Curvas do destino escrita por Alguém


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, ficou um pouco extenso esse capitulo, isso porque tive que dividir em duas partes. Se der para ajudar compartilhando a história, continuo agradecendo muito, ah, e também pelos nomes, deixem nos comentários, podem encher de nomes, quanto mais melhor. Logo logo posto mais.



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-Filho, você vai ter um irmão. – Disse minha mãe sorrindo.

-Você está grávida? Não estou entendendo.

- Não Miguel, vamos adotar o Nico.

-É Miguel, agora vou morar com vocês, sua mãe pediu para as mulheres lá do prédio enorme e ela me deixaram ficar na sua casa. – diz Nico agora sorridente.

- Isso era o que não iria gostar de saber?

- Era. – os dois falam juntos e começam a rir.

-Não me conhecem mesmo, vou adorar um irmão.

Chegamos em casa e minha mãe pede ajuda para levar as compras para dentro, ela tinha feito compras com Nico porque ele precisava de roupas, não poderia ficar vestido as minhas enormes. Nico era um amor, não fazia bagunça, não gritava ou quebrava nada, era dar um livro para ele que ele sumia do mundo. Mais tarde Luiza me liga e conto a novidade para ela que fica muito contente por não ficar mais a tarde toda sozinho e disse que queria conhecer o garoto.

Nico começou a frequentar a escola na segunda-feira seguinte, ele entraria no primeiro ano, pois não podia ficar em casa sozinho e segundo ele, queria ir para a escola. Luiza e Nico se conheceram lá. Na primeira semana ele já estava cercado de amiguinhos, nem ficava mais com a gente no intervalo. Assim passou algum tempo, minha vida estava mais que perfeita, amava ajudar o Nico nos deveres dele de matemática e Luiza o ajudava em biologia. Ela sonhava em ser biomédica, queria descobrir curas, essas coisas.

Sobre o futuro? Queria ser escritor, passar para as crianças toda magia que meus escritores favoritos passaram para mim, onde mesmo não conhecendo as crianças passaria a ser amigo delas e ajudaria muitas vezes superar algum problema como eu consegui superar. Já estava bem próximo de meu aniversário, faltava uma semana, completaria 16 anos, já estava meio que na hora. Minha mãe e Luiza tinham uma relação legal, até demais para meu gosto, odiava quando Luiza ia em casa e a dona Jô ficava mostrando minhas fotos antigas para ela, não que seja bonito, mas era horrível mais novo.

Na véspera do meu aniversário achei estranho ninguém falar, “Ei amanha é seu aniversário né?”, mas tudo bem deixei para lá e continuei, Luiza estava estranha e Nico mais ainda, tentei conversar com Kaike para saber o que estava acontecendo, porém não disse coisa com coisa. Paranoias a parte o dia foi normal, a manhã passou voando e a tarde também, no outro dia acordei com minha mãe e Nico pulando em cima de mim desejando feliz aniversário, pronto agora tudo estava ao normal, pois minha mãe começava a falar de meu aniversário uma semana antes, era irritante em certos momentos.

Na escola Luiza continuava estranha, estava distante e pensativa, parecia com problemas. Perguntei várias vezes, mas sempre dizia não ser nada. Não ia insistir e tentar chateá-la, então fingi acreditar que estava tudo bem. A tarde ficamos eu e Nico em casa, eram umas 16 horas e Nico entra correndo em meu quarto, com um saquinho de bombom de amendoim falando que era alérgico e que estava ficando sem ar, mais que rapidamente já estávamos a caminho do hospital que não ficava muito distante, umas 15 quadras, ao sairmos pelo portão Nico desmaia, entro em desespero e pego ele e saio correndo para o hospital. Ainda bem que não era muito pesado e nem muito grande, todos devem ter estranhado ver um garoto correndo com outro nos braços pela rua, até hoje não sei explicar como consegui chegar tão rápido ao hospital com ele.

-Ajude, ele está tendo reação alérgica a amendoim! –chego gritando.

- Seu irmão vai ficar bem rapazinho. – diz a enfermeira. – você está bem? Está pálido.

-Eu estou bem, estou bem sim. - digo caindo no chão.

Quando acordei estava deitado em uma maca e com minha mãe do meu lado, e Nico sentado em uma cadeira balando os pés, ele chorava quietinho e minha mãe estava me olhando com aqueles olhos arregalados e assustadores.

- Oi pessoal. - digo.

