Curvas do destino escrita por Alguém


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Vou tentar postar um capitulo por dia, na verdade poderia postar mais se não apagasse toda hora e escrevesse de novo. Só eu que tenho essa mania?



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Janela sobe:

– Oi, como você esta? - Luiza

– Estou melhor, obrigado.

– Gostaria de agradecer o que fez por mim e meu irmão.

– Não precisa, era a coisa certa a fazer.

– Mesmo assim obrigada, meus tios pediram para lhe convidar para um jantar em nossa casa amanhã a noite, querem conhecer você e o agradecer certamente.

– Olha Luiza, não precisa ter trabalho comigo, de verdade.

– Eu insisto que você venha, agora terei que sair, ainda tenho uma lição de matemática para entregar amanhã.

– A, C, E, 2.59, B.

–  O que é isso?

– O resultado da lição, estude amanha, acho que seu dia foi meio cansativo, dormir seria uma boa ideia.

– Obrigada pela preocupação, mas tenho que fazer. Até amanhã.

– Tudo bem, até amanhã.

Luiza off

Senti-me um completo idiota, alias, me senti o rei dos completos idiotas. Não podia acreditar que tentei dar resposta para ela, será que ela achou que a chamei de burra? Que duvidei de sua capacidade? Ah meu Deus, eu era um idiota com ‘I’ maiúsculo. E sobre o jantar, não estava com coragem de ir, vontade talvez, um pouco, bem pouquinho, mas coragem nenhuma. Passei a noite toda acordado com insônia já que tinha dormido a tarde toda e de todo o tempo que fiquei acordado um pensamento ecoava em minha cabeça.

“Você é um idiota Miguel, você é um idiota.”

O sol demorou surgir, fiquei na sacada esperando para vê-lo nascer, era linda aquela cena, tentei tirar uma foto com meu celular porem sem sucesso, na pratica a foto ficou horrível. Ao dar o horário normal de me levantar, fui tomar o banho matinal e me deparo com minha mãe no corredor, deveria estar experimentado algum tipo novo de tratamento para a pele, estava com o rosto coberto com um creme branco e com uma rodela tomate em um dos olhos e comendo a outra.

– Mãe?

– Bom dia filho, antes de qualquer coisa... A idade vai avançando e temos que nos cuidar da pele e saúde, por isso estou comendo o tomate.

– Não ia perguntar sobre isso.

– Miguel!?

– Tudo bem, é um pouco estranho isso, mas somos estranhos nessa casa.

Ela responde algo, mas não entendi, pois já tinha entrado em meu quarto, após 30 minutos estava pronto, sempre me deixava abismado o fato de minha mãe se arrumar mais rápido que eu, não que demorasse, o mais demorado era arrumar o cabelo para não ficar caindo no rosto, de resto apenas me vestir, mesmo assim ela era mais rápida e conseguia ficar simplesmente linda. O caminho da escola foi tranquilo, estava de fone para evitar perguntas indiscretas dela sobre as ‘menininhas’, sempre me deixava constrangido. Ela tinha o dom, acho que todas as mães tem esse dom.

O clima na escola estava estranho, todo mundo me olhava diferente e distribuíam sorrisos para mim, geralmente nem prestavam atenção na minha existência.

– Miguel, já soube? – pergunta Marcos me alcançando enquanto andava no corredor a caminho da sala.

– Soube o que marcos?

– Maik foi expulso ontem, graças a você.

– Que bom, isso é bom né?

–Isso é ótimo, vamos poder usar a quadra e não vamos mais ter nossas mochilas penduradas e amarradas e sujas..

– Marcos – interrompo – ele fazia isso apenas com a minha mochila.

– Ano passado fazia com as nossas,

– Só porque o garoto novo chegou ele deve tomar o lugar na mesa de tortura, muito bem.

– Mais ou menos, a mente dele não funciona muito bem, minha teoria é que o cérebro dele tem uma formação ruim, não evoluído para falar a verdade.

–Ou, apenas tem muitos problemas e não tem outro meio de se aliviar.

– Fico com a minha teoria. – Diz marcos entrando pela porta.

A professora já estava na sala e também me recebeu com um sorriso junto com o resto da turma, admito que estava gostando daquele tratamento. Olhei para o lugar onde Luiza se sentava e nossos olhares se encontraram, fiquei sem reação e olhei para o chão por vergonha. De cabeça baixa, caminhei ate meu lugar de costume e me sentei.

Mesmo sem querer me pegava olhando para Luiza que se sentava do outro lado da sala, era muito linda e viajava a olhando, mas minha viagem foi interrompida de repente.

– Miguel?

–Ãh, hein, sim professora?!

– Esta prestando atenção na aula?

– Sim professora.

– Então me diga o que acabei de falar.

– Se estou prestando atenção na aula ?

– Não, sobre a matéria no quadro.

Olhei para o quadro e estava cheio de formulas loucas, acredito que fiquei como aquelas pessoas ficam quando vão a museus e ficam olhando aquelas pinturas abstratas que mais parece que o pintor deixou tinta cair no chão e limpou com o quadro.

–É... ãn,... – gaguejo.

– Tudo bem, não tinha explicado nada, isso é da aula passada, apenas falava sobre o colega de vocês expulso, agora preste atenção de verdade.

Balanço a cabeça em concordância e passo a olhar fixamente para o quadro. Não era um completo idiota em física, mas não era muito fã, aquelas formulas e números minúsculos e aquelas letras gregas que não dava conta de fazer. Na saída para o intervalo estava de pé arrumando algumas coisas em minha mochila quando Luiza se aproxima.

– Oi – diz ela.

– é.. oi – respondo meio sem jeito.

– Vejo que seu rosto ainda esta um pouco inchado. – ela diz isso passando a mão em minha bochecha.

