Olhos de Sangue, série Bombas de Sangue escrita por scpereira


Capítulo 11
Carnicería


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos os comentários, continuem comentando, espero que gostem ♡



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"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo" Raul Seixas

Barbie já estava cansada de dormir.

O sonho era tão aterrorizaste como qualquer outro, não era pior. Eu estava estava próxima de Hollywood, sabia disso porque conseguia ver as enormes letras que formavam o nome do lugar de longe. Estava tão próxima, eu iria chegar, realmente iria, foi quando aconteceu. O carro parou, não andava não importava meus esforços, então sai e comecei a andar, eu chegaria lá, eu precisava chegar lá. Eu andava, andava, andava, mas a cada passo que dava parecia que me distanciava mais da placa, então comecei a correr, corri como jamais corri, mas os esforços foram em vão, eu nem tinha saído de perto do carro. O desespero tomou conta de mim “o que eu vou fazer agora?” Eu não sabia. Foi quando a vi, Annabeth, um pouco a minha frente, corri até ela e por sorte consegui chegar, mas quando a toquei ela se tornou sangue, litros e litros de sangue. Solto um grito horrorizada e depois olho para as minhas mãos. Eu era um monstro, eu sou um monstro, não consigo nem tocar em alguém que a pessoa morre, um soluço invade minha garganta e sai mais como um grito de um animal prestes a sofrer o abate. Chorei, chorei tanto que uma hora as lágrimas se acabaram, comecei a chorar sangue e eu não conseguia parar, não dava. Jason observou tudo isso sério, sem expressão na minha frente.

– Oh, Zeus, sabia que iríamos nos reencontrar, me ajude por favor, eu não sei o que fazer. - Ele não disse uma palavra se quer, então quando o toquei ele virou sangue, mais sangue. Minhas calças jeans surradas estavam encharcadas do líquido, minha blusa estava melada, eu estava toda suja de sangue, não só dele e de Annabeth, mas meu também, eu sentia ele saindo pela minha pele, pelos meus olhos, pelo meu nariz quando eu respirava e pela minha boca quando falava.

Quíron surgiu na minha frente com o olhar desapontado “Você é uma vergonha" ele disse, mas não tive tempo de responder porque assim que o toquei ele se tornou mais sangue, mais e mais nunca acabava. Não parou por aí, depois apareceu o Sr.D, “por que você simplesmente não morre logo?”, então depois que diz isso ele vira sangue, depois vieram mais, e mais, tais como Zeus “como uma filha minha, do deus dos deuses, pode dar tanto desgosto?”, sangue. Hades “nem o inferno ficará feliz em te receber quando você morrer”, sangue. Poseidon “Você deixou que meu filho morresse, você não é digna de ser minha filha”, sangue. Nêmesis “dizem que todos tem instinto para vingança, mas nem para isso você demonstrou habilidade”, sangue. Tinker “não acredito que morri por você", sangue. Peter “tenho vergonha de ter parentesco com você, não eu nunca quis te conhecer”, sangue e por fim a pessoa que me motivou a tudo isso que eu estava tentando proteger e salvar, Percy: “Eu confiei em você, mas você não passa de uma vergonha e agora todos sabem disso” assim, ele virou sangue.

Eu desabei, cai de joelhos no chão sem me preocupar mais com nada, eu não queria voltar para casa, eu não tinha casa, nem a morte queria me acolher. Então eu senti, o sangue, tinha se tornado uma maré, estava aumentando o volume, eu ia me afogar, eu estava em um mar de sangue. Entrei em desespero, comecei a gritar, a soluçar, nada, nada dava resultado. O sangue já estava na altura dos meus joelhos, tentei voar, mas o líquido me puxava para baixo toda vez que eu tentava. Tentei invocar água, mas ela nem aparecia. O sangue já chegara nos meus ombros. Tentei nadar, mas o líquido era muito denso. Fui toda coberta. Tentei abrir o olho, me arrependi amargamente porque tudo o que eu vi foi uma vastidão vermelha que ardeu de forma torturante meus olhos. Soltei um berro involuntário enchendo minha boca com o líquido vermelho. Eu estava me sufocando, eu ia morrer, eu estava… Eles apareceram na minha frente, um por um, como fantasmas, todos que por minha causa morreram ou morreriam em alguma hora, todos os que viraram sangue, todos. E então foi como se não importasse, talvez eu devesse morrer mesmo, eu não era benefício nenhum para ninguém, eu só causava dor e sofrimento, eu ia explodir a qualquer hora mesmo, não queria que ninguém tivesse que reunir seus próprios pedaços quando isso ocorresse. Eu estava me sufocando, eu estav

Eu me sufoquei.

Dia sete.

Acordei com falta de ar dentro do trem, estava viva. Que grande merda. Annabeth estava acordada olhando para mim com ar preocupado. Assim que saímos do templo da deusa Spes rodamos um pouco, até que com um pouco de dificuldade chegamos na estação de trem onde pegamos o trem em direção a Nova Orleans, então embarcamos na hora indicada, nos acomodamos em nossa cabine e aqui estamos, já se passou quase meio dia de viagem e até agora está tudo tranquilo, mas claro que nunca poderíamos contar verdadeiramente com a sorte, então montamos guarda, primeiro Annabeth dormiu, depois eu, agora que eu acordei significa que ela poderia dormir de novo se quisesse, mas não imagino que ela queira dormir, pela sua cara quando acordou ela teve tanto pesadelos como eu.

– Muito ruim? - diz ela por fim ainda me encarando

– O pior possível, o seu?

– Pior do que o pior - diz ela antes de se virar bruscamente para longe de mim. Seus olhos estavam vermelhos, ela esteve chorando. Não sei porque o fato me surpreendeu tanto, quer dizer o namorado dela foi sequestrado, ela estava em uma missão com uma bomba relógio, tudo tinha dado errado, além de que estávamos caminhando para a morte certa nesse momento. Mas é que, bem ela era a Annabeth, a menina mais forte que eu já conheci, acho que as vezes me esqueço que por baixo de todo aquele mal humor e livros ela é uma garota sensível como qualquer outra, mas não falo nada, eu não gostaria que ela me visse chorando como um fraca, conclui que ela também não queria que eu a visse assim.

– Quantas horas? - é a única coisa que consigo pensar para dizer.

– 14 horas, ainda falta muito. - diz ela olhando pela janela.

– Estou com fome, vou comer alguma coisa, você quer? - pergunto

– Não, obrigada. - ela força um sorriso.

– Não há de que. - pego o cartão de limite infinito, minha arma e vou para a lanchonete do trem. Chegando lá pego um prato e sirvo meu almoço que por sorte ainda estava disponível.

A comida estava fria, mas mesmo assim, era comida, a quanto tempo eu não comia comida, quero dizer comida de verdade? Desde que saí do acampamento, tinha gosto de casa. Terminei de comer e voltei para a cabine levando um pouco de comida para Annabeth.

Passei o resto do dia pensando e já era noite quando finalmente consegui dormir, mas uma ideia, uma decisão, um objetivo não saiu da minha cabeça.

Eu não sou qualquer uma, eu não aceito ser tratada como qualquer uma, os monstros querem me pegar? Que venham porque eu estava doida para transformar Nova Orleans em uma carnicería.


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Notas finais do capítulo

Barbie apelou haha ♡
Espero que gostem, e não esqueçam de deixar seu comentário, seja ele positivo ou negativo, o importante é deixar sua opinião!! :D