-Como está se sentindo?- pergunta mãe.

- Estou bem.

-Vou chamar a enfermeira, não se mova.

Minha mãe sai e Nico começa a parar de chorar, mas ficou quietinho lá sentado, não me disse nada apenas me olhava com os olhos cheio de lagrimas.

-Você está bem Nico?

-Estou sim Miguel, tomei remédio.

- Você teve sorte mocinho, não deve mais correr meia cidade. – diz a enfermeira entrando no quarto.

- Como assim? – pergunto.

- Você se esforçou muito e o esforço gerou o desmaio, já pode ir para casa. – diz a enfermeira tirando a agulha que estava em meu braço.

Agradeço a ela que diz que minha mãe estava nos esperando lá fora, que havia ido pegar o carro e já poderíamos ir. Nico foi na minha frente, estava calado e triste, parecia se culpar pelo que aconteceu com a gente. Já dentro do carro, pela primeira vez na vida minha mãe não quis falar sobre o ‘assunto’, achei muito estranho. Chegando em casa todos desceram calados e quando já estava a meia escada minha mãe pediu para voltar ao carro e pegar as compras. Voltei ao carro e não tinha compras, ela deveria ter se enganado com toda aquela situação. Comecei a longa briga com a escada outra vez, ao abrir a porta fiquei paralisado com o susto que levei.

-SURPRESA!

Fui surpreendido por pessoas em nossa sala e por flash, Luiza veio correndo me abraçar seguida por minha mãe e augusto, Elísa e por ultimo veio o Nico, me abraçou e tentou explicar que só comeu o doce que não podia porque tinha que me tirar de casa, não queria tentar me matar, não aguentei e comecei a rir. Enquanto tinha minha crise de risos Luiza se aproxima com um cachorrinho amarelo com um laço vermelho no pescoço.

- Meu presente para você. – Me disse entregando o cachorrinho.

- Como você sabia que amo cachorros?

-Meu lindo, você chorou quando assistimos Marley e eu e sempre ao seu lado, além do mais, perguntei para sua mãe.

-Da para falar mais baixo.

-Calma Miguel, eu também chorei no do Marley. – Disse Augusto sentado no sofá rindo.

-Miguel, leve o cachorrinho para a casinha para cantamos o parabéns, esta no seu quarto. – disse minha mãe.

Levo a pequena bola de pelos amarela e Luiza vai comigo.

- Já tem algum nome em mente? – pergunta ela.

-Vou chama-lo de Jarvis.

- Jarvis?

-Sim, como o computador do Homem de ferro.

-Às vezes me esqueço de como você é nerd, tenho um presente para você.

-Mais u... – ela me interrompe com um beijo.

Ela me beija intensamente e começamos andar de costas até encostar na parede atrás da porta, ela nunca tinha me beijado assim e até hoje não sei qual presente foi o melhor presente. Ficamos lá alguns minutos e o beijo foi interrompido por um garotinho entrando pela porta.

-Eco, parem com isso. – exclama Nico – estão esperando vocês lá na sala.

-Já estamos indo. – respondo

-Vou lá falar para eles que vão se beijar mais um pouco, não se preocupe Miguel. – diz o garoto se virando para sair.

-Nico, Nico, Nico, espere, nós vamos com você, esquece sobre o beijo. - digo.

-Por quê? – pergunta ele.

-Longa historia, vamos. – respondo.

Chegamos à sala e havia um bolo com cobertura de chocolate eu creio, fui recebido com os parabéns, não me lembro de outra vez que tive uma festinha de aniversário. Não sabia bem o que fazer quando cantavam parabéns para mim, ficava sem jeito mesmo sendo poucas pessoas. No final, quando ia assoprar as velas, me pediram para fazer um pedido, mas não conseguia pensar em nada, já tinha tudo que poderia querer ali comigo. Já estava ficando tarde e tínhamos escola e eles trabalho no dia seguinte, não demorou muito para irem embora, os acompanhamos até a porta e eles foram. Enquanto subíamos as escadas minha mãe começou a ‘falar sobre’.

-Nossa, gostei tanto da ideia da Luiza de fazermos essa festinha, e você caiu feito um patinho.

-Foi ideia dela?

- Foi, menos a parte do Nico comer amendoim para te tirar de casa, isso foi criação dele.

-Valeu a pena quase morrer, gostei, nunca tivemos uma comemoração dessas.

-Você nunca teve irmãos, amigos ou namorada, como íamos ter? – disse minha mãe rindo entrando pela porta.

