Meu Snape escrita por Hawtrey


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora pessoal, mas agora vai ficar melhor porque o ano está acabando e com isso minhas férias estão chegando o/



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O sol nem havia nascido quando Hermione acordou. Pela primeira vez ela lamentava ter Snape ao seu lado na cama. Respirou fundo e levantou-se lentamente, xingando as molas do colchão.

Com cuidado foi ao banheiro e começou a se arrumar para o dia, preparando uma muda de roupa, pois sabia que não voltaria hoje para casa. Bufou ao sair e encontrar a cama vazia e arrumada, Snape acordara e em breve procuraria com ela.

Sentiu a escova em sua mão começar a tremer, o portal iria se abrir. Apressou-se em escrever um bilhete para Gina e aparatou.

Assim que sentiu os pés tocarem o chão, viu o corredor girar ao seu redor. Uma mão alcançou seu ombro e uma voz a repreendeu:

― Eu disse que poderia fazer mal.

Ela fitou Dumbledore, ainda cambaleante.

― Era o único modo de sair sem ser detectada.

― Acompanhe-me até a minha sala.

***

― Onde está essa mulher? ― Snape questionou entre dentes assim que mais uma carta de Minerva chegou, avisando que ainda não sabia o paradeiro de Hermione.

Ele arrancou mais um pedaço de pergaminho, escreveu um simples “Nada” e enviou a Gina Weasley que esperava noticias bem mais promissoras. Mas não havia jeito. Ela já tinha procurado por toda a Mansão, interrogado os Elfos e até sua mãe, visitara os jardins e até o porão onde sabia que ela não estaria.

Hermione havia simplesmente evaporado.

Lembrava-se perfeitamente dela ao seu lado de manhã, levantando discretamente da cama, tentando não fazer barulho e ir em direção ao banheiro. Ele esperou que ela voltasse, mas depois de uma demora significativa desistiu e levantou, saindo do quarto. Jamais deveria ter feito isso. Deveria ter esperado ela voltar.

Mas como ele adivinharia?

Como poderia pensar que Hermione sumiria assim?

Tudo o que tinha era o bilhete que ela havia deixado sob a cama, encontrado por Gina. Leu aquele pedaço de papel mais uma vez, tentando encontrar algo novo, algo que pudesse ajudar.

Fui me encontrar com uma pessoa, não se preocupem comigo. Estarei segura.

Amassou-o em seguida. Não havia nada ali, de novo.

Rapidamente lembrou-se da conversa que tivera com a Weasley mais cedo naquele dia.

― Eu não tenho ideia de onde ela esteja ― insistiu Gina tentando se soltar, sem sucesso ― Estamos falando da garota mais inteligente de Hogwarts, se duvidarmos ela pode ter descoberto uma forma de visitar Merlin!

Então Snape paralisou, e como se sua mente estivesse sendo iluminada, sorriu. Gina não segurou a curiosidade:

― O que foi?

Ele a soltou lentamente.

― Não temos Merlin, mas temos alguém bem parecido.

― Dumbledore, claro. Quem mais poderia ajudá-la além do maior bruxo de todos os tempos?

Claro. Como ele poderia ter esquecido?

Ele se preparou para bater a porta, quando escutou um mínimo farfalhar de asas. Arqueou a sobrancelha quando a coruja bateu o bico contra a janela. Era estranha e carregava apenas uma carta lisa em suas garras.

Não havia selo, mas havia nome.

Dr. John Stevens

Para Hermione Granger

É Snape. Hermione Snape, pensou o Mestre bufando. Ignorando os gritos da razão em sua mente, ele abriu a carta em um rasgo apenas e fitou a letra inclinada do homem. Não sabia se estava lendo corretamente ou se simplesmente não conseguia entender o significado daquelas palavras, leu algo como Fase terminal e talvez um Está se cuidando?

Sem esperar para inflamar ainda mais sua fúria, ele bateu a porta, deixando a carta para trás em chamas.

***

― Então quer minha ajuda? ― questionou Dumbledore pela segunda vez.

