Meu Snape escrita por Hawtrey


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Fui mais rapida agora hein? Já tenho mais dois capitulos prontos =D Mas o proximo só vou postar semana que vem :*
P.S. Esse é o maior capitulo até agora :)



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Mais uma vez Snape não esperou o sol nascer por completo. Levantou e se preparou para mais um dia, mas hoje não era um dia qualquer, era 19 de setembro. Aniversário da Hermione. Seria o primeiro aniversario dela sem a presença dos pais ou dos amigos e, logo hoje, ele não queria vê-la triste ou com saudades. Queria que o dia fosse especial para ela.

Bateu na porta do quarto da mãe e esperou que ela abrisse emburrada por ter sido acordada cedo, no entanto, ela esboçava um sorriso leve.

― Preciso da sua ajuda mãe.

O sorriso dela só aumentou. Por um momento Snape achou que ela o conhecia tão bem que ele nem precisara falar nada, ela já sabia todos os seus planos só pelo olhar. Por precaução, explicou a ela o que pretendia fazer, só para não haver erros.

― Não se preocupe filho, ela ficará ocupada o dia todo. Vou mostrar a ela todas as passagens do terreno, ela é curiosa, vai fazer milhares de perguntas.

Snape confiava na mãe para isso. Eileen era quase profissional em manter os outros ocupados e distraídos.

Ele ia dar uma última olhada em Hermione quando percebeu que a mesma estava acordando, rapidamente fechou a porta do quarto e saiu pé ante pé pelo corredor, logo em seguida pulando os degraus da escada e correndo para fora da Mansão. Eileen riu da cena, tudo porque seu filho não queria dar explicações para Hermione, ele estava ficando péssimo em mentir para ela.

Como Snape imaginava o Beco Diagonal estava quase vazio, agradeceu por isso, não queria chamar a atenção justo hoje.

― Por onde começamos? ― ele perguntou para a ruiva que estava sorridente do seu lado.

Gina, imediatamente, aceitou ajudar Snape a preparar tudo, na verdade, ela jamais deixaria que ele fizesse algo desse tipo sozinho. Não o conhecia bem, mas podia apostar que ele era péssimo em comemorações.

― Vamos comprar os ingredientes do bolo, depois alguns enfeites, mais tarde veremos o vestido dela e por ultimo o presente.

Snape respirou fundo, seria um longo dia.

***

― Bom dia ― saudou Hermione.

― Bom dia querida ― respondeu Eileen, sorridente ― Sente-se, o café vai esfriar.

Hermione não admitiu que não estava com fome, pois sabia que Eileen faria ela comer da mesma forma ou até mais. Serviu-se do mínimo possível e estava em silencio até sentir falta de uma certa pessoa.

― Onde ele está?

Eileen não precisava de especificações, Hermione só se preocupava com o paradeiro de uma pessoa no momento.

― Teve que ir a Hogwarts resolver alguns problemas ― ela respondeu simplesmente ― Parece que o professor substituto não está dando conta.

― Tantos cabeças-ocas... ― Hermione brincou rindo suavemente.

Ela não podia negar, sentia falta do tempo em que era aluna, sentia falta daquele clima escolar, da biblioteca, da presença dos amigos...

― Ele não é muito paciente.

― Nunca foi ― Eileen concordou enquanto se servia de um pouco mais de suco, rindo como se uma lembrança vagasse sua mente naquele momento ― Quando era pequeno, Severo nunca foi de brincar na rua ou na casa dos amigos, não tinha muitos amigos na verdade, juntando isso ao fato de o pai dele ter sido um crápula em toda a infância dele... Severo simplesmente acha que não nasceu para ser feliz.

― Ele está errado ― Hermione retorquiu imediatamente.

― Ora, mas é claro que está.

― Como...como ele pode ser feliz? ― a castanha perguntou hesitante. Ela poderia fazê-lo feliz?

Eileen riu suavemente, lançando um olhar significativo para a garota.

― Você, não obvio?

Hermione piscou uma, duas vezes.

― Como disse?

A mulher exasperou-se.

― Ora Hermione, não seja tão ingênua. Sabe muito bem que só você, com as duas crianças, pode trazer felicidade ao meu filho.

― Acho que não Eileen.

― Claro que sim ― ela insistiu veementemente ― Eu o conheço Hermione e percebo que tudo nele está mudando, ele está se permitindo ser feliz, está tentando melhorar por você, ele tem até um brilho novo no olhar .

― Tem?

Tem.

Eileen deixou que o silencio a inebriasse um pouco, escolheria as palavras certas para dizer.

