Loucuras À Meia Noite escrita por Mrs Trent


Capítulo 39
Ódio Duvidoso


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEYYYY POTTERHEADS! Gente, eu nem vou me desculpar pela demora, por que né, acho que vocês estão cansados de ler! KKK' Enfim, demorei, mas cheguei! UHUL! Quero dar as boas vindas às novas leitoras que comentaram no cap anterior: Lúli e Bela13! E quero agradecer às leitoras divas que continuam comentando em LAMN mesmo com a demora! É graças a vocês que eu ainda tenho motivação para escrever LAMN!

XOXO

Angie!

P.S: O Sebastian é representado pelo Chord Overstreet >



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— Katherine? — a voz de Sebastian parecia chamar em um lugar distante, como se estivesse o ouvindo do fundo do oceano, com a água abafando o som suave de sua voz.

Depois que Alvo deixou o Três Vassouras ao lado de Alice, eu me senti doente. Parei repentinamente de falar com Sebastian.

Retirei a minha mão da dele, recuando na minha cadeira.

— Perdão, eu acho que não estou me sentindo bem. — falei, minha voz saiu cortada, meio falha.

Ele me avaliou preocupado, e eu apreciei isso. Havíamos começado a conversar dois dias atrás, na biblioteca, e ele já parecia se importar comigo. Ao contrário de vários caras pegadores de Hogwarts, apesar de bonito, Sebastian não gostava de ficar com um monte de garotas, quando ficava geralmente queria algo a mais, isso o tornava ainda mais disputado.

Atencioso, gentil, claramente carinhoso, divertido, justo, honesto... Bem, pelo o que eu sei até agora, ao menos. Depois desses dois dias, quando ele me chamou para sair eu simplesmente não pude recusar. Eu vi a chance de esquecer Alvo de uma vez por todas, deixar a correnteza me levar para longe dele, ou do meu coração... A questão é que Sebastian é aquele cara legal, o que você sabe que seria melhor para você, ele é seguro. E segurança é algo que nunca terei com Alvo.

— O que você está sentindo? — ele indagou. — Vamos, vou te levar para a enfermaria de Hogwarts.

Isso me fez rir internamente.

Não acho que lá tenha um remédio para um coração partido. Pensei.

Ele foi tão gentil que fez um leve sorriso brotar em meus lábios.

— Obrigada pela preocupação, mas é só uma dor no estômago, logo passa. Vou para o meu dormitório e vou descansar um pouco.

Uma pequena ruga de preocupação se formou entre suas sobrancelhas e os olhos cinzas me avaliaram como se procurassem um rastro da mentira, eu só esperava que ele não pudesse ver...

— Eu insisto, Kath. Vou te acompanhar até o dormitório.

Suspirei pesadamente e me levantei, ele fez o mesmo.

Me inclinei e beijei sua bochecha.

— Não precisa, de verdade, mas obrigada pela cerveja amanteigada e a conversa, foi divertido, eu gostaria de repetir um dia desses. — ele ia replicar de novo, mas apenas me afastei dele e sai o mais rápido que pude dali.

Dei passos largos para fora, queria apenas chegar o mais rápido possível no dormitório, ao menos lá ele não podia entrar de surpresa e estragar tudo.

Eu só não podia acreditar que Alvo havia mesmo feito aquilo só para me machucar, eu sabia muito bem que ele tinha a tendência de fazer coisas estúpidas quando está chateado ou magoado, mas isso foi completamente desnecessário; nunca pensei que ele iria querer me magoar intencionalmente, nunca. Isso só fez a dor aumentar.

Senti minha garganta se fechar com a vontade de derramar mais lágrimas, mas decidi que não choraria, nem quando chegasse no dormitório e nem nunca mais. A decisão foi minha, certo? Partiu de mim, fui eu quem decidi que não arriscaria nada com ele, foi o certo a ser feito e não preciso e nem vou mais derramar lágrimas por isso. Ele deve mesmo ficar com Alice, mas deve me esquecer também, esse joguinho de me machucar é estúpido.

Senti uma mão tocar o meu braço gentilmente e me virei para ver quem era, me deparando com olhos cinzentos e cabelos loiros.

— Vou te acompanhar até a escola. — Sebastian disse.

Ele realmente era persistente.

— Sebastian...

— É o Alvo, não é? Eu via vocês dois andando juntos direto, não se desgrudavam e agora não ficam na mesma sala por mais de dois minutos. O que ele te fez?

Baixei o olhar.

Eu realmente não queria conversar sobre aquilo, nem hoje, ou amanhã, nem nunca. Eu não sabia que era assim tão óbvio, mas deveria saber. A mudança foi brusca. É claro que algumas pessoas acabariam notando eventualmente.

— Ele não fez nada, fui eu quem decidi que queria me afastar dele. Eu só quero voltar para Hogwarts, tudo bem? E eu prefiro ir sozinha. — fui sincera.

