Os três continuavam sorrindo, seguindo cada passa meu, Nick os instrui-o silencio ou cortaria suas línguas e os mandariam para o escuro. Vi um pingo de suor dos três com essa ultima ameaça.

– O que eles são – cochichei o mais baixo possível, mas no corredor da subida tudo soava mais alto.

– São seus escravos.

– O que?

– Oh não, não esses tipo de escravos. Eles são osLillows.

“ Sim nós somos os Lillows

Sempre atentos a servir...”

– Sobre a questão do escuro, eu estou falando serio. Agora sem musica.

Os três baixaram a cabeça instantaneamente e fizeram uma reverencia, mas a cara de ódio deles era evidente mesmo forçando um sorriso animador.

Eles acompanhavam os movimentos uns dos outros. Até na hora de falar é como se cada um fizesse uma voz e o resultado final era uma frase em perfeita harmonia. Mas com a ameaça de escuro eles apenas iam seguindo caminho, de vez em sempre olhando para mim e sorrindo de forma amigável.

– Eles vão ficar o tempo todo assim? Perto de mim?

– Uma coisa eu te garanto, eles são muito fieis anjinho.

– Eu não gosto das suas garantias Nick.

Chegamos no fim da subida e um relógio antigo no fim do corredor apontava as 15h da tarde. Passamos só duas horas lá em baixa e parecia a tarde toda.

– E sobre o Jeremy?

– Desconfio que levaram ele, os que estão te procurando. Eles te investigaram. Tiveram você nas mãos então conhecem seu ponto fraco.

– Eles sabiam de toda essa coisa? De anjo?

– Você não ficou na posse do governo se não soubesse, eles tinham planos para você. Sorte sua a minha existência. E os anjos.

– O que eles podem fazer com ele? Se me querem é só eu me entregar não é?

Meu sangue voltou a formigar, e as lagrimas quentes me dominaram, até a minha voz tremia com a possibilidade de Jeremy estar sofrendo nas mão de sei lá quem.

– Shi, não vamos permitir ok? E você se entregar esta fora de cogitação. Eles não querem só você. Querem todos os anjos caídos.

– Quem são eles?

– São A Seleção – os seis anjos- , são o governo que se uniu a eles. O governo dos EUA.

– Uau, sua cara ficou mais branca que esse piso agora.

A voz veio do fim do corredor. A loira de novo, mas era ela em dobro.

– Tadinha, não podemos culpa-la. – a segunda versão perfeita da loira falou em minha defesa. Até seu tom de voz convencia.

Eram duas mulheres lindas, que estavam na casa dos trintas. Eram loiras de olhos azuis, e tinham todas as curvas no lugar certo e na medida certa. Usavam roupas apertadas ao corpo que destacava todos os detalhes que lhes caia perfeitamente bem. E nas botas tinham um salto agulha bem fino

Olhei para as roupas delas e depois para as minhas e vi o quanto estava ridícula. Elas suspiraram e depois uma delas falou:

– Leva ela para o quarto, pela carinha já recebeu muita informação.

– Realmente Natalie.

Mas antes de sair Natalie me dirigiu a palavra.

– Oi, eu sou Natalie. E a resmungona aqui é Scarlet. E com certeza sou a mais bonita. – rimos da ironia. Já que as duas eram deslumbrantes e sabiam disso. Eu tentaria não confundi-las, mas fica difícil quando a única diferença aparente é que Natalie deixou seus longos cabelos loiros soltos caindo sob os ombros enquanto quem eu acredito ser a Scarlet prendia o seu em um rabo-de-cavalo alto.

Então finalmente me vi no grande quarto em que estive anteriormente, a diferença é que eu não acordei de um pesadelo. Tenho a impressão de ainda estar vivendo em um. Si estivesse em NY às possibilidades de sair e encontrar algum sinal do Jeremy era bem maior que estando aqui presa em Londres, se é que estamos em Londres. Se eu saísse nas minha condições atuais emocionais e físicas morreria na esquina.

Me joguei na cama e fiquei olhando para o teto e tentei organizar a cabeça, tentei sem as emoções de lado para que a minha cabeça pense friamente.

Impossível.

Duas batidas na porta me fizeram acordar.

Natalie de novo.

Ela sorrio e eu dei passagem para que entrasse. Ela ficou a vontade, depois de passar uns segundos me observando como quem visse a alma de quem olha ela perguntou nos tirando do silencio constrangedor:

– Angelina certo?

– Sim, até onde eu sei esse é o meu nome.

– Confusa?

– Você não faz ideia. – ele me deixou e deu alguns passos ao redor do quarto como se estivesse examinando o lugar.

– Sortuda, esse é o melhor quarto.

– Acredite, eu não me considero tão sortuda assim.

– Um dia você vai descobrir que sim Angelina. – a ultima frase dela veio com um peso que me deu arrepios mas ela abriu um sorriso em tom de ironia que desfez .

– Não me leve tão a serio menina. – ela continuava rindo como se tivesse contado uma piada

– Vou tentar.

– Nossa você precisa da de um banho. – quem não percebeu.

– Você não imagina o quanto, mas tenho medo de não ter roupas depois.

– Ah, isso não é problema. Eu cuido disso.

Então eu fui para debaixo do chuveiro e esperei que Natalie resolvesse os outros problemas. Sai da ducha e me embrulhei no roupão preto dobrado em uma instante de vidro e antes de sair do banheiro ,dei uma espiada para ver se estava sozinha. Mas Natalie já tinha voltado e ficou sentada na cama serrando as unhas.

– Pode voltar queridinha. – sai sem graça eu sai de trás da porta. – tudo aí.

Era um moletom preto transparente e uma regata - para usar por baixo -, e um jeans simples do meu tamanho. Um par de coturnos vermelho sangue. E roupa intima também preta. Peguei tudo no colo e percebi que Natalie não estava nem um pouco a fim de sair para eu me trocar então voltei para o banheiro.

Sequei os cabelo e me vesti, fiz um coque nos cabelos. Melhorei no espelho na esperança de estar com uma cara melhor, ao menos aparência cansada melhorou.

Quando voltei ao quarto, Natalie olhava para o chão assustada focando a visão para o nada.

– Natalie? – chamei seu nome e depois de uns segundos ela me olhou.

– Temos companhia. – ela foi em direção à porta e eu a segui. De repente ela começou a correr sem desequilibrar no enorme salto. E eu quase caia por duas vezes com o meu sapato confortável.

Ela parou bem no centro da escada e quando eu a alcancei. Era uma visão chocante.

James caído no meio da sala, pude ver Nick ao seu lado e Scarlet segurava sua cabeça. Ele gemia de dor e mordia a boca para não gritar. Eu fiquei em choque.

Meu coração parou e a minha respiração ficou em pedida quando eu vi que Jeremy em pé olhando para mim com lagrimas no olhos.