― Se ele não gostasse de você... ― começou com cuidado ― Jamais teria aceitado você nessa casa, ele a levaria a outro lugar, esperaria as crianças nascerem e dividiria com você as responsabilidades, e . Mas não, ele estava fazendo muito mais que isso. Você só precisa dar um tempo a ele minha cara, ele não tinha ninguém além de mim e Dumbledore, e agora tem uma família completa , com direito a uma esposa e dois filhos, possivelmente três se contarmos com Helena, e tudo isso dentro de meses. É muita coisa para alguém que esperava ter apenas o nada.

Hermione ponderou as palavras da sogra... ela estava absolutamente certa. Talvez, internamente, estivesse exigindo demais de Snape, logo dele, ela esperava apenas o melhor dele, mas até agora não tinha entendido que ele usara uma mascara por tantos anos que ela se tornara parte dele, uma parte que não sairia tão facilmente, mesmo se ele quisesse.

E Snape gostava dela... isso já era muito para ela, o bastante para lhe dar paciência para esperar o tempo que fosse necessário para vê-lo feliz. Ela queria isso, queria a felicidade dele e queria ser o motivo dessa felicidade, queria que fossem uma família de verdade. Sim, ela gostava dele, não poderia negar. Era um tanto irônico essa ser sua verdade mais bem guardada, um segredo precioso, todos esperavam que um dia ela casasse e vivesse feliz com Rony ou Harry, mas talvez, só talvez, ela estivesse escolhendo Snape agora, o mesmo Snape que a humilhou por tantos anos, que tirava pontos da Grifinória só por uma fala dela, que a deixava de detenção por ajudar alguém , que lhe presenteara com o apelido de Sabe-tudo, que colocava a Sonserina sempre na frente, que poderia rir e aplaudir se ela caísse a sua frente.

Mas agora...agora ele estava abandonando tudo por ela, até mesmo seu modo rude de ser, abandonara Hogwarts por ela, mudara suas atitudes por ela, casou-se quase a pedido dela quando simplesmente poderia ter feito ela retirar o bebê. Não, ele já sabia, já estava preparado para o pedido, com um anel lindo e palavras certas, não eram românticas, eram sinceras e apreciou tanto isso que não conseguira se imaginar negando tal pedido, nem nessa vida nem em outra.

― Pensamentos banais? ― Eileen questionou retirando-a da própria mente.

― Não ― Hermione respondeu rindo ― Nada banais.

Esboçou um largo sorriso e alcançou mais uma fatia de bolo, de repente estava com fome.

― Seria muito estranho... ― começou fitando o vazio ― Se eu gostasse do seu filho?

Eileen gargalhou com vontade enquanto se levantava e dizia o obvio.

― Querida, vocês já estão casados.

― Eu sei, eu sei ― concordou Hermione depois de dar uma mordida no bolo ― Nos casamos por obrigação, mas e se o casamento deixar de ser uma obrigação para mim?

― Então vai descobrir que a felicidade está a um passo de distancia ― Eileen respondeu ainda rindo ― Sabe quais são os problemas dos relacionamentos? As duvidas, vem aquela história de “será que vai dar certo?”, “ele casaria comigo?” ou “ será que ele gosta de outra?” Você já pulou todas essas etapas, já casou, já vai ter dois filhos... sua única duvida é...

― Ele sente o mesmo por mim? ― Hermione completou quase ofegante.

― E isso você só saberá quando se arriscar.

Hermione lançou a cabeça para trás, rezando a Merlin para que tudo fosse fácil.

― A propósito: Feliz aniversário querida.

***

O Beco estava começando a ficar barulhento, e com o número de pessoas aumentava o desespero de Snape. Ninguém poderia vê-lo ali com Gina Weasley, era demais.

― Qual é a dificuldade de vocês, mulheres, em encontrar um vestido? ― questionou Snape bufando.

― Qual é a dificuldade de vocês, homens, em esperar? ― Gina respondeu o fuzilando com o olhar.

Snape estava cansado. Encontrar os ingredientes foi difícil, mas encontrar um vestido está sendo pior.

― Tem certeza de vocês tem o mesmo tamanho? ― ele questionou desconfiado.

― Eu nunca disse isso ― ela se defendeu esticando um vestido branco ― E além do mais, é obvio que não temos o mesmo tamanho, ela está com uma barriga de seis meses!

Snape revirou os olhos e voltou a sentar, Gina abandonou o vestido branco e pegou um azul logo em seguida.

