Story Of Us escrita por Mina do Jorge


Capítulo 27
Capitulo 27


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey Cupcakes, desculpa a Demora, bem estou ate demorando um pouco, pq como são os últimos capítulos quero deixar vcs curiosos... Bem aqui vai mias um capitulo espero q goste, e desculpa no acapitulo anterior não queria fazer vcs chorarem kkkkk... Bem Boa Leitura e aproveitem o Capitulo!!!



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Leon’s POV

Voltei pra casa e caminhei até a cômoda. Empurrei-a pra um lado e levantei um dos pisos do assoalho, onde quando eu era mais novo costumava guardar dinheiro, balas e provas que tirei nota baixa e que agora guardava aquelas malditas drogas. Peguei um saquinho de lá, mas não havia quase nada. Minhas mãos tremeram mais enquanto eu revirava o local. Estressei-me e chutei a cômoda pra outro lado, estava me atrapalhando.

– Leon, o que foi isso? – ouvi minha mãe perguntar, no outro quarto, depois de ouvir o barulho da cômoda caindo. - Eu... Esbarrei em umas coisas – gritei, mas minha voz estava estranha. Tinha esquecido completamente da minha mãe no outro quarto.

Levantei e tranquei a porta, com medo de que ela pudesse vir checar o que eu estava fazendo. Quando voltei ao lugar de antes, vasculhei em todos os cantos, até achar outro saquinho onde tinha um pouco de pó. Fraco demais pra mim, mas era tudo o que eu tinha. Fiz um cigarro muito mal feito com um papel qualquer que encontrei no chão o mais rápido que pude com as minhas mãos trêmulas. Acendi o cigarro e traguei profundamente, só pra me sentir decepcionado. Não era aquilo o que eu precisava. Sentei na minha cama e olhei para o cigarro. Apaguei-o rapidamente quando percebi que papel era aquele. Desenrolei-o e sacudi o papel meio queimado, mas ainda pude reconhecer minha própria letra.

”Muito Obrig”

Era tudo o que conseguia ler. Eu havia escrito aquilo pra Vilu na primeira vez que fui à casa dela. Tinha furtado de seu armário na escola, alguns meses atrás, sem que ela visse, porque o fato de que ela o guardara me surpreendeu e eu não podia mentir, dizer que aquele papel não significava nada. Ele me fazia lembrar onde tudo havia começado.

– Não, não foi onde tudo começou – eu disse pra mim mesmo, me lembrando de onde tudo havia realmente começado e agora minhas mãos não tremiam tanto. A tremedeira não era por falta da droga, afinal. Era de nervoso, pelo o que eu tinha acabado de fazer.

– Você é um idiota, Leon Vargas – minha voz soava triste e a percepção do que eu havia feito caiu sobre mim. Funguei e fiz outro cigarro. Quando acabei, me deitei na cama e tentei segurar algumas lágrimas. Seria melhor assim. Eu sempre soube que nunca ficaria com alguém. Sempre soube que depois de tudo o que eu fazia, merecia ficar sozinho. Eu afastava as pessoas e, quando não conseguia, magoava elas. E era o que eu tinha acabado de fazer com a pessoa que menos merecia isso. Lembrei-me do dia em que ela foi me agradecer, depois do acidente. Eu tinha acabado de discutir com o Matt, um dos amigos de Mike.

A primeira de muitas vezes que ela me veria machucado... “O acidente” pensei. Foi lá que tudo começou. Naquela estrada escura. Quase pude ouvir o som das rodas do carro dela guinchando, o barulho da lataria batendo contra o chão. O mesmo desespero que eu senti aquele dia, eu sentia agora. O desespero de estar perdendo Violetta. É claro que eu sabia por que tinha a envolvido em tudo aquilo. Mesmo que eu não a merecesse, eu... A queria.

“As luzes da rua estavam acesas e eu andava lentamente com o carro. Deixaria a velocidade para o trecho de estrada que tinha à frente. A chuva caía forte contra o teto e isso, de certa forma, era reconfortante. Fazia isso sempre que discutia com minha mãe: pegava o carro e saía por aí, sentindo o vento, geralmente gelado, bater no meu rosto. Acalmava-me e me ajudava a pensar. Tinha acabado de descobrir que sair na chuva produzia o mesmo efeito, só que mais rápido. Entrei na autoestrada que ligava a minha cidade à cidade mais próxima e liguei o rádio, batucando no volante no ritmo da música. Tinha contado somente um carro passando por mim. A chuva estava diminuindo, mas não importava tanto, afinal, minha raiva também já estava menor.