Hermione assentiu, ainda em silencio. Há quase meia hora estava esperando uma resposta fixa do diretor, que parecia querer pensar por toda a eternidade.

― Já procurou um médico?

― Sim, claro, ele disse que ainda está pesquisando métodos de cura.

― Qual é o nome do seu médico? Talvez eu possa ajudar ele nas pesquisas e fazer as minhas próprias, tendo as dele como base inicial ― o diretor levantou-se e entrou a ela um pergaminho e uma pena, ao mesmo tempo que a porta se abria com violência.

― O nome dele é John Stevens.

Hermione recuou assustada, deixando o pergaminho e a pena cair. Snape estava vindo em sua direção, com os olhos injetados de raiva e a boca reduzida em uma fina linha.

― Como me encontrou aqui? ― ela gaguejou.

― A pergunta certa é: o que você faz aqui? ― ele rosnou ainda avançando contra ela ― Saiu logo de manhã, passou o dia fora e nem se quer avisou! Eu sou seu marido e você está grávida de gêmeos, não pode sair assim garota! Deixe de ser cabeça oca!

― Não fale comigo assim! ― ela exclamou ficando rubra de raiva ― Não sou mais sua aluna Snape, exijo respeito.

Snape bufou.

― Você foi irresponsável, não pode exigir nada.

― Severo, por favor, acalme-se, Hermione não pode se exaltar ― pediu Dumbledore lançando um olhar preocupado para o casal.

― E quem disse que ele se importa? ― rebateu Hermione jogando as mãos para o alto ― Ele só falta me bater quando se estressa.

Snape avançou tão rápido que Hermione arfou em surpresa, ele a fitava nos olhos dizendo em um sussurro letal:

― Não ouse dizer isso. Eu jamais tocaria em você, não sou meu pai.

Hermione deixou uma lágrima escapar e gaguejou:

― Eu- eu não disse isso.

Ele apenas rosnou em resposta e lhe deu as costas, apoiando-se na vidraça da janela.

Hermione sentiu a ânsia vindo e rapidamente colocou a mão na boca para evitar qualquer desastre, não podia passar mal na frente dele. Mas o ato não passou despercebido por Dumbledore e muito menos por Snape.

― Senhorita? Tudo bem? ― o diretor questionou se aproximando.

Ela não respondeu, apenas se lançou contra a porta e saiu pelo corredor. Não conseguia correr, então apenas tentava ser o mais rápida possível enquanto se apoiava na parede.

― Hermione!

Era a voz de Snape, mas parecia tão distante.

Ela caiu, cuspindo todo o sangue que vinha. Sentiu mãos desesperadas tentando levantá-la, mas ela apenas fechou os olhos e se deixou cair, estava cansada, não queria ficar acordada com esse incomodo que sentia.

― Hermione acorda. Por favor , acorda!

Era o Snape mais uma vez, parecia desesperado, então Hermione se forçou a abrir minimamente os olhos e murmurar um “Só estou cansada”.

― Vamos para o hospital.

Sentiu que estava sendo carregada carinhosamente contra um corpo quente.

― Você está gelada ― escutou ele dizer.

Apesar de tudo Hermione não queria ir para o hospital, de fato nada disso era necessário, ela já havia ido e o médico ainda não tinha uma resposta.

― Espere...

Era apenas um sussurro, mas era o bastante para que Snape ouvisse.

― O quê?

Ela pigarreou e tentou se colocar de pé, mas Snape a segurou firme.

― Não preciso... ir para o hospital.

― Do que está falando? É claro que precisa.

― Severo... ― ela sussurrou ― Quero ir para casa. Por favor...

***

― Eu não acredito que concordei com isso ― Snape anunciou pela terceira vez.

― Acalme-se Severo, eu estou bem, já disse ― confirmou Hermione da forma mais convincente que conseguiu.

― Deveria estar no hospital Hermione, no hospital.

Hermione respirou fundo enquanto criava coregem para fazer o certo, deveria contar a ela, tinha que contar.

― Severo, precisamos conversar...