― Acho que ela ainda gosta de azul e ela fica linda nessa cor.

O mestre jamais concordaria em voz alta, mas podia fazer isso mentalmente.

― O que acha?

Ele não conseguiu responder, pois escutara uma voz familiar. Gina arregalou os olhos compreendendo a situação.

― Esconda-se!

Olhou em volta e encontrou uma cabine, provavelmente um provador, entrou sem hesitar. Aprumou-se perto da cortina e abriu uma parte mínima só para enxergar o necessário.

― Harry! ― a ruiva saudou sorridente para o garoto desconfiado que se aproximara ― Oi!

― O que está fazendo aqui?

― Eu que pergunto, o que está fazendo em uma loja de roupas? Eu estou escolhendo um vestido, isso é obvio ― ela mostrou o vestido azul que segurava.

― Por que está escolhendo vestidos? ― perguntou Harry ainda desconfiado.

Snape revirou os olhos, como Harry era irritantemente curioso.

― Cansei de responder suas perguntas Harry ― cortou Gina se afastando ― Vai responder a minha ou não?

― Vim apenas dar uma olhada nas roupas de natal.

Gina o olhou desconfiada.

― Não está me seguindo, né?

― Não, não ― ele apressou-se em negar, nervoso ― Juro.

― Ótimo, agora me deixe sozinha por favor ― pediu impaciente ― Não gosto de ninguém me olhando enquanto escolho minhas roupas.

Ela esperou Harry sair para se aproximar do provador e cochichar para Snape.

― Acho melhor sair pelos fundos , me encontre na Loja de Antiguidades.

Snape arqueou uma sobrancelha em questionamento, nem sabia que a loja tinha porta nos fundos. Mas Gina completou.

― Só por precaução, ele pode estar do lado de fora.

Ele concordou e saiu apressadamente.

Achar a Loja de Antiguidades não foi difícil, só não entendia porque estava ali. Sem outra escolha, entrou na loja. O local era mal iluminado, provavelmente para preservar os objetos antigos, mas para onde olhava encontrava livros, de todos os tamanhos e cores, nas prateleiras, em caixas de vidro ou mesmo no chão. E por um momento pensou: encontraria ali o presente de Hermione?

― Posso ajudá-lo?

Um senhor de idade surgiu em meio à penumbra do local e se aproximou. Os cabelos já grisalhos estavam bagunçados, mas estava bem arrumado, com um relógio de bolso preso e uma bengala polida servindo de apoio para o lado esquerdo.

Ele não deixou Snape responder.

― Veio escolher um presente para sua esposa?

Snape arqueou uma sobrancelha e recuou, desconfiado.

― Já notei sua aliança, não é necessário pensar muito para obter uma resposta lógica.

O Mestre de Poções ainda o olhava desconfiado, a cada palavra o senhor se parecia cada vez mais com Alvo Dumbledore.

― Preciso de algo especial ― respondeu simplesmente. Não precisava ser mais explicito que isso.

― Intelectual ou extrovertida? ― o senhor perguntou olhando-o de modo significativo.

― Intelectual.

De que outra forma ele resumiria a personalidade de Hermione? Ela não gostava muito de sair para festas, nunca.

― Bom, então deve explorar aquela parte da loja ― o senhor respondeu sorrindo levemente ― Vai encontrar de tudo.

Snape se direcionou para a parte que o senhor apontou. A iluminação ainda não era boa, mas podia enxergar bem. Notou que mesmo a loja aparentando ser velha e quase abandonada, não havia poeira no lugar ou mesmo nos objetos, nem teias de aranha espalhadas por ai. Tudo estava limpo.

Depois de alguns minutos de procura, pôde encontrar mais livros, objetos que desconhecia, relógios, cálices, penas e tinteiros, até mesmo uma varinha abandonada. Mas foi algo dentro de uma caixa de vidro que chamou sua atenção: mais um livro. Mas esse parecia ser diferente, parecia ser especialmente único. O livro era de capa dura preta e possuía alguns entalhes dourados na capa e nas laterais, onde deveria haver a abertura do livro estava algo parecido com uma tranca, mas sem cadeados.

― Então esse foi o escolhido? ― o senhor perguntou ainda sorrindo.

Você sorri sempre?, questionou Snape inconscientemente.

― Acho que sim, o que é exatamente?

― É um diário ― respondeu enquanto, com o floreio de varinha, fez a caixa de vidro sumir ― Um diário muito especial.

Encontrou Gina do lado de fora a sua procura.

― Por que não uma joia? ― ele tinha que perguntar, afinal, era um presente bem mais simples de escolher, pelo menos para ele.

