Capitulo 11 – Tudo bem

Narrado por Isa:

Ele falou aquilo, disse que eu estava com quase 17 anos, e ainda era virgem. Nossa, como doeu ouvir aquilo, afinal qual o problema? Porque todo mundo põe tanta pressão nisso?! Eu sou de outro mundo só porque vou me formar no ensino médio e ainda sou virgem?

É, em pleno século XXI, devo parecer de outro mundo mesmo... Mas que se danem os outros, eu curto, danço, beijo, e muito, vou em boates, festas, e só porque não saio dando para o primeiro que aparece sou anormal?! Realmente não sei o que aconteceu com a cabeça das pessoas...

Depois que ele falou aquilo, eu não aguentei, minhas lagrimas começaram a escorrer e eu não conseguia contê-las, saí correndo para o meu quarto e me tranquei lá dentro. Sentei no canto da varanda de costas para a varanda do quarto dos meus pais, coloquei minha cabeça entre os joelhos e os meus fones de ouvido. Para a minha alegria tocava uma musica super deprimente.

Tudo era tão novo, eu não tinha como correr para as minhas amigas, não tinha com quem compartilhar aquela dorzinha que eu sentia. Porque ele tinha que falar aquilo? Não tem nada a ver. Ergui minha cabeça e a encostei na varanda, meus olhos estavam voltados para o céu, mas estavam fechados, vi um vulto preto pular na minha frente, abri os olhos assustada.

Era o Lukas.

Ele pulou da outra varanda para a minha e sentou no outro canto olhando para mim. Ele me olhou e viu que eu estava chorando, então olhou para o lado.

– Desculpa... eu... eu... não tinha o direito de falar aquilo... - ele disse.

– Tudo bem. - respondi e fiquei outra vez em silêncio.

– Sério, me perdoa vai? Por favor? Eu não devia... eu não tenho nada a ver com isso...

– Tudo bem, Lukas... Eu te perdoo, já estou acostumada. Mas não se preocupe isso vai mudar.

Ele me olhou nos olhos assustado.

– Co... como assim vai mudar?

– Você tem toda razão sabe, estou no ultimo ano do ensino médio, não sou mais uma criança, já está mais que na hora de...

– NÃO! – ele se levantou.

– Não o que? - perguntei confusa.

– Você não pode fazer isso só por pressão! NÃO!

– Eu posso sim, a vida é minha e eu faço o que bem entender. - respondi séria.

– Mas... mas... você nem conhece ninguém aqui ainda... - ele tentou.

– Lukas, amanha eu começo a estudar, com toda certeza vou conhecer alguém. Mas claro que não vai ser com o primeiro que me disser ''oi, tudo bem''... se eu gostar de alguém, vou escolher essa pessoa e pronto. Não tem razão para esperar mais.

– Mas... mas... não... - ele disse com dor no rosto.

– Não o quê?! - perguntei outra vez.

– Você... você pode se arrepender depois...

– Eu vou me arrepender se eu não fizer, isso sim. - respondi.

– Isa...

– Lukas, eu já decidi, ok. E não se preocupe, afinal você mesmo disse que eu era uma ''virginzinha''. Então, se não sou ''mulher'' como as que você vive pegando, eu vou ser! Está bom assim?! - respondi fuzilando ele com os olhos.

– Eu... eu... não queria que... você... - ele respirou - Pensa bem, Isa... mas se é isso que você quer... pelo menos que seja com alguém que mereça... que não vá te machucar...

– Lukas, eu sei disso. Não se preocupe, ok? Será que posso ficar sozinha agora?

Ele suspirou e saiu dali.

Eu realmente estava decidida a perder a virgindade. Estou cansada disso. Quando estou em um grupinho de meninas e elas começam a falar sobre sexo me sinto uma extraterrestre, e elas pensam o mesmo de mim quando eu digo que sou virgem... Cansei disso.