Someone told me long ago There's a calm before the storm I know, it's been comin' for some time When it's over, so they say It will rain a sunny day I know, shinin' down like water I want to know, have you ever seen the rain? I want to know, have you ever seen the rain? Comin' down on a sunny day

Cantarolei baixinho, mas parei quando ouvi um barulho muito alto, como o de uma batida. Diminuí o som e me forcei a enxergar algo. Estava muito escuro e só os meus faróis não iluminavam muita coisa, mesmo que a chuva já tivesse parado e facilitasse a visibilidade. Percebi que não via nada porque estava olhando para o lado errado. O barulho estava vindo de trás de mim. Lembrei-me do carro que havia passado há dois minutos do meu lado. Devia ter batido. Agora o som era diferente. Lataria escorregando no asfalto. Será que tinha capotado? Demorei alguns segundos para me decidir e dar a volta com o carro. Quando virei uma curva, tive que pisar rapidamente no freio. Mesmo que não estivesse em alta velocidade, ainda fui impulsionado pra frente. Quando meu carro parou, levantei a cabeça e olhei pasmo para a cena à minha frente. Havia um carro virado de cabeça pra baixo. A parte de trás parecia ter se compactado e era uma visão estranha, já que a parte da frente tinha sofrido menos danos. O carro estava atravessado na pista, de modo que se outro viesse de qualquer um dos lados poderia acertá-lo. Ouvi estalos altos, vindos do motor. Desci correndo do meu carro, ainda meio pasmo, mas mantive distância. Meu celular estava sem sinal e as chances de algum carro aparecer e acertar o meu ou o outro eram muito grandes. Aproximei-me do carro quando reuni coragem e curiosidade suficientes e vi que havia somente uma pessoa. Era uma mulher, pendurada de cabeça para baixo pelo cinto e desacordada. Ou morta. Ouvi mais um estalo e então outra possibilidade me ocorreu: o carro poderia explodir. E acredite, embora eu não seja muito cuidadoso e preocupado com a minha vida, não estava interessado em morrer tentando ajudar alguém a não morrer. Tentei puxar a porta do carro, só pra testar, mas ela não abria. Passei a mão pelos cabelos e tentei pensar. Se a mulher estivesse viva, não ficaria por muito tempo. Precisava ser levada para o hospital e eu não podia ficar ali, parado sem fazer nada. Respirei fundo e puxei a porta novamente. Ela só abriu na terceira tentativa. Quando me agachei, pensando em tirar o cinto da moça, pude sentir o cheiro. Tinha óleo vazando. - Mas que merda! – resmunguei e tentei agir rápido. A moça devia ter a minha idade. Tinha um corte na cabeça e estava desacordada. Ela me pareceu familiar, mas eu não me lembrava de onde a tinha visto. Tentei segurá-la com uma das mãos, pra que ela não despencasse quando eu a soltasse do cinto, mas senti uma dor forte no braço e o puxei, dando uma olhada. Tinha um corte fundo ali. Olhei pra menina, pra procurar o que tinha causado o corte, e o que eu vi me deu náuseas. Havia um pedaço do vidro do carro preso na barriga dela. Virei para o lado, para o ar da noite, e respirei fundo. Fiz outra tentativa, tentando segurá-la sem me cortar mais e consegui soltar o cinto. O cheiro do sangue dela estava se misturando com o cheiro do óleo e aquilo estava me dando vertigens. - O que... – ouvi uma voz rouca e olhei pra menina, que parecia ainda meio morta. Não falei nada, mas ofeguei com o esforço de segurá-la somente com um braço. Finalmente a livrei do cinto, tentando a puxar para fora do carro, quando ouvi um estalo ainda mais forte e me desesperei. Eu não entendia muito de carros, mas tinha quase certeza de que aquela merda ia explodir. A garota ouviu também e isso pareceu acordá-la. Ela se virou pra todos os lados, tentando ver algo, e isso dificultou bastante meus esforços de tirá-la logo dali. Ela olhou pra algum ponto em frente a ela e quando a olhei, vi que seus olhos estavam arregalados. - Me tira daqui! – ela pediu, desesperada, e eu queria responder que era exatamente isso que eu estava tentando fazer, mas continuei calado. Ouvi mais um estalo vindo de algum lugar do carro e a puxei com força, me cortando no vidro e arranhando os braços na porta do carro. A garota gritou e tenho quase certeza que foi porque eu bati a cabeça dela em algum lugar. Quando a vi completamente fora do carro, peguei-a no colo e corri. A cena, se não fosse tão assustadora, considerando que eu podia ter morrido, seria quase fascinante. O carro queimava rapidamente e pude ouvir uma segunda explosão. Senti a garota apertar meu braço e me virei pra frente. Tinha a colocado sentada no banco de passageiros e quase esquecido que ela estava ali quando me virei pra apreciar a cena. - Acho... – ela começou a dizer, mas sua voz estava horrível. Tentou pigarrear e tudo o que conseguiu foi engolir em seco – Acho que eu vou morrer... Olhei nos olhos dela, pela primeira vez deixando de lado a preocupação com o que pensariam de mim quando soubessem que o garoto problemático da escola salvou alguém e percebendo que ela podia mesmo morrer. E meus esforços não teriam adiantado de nada. Antes que ela desmaiasse, entendi porque ela me parecia tão familiar. Enquanto eu olhava a menina desmaiada, uma parte do corpo ainda nos meus braços e a outra parte no bando traseiro do meu carro, cenas se passaram na minha cabeça. A filha do diretor estava gritando com um dos garotos do time de futebol, estressada, e parecia prestes a enfiar o copo de suco que ele havia derrubado