De certa forma ela tinha razão, nunca tive nada, amigos ou coisa parecida, sempre fomos eu e minha mãe apenas, acho que por isso ela optou por adotarmos o Nico. Por falar em Nico quando olhei para a mesa da cozinha lá estava ele, se empanturrando de docinhos, pedi para ele me jogar um e fui para o quarto ver o Jarves. O cãozinho dormia com a cabeça pendurada para fora da porta, devia ter tirado uma foto, foi uma das cenas mais fofas que já vi na vida. A noite começou a chover forte e foi ai que descobri que Jarves tinha medo de chuva, ele chorava e chorava encolhido em sua casinha, tive que o pegar e colocar dormir comigo. Lembro que ele tremia muito e a cada trovão que dava, ele se encostava mais em mim, pelo menos tinha parado de chorar, foi bom sentir que passava segurança para alguém. Passado alguns momentos um raio clareia todo o quarto e em questão de segundos Nico aparece ao lado da minha cama chorando, então aquela noite dormi com Nico de um lado e Jarves do outro.

Alguns dias se passaram e Luiza me disse que seu irmão ia passar a morar com seus avós, aproveitei a deixa para perguntar sobre os pais dela, confesso que quase não aguentei ver os olhos dela cheios de lágrimas e que me arrependi de ter perguntado. Os pais dela morreram em uma viagem que fizeram quando ela tinha sete anos, na ocasião ela e o irmão sobreviveram, pois estavam com seus avós.

Luiza ainda sentia um pouco de falta do irmão, mas com o passar do tempo ela foi se acostumando. Jarvis já estava um pouco grande, já corria por toda a casa e brincava de esconder meus sapatos, não havia nada mais engraçado do que ele e o Nico rolando no chão da sala brincando.

Era uma sexta-feira onde os tios de Luiza tiveram que viajar para passar o final de semana e resolver negócios de seus trabalhos, então Luiza dormiria em nossa casa. Minha mãe nos buscou na escola e passamos a tarde em casa, fizemos o dever e resolvemos passear com o Jarvis quando estava mais tarde um pouco. Nico ficou em casa porque estava dormindo e fiquei com pena de chama-lo, apenas deixei um bilhete dizendo que já voltávamos. Fomos andar na praça com o Jarvis, ele ficava tentando sair me puxando, tinha certeza que teria sérios problemas quando ele estivesse maior, o soltei no gramado e ele corria para lá e cá feito louco. Enquanto ele descobria o mundo, nos sentamos em um dos bancos da praça que dava para ver minha bolinha de pelos amarela.

- Obrigada. – disse Luiza.

-Pelo o quê? – respondo.

-Por você existir.

-Bom, de nada princesa, mas acho que deveria agradecer a minha mãe. – risos.

-É serio, nunca gostei de alguém como gosto de você e quanto mais te conheço mais me apaixono por quem você é.

-Bom, bem sei como responder isso.

-Não quero que esse momento acabe nunca.

- Me abrace e prometo que ele nunca vai acabar.

Ficamos abraçados por um bom tempo, sem dizer uma palavra. Passa um sorveteiro por ali e compramos dois sorvetes, ela amava morango e eu chocolate, bom, o Jarves também. Eu e Luiza tivemos que dividir o dela após o Jarvis derrubar o meu e tomar como posse dele. Enquanto nos divertíamos ali não percebemos o tempo fechando, fomos perceber quando senti os primeiros pingos caindo sobre nós.

- Acho melhor irmos embora, tipo, agora. – diz Luiza.

- Concordo.

Peguei o Jarvis no colo e começamos a ir embora, a principio caminhando e depois correndo. Parecia que estávamos presenciando o segundo dilúvio, era muita agua que caia, chegamos em casa muito molhados. Ao chegar percebi que Nico não estava lá, procurei pela casa toda enquanto a Luiza tomava um banho quente. Não achei o Nico, mas achei um bilhete da minha mãe dizendo que eles tiveram que ir a cidade vizinha, pois o padrasto do Nico estava criando caso alegando que tínhamos sequestrado o menino, e o delegado responsável pelo caso queria conversar com o Nico e viria apenas no outro dia. Acho que minha mãe tinha até se esquecido que Luiza estava em casa, ou não? Quem entende a mente dela?