Ele negou e deslizou a mão de meu braço para os meus dedos, pegando a minha mão. A sensação foi gostosa e reconfortante, como se ele me quisesse passar um sentimento de calma.

— Kath, se ficar desse jeito nunca vai superar. Você precisa esquecer, se divertir, dar algumas risadas e mandar ele se ferrar. Por que realmente não importa se foi você quem decidiu se afastar, o que ele fez lá dentro foi estúpido e maldoso. Você é minha amiga agora, e de jeito nenhum que eu vou deixar uma amiga minha depressiva por causa da estupidez de um cara. Vem comigo. — ele começou a me puxar.

Me deixei levar, ele está certo, claro que está, mas eu gostaria que fosse assim tão fácil esquecer e mandar ele se ferrar... Ainda assim, não havia por que não tentar. Sorri levemente em agradecimento.

Quer saber? Acho que posso mesmo usar uma mão amiga numa hora dessas. Cansei de ficar sozinha de qualquer forma, apesar de não ter admitido a mim mesma até agora.

Uma parte de mim odeia Alvo Potter, o odeia por ser tão idiota a ponto de realmente querer me machucar. A outra... apenas continua lembrando e lembrando de todas as risadas, segredos e sorrisos que trocamos... Principalmente dos beijos... Mas não posso pensar nisso, talvez seja hora de deixar o ódio apagar um pouco disso, ou ao menos mascarar. Talvez assim seja mais fácil de lidar com as coisas. De lidar com tudo o que precisa ser feito.

Quem sabe se eu odiá-lo, eu possa enfim realmente criar uma boa amizade com Sebastian.

A questão é: eu quero isso?

***

P.O.V: Scorpius.

Eu estava totalmente bem e normal ali no salão comunal da Sonserina quando de repente Dominique se sentou ao meu lado.

— Você anda demorando demais, Scorpius. — ela parecia furiosa.

Engoli em seco, mas me mantive firme.

— A ruiva é difícil, vai levar tempo até...

— Até o que? Ela já está caindo de amores por você. — Dominique agarrou o meu rosto com uma mão e senti suas unhas afiadas arranharem o meu rosto. Seus olhos azuis frios estavam fixos nos meus. — Espero deixar claro: você tem duas semanas. Se não cumprir o trato até lá, eu acabo com você publicamente. Irá se arrepender do dia em que nasceu.

Empurrei a mão dela para longe e mantive os olhos fixos nos dela.

— Eu não tenho medo de você, Weasley. — enfatizei o sobrenome. Sei muito bem como ela odeia quando a chamam assim.

Dominique me fuzilou com os olhos.

— Deveria ter. — ela se levantou e saiu dali.

Respirei fundo.

É verdade, eu não tenho medo dela, ao menos não por mim... Pelo amor de Merlin! O que é que eu estou pensando?! Preciso agilizar esse plano... Rose ainda é minha inimiga, ela só não sabe ainda...

Começo a pensar no quão injusto isso é com ela, pegá-la dessa forma...

O que é isso?

Essa queimação no meu peito?

Seria... remorso?

Não, não posso me arrepender, não agora, estou no fim e preciso terminar. Ela me deu duas semanas. Tenho duas semanas para partir o coração de Rose Weasley, ou quem sabe Dominique fará algo pior a ela... Não que eu me importe. Eu não posso me importar. Eu não quero me importar.

Rose é a pessoa que eu mais odeio desde que entrei em Hogwarts, foi ódio à primeira vista. Ela me fez muita merda nesses últimos anos, muita mesmo, me mandou para a detenção tantas vezes que não posso contar e em muitas das minhas férias eu fiquei de castigo por causa dela. Digamos que Draco Malfoy não é a pessoa mais compreensível da face da Terra. Longe disso, na verdade. É isso, ela precisa pagar pelo o que me causou, cada dia, ela precisa pagar.

Bufei e enfiei a cabeça entre as mãos.

O que está havendo comigo? Por que de repente parece tão errado? Não é errado! Ela é minha inimiga! Eu a odiei por anos e anos e ainda odeio! É assim que funciona.

Preciso me apressar. Se o prazo encurtou, é hora de acelerar as coisas... Ela precisa suspirar ao me ver passar, me seguir com o olhar até que eu suma de vista.

***

O.K. Não é difícil fazer isso, eu já enganei centenas de garotas, pedir a Rose em namoro não pode ser tão difícil assim... certo? Tipo, qual é, é a Rose. É claro que vai ser fácil, não tem motivos para eu ficar nervoso e nem nada assim. Como Dominique disse, ela está caidinha por mim, será fácil como roubar doce de um trouxa.

