Olhos de Sangue, série Bombas de Sangue escrita por scpereira


Capítulo 10
Grandes descobertas


Notas iniciais do capítulo

A partir desse capítulo vou postar toda segunda ás 8 horas da manhã assim qualquer horário que vocês entrarem vocês conseguirão ler o capítulo ♡



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"A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal." Machado de Assis

Barbie ainda teria uma linda vida pela frente, bem era o que ela esperava.

Dia seis.

Acordei meio grogue depois de dois dias devido ao efeito do excesso de ambrosia consumida, ao meu lado Annabeth cuidava de algum ferimento em minha perna que eu não lembrava onde ocorrera.

– O que é isso? - digo olhando uma ferida enorme na minha perna, estava dormente, pelo menos quando eu ficava parada eu não sentia dor.

– Bem, depois que você desmaiou eu tive que criar forças para arrastar nós duas para fora daquele hotel e eu meio que te deixei cair uma hora - diz ela olhando com uma cara de chateação para o ferimento. - Mas eu já estou resolvendo. - eu não duvidava que ela fosse capaz de resolver a situação, então não questionei.

– E onde estamos afinal? - digo olhando ao redor. O lugar era enorme e pequeno ao mesmo tempo, tinha um aspecto agradável, um aroma gostoso, passava uma sensação de paz. O chão era frio, de granito e as paredes eram pintadas de branco com alguns desenhos e escritas em grego antigo, não entendi direito já que minha visão estava um pouco embaralhada, mas se referia a uma festa eu acho.

– Foi muita sorte termos encontrado ela, não que eu saiba exatamente quem é - avalia Annabeth as possibilidades, devia ser extremamente incomum ela não saber de alguma coisa -, uma deusa nos acolheu. - diz ela finalmente aplicando um curativo na minha perna. Solto um urro de dor em resposta.

– Você tem certeza que não é - olho para os lados para ver se alguém estava ouvindo - um monstro ou pior um gigante de gaia? - sussurro com os olhos arregalados, não precisávamos de mais perigo.

– Sim eu tenho - diz ela revirando os olhos -, sabe não é tão difícil assim reconhecer um deus.

– Ela realmente tem certeza, e realmente é fácil reconhecer um deus quando queremos ser reconhecidos - diz a figura que surge logo atrás de mim. Ela tinha os olhos azuis como o azul de um dia levemente nublado, o cabelo era castanho escuro levemente ondulado que caia sobre sua toga grega branca resplandecente que lhe caia perfeitamente até os joelhos. A pele era clara, mas emitia uma luz dourada, como uma deusa. - Bem vindas á meu templo. - diz a deusa esboçando um sorriso. Esse sorriso, essa voz, eu sabia quem era, eu sabia quem era. Conti uma exclamação de pavor colocando a mão sobre a boca, meus olhos estavam arregalados, eu olhava a figura agora á minha frente de cima a baixo sem acreditar.

– Spes. - digo contendo um soluço, um fervor de emoções passou por mim. - Annabeth, essa é a deusa Spes, a deusa da esperança e minha, bem ela é quase minha mãe. - digo sem conseguir tirar os olhos da minha salvadora.

– O quê? - diz Annabeth sem se preocupar em esconder sua confusão. Não que eu me preocupasse, eu estava em estado de choque, porque eu conhecia tudo nesse lugar, afinal foi aqui que eu fui criada.

– É uma história um pouco grande - diz a deusa -, porque não se assenta e ouve? - Annabeth se assenta e quando a deusa começa a relatar como salvou a mim e meu irmão eu engoli a dor na perna e comecei a andar pelo lugar. As pilastras, a lareira era tudo tão familiar… Flashbacks não paravam de passar em minha cabeça. Duas crianças, ele era sempre mais rápido, ela era sempre mais esperta, eles brincavam o dia inteiro. Eu queria mesmo era subir a escadaria que se minha memória estivesse certa levaria ao meu quarto, ao meu antigo quarto pelo menos, mas assim que eu comecei a subir as escadas a dor foi insuportável e eu fui obrigada a parar e me sentar em um dos degraus.

