentir o encaixe perfeito dos corpos, a inocência de Sam suplicando-lhe para ser extinta, destruída... Podia sentir os lábios aveludados contra os seus, sua mão puxando a peça de roupa, que antes era uma linda e bem passada camisa branca, para cima, retirando-a, tendo a sua própria retirada sem sequer relutar...


Sam gemeu. Dean gemeu. O contato das peles sem impedimento era algo absolutamente quente, inexorável, algo que fazia seus corpos se arrepiarem, se esfregarem, acabando com qualquer instinto fraternal no momento, fazendo com que ficasse perigosamente quente. Inverteram as posições, não se sabe como ou por que. Era algo necessário. Dean queria que Sam controlasse o “jogo”, para que soubesse seus limites e não se assustasse. Assim ficava mais fácil de se controlar. Seus instintos não gritavam tão alto para tomar o corpo de Sam marcando-o como seu, para sempre seu, e de mais ninguém.


— Dean...


A voz de Sam, rouca, quente e arrastada foi a perdição do momento para o mais velho, quem deu um jeito de inverter as coisas novamente e deixar suas mãos profanas passearem pelo corpo do outro, em busca, como as dele, de cintos, botões e zíperes.


Não, Dean não podia ceder. Mesmo que tanto quisesse, entre a cruz e a espada, preferiu crucificar-se, quebrando o beijo que mal perceberam iniciar e mais uma vez abandonando Sam, quem, já acostumado, apenas suspirou enquanto ouvia o outro subir as escadas correndo, fugindo de si mesmo.


— Droga, Dean... Por que sempre foge?


Questionou ao nada, voltando-se ao encosto do sofá e fechando os olhos. Queria se acalmar, precisava se acalmar.


Acabou deixando-se levar pelo sono que não sabia, mas não duraria muito.


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Algum tempo se passou e Sam acordou com um toque familiar em seus ombros. Abriu seus olhos e quando sua vista focalizou, reconheceu o tão especial rosto de seu irmão mais velho. Espichou os braços para ele como fazia quando pequeno. Dean o abraçou e ajudou à levantar-se, mas o que ocorreu em seguida surpreendeu o mais velho: Sam não se afastou. Apenas deitou a cabeça sobre seu ombro e sussurrou algo como “Te amo”.


— Quer ir dar umas voltas?


Dean perguntou, tentando parecer o mais firme possível, o menos alterado também.


Sam sorriu e acenou positivamente que sim com a cabeça, fazendo com que Dean sentisse sua resposta de acordo com os movimentos.


— Aonde quer ir?


— Ao circo.


Dean franziu o cenho. Droga. Sam sempre dava um jeito de forçá-lo a fazer o que não queria... Mas não podia resistir... Não com aquele corpo quente e macio contra o seu, praticamente desnudo. O jeans desabotoado, o cabelo desfeito, sem camisa...


— Tudo bem... — deu alguns tapinhas nas costas de Sam — Vá se arrumar. Já está escurecendo e logo o espetáculo vai começar.


— Tá bom...


Sam apertou o abraço ao redor da cintura de Dean e respirou fundo. Parecia estar tentando tomar coragem para fazer algo, pedir mais alguma coisa. Dean não sabia o que era, sequer imaginava, mas com o beijo que Sam lhe deu, nem se quisesse deixar de saber algum dia em sua vida, não conseguiria. Sentiu a língua do mais novo domar a sua, como se estivesse testando quem dominaria quem. Dean já havia percebido que Sam gostava desse tipo de coisa, dominar antes de ser controlado, dominado, tomado do modo mais rude e apreciativo possível... Este era ele, o seu Sam. Estavam no meio da sala, se beijando, com as cortinas das janelas abertas. Qualquer um que passasse na rua, poderia ver aquela cena, perturbadora para alguns, quente e pecaminosa para outros, e indescritivelmente perfeita para eles.


