P.O.V: Dominique.

Minhas primas ruivas pareciam prestes a explodir, como dois vulcões para entrar em erupção e eu não podia me sentir mais feliz com a infelicidade delas.

E o Scorpius? Bem, ele parecia meio incomodado, mas eu não estou ligando. Ele vai cumprir a aposta, eu sei disso.

Que aposta foi essa?

Bem, foi mais ou menos assim:

*** FLASHBACK ON ***

— Se eu fosse você mostraria esse vídeo para toda Hogwarts! — falei com Scorpius enquanto estávamos no Salão Principal almoçando.

— Mas eu sou eu, e eu não vou mostrar. — ele rebateu.

— Scor, se eu não te conhecesse, diria que você está protegendo a vadiazinha da minha querida prima. — sim, eu não sei como, mas consegui insultá-la e elogiá-la na mesma frase. Bem, eu sou foda.

Eu tinha apenas brincado, mas Scorpius do nada pareceu entrar na defensiva, como aquelas Drag Queens no carnaval.

— O que?! Não! Eu nunca protegeria aquela cenoura!

Olhei para ele espantada.

Eu não podia acreditar! Esse idiota realmente se importa com a cabeça de salsicha!

— Scorpius Hyperion Malfoy! Você está protegendo Rose Weasley! Ai meu Merlin, o mundo está mesmo acabando como os trouxas dizem... — falei.

Scorpius ficou vermelho, não soube se foi de raiva ou de vergonha.

— Eu não dou a mínima para aquela idiota! Quero mais é que se ferre! — ele exclamou e eu me inclinei para o seu lado e sussurrei em seu ouvido de forma provocante:

— Prove.

Scorpius engoliu em seco, mas como eu previa, pelo orgulho da família Malfoy, ele não recusaria. Então ele apenas disse:

— Diga e eu farei.

Dei um sorriso de lado.

Eu sabia exatamente o que propor. Minha querida prima “Rosie” era toda forte por fora, língua afiada e quase durona, mas... Tem uma coisa a qual nem mesmo Rose Weasley pode resistir: amor adolescente.

— Quero que você faça o impossível. Faça a Rose se apaixonar por você. Eu não quero uma “quedinha” Sr. Malfoy, quero uma verdadeira paixão, enlouquecedora, na qual ela vai cair tão fundo que fará de tudo por você. Depois, quero que quebre o coração dela como ninguém nunca fez. Um fora tão lindo que nem mesmo eu faria melhor. Quero perfeição nesse plano. — falei e Scorpius me olhou quase apavorado que eu tenha pensado em algo assim. — Então Scor? Está dentro ou ainda tem peninha da cabeça de salsicha podre? Quem sabe até algum sentimento além de proteção...? — Perguntei e ele pareceu perder a cabeça de novo.

— Eu sou Scorpius Malfoy. Eu não protejo ninguém além de mim mesmo e a minha família. Dane-se a Weasley, ela é um pedaço de lixo pra mim. Eu vou executar o seu plano com perfeição, e vou te provar que estou falando sério.

Eu sorri de forma conspiradora.

*** FLASHBACK OFF ***

As peças já estavam posicionadas, mas agora Scorpius havia começado o jogo com o movimento mais patético e previsível de todos.

Logo tudo estaria onde deveria estar.

E sabe qual é a melhor parte?

Eu não vou apenas assistir a esse joguinho de xadrez entre eles. Eu vou jogar também, mas ninguém precisa saber.

(...)

P.O.V: Rose.

Minha mãe saiu toda animada da cozinha para receber nossos “convidados”. Ou ao menos parte deles. Meus tios claramente desistiram da visita e deixaram o feriadão só para os primos e os pais da família Weasley.

— Ah! Scorpius! Que surpresa... Hm... Maravilhosa! — ela falou e abraçou a Doninha.

Malfoy devolveu o abraço como se falasse com a minha mãe todos os dias e eles fossem grandes amigos, depois que se afastaram, ele sorriu para ela.

— É ótimo te ver Sra. Weasley! Meu pai mandou lembranças.

Mas como essa Doninha é falsa! Fica ai sorrindo como um idiota para a minha mãe. E o que que ela faz? Sorri de volta e ainda com uma risadinha no meio!

— Oh, que cuidadoso! Ficará para o feriado? — ela perguntou.

Ele sorriu de lado e olhou exclusivamente para mim.

— Eu não poderia perder a chance de um feriado junto aos Weasley's.

