Instituto Gore escrita por JWHFhiiii


Capítulo 45
Orientais e suas bizarrices


Notas iniciais do capítulo

O título define bem, voces vao entender quando lerem xD



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Mia percebia, depois de comer seu delicioso almoço sentada em baixo de uma árvore, que por mais que ela tentasse ser legal, aquelas garotas não iriam parar de tentar explora-la sempre que pudessem. Era isso que a nova mensagem no seu celular indicava inclusive.

A pequena garota suspirou.

Então decidiu que deveria ter uma séria e honesta conversar com elas.

Estava decidida a isso hoje. Então logo que todas as meninas entraram nas arenas do complexo de Jump Contact e se sentaram na arquibancada para assistir instruções que seriam dadas pelas monitoras do terceiro ano, Mia as interrompeu.

– Estamos aqui para avisar como vocês já devem saber...

– Euachoquevocesdeveriamincluirtodasqueestãoaquinotreinamentodoclube. - Mia disse, interrompendo Carla que ia dar um aviso, ao se levantar na arquibancada e disparar a frase sem nem respirar.

– O quê?! - Perguntou Carla não só incrédula pela interrupção, mas também sem entender nada que a garota havia falado.

– Acho que ela quer dizer que deveríamos treinar todas elas do clube... - Juliana esclareceu para sua amiga ao lado.

– Ah tá... Que a gente vai perder nosso tempo... - Carla iria começar a debochar, mas então para a surpresa de todos uma outra garota da arquibancada também se levantou dizendo:

– Ela tem razão, eu também gostaria de ser incluída mais para praticar...

Então mais alguns murmúrios de consonância surgiram na arquibancada.

Logo as meninas sentadas lá começaram a falar mais alto, transformando os murmúrios em conversas, muitas apoiando a causa, mas muitas também contra aquilo se transformando em uma discussão exagerada.

Carla e Juliana que estavam a frente das arquibancadas tentavam fazê-las manterem a calma e fazerem silêncio, mas as meninas não as ouviam e continuavam a altercação. Até que a grande porta da arena abriu com um alto barulho e o time de Jump Contact masculino entrou em seus uniformes, causando uma certa quietude por parte de algumas das então falantes garotas, por causa do deslumbramento que vê-los entrando daquela forma, as dava.

Rômulo vinha na frente, junto de Alexandre e se aproximou de Carla para lhe perguntar:

– O que está acontecendo aqui? As classificatórias para o regional são amanhã, vocês deviam estar treinando...

– Um motim! - Carla finalmente disse se virando para ele.

– Como assim?

– Aquela garota! - Apontou para a coreana. - Começou tudo!

Rômulo olhou para a arquibancada, para onde Carla apontava e viu uma pequena oriental, em um pequeno desespero, tentando separar duas garotas de se estapiarem.

– Elas querem que a gente treine as novatas... - Juliana explicou para ele.

– Fala sério. Elas não entraram nesse colégio para isso. Não entendem nada de Jump Contact, nunca devem ter feito um salto digno na vida. E querem que a gente perca tempo com isso? - Carla reclamava indignada.

Então um assobio estridente pegou a todos de surpresa, trazendo um inacreditável silêncio ao complexo.

Rômulo estava com dois dedos na boca fazendo seu conhecido assobio. As meninas agora pararam a discussão na arquibancada e ficaram olhando temerosas para ele.

– Então... Vocês querem aprender Jump Contact? Querem que a gente pare o nosso treinamento um dia antes do campeonato escolar, para ensinar vocês novatos a fazerem uns pontinhos e ficarem felizes? Certo. Tudo bem. O desejo de vocês é uma ordem. Você. - Ele apontou para alguém da arquibancada. - Venha aqui.

O coração da Mia parou quando ela percebeu que ele a estava chamando. Quando ela viu seu dedo se erguendo na sua direção seus olhos se escancararam e ela já não sabia o que fazer.

Ah, não, por favor, que ele não esteja mesmo a chamando... Era única coisa que passava em sua cabeça. Até que logo quando todos se viraram na sua direção, teve que se conformar que era ela mesma que ele indicava.

Então andando muito sem graça, frente aquele silêncio constrangedor que todos faziam no complexo agora, Mia desceu a arquibancada indo em direção a ele.

Olhava para ele meio assustada com medo de se aproximar demais, Rômulo percebendo sua relutância em seu aproximar, segurou a mão dela e a colocou ao seu lado, agilizando o processo. Porém manteve uma relativa distância entre eles.

