Curvas do destino escrita por Alguém


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, gostaria muito da ajuda de vocês para ajudar a indicar o 'Curvas do Destino'. Tenho a mais plena certeza que vão gostar muito do resultado final. Apenas queria ter a certeza que não estou 'falando' sozinho aqui.
Ah, se puderem me ajudar com nomes para os personagens que forem surgindo, sou péssimo com nomes, agradeceria muito mesmo.

Um beijo do Alguém.



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– Você por acaso andou brincando na lama? – pergunta um homem em pé na porta.

– Não tio, aconteceu um acidente, um carro o molhou um pouco- diz Luiza ainda rindo da situação- Miguel esse é meu tio Augusto.

– Muito prazer senhor.

O tio dela era alto e forte, um pouco amedrontador, mas me tratou com simpatia, aparentava que ele era muito brincalhão apesar da aparência. Simpatizei-me com ele.

– Me chame de Augusto, Luiza, mostre para ele o banheiro e leve algumas roupas minhas para ele tomar banho, não é saudável se molhar assim, mas primeiro sorriam. – Disse o tio dela apontando o celular para nós, aquela foto ficou linda, Eu todo sujo e ela linda, a legenda perfeita seria: “A dama e o imundo”.

Luiza pegou minha mão e saiu me arrastando por aquela casa enorme.

– Desculpe pelo meu tio, ele é bem brincalhão.

– Tudo bem, gostei dele, parece ser legal.

Ela me levou até o quarto de hospedes e falou que poderia usar o banheiro de lá e que iria buscar roupas limpas para mim. Entrei no banheiro tirei aquela roupa toda suja e tomei um belo banho, estava um pouco desapontado por ter gasto horas me arrumando, arrumando o cabelo para um idiota qualquer me jogar lama e me sujar todo. Sai do banho e enquanto me secava com a toalha peguei meu celular, havia um sms :

“As roupas limpas estão em cima da cama.- Luiza”

Sai um pouco distraído do banheiro, com a toalha enrolada da cintura para baixo enquanto conferia minhas unhas. Ouço uma risadinha e quando levanto a cabeça, Luiza estava sentada na cama.

– Olá porquinho.

– Desculpe, desculpe... – digo voltando para o banheiro todo sem graça.

– Miguel, se acalma leve as roupas pelo menos e se troque.

Pego as roupas em cima da cama e as levo comigo para o banheiro, nunca passei mais vergonha na vida. Me troco e percebo que as roupas ficaram um tanto quanto grandes para mim. Meu cabelo estava um desastre, todo bagunçado e com aquela camiseta azul gigante, aquela calça de moletom cinza e chinelos de dedo. Todo meu plano de causar boa impressão foi por água abaixo. Saindo do banheiro me deparei com Luiza ainda sentada na cama mexendo no celular.

– Ficou lindo com essas roupas gigantes. - risos.

– Sarcasmo?

– Não, é serio. – Disse ela levantando da cama.

– Então, obrigado, eu acho. – digo sem graça.

Ela caminha em minha direção e fica na minha frente, eu era mais alto que ela um pouco, ela arruma meu cabelo, ou pelo menos tenta arrumar ele. Olha nos meus olhos e eu fico vidrado nos olhos dela, me aproximo e roubo um beijo, o qual ela corresponde. O beijo dura alguns segundos e termina com um sorriso de ambos os lados.

– Há muito tempo queria fazer isso. - digo.

–há muito tempo queria que você fizesse isso.

– Antes você nem falava comigo.

– ficava te admirando de longe, o jeito de você passar as folhas do livro na hora do intervalo ou como ficava extremamente lindo vidrado nas explicações dos professores ou concentrado resolvendo exercícios. – diz ela colocando o cabelo atrás da orelha.

–E porque nunca falou nada comigo antes?

– Vergonha, medo, não sei bem, a mistura dos dois talvez.

– E eu sempre com vontade de falar com você, mas com todos os meninos do colégio no seu pé, que chance teria?

– Todas.