― Hermione não é muito apegada a joias ― Gina respondeu indiferente ― Ela gosta, mas prefere algo que tenha um significado, algo especial.

De qualquer, ele achava que tinha encontrado esse algo especial.

***

Quando entrou na Mansão imediatamente notou que ela estava vazia, rapidamente chamou os elfos e pediu que preparassem tudo. Subiu para o quarto e deixou o vestido pronto sobre a cama, escondeu o presente no armário. Dirigiu-se para o escritório e escreveu uma carta a Dumbledore e outra para Minerva, avisando-os do que pretendia. Então desceu, ficando do lado de fora à espera da mãe e de Hermione, para que não entrassem e acabassem com a surpresa.

Ficou quase uma hora e meia sentado no banco, tentando ler, até que as duas chegaram quando a noite já estava no inicio.

― Que bom que decidiram voltar ― ele disse enquanto colocava o livro de lado ― Pensei que tivessem fugido de mim finalmente.

Hermione riu divertida, estava corada, Snape percebeu.

― Ora Snape, eu jamais fugiria de você ― respondeu sentando-se ao lado dele ― Sabe disso.

Ele a abraçou de lado e depositou um beijo no topo da cabeça dela, fazendo-a ficar ainda mais corada.

Eileen estava sorridente.

― Eu jamais faria uma crueldade dessa meu filho ― ela brincou ― Imagine, ficar sem a esposa...

Snape riu, imediatamente lembrando que estava ficando sem tempo.

― Por que não vai tomar banho e descansar um pouco antes do jantar Hermione ― pediu gentilmente ― Daqui a pouco estarei lá para ajudar no que precisar.

― Merlin, eu posso me cuidar sozinha ― ela resmungou enquanto se levantava com dificuldades, conseguindo apenas quando Snape a ajudou, rindo.

Hermione crispou os lábios e entrou.

***

Andou de um lado para o outro mais uma vez, com as mãos apoiadas nas costas por causa do peso da barriga. Parou e fitou o vestido que estava sobre a cama mais uma vez. Era um vestido lindo, azul e que ia até os joelhos, com singelos brilhantes em todo o comprimento da saia e era feito especialmente para uma grávida.

Sua vontade era de descer e perguntar a Snape o que exatamente devia fazer com ele, mas sabia que a resposta seria “Apenas vista”, porque estava claro que Snape deixara ali e estava claro que era para vesti-lo. Mas por que? Iriam sair para algum lugar? Ela duvidava disso, não podiam sair.

Certo, ela não podia ficar só de toalha para sempre, iria vesti-lo.

Ele entrou sem dificuldades, parecia que era feito especialmente para ela.

― Ficou lindo...

Ela virou-se abruptamente para fitar Eileen que adentrava o quarto.

― Então eu devo mesmo usar ― concluiu Hermione voltando-se para o espelho.

O vestido lhe caíra muito bem, enquanto seus cabelos estavam soltos, controlados e com alguns cachos, eles estavam em um bom dia.

― Agora... Acompanhe-me ― a mulher pediu.

Hermione ficou ainda mais confusa quando encontrou a sala vazia, esperava ver Snape ali.

― Me procurando?

Ela deu meia volta e encontrou Snape com sua tradicional veste negra.

― Você está linda.

Ela corou violentamente e tentou mudar de assunto.

― Por que tive que me vestir assim?

Em resposta Snape apenas a pegou pela mão, causando-lhe calafrios e a levou em direção ao lado de fora da casa, os jardins. Quando a porta abriu, Hermione se surpreendeu, os jardins estavam bem iluminados e coloridos, no centrou havia uma mesa lotada de comidas, bebidas e um bolo, ao redor delas cadeiras estavam espalhadas e perto delas estava um grupo de pessoas.

― Feliz aniversário Hermione ― Snape desejou gentilmente.

Ele se sentiu especialmente satisfeito e feliz quando reparou na alegria dela, naquele brilho no olhar que ele tanto amava, naquele sorriso largo e reluzente que era natural dela. Assustou-se quando ela virou e o abraçou forte, murmurando um agradecimento em meio as lágrimas. Quando ela se apressou para se aproximar do grupo, nem se importo com sua roupa manchada pelas lagrimas dela, principalmente quando o sorriso dela aumentou ao encontrar os pais que também estavam em lágrimas.

― Oh meu Deus Hermione ― exaltou-se a sra. Granger indo abraçar a filha ― Você está linda!

― Mamãe! Eu senti tanto a sua falta... Pai!

