Descemos aproximadamente uns três andares, todos iluminados por tochas penduradas na parede. Eu tentava não me apoiar em Nick que descia com o que eu chamo de “graciosidade “como se conhecesse o lugar”“. Enquanto eu me equilibrava se segurando na parede, mas de vez em sempre precisei tirar a mão para dar lugar à tocha ou a alguma quadro que eu evitei olhar.

O lugar era úmido mas tinha um cheiro agradável, olhando para cima era possível ver pequenas janelas que vinha de fora, o cheiro vinha de lá. O cheiro das orquídeas.

O chão estava um pouco molhado, Nick havia contado que choveu a noite toda em que estive “dormindo” como ele destacou. A agua provavelmente entrou pelas janelas e molharam os degraus deixando-os escorregadios.

Quando a escada parece finalmente ter chegado ao fim, me dei contado quanto a minha respiração soava pesada. Tirei a jaqueta e amarrei na minha cintura.

– O que vamos fazer ai dentro? – soltei quando pude ver que a menos de dois metros a nossa frente tinha uma porta, a única possível saída dali. Além disso só os terríveis três andares acima.

– Primeiro as damas. – ele fez um sinal de reverencia dando passagem após abrir uma porta. – é aqui.

A mesma força que me faz acreditar que Nick fala a verdade, que me trouxe até aqui com um desconhecido, também é a mesma que me deixa segura ao lado de James. É como se nos conhecêssemos. Então eu simplesmente assenti com a cabeça quando ele me disse que contaria o que eu preciso saber, e caso pudesse o que eu quero saber. Decidi entrar.

Meus olhos soltaram do meu rosto e eu prendi a respiração.

A porta era grande, nada inferior as grandes que ficam no andar de cima. E logo ela se abriu deu entrada a um lugar a uma sala, que lembra a biblioteca pública. Como se fosse uma copia perfeita na verdade. Só que superior.

Era como uma cidade perfeita de livros exprimida em uma sala gigante demais para estar em um subterrâneo. Completamente iluminada e cheia de vida, como se pessoas habitassem ou estivessem ido ali apouco tempo, tinha o cheiro de gente.

O cheiro de orquídeas permaneciam e os quadros também tem seu lugar aqui. Eles tomavam duas paredes, cada parede tinha espaço para dois, diferentes do que me causavam calafrios eles não passavam de paisagens simples como so pintados por artistas de rua..

Me aproximei da grande mesa ao centro da sala, ela era de vidro e em cima haviam muitos livros, lapiseiras e papeis mal enfiados em pastas abarrotadas. Enquanto eu percorria a sala vi que Nick apenas se acomodou em uma das poltronas próximo da lareira. Ele só olhava para o teto que também era decorado com grandes desenhos de anjo. Tão impressionante.

– Feitos por artistas venezianos, sempre e exagerados eu sei.

– Uau. –

– Anjos existem?

– porque a pergunta?

– Você sabe o por que.

– Sei, o pior que sei

– Eu já caí no lago, acredite – ele abaixou o tom de voz como se fosse contar um segredo que ninguém pudesse escutar - não é uma boa experiência.

Ele mantinha uma postura confortável e só olhava para mim quando falava, mas continuava olhando para as pinturas no teto.

– Angelina.

– O que? – me assustei com ele pronunciando meu nome completo.

– Esse é seu nome não é?

– Claro, continue assim.

– seu sorriso, você lembra muito sua mão.

– Ela tinha o mesmo olhar também, desconfiado e tentando esconder algum segredo, você é a copia dela.

– É sobre isso que vamos conversar.

– Sim, mas depois.- a calma dele estava me irritando. – levantei e fui caminhando ate a porta na esperança que ele me parasse. E ele fez

– ok, você venceu. Sua mãe além de ter o seu jeito tinhas os mesmos olhos. O jeito de andar talvez.

– Onde ela esta agora?

– Acho que junto com Dora e John.

Cai sobre o sofá em frente a Nick e só pude sentir liquido quente escorre sobre o meu rosto.

Mas enxuguei antes de sentir o sabor.

– talvez. – a voz dele falhou – talvez Jeremy esteja vivo.

Meu coração parou e voltou a bater em menos de um minuto.

– O garoto que eu “reconheci”, não era Jeremy. Mas para que eles fechassem o caso eu disse que sim. Mas ainda não sabemos onde ele esta. – a voz dele assumiu um tom de cautela. Deve ter sido o medo da minha reação. Eu queria gritar, fugir e ir atrás de Jeremy e apenas protege-lo. Mas sei que não posso.

– James foi a procura do moleque.

– É Jeremy.

– Desculpe, do Jeremy. Vamos acha-lo.

A ideia de ter James na missão me deixou aliviada.

– Sabe Anjinho, dizem que eles – apontou para o teto- é uma historia complicada.

– Você não me trouxe três andares para baixo para ficar enrolando. Fala!

“ Antes de tudo o que conhecemos hoje, havia uma civilização. Antes da terra ser formada ou do pecado os anjos viviam em perfeita harmonia. Até que depois que o pecado veio a terra e os anjos puderam descer para tentar entender o que havia acontecido com um grupo de seres que foram criados para viver em completa felicidade.

Doze anjos da Ordem Suprema tiverem o privilegio. Era claro que seis possuíam algo ruim no coração e seis eram completamente bom. Mas vieram em forme de teste.

O triste que foi Leon, o Príncipe caiu. Ele se apaixonou por um sorriso. Se deixou levar por um sorriso encantador, misterioso. De uma humana.

Ele permitiu por relapso que a humana visse suas asas. Foi como uma sentença de morte. Humanos não sabiam da existência de anjos. Ele foi executado após sue julgamento. Quem esperavam que caísse não caiu.

Os seis anjos de caráter duvidoso findaram não pecando tornando a queda de Leon maior. Antes de sua morte pediu a um amigo o Uriel que olhasse por sua amada. E pelo filho que ela teria , pedindo que eu cuidasse deles. Uriel era fiel e justo e deu sua palavra. Só não imaginava o resultado desse amor. Um Nefilim., ou um Fênix....”

– O que exatamente eu sou?

– Você é da geração Real, a ultima descendente de um Fênix.