Big Girls Don't Cry (Hiatus) escrita por Izzyff


Capítulo 5
Piper - O emprego dos sonhos... Não, definitivamente não.


Notas iniciais do capítulo

Oioi! Bom, eu não sei se esse capítulo vai agradar vocês, mas juro que estou tentando meu melhor. Boa leitura



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Annabeth e eu passamos a viagem toda conversando sobre nossas maiores aventuras durante o colégio. Relembrando as festas que demos, todas as vezes que desafiamos os professores, sim, até mesmo Annabeth. Digamos que ela e Percy ficavam muito tempo juntos, então vez ou outra, o garoto se metia em cada encrenca. Possivelmente os professores detestavam ele, mas no fundo o adoravam. Annabeth também era assim, só que a parte de adorar era maior, e ela vivia demonstrando. Sempre desconfiei que existia algo a mais entre eles. Pois é, pois é. Eu meio que tenho um dom para essas coisas, aconselhar e tudo mais. Segundo minha mãe, sou algum tipo de psicóloga do amor em treinamento, já que a minha irmã mais velha, Silena, é a verdadeira psicóloga do amor. Foi ela que me aconselhou sobre Jason na fase de crise que tivemos. Ela disse que aproveitar nosso tempo estando um com o outro, era melhor do que ficar de mal. Infelizmente Annabeth não teve essa sorte. Possivelmente por não ter muitos parentes que fossem bons com esse lance de conselhos amorosos. Annabeth me contou sobre Percy e tive que reconfortá-la, dizendo que passado é passado, e por mais dolorido que seja, o que importa é o futuro. Ficamos algum tempo em silêncio depois dessa conversa, até Annabeth resolver quebrar o silêncio.

–- Você pensa em... Hã, que talvez, na faculdade, a gente consiga encontrar alguém?

–- Encontrar alguém? -- Disse, e então me toquei. O avião estava me deixando meio sonsa. -- Ah. Eu ainda não penso nisso. É muito cedo. E acabamos de sair de relacionamentos.

–- Não tive um relacionamento.

–- Ok. Acabamos de sair de um relacionamento, e um quase relacionamento. Satisfeita?

–- Não.

Esperava essa resposta. Mas com o tempo sabia que as coisas ficariam melhores. Esperava pelo menos.

Depois de dormirmos um pouco, finalmente chegou a hora de sairmos do avião. Assim que avistei o sol radiante, e vi o movimento das pessoas, soube que meu lugar, definitivamente era ali. Em três meses estaria cursando Artes Cênicas, correndo atrás do meu sonho, entrando no meu curso de teatro, e vivendo a vida que sempre sonhei. As pessoas naquele lugar eram tão diferentes de onde morava antes, era tudo tão melhor que antes, e soube disso apenas no primeiro passo que dei. Annabeth veio logo atrás de mim, sorrindo como nunca havia visto antes. Até Reyna, que sempre foi mais reservada, riu junto conosco. Thalia e Luke aproveitaram alguns minutos para se beijarem, e depois soltaram gritos agudos, acompanhados de alguns palavrões. Os outros passageiros deveriam estar nos julgando loucos. Mas nós éramos mesmo, então nem ligamos.

Depois de pegar a bagagem, e um taxi, procuramos pelo endereço do apartamento. Claro que não alugamos algo muito caro, afinal, ainda teríamos que arrumar um emprego no pouco tempo que tínhamos, para pagar o maldito aluguel. Eu não sabia se Luke ficaria também, possivelmente não. Se é que Thalia tinha um pingo de bom senso na cabeça punk e rebelde. Passamos por cada lugar bonito! Vimos tantas paisagens e lugares incríveis, e com uma explicação magnífica da nossa futura arquiteta, Annie. Mesmo que as vezes fosse meio chato escutar tudo o que ela dizia. E então, finalmente chegamos no nosso prédio. Um prédio cinza e desbotado, tudo bem, não era exatamente uma beldade, mas não estava tão ruim. Ao menos era seguro, e perto das áreas comerciais. Subimos as escadas e lá estava nosso corredor. Apartamento número 07. Era espaçoso o suficiente para nós quatro nos aconchegarmos. Abrimos a porta, e lá estava a pouca mobília que tínhamos conseguido. Quando Thalia entrou, se jogou no sofá. Annabeth foi direto até a mesa de madeira, onde explicou onde colocaria todos os livros, e todo aquele papo de nerd. Reyna deu uma olhada em tudo, e foi até o quarto, organizar as malas. É, ela não perde tempo. E quanto a mim? Olhei pela janela para a nossa vista. Não era nada demais, apenas conseguia ver os carros e as pessoas passando logo abaixo.

Após nos acomodarmos nos dois quartos, onde decidimos que ficariam Annabeth e eu em um, e Reyna e Thalia em outro, fomos dar uma volta na cidade, e conhecer o pai de Luke. Segundo ele, seu pai tinha algumas ofertas para nos fazer. Ofertas de emprego! Nem tivemos que procurar, com certeza, sorte. No início eu confesso que apesar de errado, achei muito injusto Thalia continuar com o namoro dela. Fui muito egoísta pensando assim, queria me desculpar por isso, mas assumir um erro as vezes é tão complicado.

Assim que chegamos a agência de correios, o pai de Luke nos atendeu super bem. Luke não falou muito com ele, mas deduzi que aquilo não era da minha conta. Na verdade, o sujeito, apesar de educado, e tão sarcástico e brincalhão quanto o filho, parecia muito ocupado.