Tirei a camiseta molhada e o tênis, fiquei apenas com o short molhado e fui fazer algo para comer, estava faminto. Quando Luiza saiu do banho e perguntou de minha mãe, falei sobre o padrasto do Nico e que só voltaria no outro dia, ela parece surpresa e me mandou ir tomar banho se não ficaria resfriado. A obedeci e fui para o banho, tinha o costume de sair de toalha do banho e ir para o quarto me trocar, bom, nem lembrei que não era uma circunstância normal. Ao sair do banho para ir me trocar no quarto, pego meu celular e percebo que está sem sinal, a tempestade deveria ter danificado as torres. Chegando ao quarto me deparei com Luiza mexendo em meus livros, outra vez morri de vergonha por estar outra vez de toalha na frente dela, creio que fiquei vermelho porque ela percebeu que fiquei com vergonha.

- Fica com vergonha não amor, já vou saindo para você se trocar.

-Taa.. tabom.

Ela sai e fecha a porta, me troco rapidamente e pegando a primeira camiseta que tinha na frente. Vou para a cozinha onde ela estava.

-Que linda sua camiseta. – diz ela rindo.

Quando olho para minha camiseta era a que minha mãe tinha me dado, do bob esponja, falei que ia tirar ela e já voltava ela disse que não precisava que tinha gostado e que tinha me deixado mais bonito. A chuva cada estava cada vez mais forte, então resolvemos assistir um filme, coloquei o colchão na sala e coloquei Marley para dormir dentro do quarto da minha mãe para não ver ou ouvir os barulhos da chuva. Assistíamos a um dos lançamentos da época, se beber não case, no meio do filme acabou a luz e ficamos lá no escuro. Busquei algumas velas e um baralho, acendi as velas e começamos a jogar, fomos surpreendidos por um trovão muito forte, o susto fez Luiza se jogar em cima de mim me abraçando. Ela estava tão perto de mim que não me segurei e roubei um beijo, ela retribuiu, ela começou me beijar como o dia de meu aniversário, suas mãos foram escorregando por minhas costas e ela passou a pegar nas minhas costas por dentro da camiseta, ela me apertava enquanto subia as mãos, ela tirou minha camiseta e a jogou parando em cima do sofá, fiz o mesmo com a dela, nesse ritmo foi até que aconteceu o inevitável, ela se tornava ali a primeira mulher da minha vida.

Dormimos ali juntos, abraçados, lembro que quando acordei era uma manhã fria, acordei justamente por não sentir o calor dela mais ali. Me levantei um pouco tonto e olhei para a cozinha e a vi cozinhando alguma coisa. Vesti meu short e fui até a porta da cozinha, ela estava com minha camiseta, ela ficou linda com aquela camiseta amarela com a cara do bob.

-Bom dia minha linda.

-Bom dia príncipe.

- O que temos de café?

- Ovos e Bacon, um passarinho me contou que você ama bacon.

-Só não amo mais do que amo você.

-Ai meu príncipe mais lindo. – Diz ela correndo para me abraçar. – Eu também te amo, muito, muito e muito.

-É maravilhoso saber disso.

Deixo ela terminando de fazer o café e vou fazer minha higiene matinal e também ver como o Jarvis estava. Ele estava bem, ainda dormia, mas na cama da minha mãe, teria que trocar os lençóis antes dela chegar. Volto à cozinha e ela estava colocando a comida nos pratos, comemos e fomos ver TV, tentei lugar para minha mãe e ela disse que chegaria a noite, pois tinha atrasado algumas coisas. Tínhamos o dia todo pela frente. Deitei no colchão junto com Luiza para assistir TV, ela deitou usando meu peito como travesseiro e me abraçando enquanto ficava mexendo em seu cabelo.

- Miguel?

-Oi linda.

-Como foi?

-Como foi o que?- disse meio fora do ar.

-Ontem.

-Ah sim, foi simplesmente incrível meu bem, por quê?

-Por nada amor.

Passamos o resto do dia ali, abraçados, adormecia e acordava e ela estava quietinha do mesmo jeito, com a cabeça em meu peito e me abraçando. Aquele dia estava mais que perfeito. Eram umas seis da tarde, tinha começado a chover novamente e minha mãe chega mais o nico, o garoto chegou chorando muito e foi correndo para o quarto sem falar nada, Luiza ainda dormia como um anjo. Fiquei assustado de como o Nico chegou, com medo de que ele fosse embora.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do que roulou? Porque será que o nico estava chorando ? próximo capitulo respondo tudo. u.u