Nesse momento o tio dela abre a porta do quarto falando que o jantar já estava servido, ele olhou para nos dois, deixou escapar um sorriso de canto de boca e falou para descermos logo. Ela me olhou, sorriu e me deu um abraço bem forte, naquele momento o mundo parou, era muito boa aquela sensação. Descemos para a sala de jantar, na porta me deparo com uma mulher muito bonita, ruiva, magra e com um sorriso encantador.

–Você deve ser o Miguel. – diz ela

– Sou sim, muito prazer.

– Sou a tia da Luiza e Kaike, me chamo Elisa, o prazer é meu.

Fico um pouco sem graça com toda a educação e carinho que estava sendo tratado. Pedem para todos se sentarem e me sento ao lado do Kaike, ainda com hematomas feios no rosto, e de frente para Luiza.

– Miguel, convidamos você aqui como forma de agradecimento pelo ato que você fez, nos dias de hoje não vemos mais alguém se importar com injustiças e fazer algo para corrigi-las, gostaria de agradecer e parabenizar pela sua atitude. – Diz Augusto de pé na ponta da mesa.

– Nem foi tanto assim senhor augusto, qualquer um faria o mesmo, o herói foi o kaike que defendeu a irmã mesmo em desvantagem.

–Os dois são meninos de ouro, nisso podemos concordar, pelo que a Luiza fala de você sabemos que é um aluno excelente e uma boa pessoa também. – diz Elisa - sinto muito pelo acidente, deve ter ficado uma gracinha todo sujo.

– Querida, tenho uma foto, mais tarde te mostro. - Disse Augusto rindo.

Espera, ouvi direito mesmo? Ela falava de mim? Como assim? Ela sabia da minha existência, gostaria muito de saber o que ela comentava sobre mim, mas aquela não era a hora e depois que ela disse isso acho que aquele sorriso involuntário idiota havia tomado conta do meu rosto e a única coisa que pude fazer foi consentir com a cabeça. Admito que o jantar foi mais que agradável, me arrependeria muito se não tivesse ido e ainda sentia aquele beijo de Luiza em minha boca. A noite foi perfeita mesmo começando com o pé, ou melhor, com o pneu esquerdo. Na hora de ir embora Augusto se ofereceu para me levar em casa, recusei dizendo que minha mãe iria me buscar. Despedi-me de todos e Luiza me levou até o portão.

– Gostei muito dos seus tios.

–E eu que você tenha vindo.

– Nunca ia furar com voc..- ela me interrompe com um beijo.

Nesse momento, nesse abençoado momento um carro para e buzina para nós, era minha mãe.

–Boa noite pessoal. – Diz minha mãe.

–Boa noite senhora. - responde Luiza

– Me chame de Jô gracinha, vamos Miguel? .

–Vamos sim mãe, Te vejo amanhã na aula?

–Não, te vejo nos meus sonhos hoje à noite. – responde Luiza no meu ouvido.

Não consigo segurar o sorriso, dou um beijo em sua testa e entro no carro, fico olhando ela até sumir pelo retrovisor do carro.

–Vai querer falar sobre aquilo que eu vi ali? – pergunta minha mãe.

–Acho que não mãe, desculpa.

–Filho, não precisa ter vergonha de mim, ela é uma menina linda.

–Por isso, ainda acho que ela perdeu alguma aposta e teve que me beijar como castigo.

–Como assim Miguel?

– Mãe ela é linda e inteligent...

– E você também é isso, além de ser carinhoso, educado e muito mais. - diz ela me cortando.

–Obrigado mãe.

–Você gosta dela?

–Desde o primeiro dia que a vi na escola.

–Isso é lindo filho... – Diz ela com lagrimas escorrendo.

–É por causa do pai de novo mãe?

–Não, logico que não. - diz ela limpando as lagrimas.