― É precisamos ― Snape concordou entre dentes ― Você me deve explicações! O que era aquele sangue? E por que passou mal daquela forma? O que está acontecendo com você?

Ela engoliu em seco e massageou as mãos com o nervosismo.

― Eu posso explicar Sr. Snape.

Snape virou abruptamente para encarar, furioso, o dono da voz.

― Quem autorizou sua entrada?

― A sua elfa, ela disse que Hermione precisava de mim ― respondeu Dr. Stevens já adentrando o quarto.

Quem ele pensa que é para entrar no meu quarto assim? E é Sra. Snape, seu idiota, gritou Snape mentalmente.

― Ela precisa ― respondeu relutante, sem esconder a rispidez.

O médico pigarreou e se aproximou da castanha.

― O mesmo de sempre?

Ela acenou levemente.

― Há cerca de um mês sua mulher apresentou novos sintomas, tonturas e desorientação, vômitos com a presença de sangue, desmaios... naturalmente eu a examinei, no entanto, eu não encontrei nada.

Snape piscou descrente.

― Não sabe o que ela tem?

― Não, senhor ― o médico admitiu enquanto colocava sua maleta na cama ― Eu fiz pesquisas, procurei outros especialistas e não encontrei nada.

O Mestre não conseguia processar corretamente o que estava ouvindo.

Hermione estava doente e não contara nada a ele, pior, nem o médico sabia exatamente o que ela tinha.

― E os bebês?

A castanha o olhou assustada, talvez pelo tom de voz usado por ele ou pela própria pergunta.

― Há o risco... de que ela não consiga tê-los ou que não consiga... sobreviver ao parto, mas eu espero conseguir a resposta antes que isso aconteça ― o médico respondeu sem deixar de fitar ela.

Snape pigarreou irritado. Não sabia bem o porquê, mas não gostava daquele médico em particular, nem do modo que ele olhava para Hermione e principalmente do modo como agia perto dela, além do mais, até agora ele não dera nenhuma resposta especialmente boa sobre qualquer coisa. Snape definitivamente não gostava dele.

― Nos dê licença, por favor.

Stevens lançou um ultimo olhar a Hermione e saiu, batendo a porta de leve. Tentando ignorar a irritação, Snape se aproximou dela e sentou na beirada da cama. Depois de um silêncio incômodo onde ele não parava de fitá-la, perguntou:

― Por que não me contou?

Ela fitou as mãos e respondeu suavemente:

― Não sei... eu fiquei com medo.

― Com medo de quê?

― Quando tudo começou eu tive tanto medo de estar perdendo eles e ainda tenho... ― ela deixou escapar uma lágrima e soluçou ― Não ter respostas...isso me assusta Severo, principalmente quando envolve a vida deles.

Snape poderia começar dizendo o quanto ela era forte e corajosa, principalmente pelo fato de não ter mencionado preocupação nenhuma com a própria vida, e sim somente com a vida dos gêmeos que esperava. Ele respirou fundo e segurou a mão dela e afagou, recebendo um olhar confuso em resposta, porém ainda banhado em lágrimas.

― Não faça mais isso Hermione... ― o tom de voz dele a surpreendeu, era gentil, porém preocupado demais ― Nós estamos casados, eu preciso que confie em mim... preciso de você viva.

As lagrimas dela aumentaram quando respondeu:

― Eu posso dar vida a eles.

Snape apenas suspirou e colou sua testa na dela, fazendo-a fechar os olhos.

― Mas de quê adianta? O que farei sem você? O que valerá ter eles e não ter você?

Hermione quase não conseguia pensar direito com ele tão perto, o perfume dele inebriando-a como um encantamento, fazendo-a suspirar sem nem perceber.

― Mais do que imagina...

― Espero que esteja errada.

― Vai ter que descobrir sozinho.

― Não quero descobrir nada sem você ― e com isso ele depositou um singelo beijo em sua testa e se afastou, deixando no lugar apenas o vazio frio que sua ausência causava.


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Notas finais do capítulo

Perdoem qualquer erro, eu revisei, mas sempre passa algumas/muitas coisas.