Circus escrita por LyaraCR


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Passando pra deixar mais um capítulo de Circus e agradecer as reviews. Passando também pra pedir desculpas por não respondê-las... É que a faculdade tem andado meio que... apertada esses dias. Mil desculpas à todos, até mesmo pela demora em atualizar, mas prometo que à partir dessa semana, tudo vai se normalizar.



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Sam realmente pensou que acordaria sozinho e cedo, mas quando seus olhos se abriram, notou-se ainda nos braços de Dean, soterrado por tantas cobertas. Alcançou o celular do mais velho e olhou as horas. Seus olhos se arregalaram.


— Dean! Acorda! Onze da manhã!


Isso era praticamente um pecado na família Winchester. E se caso John já tivesse chegado, estariam fritos. Sacudiu o mais velho com um pouco de força somente para ser imobilizado por aqueles braços fortes e praticamente amassado contra o peito definido.


Gemeu baixinho e tentou soltar-se. Dean riu.


— Bom dia pra você também, Sammy. Hoje é sábado, não se preocupe...


— Qual é Dean! Me solta!


— Que foi? Bateu o arrependimento?


— Não é isso...


Sam disse praticamente num sussurro. Dean havia acordado um pouco... Empolgado demais. Quando percebeu esse “pequeno” detalhe, se afastou rindo alto. Sam tentou não fazê-lo, mas acompanhou. Realmente não havia melhor modo para começar o dia.


Levantou-se ainda rindo e adentrou o banheiro, apenas encostando a porta. Dean permaneceu no quarto, acabando por cochilar novamente. Ainda podia sentir o calor de Sam contra seu corpo.


O mais novo deliciava-se ao sentir a água rolar por seu corpo, encharcando-o. Só desse jeito para que acordasse direito. Caso contrário, passaria o dia na cama com Dean. Esse pensamento o fez desejar deliciosamente que acontecesse. Mas não, não podia sequer pensar no que provavelmente aconteceria que aquele problema já vinha lhe assombrar. Talvez por isso houvesse decidido demorar tanto no banho...


---


Aidan estava meio parado, pensativo. Talvez fosse o cansaço, talvez fosse a pressão de uma apresentação perfeita, ou... talvez fosse Sam. Emily raciocinou pelo seguinte modo: coisa importante, Sam, Aidan quieto demais...


É. Certamente era culpa de Sam. Bufou e foi até o irmão. Deu um golpe não tão forte em suas costas.


— Porque não pára de pensar nele?! Que droga! Parece que quer devorar até a alma do sujeito!


— Emy!


Não conseguiu falar nada, não deu pra se defender. Ela havia saído de cena. Estava ferrado. Muito ferrado mesmo. E se ela resolvesse cumprir certas ameaças e contar a alguém? Tanto ao pai, ou à mãe, ou até mesmo a algum amigo dalí de dentro... Estaria arruinado. Ou Mr. D. o transformaria em poeira, ou em uma pedra ou, na melhor das hipóteses, lhe deixariam ali, a própria sorte, sozinho, sem dinheiro e sem ter onde morar.


Sacudiu a cabeça. Não era legal pensar nessas coisas quando tinha uma apresentação como a dessa noite por vir. Os movimentos teriam que ser os mais perfeitos, os mais difíceis e, até agora, seu treino havia sido em vão. Três erros fatais que, se a rede de segurança não estivesse estendida, provavelmente o haveriam matado.


— Droga!


Praguejou e levantou-se, indo até a escada da plataforma. Suspirou e subiu. O sol brilhava alto lá fora. O calor se fazia mais do que presente. Seu corpo bronzeado suava, fazendo com que sua pele brilhasse. Chegou ao topo. O sistema de som estava preparado para seu treino, tocando as músicas que geralmente tocavam em suas apresentações. Suas apresentações, suas músicas, seus gostos e seu trapézio. Preparou-se e saltou. Teria que fazer valer todo o renome e brilho que adquirira até hoje. Não podia errar, não podia temer. Precisava treinar uma performance perfeita para que seu pai continuasse orgulhoso. E com todos esses acontecimentos, estava atordoado, certo de que não conseguiria.


Agarrou-se e conseguiu o movimento perfeito. Faria como se fosse para ele, por ele. Nunca havia se sentido atraído por outro garoto. E, mesmo que em seus vinte e poucos anos, era daqueles que, como criança mimada, faz de tudo para conseguir o que quer, custando o que custar. E agora, depois de tantos anos e uma de suas conquistas mais importantes, Emy, havia aprendido à usar sua graciosidade, sua beleza, sua magia. Não, não era venenoso, mesmo que pudesse parecer. Ou talvez até fosse, quando necessário. Sabia que arrancaria aplausos da platéia, mas só se importava realmente com os aplausos e suspiros dele... Queria muito que viesse, queria brilhar para ele. Mostrar-se. Conquistá-lo, por mais errado e sujo que pudesse parecer.


As horas foram passando, os movimentos ficando melhores e Emily o observando de longe. Sabia que aqueles sorrisos, acenos e outras coisas não eram por sua causa. Sabia que estava com ódio e que precisava treinar com os tecidos. Seria um dia digno de estrelas e não poderia falar.Queria que ele a enxergasse como a pessoa mais perfeita do mundo novamente. Queria tomar o lugar de Sam, aquele maldito intruso que havia tragado as atenções de Aidan, de seu Aidan. Havia tragado seu casinho com o próprio irmão, e todo o seu veneno agora estava voltado à acabar com isso. Era um anjo, mas havia decidido tornar-se um demônio para proteger o que era seu.