Não quis mais continuar no assunto e pelo resto do caminho ficamos em silencio apenas com as musicas do Pearl Jam tocando no cd player. Quando deitei em minha cama aquela noite parecia que estava sonhando, que nada daquilo tinha acontecido e tinha apenas viajado na maionese como sempre e nesse pensamento adormeci. No outro dia acordei com o celular despertando e ao desligar vi que tinha uma mensagem:

“Sonhei com você essa noite, príncipe, acho que posso te chamar assim né? Contanto as horas para te ver. - Luiza”.

Aquele sorriso idiota outra vez dominou meu rosto, me arrumei e fui para a cozinha encontrar minha mãe, ainda com o sorriso no rosto.

– Bom dia coringa. - Diz minha mãe.

– coringa?

– Esse seu sorriso de orelha a orelha, parece muito ele. – risos.

–Não posso acordar feliz mãe?

–Posso saber o motivo de tanta felicidade?

–Achei dinheiro no bolso da minha calça. – risos.

– Esse dinheiro seria ruivo?

–Tenho o direito de permanecer em silêncio. – digo serio, mas sorrindo e abrindo a porta para sairmos.

No carro estávamos em silencio, mas dava para perceber que ela queria falar algo, só queria que chegássemos logo para ela não falar o que queria. Minhas preces foram ouvidas, chegamos à escola antes dela falar o que estava pensando, porém algo me dizia que descobriria do que se tratava no caminho de volta. Já dentro da sala eu e Luiza ficamos trocando olhares, durante a aula, não podia acreditar que estava vivendo aquilo. Na hora do intervalo ao sairmos para ir ao refeitório, enquanto caminhávamos lado a lado ela pegou na minha mão e chegamos lá de mãos dadas, todos olhando e comentando talvez, não sei, não importava, apenas vi Marcos sentado junto com alguns garotos, ele olhou para mim e fez sinal de “O.K.”. Apenas ri de volta, nos sentamos a mês, apenas nos dois, Kaike não tinha ido aquele dia.

–Luiza?

–Sim?

–Bom, queria te perguntar uma coisa, sobre ontem e talvez até hoje.

– Pergunte.

–Você meio que, gosta um pouco de mim mesmo?

– Meio que gosto sim, por quê?

–Queer, que, - respiro fundo- Quer namorar comigo?

– Logico que quero. Meus tios perguntaram quando vai à minha casa outra vez?

–Não sei, ainda não me recuperei do banho de ontem. - risos

Conversamos mais um pouco sobre a noite passada e o sinal tocou, fomos para a sala e pelo caminho recebíamos vários olhares, uns de espanto, outros de inveja e outros estilo “fofoca quente”. A aula passou voando e não aguentava mais esperar para beijar Luiza quando estivermos fora da escola, e outra vez minha mãe chegou bem na hora que a beijava, discreta como sempre.

– Oi meus amores. - diz ela.

–Oi tia Jô. – Luiza responde.

–Vamos agora Miguel? Ou você quer mais uns cinco minutinhos?

–Com você aqui? Jamais, vamos embora. – me despeço de Luiza com outro beijo na testa e entro no carro.

–Mãe, nem uma palavra sobre isso.

–Estão namorando pelo menos?

–Você esta falando sobre isso.

– Apenas me responda e deixo você em paz com seus fones.

– Sim mãe estamos.

–Ai meu Deus, que bonitinho, meu filho está apaixonado namorando a menininha fofa.

–Viu, por isso não gosto de falar esses assuntos com a senhora. – digo colocando os fones.

Chegando em casa após terminar o dever, dormi um pouco, acordei já era quase noite e resolvi passear um pouco pela pracinha perto de casa. Estava sentado em um dos bancos da praça olhando alguns cachorros brincando e uns garotos jogando futebol na quadra quando o celular tocou, era Luiza.

–Miguel?

–Sou eu princesa.

– Falei com meus tios sobre a gente.

Fiquei apavorado, será que ia permitir? Será que não? Será que falaram muita coisa para ela? Brigaram com ela?

–Que bom eu acho, e então? O que disseram?


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Notas finais do capítulo

Acho que no próximo capitulo consigo fazer alguém chorar, bom pelo menos tentarei ( kkk ).