P.O.V: Jade.

Rose estava nos braços de Scorpius e eu, Lily, Victoire e Hermione olhávamos a cena com olhos vidrados. Dominique se apressou para começar a pegar suas camisolas enquanto Rose saia dos braços de Scorpius com as bochechas claramente pegando fogo.

Victoire sorriu com a cena e Dominique olhou para nós.

— Vão ajudar ou só vão ficar ai de boca aberta?!— Dominique perguntou com um tom um tanto rude, se quer a minha opinião.

Nem mesmo Hermione se abaixou para ajudá-la, ela falou algo rápido sobre ir para a cozinha e sumiu de vista. Eu não iria abaixar nem que me jogassem um Crucio! Eu já sabia muito bem por que ninguém gostava dessa dai, as meninas tinham razão, essa garota é uma cobra.

Eu, Lily e Victoire trocamos um olhar ao estilo: deixa ela se ferrar. E cruzamos o braços.

— Tudo bem! Então eu pego tudo sozinha! Inúteis... — Dominique murmurou a última parte e juntou suas camisolas, enquanto nós olhávamos para Scorpius e Rose na escada, eles trocavam um olhar estranho.

— Não vai agradecer? Eu te salvei de uma queda feia, cabeça de fogo. — Scorpius falou.

Rose estava apenas corada, mas todos nós sabíamos o que vinha a seguir. Rose era orgulhosa demais para dizer qualquer “obrigado” para Scorpius, então, estava na cara, não é?

– Endoidou Doninha? Eu? Te agradecer? Eu não pedi pra você me pegar em primeiro lugar. — Rose falou parecendo nervosa (claro que isso era só um jeito de encobrir a verdade) e foi subindo as escadas batendo os pés até chegar no seu quarto, onde nós ouvimos ela se trancar.

Scorpius suspirou e correu as mãos pelo cabelo loiro.

— Que Merlin me ajude! Mas que menina difícil! — ele exclamou para si mesmo, mas obviamente todas ouvimos.

Dominique agora estava estupefata no chão.

— Droga! Agora quem é que vai subir com as minhas malas?! — nós nos entreolhamos novamente e já demos meia volta, mas quando eu fui dar meia volta, bati em algo duro, ou melhor, alguém.

James Sirius Potter me encarou com um sorriso de lado em seus lábios.

— Enfim nos encontramos, parceira de trabalho. Sabe que temos que continuar, certo?

Droga, com tudo o que vinha acontecendo eu nem mesmo me lembrava do trabalho sobre o Patrono. O professor nos deu até um pouco depois do feriado para entregá-lo.

Bufei.

— Sério que você quer passar o feriado estudando Potter? Você? — perguntei com uma sobrancelha erguida.

O sorriso dele se ampliou.

— Por que a surpresa? Está insinuando por acaso que a minha pessoa não gosta de estudar? — ele perguntou colocando uma mão no peito e se fingindo de afetado.

Rolei os olhos.

— Quando começamos? — perguntei já desinteressada. Eu não levaria aquela conversa adiante e aparentemente, eu teria que passar o feriado com a besta quadrada me seguindo de um lado para o outro esperando que eu aceitasse, então é melhor agilizar isso logo.

O Potter deu um sorriso vitorioso.

— Agora mesmo. — ele falou e saiu me puxando pela casa.

– Epa! Vai devagar! — reclamei enquanto passávamos pelo pessoal da família Weasley e íamos para a porta de trás da casa, onde dava para um campo livre.

A vista era linda. Verde e viva. Eu aspirei o ar, sentindo a brisa leve que eu tanto amo na natureza.

— Então Walters, saque a sua varinha, temos muito o que fazer! — o Potter falou e eu suspirei, mas peguei a minha varinha, pronta para outras tentativas falhas de conjurar um Patrono.

Mas bem, eu não vou desistir.

(…)

Mais tarde, eu me sentia esgotada, graças ao idiota do Potter eu passei a manhã e a tarde inteira treinando o Patrono. E ele sempre me dizia a mesma coisa chata de sempre: Jade, lembranças felizes!

Bem, na minha situação é meio complicado ter lembranças felizes, se ele ainda não sacou. Mas, eu percebi o que ele estava fazendo.

Quer dizer, ele e as meninas.

Estavam tentando me manter ocupada assim eu não pensaria na morte dos meus pais.

Mas bem, eu acho que já chorei demais. O luto será eterno na minha vida, mas não significa que eu precise mesmo dar tanta atenção a ele, é hora de seguir em frente.

Meus pais serão sempre meus pais, por que nada, repito, absolutamente nada pode vencer o amor que vem da família. E era isso que eu levaria comigo, apenas o amor e os sentimentos bons.

Eu estava perdida em meus pensamentos na sala dos Weasley quando senti alguém se sentar ao meu lado, olhei e vi que era Scorpius.

— Jade, eu preciso de ajuda. — ele logo mandou.

— Nossa, oi para você também loiro. O que foi?

Ele ignorou minha ironia e foi direto a o ponto.

— Isso vai soar muito louco, e você provavelmente vai rir da minha cara, mas eu quero conquistar a Rose. E preciso de ajuda. — ele falou e estava sério, realmente sério.

Eu não pude aguentar.

Comecei a rir tão descontroladamente que senti minha barriga doer, porém, Scorpius estava sério.

— Scor, essa foi boa! Eu quase acreditei! Conquistar a Rose... Ai ai, e eu vou reencarnar como Voldy purpurina dançando Shakira! HAHAHAHAHAHA!

Scorpius segurou os meus ombros e me fez olhar pra ele.

— Fala baixo oh coisa doida! Eu falo sério! Mas você viu o que rolou na escada hoje, não é? Ela não vai dar mole. Eu preciso de ajuda Jade, eu realmente... Eu gosto muito dela. — eu nunca vi Scorpius tão sério desde que o conheci.

Ih, a coisa vai feder. Ele estava falando sério mesmo!

Arregalei os olhos em surpresa. Isso sim era uma baita bomba! Mas quer saber? Eu iria ajudar!

Não é todo dia que Scorpius Malfoy realmente gosta de alguém! E eu sei lá, sempre achei a Rose meio a fim dele...

— Tudo bem, eu ajudo. — falei e foi a vez dele fazer uma cara espantada. — Não me olha assim, como se fosse estranho eu te ajudar! Somos amigos e eu por mais doido que seja, acho que poderia dar certo, essa coisa entre você e a Rose.

Scorpius sorriu de orelha a orelha e me abraçou.

— Eu sabia que podia contar com você! Sério Jade, valeu mesmo!

— Está bem, agora desgruda vai, você está me sufocando e se me matar não vai ter ajuda nenhuma! — exclamei fingindo estar sem ar e ele me soltou rindo fraco.

Eu não sabia por que o Scorpius tinha colocado essa coisa na cabeça do nada, mas quem sabe isso não daria certo?

E eu ajudaria. Mas é claro que para conquistar a Rose nós não poderíamos ter planos normais como flores e chocolates, por que a Rose não é uma garota comum...

E eu tinha os planos mais loucos prontos para entrar em ação!

Pronta para iniciar a Operação Cupido Scorose, e eu tenho certeza de que não irei falhar.