Primeiro beijo...? escrita por MariCross


Capítulo 4
Alguns dias de tentativas parte 2


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, aqui está o penúltimo capítulo! Aehoo~! Só alegria, só alegria! Espero que este pedaço do meu trabalho supere as expectativas de quem está acompanhando esta história e, mesmo que não supere, que ao menos aprecie e se divirta, assim como eu mesma fiz ao descrever cada cena. E é isso, boa leitura!



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Segurou o rosto do menor com delicadeza. Ele começou a se aproximar daqueles lábios rosados entreabertos, transbordando seus maiores desejos pelo olhar. Tetsuya estava imóvel encarando os orbes verdes encantadores, sem entender a situação, e provavelmente não entenderia até...

“O que...?” o menor pensou um pouco confuso.

Midorima fechou os olhos suavemente. Queria sentir aquele momento, a visão (apesar de ser maravilhosa) era algo podia esperar. Pressionou seus lábios contra a outra superfície, sentindo-se o homem mais feliz do mundo. Finalmente roubara o beijo do seu amado... Agora podia morrer feliz.

Morrer não! Agora ele tentaria roubar toda a figura de Kuroko Tetsuya, monopolizando sua vida (ele não gostava de admitir, mas era um tanto possessivo). Ah, sim... Faria com que ele fosse apenas seu, com certeza.

Mas algo estava o incomodando...

“É um pouco... peludo?” Midorima pensou enquanto abria vagarosamente os olhos, para ter a visão do paraíso, mas logo teve a visão do inferno.

Ele estava de cara com um coelhinho de pelúcia que sorria para ele de forma macabra, beijando seu nariz de plástico rosa escuro, enquanto os pêlos branquinhos artificiais faziam um carinho suave em sua pele.

Com raiva, agarrou o coelho e o arremessou para longe, tomando-o da mão da pessoa que enfiou ele na sua cara no momento mais importante de sua vida. E estranhamente, Midorima Shintarou não estava surpreso quando notou quem fez aquilo.

– Shin-chan! – Takao gritou em tom de desaprovação quando viu que o coelho fora arremessado para longe – Eu comprei o seu item da sorte de hoje e é assim que você me agradece?

Por um momento, ele ficou encarando Takao com uma vontade sincera de envolver seus dedos enfaixados no pescoço dele e matá-lo, mas sendo uma pessoa racional, ele apenas o socou na cara.

– Shin-chan é tão malvado comigo! – O outro fingiu estar chateado com o comportamento do amigo, soltando algumas lágrimas falsas. Midorima achou que ele estava aprendendo aquilo com Kise, então socaria o loiro idiota depois por ser uma má influência para qualquer ser vivo.

– Midorima-kun, por favor não maltrate o Takao-kun. – Kuroko, que ainda estava amarrado ao abraço de Shintarou, disse com sua usual expressão vazia.

– Isso mesmo, Shin-chan! Não me maltrate! Afinal, eu não fiz nada de errado. – Takao piscou fazendo uma cara um pouco maliciosa para o amigo.

Quando percebeu que o filho da (*Midorima, não aprenda palavrões com o Kagami, por favor*) tinha feito aquilo de propósito, ele quase chutou o “amigo” de seu amigo. Mas como é uma pessoa controlada, só ficou o encarando incrédulo.

Antes que pudesse falar qualquer, nem que xingar o outro por ter estragar seu momento, Kuroko empurrou Midorima, desfazendo o abraço.

– Agradeço sua paciência e atenção por ter me ajudado a encontrar meu caminho. – Ele fez uma pequena reverência ao menino de cabelos verdes, que corou um pouco – Agora devo ir, não posso chegar atrasado. Sugiro que vocês também sigam seu caminho para a aula.

Se despediu rapidamente, seguiu seu caminho até o metrô deixando um para trás um Midorima estático e depressivo e um Takao que acenava para ele alegremente. O maior apenas deu meia volta, seguindo rua abaixo o caminho da escola sentindo-se o homem mais infeliz do mundo.