Estava feliz, o lugar me cheirava a casa, a infância, eu gostava de lá, queria continuar ali, quieta sem problemas e monstros do exterior turbulento que tinha lá fora. Suprimi um berro mordendo minha boca com tanta força que logo o gosto de sangue encheu meu paladar. Não estou dormindo, não estou sonhando, mas era tão real como se fosse um. As duas crianças, Peter e Barbie, eu e meu irmão pequenos ainda, por volta de cinco anos de idade, estávamos prontos para ir para algum lugar, para onde era? Spes apareceu, ela estava preocupada, atordoada. "Vocês ainda vão se ver, tudo bem? O destino sempre junta duas bombas atômicas, afinal quem não gosta de uma boa briga?” diz ela irônica. Na porta ouvi um uivo, algo como lobos. “Está na hora. Dê adeus ao seu irmão, Barbie”, as crianças se abraçam chorando, chorando muito. Por que eles iriam se separar? Isso não era certo, não era justo. Quando as crianças finalmente terminaram o abraço a deusa tocou na testa de Peter e e sussurrou palavras, não ouvi direito o que era, mas parecia que ela estava mexendo com sua mente. O garoto foi embora, levado por uma loba enorme. O que era aquilo afinal? Um tempo se passou e ouvi outra batida na porta, mas dessa vez não era algo desesperado como a dos lobos, na verdade era mais hesitante. Quando a deusa abriu a porta percebi que um sátiro estava na porta, não qualquer um, era Grover. “As… Suas… Ordens… Senhora… Spes” ele falou pausadamente demais como se tivesse tentando negociar com a medusa que estava de olhos arregalados. “Entre, por favor” disse a deusa apressada, ele entrou e ela fechou a porta logo atrás dele. “Aguarde aqui” foi sua última palavra antes de se dirigir para mim novamente, ela tocou minha testa e começou a falar do mesmo jeito que falou com Peter antes de ele ir embora mas dessa vez eu entendi cada palavra.

“O seu nome é Barbie Simpson, você é uma menina órfã, sua mãe morreu durante o parto. Você não tem nenhuma família, então foi mandada para um orfanato, lá você causava acidentes as outras crianças, então você fugiu. Assim que você sair dessa porta você se lembrará apenas que estava fugindo de um monstro que você não sabia o que era. Você vai encontrar um sátiro, mas não vai ficar com medo dele, ele vai tentar te ajudar e você vai aceitar a ajuda. E quando você voltar para esse templo, somente quando você voltar, sua memória dos acontecimentos reais vai voltar.”

Ela se dirigiu a Grover e alterou a memória dele também, então sem dizer uma palavra ele saiu pela porta e minutos depois eu também.

Estava me contorcendo e gritando histérica no chão quando percebi que havia voltado para a sala e que Annabeth olhava atordoada para mim ajoelhada ao meu lado no chão enquanto Spes olhava curiosa.

– Por quê? - foi a única coisa que eu consegui dizer enquanto encarava Spes.

– Você fala como se realmente achasse que eu pudesse te explicar alguma coisa, não eu não posso e essa decisão não é só minha - diz ela dando de ombros -, basta você saber que tem que encontrar seu irmão e só quando encontrá-lo vai descobrir o porque de tudo, e sim ele se lembra de você, a pouco tempo ele também esteve nesse templo. Agora vocês tem que ir, posso lhes oferecer proteção contra os monstros até que alcancem o trem, depois disso vocês não contarão mais com minha proteção. Boa sorte.

– Obrigada - cuspo as palavras, essa realmente não era a Spes que eu esperava conhecer.

– De nada, boa sorte criança, mas essa não é última vez que nos encontraremos. - A deusa simplesmente some.

Apesar de não estar contente com as descobertas estou agradecida pela proteção, poderei pelo menos pensar em tudo até embarcamos no trem.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, e não esqueçam de deixar seu comentário, seja ele positivo ou negativo, o importante é deixar sua opinião!! :D