A encontrei no corredor conversando com Lily. Me aproximei casualmente, até notar algo... ela está usando maquiagem. Não aquela coisa escandalosa, é algo... suave. Não sei exatamente o que fez, mas caiu perfeitamente nela, em cada detalhe. A única coisa que sei dizer exatamente o que era, era o batom suavemente avermelhado. Deu ainda mais vida a seus lábios, os deixando ainda mais atraentes. Os cabelos estavam soltos, caindo em uma cascata de chamas por seus ombros. E o que mais gritou ali: o uniforme. Ela afrouxou a gravata e abriu três botões da blusa, sem o suéter, claro. As mangas estavam repuxadas para os antebraços, a saia parecia mais curta e a meia que ela usava ia até os joelhos, dando atenção a suas coxas... Que Merlin me ajude, pois eu juro que parei de piscar e respirar por um momento.

Ela tinha um sorriso sem graça no rosto ao me ver e notar que eu a secava de cima a baixo. Seus olhos brilharam em minha direção, pelo clima mais fechado, não era possível ver o verde presente neles, apenas um castanho claro. Tropecei em meus próprios pés (literalmente) e me recompus rapidamente, não acredito que fiquei tão bobo assim por ela.

Respirei fundo e depois do que me pareceu uma eternidade, eu cheguei até ela. Não sei a hora em que Lily sumiu, mas agradeço por ter sumido.

— Hey. — ela cumprimentou e se aproximou, me dando um selinho.

— Hey... Wow, o que você... Para o que isso tudo?

Ela corou arduamente, já envolvida em seu hábito de baixar a cabeça para os cabelos cobrirem a cor em suas bochechas.

— Para você, obviamente.

Ergui as sobrancelhas e pisquei um tanto perplexo.

Ela se arrumou assim... para mim?

— Para mim? — repeti incrédulo e ela assentiu.

— Não gostou? Foi ideia da Lily, eu disse a ela que...

— Não, eu adorei. Acho que se encaixa bem na ocasião... — falei rapidamente.

Rose me olhou parecendo confusa, ela estava bem próxima de mim e seus dedos brincaram com os botões de minha camisa e então com a minha gravata.

— Que ocasião?

Tomei ar.

É agora ou nunca. Hora de tornar as coisas oficiais.

Dei o meu melhor sorriso torto para mascarar o quão estupidamente nervoso eu estava e puxei a cintura dela, deixando que seu calor se misturasse ao meu.

— Eu estava pensando... estamos ficando há um belo tempo, não acha?

Ela assentiu lentamente, uma ruguinha começava a se formar entre suas sobrancelhas.

— Vá direto ao ponto, Scorpius.

Já que insiste... pensei.

Meu coração começou a bater a mil, minhas mãos começaram a soar, minha garganta pareceu ficar seca... Porque isso é tão difícil? É só soltar! Só três palavras! Que merda!

Tomei ar.

— Quer namorar comigo?

Ela piscou perplexa algumas vezes e por um momento eu considerei que seria rejeitado pela garota que eu jurei que nunca tocaria dessa forma, contudo, ela sorriu. Não um sorriso qualquer que ela dá todos os dias, aquele era diferente. Havia um brilho em seu olhar e o sorriso foi largo, como se ela não pudesse expressar o quão feliz estava apenas com ele, como se o verdadeiro sorriso não coubesse em seu rosto.

Eu nunca, nunca na minha vida pensei que iria me maravilhar com apenas um sorriso. Sempre achei que era estúpido, era apenas mostrar os dentes afinal, mas não. Não aquele sorriso.

— É claro que eu quero, seu imbecil! — ela abraçou o meu pescoço e enterrou o rosto em meu peito.

Antes que eu pudesse evitar, um suspiro de alívio escapou pelos meus lábios. Eu sorri também, mas não durou muito. Vi Dominique passar perto de nós com um sorrisinho nos lábios e o meu sumiu.

O sorriso de Rose... Eu nunca mais o veria, não direcionado a mim. Ela nunca mais me abraçaria daquela forma, nunca mais me beijaria como beijou em seguida.

Meu coração se apertou, se espremeu em meu peito.

Culpa.

Mas agora é tarde demais para voltar atrás. Eu vejo nos olhos dela o mesmo olhar que eu vi no rosto de centenas de garotas, e eu sei que eu não posso mais voltar atrás. Hora de cumprir o trato que eu fiz.

Começou.

Dentro de duas semanas a garota que está me abraçando vai me odiar com todas as suas forças. E então eu terei a minha vingança por todo o ódio que ela já me fez passar, toda a vergonha, todas as detenções... tudo.

Dentro de duas semanas eu devo pisar no coração de Rose Weasley e observar ele ser destruído sob os meus pés...

Dentro de duas semanas irei perder todo o brilho daquele olhar, vou devastar ela. Cada parte dela, até que não sobre nada além de sombras e dor. Muita dor.

A questão é: eu ainda quero isso?


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Notas finais do capítulo

O que acharam??? Espero ver vocês nos comentários! Beijões!



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