Olhos de Sangue, série Bombas de Sangue escrita por scpereira


Capítulo 9
O seguro perigo


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de me desculpar por ter ficado muito tempo sem postar, mas prometo tentar postar com mais frequência para compensar! Obrigada por todos os comentários, espero que gostem desse capítulo fiz com todo o carinho do mundo ♡



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"Eu aprendi que a coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele." Nelson Mandela

Demorou um pouco até Barbie perceber que teria que ir até o outro lado dos Estados Unidos.

Dia quatro.

Considerando que isso era uma missão estávamos lidando com tudo extremamente bem. Eu e Annabeth conseguimos descansar adequadamente graças ao fabuloso hotel Marriott Marquis que tinha vista para a Times Square e ainda por cima era de alto luxo. Acordamos já eram dez horas da manhã, descemos até o Starbucks do hotel e lanchamos muito, o chocolate quente estava espetacular. Depois de enrolar muito finalmente começamos a discutir sobre o que faríamos daqui em diante.

– Estamos em Nova York e temos que ir para o outro lado do país, na Califórnia, sugestões? - diz Annabeth avaliando o mapa dos Estados Unidos atentamente.

– Bem, estávamos isoladas de tudo e todos, nem sabíamos que um filho de Zeus tinha chegado ao acampamento meio-sangue, então sugiro que mandemos uma mensagem de Íris para que Quíron nos avise se tem algum problema em alguma área ou pelo menos nos atualize, é uma iniciativa. - digo, podia não ser a melhor das ideias mas era um ponto de inicio.

– Até que a ideia não é ruim… - diz Annabeth ainda concentrada no mapa - vamos para o quarto então, não é bom mandar uma mensagem de Íris em um lugar tão público.

Subimos para o quarto e mandamos a mensagem de Íris para Quíron que nos deu um sorriso caloroso e aliviado assim que nos viu.

– Está tudo certo, como vocês estão indo? - diz ele com o tom da voz urgente. - Annabeth? A Barbie te aceitou, então? - diz ele com um sorriso presunçoso nos lábios.

– Está tudo bem, com excessão de um número excessivo de monstros não tivemos muitos problemas. - digo com um sorriso nos lábios, mas o interrompo assim que ele menciona Annabeth - não eu não aceitei, ela que se intrometeu sem ser chamada.

– Cala a boca Barbie - diz Annabeth sem rodeios - estamos mandando essa mensagem porque precisamos de ajuda, encontramos Jason, Piper e Léo, mas também como a Barbie disse temos sido atacadas por muitos monstros, você sabe de alguma rota mais segura? Porque temo que se formos pelo mesmo caminho que fizemos a primeira vez que fomos para o mundo interior não chegaremos a tempo.

Quíron nos encara parecendo avaliar uma possibilidade e ficamos muito tempo assim até que ele finalmente fala:

– Já ouviram falar de Nova Orleans? A cidade é de acordo com lendas um lugar enfestado de monstros e outras criaturas, e é a mais pura verdade por isso tentamos sempre evitar o local, os monstros estão se reunindo, te procurando Barbie, eles estão rodeando toda Nova York e o ideal é que vocês saiam do Estado o mais rápido possível. Existe um trem que sai da Estação mortal e vai direto para Nova Orleans sem fazer paradas, seria arriscado, mas vocês contariam com o fato de que nenhum monstro jamais cogitaria a ideia de que vocês fossem para a cidade, então vocês poderiam estar desviando da morte certa. Chegando lá, prestem bem atenção, vocês terão de encontrar o Templo de Zeus, que atualmente é um hotel, mas no passado realmente foi um templo do deus, o que importa é que lá os monstros não conseguirão entrar e vocês ficarão seguras por um tempo. Quando chegarem lá me mandem outra mensagem que eu tentarei as ajudar da melhor forma possível, tenho que ir agora, os monstros estão cercando o acampamento, temo que se vocês não cumprirem o prazo não restará esperança para nenhum de nós.

Quíron sumiu e eu e Annabeth ficamos olhando o local onde estávamos conversando com ele a pouco incapazes de falar uma palavra.

– Isso é tudo culpa minha - é a única coisa que consigo dizer.