AAHH COMO EU QUERO MATÁ-LO!!!!!!!

Se controla Rose. Respira. Você é melhor do que ele.

Pula em cima desse idiota e arraste ele por esses cabelos loiros oxigenados!

Cala a boca consciência!!! Não está vendo que eu não preciso de você agora?!

Apesar de ser realmente tentador...

Minha mãe abraçou minhas primas e Victoire sorriu para mim, devolvi o sorriso, meio sem ação. Não nos víamos a meses!

— Hey Rosie, eu sou sua prima ou uma estranha? Dá um abraço aqui oh cabeça de salsicha! — e com isso ela me puxou para um abraço.

Victoire é a única que pode me insultar e me fazer sentir aliviada ao mesmo tempo.

Dominique deu um sorriso cínico.

— E eu? Não recebo abraço?

Eu tive vontade de gargalhar.

— Dominique. Vá se ferrar. — falei sem ligar para quem estava ouvindo ou não.

Essa prostituta de quinta havia acabado de estragar o meu feriado, e o pior é que esse era o primeiro feriado da Jade conosco, então sim, me jogue um avada se quiser, mas eu mandei ela se ferrar, só para não falar pior.

— ROSE WEASLEY! Cadê a educação?! — minha mãe repreendeu.

Rolei os olhos.

— Okay. Vá se ferrar por gentileza. — falei e ouvi Lily tentando prender o riso atrás de mim enquanto Jade a repreendia baixinho.

Victoire não escondeu nem um pouquinho e deu uma risada quase escandalosa (também não era para tanto né) e o som de sua risada fez a Doninha rir também. Deixando minha mãe e o projeto de prostituta sem ação.

— Nossa, já deu. Credo. — Dominique falou e saiu andando pela casa.

Só para constar, ela deixou a mala dela ali, e ela estava muitíssimo enganada se ela estava achando que a MINHA PESSOA iria carregar isso lá para...

— Rose, você pode guardar a mala da sua prima, por favor? — minha mãe pediu com aquele olhar exigente.

— Eu tenho cara de... — eu ia começar a dizer, mas ela me interrompeu:

— É melhor escolher MUITO bem as suas palavras mocinha! Você não quer ficar de castigo por todo o feriado não é mesmo? Agora suba e leve as malas da sua prima! É o mínimo que você pode fazer depois de insultá-la dessa forma! — sério, minha mãe deu medo.

Engoli em seco e percebi um olhar vitorioso de Dominique do outro lado da sala. Eu deveria é ganhar um prêmio por cada vez que eu insultasse essa daí!

Suspirei.

— Desculpe mãe. — Murmurei e me inclinei para pegar suas malas quando aconteceu o impossível, o improvável, o completamente duvidoso!

A Doninha se abaixou junto comigo e pegou uma das malas.

— Eu te ajudo. — Malfoy falou e eu lhe olhei de queixo caído.

Okay... Qual é a pegadinha? Câmera escondida? Rita Skeeter vai sair do nada e tirar uma foto da minha cara de taxo?!

Todos olhavam surpresos, até mesmo a minha mãe.

— Pode deixar Doninha, eu cuido disso. — falei, com receio de alguma pegadinha.

Minha mãe me advertiu com um olhar no estilo: “você está se esforçando mesmo para ficar de castigo!”.

— Rose! Scorpius está sendo um cavalheiro e te oferecendo ajuda! Não o trate assim!

Bufei e Malfoy sorriu de forma travessa.

— Vamos lá Rosie, deixe-me ajudar. — ele falou.

Desde quando o Malfoy é tão formal?! E que droga é essa de me chamar de Rosie como se fossemos próximos?!

Duas caras.

Não falei nada, apenas segurei firme a alça de uma das malas enquanto Malfoy pegava a outra.

E no meio da escada, ele se aproximou do meu ouvido rapidamente e sussurrou apenas para nós dois:

— Eu não mordo ruiva. A não ser que você queira.

Fiquei tão chocada que, como a tonta desastrada que eu sou, tropecei nos meus próprios pés (que coisa linda não é?!) e já fechei os olhos, esperando um belo de um tombo, mas para a minha surpresa, eu ouvi um estrondo e logo após senti mãos firmes segurarem a minha cintura, e então senti o calor de um corpo.

Abri os olhos e percebi que primeiro: as malas de Dominique foram as únicas que rolaram escada a baixo.

Segundo: uma das malas se abriu revelando camisolas sexy's de seda.

Terceiro: eu estava nos braços de Scorpius Malfoy.