Curvas do destino escrita por Alguém


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Disse que ia fazer vocês chorarem, mas não teve jeito porque o capitulo ficaria enorme. Continuo com o pedido para me ajudarem a divulgar.
Indico essa fic aqui, muito boa, "Coisas Inesperadas" da Asasuka, se puderem lar uma olhada acredito que não perderam tempo e vão passar acompanhar, muito boa. ^^



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–Bom, primeiro me perguntaram se tinha certeza, respondi que sim, depois pediram responsabilidade e disseram que por eles tudo bem, porque gostaram muito de você, mesmo você indo sujo para jantares. - diz Luiza.

Respirei aliviado, não podia acreditar que estava dando tudo certo, na minha vida nada nunca deu tudo certo. Pela primeira vez em muito, muito tempo se alguém perguntasse como estava responderia apenas, feliz.

– Fico feliz por terem gostado de mim, terem consentido, de verdade. Quando vou ver minha princesa outra vez?

– Que tal hoje à noite?

–Onde?

– Venha aqui para minha casa e a gente vê um filme, amanhã não tem aula mesmo.

–Verei com a Dona Jô.- risos.

– Tudo bem. – risos – tenho desligar, até mais tarde, beijo.

–Beijo.

Aquilo era demais, muito bom mesmo, a melhor sensação do mundo. Queria gritar, correr, pular, saltar de bang junp, surfar uma onda gigante, qualquer coisa que aliviasse todo aquele sentimento de ‘seilá’, não tenho palavras para resumir o que senti ali, só sabia que era muito bom. Voltava para casa quando vi um garotinho chorando sentado em um dos bancos da praça, acho que ele deveria ter uns seis ou sete anos, estava todo sujinho e com poucas roupas, estava um pouco frio aquele dia.

– Porque esta chorando pequeno?

–Meu irmão disse que não posso falar com estranhos.

–Meu nome é Miguel, viu? Agora não sou mais estranho, você sabe meu nome.

–Sou o Rodrigo, mas todo mundo me chama de Nico.

–Então Nico, porque esta chorando? – pergunto me sentando ao seu lado.

–Porque estou com frio.

–Onde você mora? Você sabe?

–Não posso ir agora, tenho que esperar meu irmão, ele fica jogando futebol e só posso ir embora com ele.

– Olha, vai ficar um pouco grande, mas é a única que tenho aqui no momento. – disse tirando minha blusa de frio. – Fique com ela.

–Obrigado Miguel, mais o senhor não vai sentir frio?

–Precisa se preocupar não, logo chego em casa, pelo visto você vai demorar um pouco e não pode ficar passando frio assim. – ouço sua barriga roncar. – Você esta com fome Nico?

–Um pouco.

– Que horas você comeu hoje?

–Tomei café apenas. – disse em um tom tristonho que me cortou o coração.

– Espere aqui.

Em frente a praça havia uma padaria, o dono me conhecia a algum tempo, se chamava Toni, sempre tomava café lá e conversava com ele. Expliquei a situação do pequeno garoto para ele, comprei um lanche e pedi para ele que sempre que ver o garoto ali sentado por muito tempo, dar algo para ele comer que pagaria para ele. Toni consentiu e disse que por ele tudo bem, saia com o lanche do garoto na mão e um suco na outra quando vi a prateleira de livros da padaria e não resisti e levei um para ele passar aquele tedioso tempo ali.

–Nico? Para você ó.

–Nossa como você sabia que amo x-bacon?

–Porque todos amam bacon garoto. - risos. - olha, comprei um livro para você, mas nem perguntei se já sabe ler.

–Eu sei sim, que livro é?

– Harry Potter e a Pedra Filosofal.

– Obrigado mesmo Miguel. - disse o garoto quase chorando e me abraçando.

– Agora leia tudo, alias leia o que puder Nico, um livro te leva para outra dimensão é algo mágico.

–‘Brigado’ Miguel, vou ler ele todo.

–Olha, prometo te emprestar meus livros quando terminar de ler esse, agora tenho que ir embora.

O garoto me da mais um abraço de despedida e o deixo devorando o lanche, chegando em casa disse a minha mãe que iria a casa de Luiza e ela se ofereceu para me levar, achei ótimo lógicamente. Liguei para Luiza dizendo que as sete estaria lá e fui me arrumar, saímos de casa e tivemos que passar por outro caminho pois estavam arrumando esgoto em algumas ruas, passamos pela rua da pracinha e vi Nico sentado no mesmo lugar que estava quando fui embora, e não havia nenhum menino na quadra de esportes. Estranhei um pouco, porém não disse nada para minha mãe, que por sinal estava muito animada com essa situação também, creio que teria algo a ver com eu estar animado com algo mais que um livro novo.

Chegamos cinco minutos antes do combinado, então esperei cinco minutos para tocar a campainha, ela abriu o portão me recebendo com um belo abraço e depois entramos.

–Boa noite Miguel, Vejo que tomou cuidado com os carros hoje. - diz augusto rindo.

–Boa noite Augusto, hoje dei sorte.

–Tio, a gente ia assistir a um filme hoje à noite.