O Sr. Granger também não segurou as lágrimas. Claramente ele ia ser avô agora, sua filha parecia tão feliz.

Hermione se separou da mãe e arfou como se lembrasse de alguma coisa.

― Mãe, pai, vocês nem vão acreditar ― ela tocou na barriga com carinho e exclamou ― São gêmeos ! Um casal!

A Sra. Granger gritou em alegria enquanto o marido murmurava um “Meu Deus...”

Rapidamente Hermione lembrou que havia mais convidados, Minerva que se surpreendeu com o crescimento dos bebês, Helena que brincava com o bolo e Gina que rapidamente se colocou numa conversa animada com pais da Hermione e a própria Hermione.

― Quem organizou a festa? ― questionou a Sra. Granger.

― Ah, foi o professor Snape ― Gina apontou para Snape que estava em uma tímida conversa com a mãe.

― Ah sim, ele nos convidou pessoalmente ― concordou a Sra. Granger ― Nos trouxe até aqui e tudo o mais.

Hermione não esperou mais, deixou o copo de suco sobre a mesa e “correu” até Snape, abraçando-o de surpresa. Ele demorou a retribuir devido a surpresa, mas depois a abraçou da mesma forma. Hermione depositou um beijo na bochecha dele, e sim! Ele ficou corado!

― Obrigada.

Eileen ainda estava rindo quando os dois se separaram.

― Mãe, pai ― chamou Hermione ainda sorridente ― Esse é meu marido Severo Snape, acho que já conhecem ― ela estranhou chamá-lo de marido, ainda não tinha o apresentado assim ― E essa é a mãe dele, Eileen.

Todos se apresentaram sem delongas, eram unidos por um casal agora.

― Eu tenho que te agradecer, Snape ― disse o Sr. Granger quando apertou a mão de Snape ― Nunca vi minha filha tão feliz, você deve estar cuidando muito bem dela.

― É, continue assim e será o melhor genro do mundo ― brincou a Sra. Granger rindo.

Snape queria dizer que a felicidade dela era porque eles estavam aqui, que ela sentia saudades, apenas isso.

― Seu filho é um grande homem Sra. Eileen ― Sr. Granger disse fazendo Eileen rir orgulhosamente.

― Obrigada, ele sempre foi muito especial...

― Ah Severo, venha comigo, tenho umas fotos da Hermione criança para mostrar.

― Mãe! ― protestou Hermione corando.

Sra. Granger saiu puxando Snape para fora da vista de Hermione enquanto Eileen apenas achava graça da situação. Ela quase podia ouvir Snape dizer em triunfo “Vingança!”.

A festa transcorreu muito bem, obrigada. Depois dos parabéns e pulando o “Com quem será?”, todos só pensavam em comer e entregar os presentes. Hermione ainda teve que passar um bom tempo explicando quem era Helena e como surgira, não foi fácil, mas ela conseguira. Quando todos foram embora, depois de muita despedida por parte da própria Hermione e dos pais, e da promessa de Snape de que eles voltariam, ela juntou todos os presentes e os colocou no cantinho do quarto, bem arrumados. É claro que Snape teve que fazer a maior parte do trabalho, mas ela deu instruções.

Ela já havia tomado banho e estava deitada quando Snape apareceu com um livro envolto em pano nas mãos e entregou a ela.

― Não pense que eu esqueci do seu presente...

Hermione recebeu o livro em silencio, mas com um brilho nos lábios. Agora sim estava feliz.

― É um diário ― ele esclareceu ― Sei que nunca teve esse hábito, mas esse aqui é especial.

Ela retirou o pano, imediatamente percebeu que a capa estava se modificando, os entalhes dourados na capa negras estavam formando uma sigla.

― H.S ― leu rapidamente.

― Hermione Snape ― ele continuou ― O diário cria uma conexão mental com o primeiro que o toca, todo o poder sobre ele está na sua mente agora, se quiser que ele esteja em um lugar, é lá que ele ficará, e mais algumas surpresas também.

Hermione respirou fundo antes de sentar e o abraçar novamente.

― Obrigada ― agradeceu com a voz embargada ― Obrigada pelo presente, é magnífico. E obrigada por hoje, muito obrigada mesmo.

― Você merece tudo isso Hermione ― Snape respondeu fitando-a, mas sem se separar dela.

Hermione queria beijá-lo, mas temia pela reação dele. Então aceitou de bom grado mais um beijo na testa, aquele que diz “Eu cuido de você”.

Mas ele estava fazendo muito mais que isso.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?