nela na boca dele, até que ele morresse engasgado. Várias pessoas recebendo uma das calouras, mimando-a de um jeito que a fazia sorrir, desconfortável, como se odiasse a atenção que a maioria das garotas da escola adoraria ter. A última coisa de que lembrei, embora fosse a lembrança mais antiga, era também a mais nítida. Uma menininha, com uma touca enorme e toda agasalhada, sentada nos degraus da frente da sua casa, emburrada, olhando a neve cair. Sua boca se mexia, como se estivesse cantando. Deitei a garota da melhor forma que consegui e corri para o banco do motorista. - Eu não vou deixar – eu resmunguei, irritado, já nem pensando mais no que diriam de mim. Olhei pro banco de trás e a menina não se mexia. Senti um desespero tomando conta do meu peito e dei a partida logo. – Eu não vou deixar você morrer, Violetta.” Respirei fundo, me sentindo um lixo. O cigarro tinha acabado, meu pé estava doendo por conta do chute que eu havia dado na cômoda e eu tinha acabado de perder a pessoa que eu mais precisava na vida. E a culpa, claro, era toda minha. Passei a mão pelo meu braço, como se ainda pudesse sentir a dor de quando ganhei um corte do vidro do carro de Vilu. “Eu batia o pé insistentemente no chão, enquanto estava sentado em uma cadeira na sala de espera do hospital, observando o diretor da escola se descontrolar. Se não fosse aquela situação, acho que eu teria dado boas risadas. Ele gritava com um dos enfermeiros, pedindo informações, enquanto o enfermeiro, que devia ser novo, talvez até um estagiário, tentava acalmá-lo, mas parecia mais descontrolado que o outro. Em um dado momento, minha mãe entrou correndo no hospital com uma cara assustada e, quando me viu, correu até mim e pulou no meu pescoço. - Mãe, eu te disse que o acidente não foi comigo... – resmunguei, sendo esmagado por ela. - Eu sei, eu sei... – ela respondeu, rindo e chorando ao mesmo tempo, e se afastou de mim. Tentei controlar a vontade de revirar os olhos, minha mãe era tão dramática! – Mas você saiu bravo de casa – ela continuou – E depois me liga de um hospital... Eu precisava ter certeza que estava tudo bem... - E está – eu disse, quando ela se afastou, mas ela soltou um grito estrangulado e me assustou. - Isso é sangue? – ela apontou pra minha camisa. Olhei pra baixo e reparei que ela estava mesmo cheia de sangue. - Não é meu! – garanti, rapidamente, mas ela fez questão de levantar a minha blusa pra checar se não havia nenhum corte. Então ela viu uma faixa enrolada no meu braço e passou os próximos minutos me enchendo de perguntas. Quando ela finalmente se acalmou, o médico que tinha atendido Violetta apareceu. Acho que seria legal dizer que pai dela quase atacou o homem... - É realmente muita sorte que ela tenha sobrevivido – o médico disse, sério – Ela está em cirurgia agora... - Quê? – o pai dela quase gritou, mas o doutor sabia como lidar com isso. - Um pedaço do vidro entrou no abdômen dela, mas a cirurgia não é de alto risco e até agora não houve nenhuma complicação. – O pai dela ficou meio verde, mas se acalmou. Senti meu estômago revirar quando relembrei do vidro enfiado nela – Fora isso – o médico continuou – ela sofreu apenas uma concussão e cortes superficiais. Sua filha é uma garota muito sortuda. – ele acrescentou. - Quando eu... – o pai dela começou, mas parecia ter perdido a habilidade de falar. - Assim que ela sair da cirurgia e for pro quarto, uma enfermeira virá chamá-lo e você poderá vê-la, tudo bem? O homem assentiu e se sentou trêmulo em uma das cadeiras. Minha mãe se levantou e disse que ia comprar uma água ou algo que o fizesse se acalmar. Sentei novamente na cadeira em que estava. Nem tinha percebido que também havia levantado quando o médico apareceu. Quando minha mãe voltou com um copo de café e o entregou ao pai de Violetta, insistiu que fôssemos embora, mas eu não queria ir embora. Precisava ter certeza de que ela ficaria bem. Uma enfermeira apareceu, quase uma hora depois, e levou o pai de Violetta para o quarto onde ela estava. Perguntei-me se eu também poderia vê-la, quando a mulher voltou e se dirigiu a mim. - Você agiu muito bem, rapaz – ela disse, com um sorriso – embora os dois pudessem ter morrido, ela está viva agora por sua causa. Sorri, sem graça. A enfermeira se afastou, mas antes que saísse dali, avisou: - Você pode entrar também, se quiser. Entrei no quarto silenciosamente. Violetta estava pálida, não estava acordada ainda e seu pai estava sentado ao seu lado, segurando uma de suas mãos junto as dele enquanto murmurava alguma coisa. Talvez estivesse rezando. Ou xingando a menina por ter capotado daquele jeito. Olhei-a de longe e senti um aperto no peito. Refreei a vontade de tocá-la, pra ver se estava viva. Os barulhos dos aparelhos ligados a ela diziam que ela estava. - Vilu, Vilu! – um cara um pouco mais velho que eu entrou gritando no quarto, tão desesperado quanto o pai de Violetta estava – O que aconteceu com ela? – ele gritou, sacudindo o ombro do homem, parecendo o despertar. - Ela... Ela capotou com o carro quando estava voltando da casa da sua mãe... – ele resmungou, e o garoto olhou pra menina, ainda parecendo meio desnorteado. - Ela vai ficar bem, não vai? – ainda ouvi o cara perguntar, parecendo uma criança, antes que eu saísse do quarto. Encontrei minha mãe me esperando quando saí de lá. - Como ela está? - Bem – respondi, passando um braço por seus ombros e a conduzindo pra fora do hospital. – Ela vai ficar bem.”