– Vou ensinar você. Um movimento bem simples. São só três passos. Se você conseguir realiza-lo bem, eu autorizo as novatas a entrarem no treinamento com as demais. - Então ele olhou para a arquibancada e perguntou. - Combinado? – Logo voltou a sua explicação. – Primeiro você põe a perna direita para frente e dobra um pouco o joelho.

Ele fez isso e esperou que Mia o imitasse. Todos ficavam olhando intrigados sem entender o que ele pretendia com aquilo, porém ninguém tinha coragem de dizer nada, não sabiam que tipo de movimento ele a ensinaria, mas era quase impossível alguém aprender Jump Contact em três passos.

Então Mia percebeu com ele a olhando, que ela deveria fazer aquele movimento também. Quando ela fez reparando fixamente na posição dele, para ficar igualzinho; ele ergueu a sobrancelha e sorriu de lado.

– Agora você estica o braço direito para frente. - Ele fez isso e ficou olhando para ela.

Quando ela fez também, Rômulo saiu de sua posição para consertar a dela.

– É importante deixar a mão aberta. E dobra um pouco o cotovelo. - Ele segurou o braco dela, colocando-o na posição correta, a menina realmente fazia, muito concentrada, como se aquilo fosse muito importante.

Ela já tinha até esquecido que era o centro das atenções, só queria fazer direito.

Então Rômulo voltou para sua posição também e a garota não tirava os olhos dele.

– Agora o terceiro e último passo. Agora você pega essa perna. - Ele disse indicando sua perna esquerda que estava para trás. - E faz assim.

Então ele a trouxe lá de trás em um chute, que o fez girar trezentos e sessenta graus em um bonito salto. Caindo novamente na posição anterior em uma velocidade incrível.

Inicialmente ficaram todos boquiabertos, então entendendo que aquilo tudo era uma piada dele, sobre serem três simples passos, algumas pessoas já começaram a rir sobre o quão impossível seria para alguém fazer aquilo.

Ninguém jamais conseguiria imitar o que ele fez tão bem, muito menos uma novata qualquer.

Ele saiu da posição e ficou olhando para ela, envolvidos nas risadas contidas de várias pessoas por ali.

Rômulo esperava que ela então entendesse e fosse se sentar, sem ficar discutindo ou propondo besteiras como essa de novo.

Mas o que Mia fez foi acenar para ele como se tivesse entendido, não a piada, mas o terceiro e último passo.

Então a menina ainda concentrada, puxou sua respiração e olhou sua perna de trás por um momento. Virou seu rosto para frente novamente e tomando coragem, pulou chutando em direção a sua mão e fazendo o giro.

Ela não caiu exatamente depois de trezentos e sessenta graus, foi um pouco menos. Caiu um pouco torta, tinha sido mais devagar, bem mais baixo, mas ela tinha conseguido. Tinha sido bonito afinal.

As risadas e conversas abafadas se silenciaram novamente e ficaram todos olhando para ela boquiabertos.

Rômulo a ficou olhando também, sem saber o que dizer. Mia então saiu de sua posição e sorriu para ele. Não era um sorriso desafiador ou de vitória, era um simples sorriso feliz de agradecimento, como de um atleta ao seu treinador.

Ela estava contente por ter conseguido e agradecida a ele por tê-la ajudado mostrando os passos. Se jogou em seu pescoço o abraçando, muito espontaneamente.

Ela teve só que simplesmente seguir os movimentos e as posições que ele impôs ao seu corpo na demonstração e o salto dela acabou bem parecido! Mia podia pular de felicidade naquele momento, tinha acabado de passar a amar praticar Jump Contact.

Agora com ela com os braços ao redor de seu pescoço tão feliz como parecia estar, Rômulo estranhamente se sentiu feliz também.

Espera aí! O que ele estava pensando? Feliz? Ela estragou seu plano com essa habilidade oriental bizarra de conseguir fazer tudo surpreendentemente perfeito.

Então meio que rudemente se separou dela tirando seus braços de perto dele e saiu andando dali. Só se virou mais um momento para Carla ao dizer:

– Que seja. Treine elas.

Carla o olhou incrédula, mas ele a lançou um olhar irredutível que não deixava brechas para questionamento.

Então saiu dali, indo para arena onde iriam treinar, só percebendo irritado por no fundo se sentir estupidamente orgulhoso de sua maninha bizarra.


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