Suspirou. Prendeu os cabelos num coque e, adornada por seu maiô lilás, começou o próprio treino. Era boa, mas precisava impressionar. E muito. Vindo de Emily, todos sabiam, qualquer determinação comparada a dela, era pouca.


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Estava se preparando. Faltavam poucas horas para o espetáculo. Já havia lavado os longos cabelos durante um longo e relaxante banho. Vestia apenas uma calça colada, negra como a noite.


— Cigano... Cigano!


As batidas em sua porta eram fortes, e a voz era jovem, rouca, baixa. Seu coração disparou. Seus olhos brilharam daquele modo venenoso que faziam transparecer suas verdadeiras intenções, como quando pequeno, conquistando um brinquedo novo, desejado.


Sacudiu a cabeça. Precisava parecer tão inocente quanto sua presa... Precisava que Sam confiasse nele. Seu coração o desejava e, decerto, o teria.


— Sam!


Exclamou antes de abrir a porta do trailer e sorrir para o mais novo. Seus longos fios negros estavam molhados, soltos e exalando um delicioso aroma doce.


— Olá.


Disse o Winchester enquanto olhava praticamente encantado para Aidan, gravando cada detalhe daquela cena à sua frente, por menor que fosse.


— E-eu.. Cheguei numa hora ruim, me desculpe. É que eu vim com o meu irmão ao hipermercado e.. enquanto ele ficou lá, eu... eu pensei em.. ver você.


Aidan sorriu ante a falta de tato do mais novo. Tocou-lhe a face e disse:


— Chegou numa ótima hora... Entre.


Deu passagem ao mais novo e fechou a porta quando este passou.


— Você está se arrumando para o espetáculo. E-eu... Não queria atrapalhar.


— Não! Sam.. Na verdade foi muito bom te ver. Estou muito nervoso, preciso de um show perfeito mais tarde e estou exausto! Eu treinei o dia todo e... de verdade... não sei se consigo.


— Aidan! Isso é absurdo! Seu trabalho é excelente e não vejo motivos para você ficar nervoso.


— Você vem?


Sam ponderou por alguns segundos e acenou positivamente com a cabeça, tentando não parecer perdido demais nas costas de Aidan enquanto este se maquiava ante o espelho. Respondeu:


— Sim, eu venho sim.


— Então, mais um motivo. Estou impaciente e não sei como agir quando estiver diante de.. seus olhos.


Aidan sorriu e abaixou o rosto. Estava tão.. Atraente. Sam não pôde deixar de notar. Os olhos delineados em preto com uma aura grafite, muito discreta... Ah.. Aqueles olhos pareciam decifrar a alma de Sam. Andou até Aidan. Parou pouco distante do mesmo. Colocou uma mecha dos longos cabelos atrás da orelha adornada por uma argola prateada.


— Não precisa ficar nervoso por minha causa.. Nem por motivo algum. Sei que você consegue.


Aidan levantou o olhar lentamente. Olhos nos olhos. Sam corou. A situação tornou-se completamente estranha.


— É agora que a gente se beija?


Aidan perguntou. Sam sentiu seus joelhos fraquejarem. A adrenalina que correu por suas veias fez seu corpo esquentar. Nossa... Imaginara várias vezes beijar aquela boca, acariciar aqueles lábios com a língua, senti-los...


— S-se você quiser...


Respondeu mais em um sussurro. Não relutou ou rejeitou quando o mais velho segurou-lhe pela cintura e tomou-lhe os lábios de maneira leve, lenta. Seu corpo arrepiou-se por completo. Tremeu. Podia estar se comportando mal, mas não ligava.  E por mais que suas ações lhe fizessem parecer desprovido de sentimentos, não era. Por um lado, a culpa lhe assolava. Por outro, sentia-se bem em estar com Aidan. Ao menos não era pecado. Afastou-se. O mais velho o olhou confuso.


— Boa sorte. — estava completamente sem graça — Eu.. Preciso ir agora. Até mais tarde.


Ia saindo. Aidan voltou ao mundo. Teria que desculpar-se com Sam.. Será que o havia... Assustado?


— Sam! Me desculpa... E-eu...


— Não se desculpe. Não fez nada de errado.


E o sorriso puro e inocente que dedicou ao mais velho fez com que Aidan entendesse: Estava tudo bem. Sorriu malicioso por dentro. Sam havia aceitado aquele toque.


Seu coração estava disparado e sua respiração ofegante. Quando fechou a porta do trailer, deixou-se escorrer contra ela, até assentar-se no chão. Não sabia o que havia em Sam para que ficasse assim, para que todo o seu lado malicioso aflorasse de uma só vez. Talvez fosse a inocência, talvez o sorriso, aquele sorriso que mostrava as covinhas, ou talvez fosse algo armado pelo destino, sua segunda perdição.


Esfregou o rosto. Agora mesmo estava com uma vontade incontrolável de abraçar o mais novo, e de, claro, provar novamente de seus lábios...


— Aidan... Como pôde?


Uma voz máscula e rouca surgiu dos fundos do trailer.


— D.!


Levantou-se, acabando por ficar frente a frente com o grande mágico de madeixas escuras e onduladas, longas, e pele clara como a neve.


— Por um acaso sabe o que vai acontecer com o coraçãozinho de Emily se ela sequer imaginar o que aconteceu? Apesar de pecaminoso, o amor dela por você é puro. Já o seu...


Seus joelhos fraquejaram e teve que se assentar novamente. Era muita coisa para digerir de uma só vez e sabia: Estava em maus lençóis.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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