– Não, nada disso é culpa sua, isso é tudo culpa de Gaia - Annabeth cospe as palavras sem se preocupar em esconder seu ódio.

– É claro que é, se não fosse por mim o acampamento estaria ileso.

– Pode até ser, mas se não fosse por você Percy não teria nenhuma chance. - Não respondo porque quero acreditar que é verdade, se eu não acreditar não sei de onde encontrarei forças para continuar. Minha única alternativa é canalizar toda a minha culpa, toda a minha tristeza para o ódio, não pelos monstros em si, mas por Gaia que causou toda essa situação, tudo que eu queria e tudo que eu terei será vingança.

Passamos o resto do dia juntando nossas coisas em silêncio, ninguém precisava constatar que estávamos indo direto para a cidade dos monstros e dos semideuses mortos, precisávamos assimilar isso sozinhas. Quando finalmente terminamos uma pessoa bateu na porta, devia ser a camareira, fui pegar as mochilas enquanto Annabeth foi atender, a única coisa que eu consegui me concentrar foi no grito agoniado.

Fui correndo até Annabeth que já estava sendo erguida por um monstro, não qualquer monstro, a Quimera. Sempre ouvi lendas sobre a besta, mas nunca a imaginei como realmente era, assustadora. Era um híbrido de leão, cabra e serpente, seus olhos pareciam o próprio medo e sua boca é claro soltava rajadas de fogo tão grandes que pude sentir minha pele cozinhando mesmo estando afastada. Não conseguia raciocinar direito, Annabeth estava desmaiada apoiada no pescoço da parte cabra do monstro e eu nunca conseguiria derrotá-la sozinha, eu precisava fugir ou de um plano, eu precisava de um plano, e bem rápido porque ela estava se aproximando.

A única coisa que eu consegui pensar foi que morrer queimada eu não ia, eu era uma filha de Poseidon, então conforme o monstro jogava rajadas de fogo em minha direção eu lançava água para apagá-las. Água, água e mais água, eu estava perdendo as forças, afinal era muita energia canalizada. Tentei erguer o monstro usando os ventos, mas o quarto era fechado, então não conseguia provocar uma altura perigosa. Também tentei abrir uma cratera no chão, que era enorme por sinal ocupando quase metade do quarto, o problema foi que a baixo de nós tinha mortais indefesos e o monstro simplesmente pulou o buraco como se fosse a coisa mais fácil do mundo. No final eu estava encurralada, sem para onde ir e com muito medo. Foi quando uma ideia passou pela minha cabeça, eu jamais venceria numa luta com uma espada, principalmente porque a minha não era adequada, mas talvez eu nem precisava matar o monstro, eu podia só afastá-lo, mas eu precisava de uma distração, então me concentrei no prédio, cada cano, cada torneira, focalizei a água toda para o quarto e lancei contra o animal, enquanto isso ia abrindo uma cratera em cada quarto, empurrando pessoas com o vento para que elas não caíssem, eu ia explodir era muita energia canalizada, eu não ia aguentar. Não eu ia sim, porque eu não tinha opção.

A água foi abaixando aos poucos, pouquinho por pouquinho, quando a última gota finalmente escorreu a Quimera não apresentava ferimentos, mas abaixo dela só havia o breu, consegui abrir passagem até um pouco abaixo da terra, não muito, mas foi o suficiente, então canalizei todas as energias que estavam fazendo o monstro flutuar e concentrei-as somente em Annabeth. A besta caiu no escuro infinito e assim que colidiu com o chão um bolo de terra caiu por cima de si como se nunca tivesse sido remexida. Annabeth pousou com segurança ao meu lado. Estávamos seguras, pelo menos por enquanto. Com muita dificuldade eu abri a bolsa e peguei um pouco de ambrosia e dividi entre nós duas, assim que o alimento tocou minha língua um alívio imediato me ocorreu e consegui achar forças para cuidar de Annabeth, quando ela finalmente acordou eu desabei no chão e não vi mais nada.

Não importa, estávamos salvas, nós duas.


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Notas finais do capítulo

Sendo ricas em Nova York, obrigada Lótus haha ♡
Espero que gostem, e não esqueçam de deixar seu comentário, seja ele positivo ou negativo, o importante é deixar sua opinião!! :D