– Ele é tão forte quanto parece. – respondo sorrindo sem graça, a pele dela era tão macia.

– Ainda bem que ela não vai nos perturbar mais.

– tenho que concordar. Você vai para o refeitório?

– Meu irmão esta me esperando, não posso o deixar sozinho.

Ela vira de costas e começa a caminhar, eu pego o livro que estava em cima da minha mesa para ler durante o intervalo, quando ela vira e olha para mim.

–Acho que não precisar de livros hoje, sente-se comigo e meu irmão.

– Tudo bem. – coloco o livro dentro da mochila outra vez.

Fomos para o refeitório e todos que nos viam faziam uma cara um tanto quanto estranha, como se pensassem, ‘esta explicado porque entrou na briga.’ Ou ‘essa ai pelo jeito gosta de badboy’. Seja qual for o pensamento deles, não me importava naquele momento, ainda parecia sentir o toque dela em meu rosto, e seu perfume, ah seu perfume... Era doce e viciante, se estivéssemos em um desenho animado eu estaria flutuando seguindo o rastro de perfume no ar, porem com estava na vida real tinha que contentar em apenas viajar na maionese.

– Miguel esse é o Kaike, meu irmão.

– Oi Kaike. - O garoto tinha uns hematomas feios no rosto, nem sei como estava na escola e não em casa colocando gelo.

– Oi.

O garoto não falou mais nada durante os 20 minutos de intervalo apenas ficou de cabeça baixa mexendo a comida. Eu estava sem graça e sem assunto, não pelo fato de todo mundo estar olhando para a gente como se fossemos aberrações, mas porque não conseguia falar com ela. Ela parecia ter um campo de força, quando estava dentro dos limites dele eu perdia toda minha inteligência e ficava apenas com a habilidade de gaguejar e parecer idiota.

– você vai no jantar na minha casa hoje não vai? – pergunta Luiza, imagino que tentando quebrar o gelo.

– Tenho escolha?

– Creio que não, seus pais podem ir também se quiser.

– somos eu e minha mãe apenas.

– Ela pode ir também, se quiser é claro.

– Tenho que conversar com ela, posso dar a resposta mais tarde?

– Pode sim.

– E por falar em resposta, me desculpe por lhe passar as respostas ontem, não quis supor que era incapaz ou coisa do tipo, apenas foi reflexo, não pensei para falar.

– Não ligue com isso não, em momento algum achei que quis supor que eu era incapaz, na verdade usei as respostas que me passou, não estava conseguindo resolver e estava com muito sono, mas não conte a ninguém.

– seu segredo esta a salvo comigo.

– Além de defender donzelas e ser estranhamente inteligente, o que mais você faz?

– Acho que apenas isso.

–Defender donzelas e ser inteligente?

– Não, a parte de ser estranho, é o que eu faço, sou estranho.

– Não acho você estranho.

– Você deve ser a única deste lugar a não achar isso.

Ela sorri e coloca o cabelo atrás da orelha, quando ia perguntar mais alguma coisa o sinal toca. Tivemos que voltar para a sala, o irmão dela nem se despediu, deveria estar com vergonha de seu rosto ou coisa assim, tinha certeza que não queria ser rude. Após duas aulas tediosas de biologia chega a hora da saída, no portão, já fora da escola, Luiza me entrega um papel com seu numero e pede para avisar sobre o jantar. Ela me da um beijo no rosto e vai embora, momentos depois minha mãe chega para me buscar.

– Mãe, tenho que perguntar algo. – digo entrando no carro.

–Pergunte filho.

– Posso ir jantar na casa de um colega hoje à noite?

– Seu colega seria aquela menina que lhe deu um beijo no rosto de despedida?

– Talvez...

– Pode sim, faz bem para você ter amigos, amigas, qualquer coisa humana.

–Obrigado mãe, você é muito sútil.

Minha mãe sorri para mim e mando um sms para Luiza confirmando que iria e perguntando as horas. Ela respondeu que poderia chegar pelas sete e que seria uma coisa bem simples, então não precisava aparecer lá de terno, o senso de humor dela era incrível. Nem preciso dizer que aquela tarde foi gigantesca, estava nervoso, ansioso e com medo, como seria a família dela? Quais perguntas fariam para mim? O que responderia? Será que consigo ficar sentado lá e não sair correndo?

Seja como for, agora tinha que ir, pois já tinha prometido e não iria furar um compromisso, além do mais minha mãe ia me obrigar a ir. Como não poderia ir de terno fui me vesti com uma camiseta branca básica e uma camisa manga longa vermelha com a minha calça preta, pedi para minha mãe me levar até a casa deles que não era muito longe e me deixar na esquina da casa dela, ela não entendeu muito bem porem me deixou onde pedi.

Estava em frente a casa dela, já tinha tocado a campainha quando um carro com algum infeliz idiota dirigindo passa na rua e me presenteia com um belo banho de água suja. Passava as mãos no meu rosto para tentar enxergar algo, idiotice minha poderia muito bem não ter olhando o cara louco de carro passado, mas é muito curioso, bom para aprender. Estava todo ensopado, roupas cabelo, lembro-me de olhar minha camiseta e ver como estava suja de lama. Enquanto praguejava a situação Luiza abre o portão e se depara comigo daquele jeito.

–Meu Deus, o que aconteceu? – Pergunta Luiza rindo.

–Um carro passou e me molhou.

–Discordo, acho que ele te jogou dentro de um pântano.-risos

–Que bom que esta se divertindo. – irônico.

– Você no meu lugar também estaria.-risos

–Você tem razão, ia rir muito de você. – risos

Entramos em sua casa e ela fecha o portão.


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo promete. Espero que gostem.



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