–Bom Luiza, não nessa TV. Você tem TV no quarto e essa belezinha é apenas minha. – Diz augusto rindo.

–Tudo bem tio, Miguel, quer pipoca? - Luiza

–Não, não precisa não, estou bem.

–Desculpe, perguntei por educação, não é opcional. – risos

Luiza vai fazer pipoca enquanto fico na sala sentado no sofá, Augusto me fala baixinho que antes de eu chegar Luiza não parava de olhar para o relógio e perguntar se estava bem arrumada. Perguntou o que fiz para deixar ela assim, que nem reclamava mais de nada como antes, respondi que não tinha ideia, e então ela chegou à sala com a pipoca e cortamos o assunto e ficamos olhando para a TV.

– Vamos Miguel?

–Vamos.

Subimos para seu quarto e ela foi escolher o filme, me disse que sua tia e seu irmão haviam viajado para a casa de seus avós e iam ficar o final de semana por lá, não me pergunte que filme assistimos aquele dia, não posso te responder não me lembro, mas me lembro de como ela estava linda aquela noite. Em certo ponto do filme percebi que ela havia adormecido abraçada a mim, quando deram onze horas minha mãe me ligou falando que estava indo me buscar, disse para me ligar quando estivesse já na frente da casa, ela concordou e fiquei mais um pouco ali curtindo aquela cena linda dela dormindo. Não a acordei para ir embora, apenas dei um beijo em sua testa e deixei um bilhete no criado mudo:

“Princesa, tive que ir embora e não quis te acordar, estava dormindo tão gostoso que não queria atrapalhar. Beijo, Miguel”.

Desci até a sala e me deparei com Augusto dormindo no sofá, se continuasse naquela posição por muito tempo teria dores fortíssimas no pescoço. Estava em dúvida entre o acordar e não acordar, mas tive que o acordar para saber como abrir o portão. Logico que primeiro disse que se ele continuasse naquela posição teria dores de pescoço e então ele me agradeceu e disse que me levaria em casa, falei que minha mãe viria me buscar e que deveria estar me esperando em frente já, ele abriu o portão, me despedi dele e fui embora para casa.

Era uma noite fria e com pouco movimento nas ruas, tive uma surpresa ao passar pela pracinha, Nico estava deitado no banco se cobrindo com minha blusa.

–Mãe, para o carro.

–Porque, oque foi Miguel?

–Estaciona aqui um minuto.

Mesmo sem não entender nada ela estaciona, desço do carro e vou até o banco e acordo Nico que dormia abraçando o livro que tinha lhe dado.

–Nico, por que ainda esta aqui?

–Miguel?

–Sim, por que não foi para casa com seu irmão Nico?

–A verdade é que não tenho casa, bom tenho, mas não me querem lá.

–Como assim?

–Meu pai desapareceu antes de eu nascer, minha mãe se casou de novo com um homem maldoso que sempre me maltratou, e ela morreu a duas semanas, não posso voltar pra casa dele, ele vai me bater. – disse o garoto quase chorando.

Aquilo me cortou o coração, entendia a dor de ser abandonado pelo pai, mas não conseguia nem imaginar perder minha mãe.

–Espera só um pouquinho, já volto.

Vou até o carro e minha mãe pergunta o que esta acontecendo, digo a ela conto de mais cedo e o que ele havia me falado agora. Minha mãe pediu para chamar ele e levarmos para dormir em casa e amanhã decidir qualquer coisa, não poderia deixar ele nesse frio. Chamei Nico e ele veio um pouco receoso, ele se sentou no banco de trás e minha mãe se apresentou para ele. Ele contou o que havia acontecido para ela, que não conseguiu segurar as lágrimas mais uma vez.

Chegando em casa, minha mãe pede para Nico tomar banho e pegou algumas roupas velhas minha que não me serviam mais para ver se ficaria de bom tamanho para ele. Estava em meu quarto olhando algumas coisas na internet quando ele chega com minha velha camiseta do Superman e uma calça de moletom, ficaram um pouco grandes, mas era as menores que tinha. Todos fomos dormir, Nico dormiu em um colchão do lado da minha cama, no outro dia esqueci que o garoto estava ali e pisei nele quando me levantei sonolento, assustei com os gritos dele, depois do susto caímos na risada. Passamos o final de semana em casa, no domingo fui a casa de Luiza outra vez, na segunda-feira Nico foi conosco para a escola, já que minha mãe o levaria nos órgãos responsáveis para ver que medidas tomar para ele não ficar mais na rua.

Sobre a escola, agora que tinha a Luiza lá não era mais tão torturante com antes, as manhãs passavam voando e sempre ficava ansioso pelo dia seguinte. Minha mãe e Nico foram me buscar na saída e quando já estava dentro do carro com os dois muito sérios minha mãe começa.

–Tenho uma coisa muito séria para falar com você Miguel.

–Tudo bem mãe, pode falar.

–Acho que não vai gostar nada em saber.

Confesso que aquela conversa estava começando a me assustar, que será que teria acontecido de tão sério?


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Notas finais do capítulo

O que sera que aconteceu de tão sério? #medo