–- Ok, ok, sem mais delongas. Tenho duas vagas para atendentes em um Mc Donalds aqui perto. -- Ele disse, sem tirar os olhos dos papéis.

–- Atendentes de uma loja de comida? -- Annabeth pareceu ofendida. -- Mas, senhor, hã...

–- Hermes. -- Ele a olhou de canto.

–- Hermes... -- Annabeth repetiu. -- Senhor Hermes, não tem nenhum emprego melhor?

–- Escuta, querida... Eu estou fazendo o que posso para ajudar vocês, e a namorada exótica do meu filho. -- Apontou para Thalia.

Annabeth estava a ponto de explodir, pude ver que seus olhos cinzentos estavam mais tempestuosos que nuvens carregadas, mas a dei uma cotovelada, para que se acalmasse, e resolvi tomar as rédeas da situação.

–- O senhor está fazendo um grande favor -- Sorri. -- Tenho certeza que Annabeth vai adorar ser atendente, assim como eu. Pode nos dar o endereço?

–- Quanta educação, mocinha. Muito bom. -- Hermes pareceu satisfeito. -- O endereço está com Luke, ele pode lhes passar depois. Bem, tudo resolvido? Preciso trabalhar agora, foi ótimo conhecer... A maioria de vocês.

Tudo estava ótimo, e então, Reyna se colocou a minha frente. Seu rosto autoritário fez com que Hermes voltasse sua atenção a ela imediatamente.

–- Sem querer lhe ofender, senhor. Mas somos quatro. Todas temos que trabalhar. Se puder nos indicar algum lugar onde consigamos alguma vaga, agradeceria.

Hermes parou por alguns segundos, e logo depois um sorriso se formou em seus lábios. Acho que fiquei com um pouco de medo.

–- Acho que ainda tenho uma coisinha para você, e para a minha futura nora. -- Hermes sorriu, com sarcasmo na voz.

–- E o que meu futuro sogrinho tem para nos oferecer? -- Thalia retrucou com deboche.

–- Já que pretende ser minha nora tão amada, vou lhe dar algo para praticar. Uma criança.

–- Espera, o que?! -- O sorriso de Thalia se desfez.

–- Uma de minhas funcionárias tem alguns problemas com o sobrinho. Se puderem cuidar dele durante a tarde, tenho certeza que receberão um bom dinheiro.

–- Você só pode estar brincando, não é?! -- Thalia alterou a voz. -- Isso só pode ser uma brincadeira!

–- Aceitamos. -- Reyna ignorou o surto de Thalia e pegou tudo o que era possível para contatar a mulher.

Tivemos que sair do local, antes que Thalia explodisse e perdêssemos as poucas oportunidades que tivemos tão fácil, e seguimos até em casa. Descansamos o resto do dia, e na manhã seguinte, começaríamos o trabalho.

Thalia acordou com um péssimo humor, Reyna já havia feito o café da manhã, Annabeth parecia já estar acordada a horas, e eu, depois de me vestir, peguei o endereço em mãos, e resolvi sair de casa para procurarmos logo esse Mc Donalds. Andamos por várias e várias ruas, tentando encontrar o endereço correto, e por sorte, Annabeth parecia conhecer New York como se já estivesse passeado por lá. Assim que entramos no restaurante, fomos atendidos pelo gerente, que fez algumas perguntas, e depois nos deu nosso uniforme.

–- Espera um minuto... -- Annabeth olhou para a roupa. -- Começamos agora?!

–- Claro que não. Essa semana vocês vão apenas olhar. Semana que vem vocês começam. Mas é bom já irem se acostumando com o uniforme, e com o pessoal. Boa sorte!

Ele não esperou a próxima pergunta. Saiu pela porta de trás e nos deixou falando sozinhas. Ficamos a manhã toda olhando como seriam as coisas. Annabeth estava bem empenhada, e eu também, e então, uma fila enorme se formou na frente da loja, do nada, e ficamos um bom tempo boiando, até vermos o gerente correndo até nós.

–- Você duas! Esqueçam o que eu disse sobre começar semana que vem! Vocês começam agora!

–- Como assim?! Não aprendemos nada direito! -- Tentei argumentar.

–- Estão vendo aquela fila?! -- Ele apontou para fora. -- Essa é a tarde do Mc Lanche Feliz grátis! E não temos como distribuir tudo! Vocês tem uma missão bem fácil! Vão apenas se sentar nas mesas perto dos banheiros, e entregar um pacote para cara um!

–- Eles vão nos comer vivos! -- Gritei.

–- Quer ou não o emprego?!

–- Ok, estamos indo. -- Annabeth disse rápido.

–- Só um minuto! O tema desse mês é Bob Esponja! Hã... A loira fica com o Bob, a morena com o Plâncton!

–- Por que eu tenho que ficar com o Plâncton?! -- Indaguei, cada vez mais indignada.

–- Dois motivos: Amarelo combina com ela. -- Ele apontou para Annabeth -- E tanto Bob, quanto os outros personagens são para pessoas mais gordinhas.

–- Você disse que eu sou gorda?! -- Annabeth olhou para a própria barriga.

–- Calma, Annie. É que você anda um pouquinho cheinha e--

–- Vão logo colocar as malditas fantasias! -- Ele gritou, e decidimos não discutir.

E lá estávamos nós. Vestidas como duas imbecis, com fantasias que não cabiam direito, cheias de Mc Lanche Feliz para entregar para um bando de crianças famintas. Me sentei em uma mesa, e Annabeth se sentou na outra, bem ao lado.

As portas foram abertas. Milhões de crianças correram em nossa direção.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! Aguardando os comentários!