Instituto Gore escrita por JWHFhiiii


Capítulo 44
Lógica dos sentimentos?




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David chegou na sua humilde casa, abrindo com dificuldade o tanto de fechaduras que sua mãe colocava na porta. Não era como se tivesse muita coisa para se roubar ali dentro, para se precisar de tudo isso.

Sinceramente o garoto pensava que se visse um cara mascarado, parecido com ladrão dentro de sua residência, teria que pergunta-lo o que é que ele pensava que ia achar ali.

Se fosse dinheiro, David poderia até sentir dó do cara, rir e ajuda-lo a procurar.

Talvez a coisa de mais valor fosse seu vídeo-game-computador, eram melhores do que ele poderia querer, não sabia como tinha conseguido convencer sua mãe a compra-los.

Seu braço não estava mais enfaixado daquele acidente estranho que ele sofreu antes de vir para essa cidade, mas ainda doía um pouco. O que foi uma ótima desculpa para ser liberado das aulas durante a tarde de hoje. Jogou sua mochila no sofá e decidiu fazer seu almoço.

Lembrou que tinha no mínimo duas garrafas de Jenipá e umas três latinhas do refrigerante na sua mochila. Não era à toa que ela estava excepcionalmente pesada.

Não tinha gastado seu dinheiro com aquilo, por mais que se ele tivesse dinheiro para fazer tal coisa... Ele faria.

Mas quando ele e Lucardi viram o stand de Jenipá, David ficou debilmente parado olhando com seus olhos a brilhar no meio do pátio, ao ver a menina morena de antes com um lindo sorriso oferecendo amostras do refrigerante.

Ela estava sentada na mesa do stand com as pernas cruzadas e sorria para todo mundo que passava, entregando as amostras.

– Ouviu o que eu disse David? - David foi tirado de seus pensamentos com a pergunta feita por Lucardi logo depois de uma audível gargalhada do gordinho.

– Ahn? Não. O que você disse?

– Puta que par... - Reclamava Lucardi, até olhar na direção de David e entender finalmente o que acontecia. - Ow! Emilly de Assis, a rainha Gore. Agora eu entendo a bába...

– Emilly? Esse é o nome dela?

– Não se iluda demais. Até hoje nem ao menos consegui chegar perto ou falar com ela... É isso! - Pulou dando um soco na palma da própria mão ao ter uma ideia. - Por que a gente não vai lá no stand comprar uns Jenipás?

– Eu não tenho dinheiro... - Apressou-se David a explicar, pois independente disso ele realmente não teria coragem de ir la falar com ela na frente de todas essas pessoas...

– Eu vou pagar. Aqui... - Lucardi colocou uma nota de cinquenta na mão de David e o empurrou em direção a ela.

Porém David se esquivou e colocou a nota de volta na carteira de Lucardi rapidamente.

– Não, o dinheiro é seu. Você devia ir!

Então eles começaram a empurrar a nota de cinquenta, de um para o outro. David não se lembrava de ter negado dinheiro dessa forma alguma outra vez na vida...

Até que Lucardi se deu por vencido e foi sozinho em direção ao stand.

– Tá bom! Eu vou! Vamos parar com essa viadagem...

Quando ele chegou no stand porém, seu discurso era diferente:

– Eu... Eu... Quero... São ENORMES! - Aqueles peitos eram reais? Ele nunca esteve tão perto de algo assim. Bába parecia escorrer de sua boca que não se fechava.

– O quê? - A garota entregando as amostras perguntou sem entender.

– Ah...

Então ela viu a nota na mão dele e decidiu ajudar, pegando-a.

– As garrafas de refrigerante, certo? - Ela deduziu. - São realmente grandes, com esse dinheiro você pode levar quatro.

Emilly pegou uma sacola e as colocou dentro. Depois colocou umas latinhas também e entregou para ele com um sorriso.

Lucardi inerte ainda sem conseguir controlar para onde deveria olhar, acenou.

– Meus olhos. Aqui em cima. - Ela tentou ajudar.

Então ele fechou a boca e olhou para ela, pegando finalmente a sacola e sorrindo ainda meio abobado.

– Era só isso? Obrigada então! Pode ir...

Ele acenou de novo e saiu de lá.

Quando ele finalmente se aproximou de David, que o assistia a distância fazendo essas compras no stand no pátio, lhe entregou a sacola orgulhoso de si mesmo como se tivesse completado uma missão.

– Mission accomplished!! - Fez Lucardi uma pose de vitória.

Então David abriu a sacola e viu as quatro garrafas e algumas latinhas. Pelo preço indicado no painel eletrônico, ele sabia que as garrafas não eram mais que cinco reais e as latinhas eram ainda mais baratas. Estava faltando bebidas ali, se Lucardi tinha mesmo gasto toda a nota de cinquenta em refrigerante.

– Acho que isso aqui não dá cinquenta reais. - David assinalou.

Lucardi olhou para dentro da sacola azul que agora o outro carregava.

Depois deu de ombros.

– Quem se importa! Eu estava respirando o mesmo ar que Emilly de Assis. - Lucardi dizia ao chacoalhar o garoto japonês, que tinha seu cabelo liso caindo parte sobre os olhos enquanto era balançado. - Eu pagaria cinquenta reais só para isso... O refrigerante foi só brinde! Leva uns com você!

Então foi assim que David acabou com sua mochila cheia de refrigerante.

Agora em sua silenciosa casa que além de tudo não entra muita claridade, enquanto sua mãe ainda estava fora trabalhando, ele simplesmente comia seu almoço recém preparado, tomava uns goles da bebida azul e se arrependia um pouco de não ter ido ele mesmo até aquele stand, como seria o mais lógico a se fazer.

Ele era uma pessoa lógica. Entendia tanto disso e tão naturalmente. Por que então tinha tanto problema para fazer o mesmo com assuntos que não envolviam números?

Talvez se ele transformasse amor em uma equação matemática ele poderia se sair melhor... Poderia tentar trabalhar nessa tese mais tarde.

Logo depois que ele acabasse de montar os dois outros projetos que ele ia submeter para o clube de matemática... Era o que o garoto pensava envolvido pelo silêncio frio e triste de sua casa.


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