Dean caiu assentado no sofá. Sam estava pegando pesado e, com ele por cima, Dean não teria como fugir ou parar. Sentiu quando Sam afastou-se apenas para começar a beijar seu pescoço, tentando marcá-lo, mas sem querer realmente. Aquilo fez seu coração disparar. Queria parar para zelar pelo mais novo, mas parecia impossível com ele agindo daquele jeito. E sim, mesmo sabendo que era pecado, apertava suas mãos contra aquele corpo firme e quente. Não queria soltá-lo, não queria prendê-lo...


— Sammy, não!


Suplicou rouco, num sussurro, quando sentiu que o mais novo traçava caminho abaixo, deixando que sua língua alcançasse os dois botões da camisa negra de Dean, os quais já havia aberto sem sequer pedir permissão ao mais velho. Sam estava mostrando Dean seu poder, mostrando para ele o que realmente queria. Queria, mas não agora... Por enquanto bastava que deixasse claro para o mais velho o modo como ele gostava das coisas.


Numa ação obscena, lambeu os lábios de Dean por alguns segundos, mordeu-lhe o queixo e, quando sentiu que o mais velho já estava no ponto, aparentemente deliciado com sua conduta, afastou-se, parando frente a ele, olhando para a face contorcida em prazer e corada de Dean.


— Sammy...


Gemeu, olhando para a face do mais novo. Já não havia mais noção de autocontrole em Dean. Aproximou-se do corpo do mais novo, puxando-o pelos passantes da calça... a pele de Sam parecia deliciosamente caramelizada, e isso atraiu os lábios de Dean até aqueles músculos definidos. Pela idade de Sam, até que ele já se cuidava bastante. Talvez pelas horas que passava exercitando-se, talvez pelas horas forçadas de educação física... Dean não sabia o motivo, mas aqueles músculos pareceram deliciosamente perfeitos quando deixou sua língua rolar lenta e levemente sobre eles.


Sam gemeu e segurou-lhe os curtos fios entre os dedos. Aquilo era completamente atordoante. Parecia que a cada centímetro que Dean percorria, ficava mais difícil de respirar, de manter-se em pé... Sentiu quando a boca dele envolveu-lhe um mamilo e aquilo fez o mundo girar. Droga... Estava se dando mal, sem poder reagir nem relutar. Seu equilíbrio não permitia. Dean passou para o outro mamilo, Sam arrepiou-se mais uma vez. Seus dedos estavam praticamente amarrados aos cabelos do mais velho...


— Dean...


Não tinha capacidade para falar nada que pudesse ajudá-lo com isso agora. E mais uma vez, todas as coisas do mundo eram sua culpa.


Dean foi descendo, descendo, descendo... Sam não podia afastá-lo. Não conseguia. Quando sentiu aquela língua experiente penetrar seu umbigo, soube que estava perdido pelo gemido que deu. Havia acabado de ceder a qualquer imposição do outro de bom grado. Aquilo havia sido mais que uma permissão para qualquer coisa, até mesmo para matá-lo.


Fechou os olhos mais uma vez e foi como se tudo fosse nada quando Dean deixou que sua língua escorregasse pela borda da boxer de Sam. O mais novo podia sentir as coisas ao seu redor sumindo, sumindo, sumindo... Mas não, não podia, não agora...


Juntando todas as suas forças, afastou-se e olhou para Dean.


— Não.


Apenas disse. Afastou-se e o mais velho não viu para onde foi, porque estava com os olhos fechados e com o gosto do outro na boca; Perguntou-se onde havia ido parar sua consciência... Estava tendo uma relação marital com o próprio irmão. Fora criado do melhor modo possível, mesmo que apenas pelo pai... Não era pra ser assim. Não mesmo...


— Dean Winchester, onde está o seu juízo!?


Inquiriu-se, antes de se levantar e ir para qualquer lugar que não estivesse tomado pelo cheiro de Sam.


Se algum dia John descobrisse, provavelmente morreria de desgosto. Dean não queria pensar nisso... Era algo tão bom, mas tão perigoso... Ele era o mais velho, era sua obrigação proteger Sam, não destruí-lo. E isso, era exatamente o que estava fazendo. Prometeu-se olhando para o céu tentar não errar, não com Sam, não com John, não desse modo. Se havia quebrado tudo, então teria que consertar. E rápido, antes que não houvesse mais jeito.


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Continua...


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