Sorri com a ideia de ter achado, naquele dia, que Marco era o namorado de Vilu. Pra minha sorte, ele não era. E aquele acidente, além de ter colocado a pessoa maravilhosa que Violetta era na minha vida, ainda me foi útil pra me livrar de certas detenções, já que sempre que o pai de Violetta estava na escola, me livrava delas. Provavelmente era por causa daquele acidente que ele me deixava vê-la e passar tanto tempo com ela. Nunca me agradeceu formalmente, e nem precisava, mas todas as vezes que ele olhava pra mim e pra Vilu juntos, parecia ser um agradecimento. E eu preferia assim. Ouvi a buzina de uma moto interrompendo meus pensamentos e me levantei pra olhar da janela.

Quando vi quem era, desci as escadas correndo e abri a porta. Com sorte, o barulho não teria acordado a minha mãe. - E aí, cara? – Derek disse, completamente chapado. Era ele quem vinha me fornecendo drogas ultimamente. - Derek! – cumprimentei – Precisava mesmo falar com você! - Tá aqui, olha! – ele jogou um pacote pra mim e eu o peguei surpreso – Era isso o que você queria, não era? – ele riu, e eu levantei uma sobrancelha – Você pode me pagar depois! – ele acrescentou. Balancei a cabeça, incrédulo. Ele devia estar mesmo muito chapado. Só oferecia droga pra quem tinha dinheiro na mão. Derek subiu na moto de volta e eu o observei.

– Derek – chamei, pensativo – você já pensou em se internar, cara? – eu disse, em um tom que julguei ser brincalhão. Se havia alguém que precisava mesmo se internar, esse alguém era Derek. Já havia batido na própria mãe, tinha sido preso várias vezes, era um perdido na vida. - Pra quê? – ele perguntou, parecendo confuso. - Pra parar – eu disse, sacudindo o pacote que ele havia me entregado pra que ele entendesse. Ele riu e deu a partida na moto, sem se preocupar em colocar um capacete. - Eu não preciso disso não, dude – ele falou, confiante – Eu paro quando eu quiser!


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Notas finais do capítulo

Então Oq vcs acharam,?? sei que vcs estão revoltadas com o Leon, por isso fiz esse capitulo com ele *-* kkkkkkk bem Espero que tenham gostado!!! E esse Foi o meu maior Capitulo ate agora eu acho!!! Estou feliz serio mesmo, ñ só pq meu dia fi bom, como por causa de vcs!!! Acho q só tenho isso pra falar!! By amores ate mais...



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