– Ne, Shin-chan... Não precisa ficar tão triste! – Ele encorajou enquanto tentava acompanhar o outro, dando alguns tapinhas nas costas e sorrindo com um idiota. – Eu estou aqui com você!

– É exatamente por isso que estou deprimido, Takao. – O maior respondeu sem olhá-lo, segurando para que a sua raiva o deixasse fora de controle e ele realmente voasse no pescoço do amigo.

– Eeeh! Assim eu fico magoado, Shin-chan! – Novamente as lágrimas falsas encheram os olhos do moreno. Midorima faria Kise pagar caro por sua maldita influência.

Shintarou suspirou pesadamente e encarou o céu, não podendo deixar de sentir-se um pouco melancólico. Estava sempre tão seguro de que a sorte estava ao seu lado, mas na situação que mais ele precisa dela, ela simplesmente o chutou. Desde o ensino fundamental era apaixonado pelo azulado e quando a oportunidade de fazê-lo seu aparece, aquilo simplesmente não se realiza por falta de sorte. Quanta ironia.

– Por que eu não consegui beijá-lo, Kami-sama? – Midorima olhava pro céu, esperando que alguma resposta divina aparecesse.

Takao o observou sério por alguns momentos, mas logo depois abriu um sorriso suave e sussurrou baixo o suficiente para que o distraído e melancólico Midorima Shintarou não fosse capaz de ouvir.

– Porque você é meu, Shin-chan. Seus lábios sagrados só podem tocar os meus.

***

– Onde você estava?!

Kuroko agora encarava um ruivo alto furioso que suava e tinha a respiração pesada. Supôs que correu bastante para chegar a tempo na aula. Ficou com um pouco de pena que o deixou para trás, mas ele realmente preferia evitar o trio pela manhã já que faziam tanto barulho e chamavam muita atenção.

– No metrô. – Respondeu calmamente, não dando muita atenção para o outro.

– Você estava em casa! Eu te vi pela janela! – O ruivo gritou furioso, atraindo olhares curiosos na sala de aula. Ainda bem que o professor não tinha chegado ali.

– É claro que eu estava em casa. Eu moro ali, Kagami-kun. – Respondeu indiferente.

– Para de distorcer a minha fala, maldito! Como você saiu dali sem que ninguém te visse?!

– Kagami-kun, eu sou invisível. – Kuroko manteve sua expressão vazia no rosto, mas estava se divertindo muito com a situação. Estava com vontade de rir, mas o ruivo provavelmente ficaria mais irritado se o fizesse.

– Sua mãe teve que nos avisar que você já tinha ido embora! Eu quase me atrasei por sua causa!

– Se quisesse me acompanhar, não precisava chamar o Kise-kun e o Aomine-kun para ir também. Eu não gosto de barulho pela manhã, então preferi desviar a rota.

– Eu não chamei os dois! Foi uma coincidência! – Kagami parou um pouco e pensou... “desviar a rota?” – Kuroko! Você saiu de fininho e de propósito, seu bastardo!

Em resposta, o menor desviou o olhar e ficou calado por um longo período de tempo, soltando um suspiro pesado logo depois. Aquilo só fez com que o tigre ficasse ainda mais irritado, já que isso era praticamente uma confissão de que ele fora evitado naquela manhã.

– Seu bastardo! Você só está se incriminando! – Gritou furioso com seu orgulho ferido enquanto pegava o menor em uma chave de braço fechando seu pescoço e bagunçava todo o cabelo azul claro.

– Kagami-kun... Dá trabalho para arrumar... – Kuroko falou um pouco sufocado tentando se livrar do braço forte do ruivo. Só Kami-sama sabia como demorava para Tetsuya se livrar dos terríveis “penteados” que surgiam depois de dormir um pouco.

– Isso é a minha vingança, maldito! – Kagami gritou em plena fúria – Eu estou tentando te proteger e você foge de mim?

– Me... Proteger...? – Kuroko, ainda preso nos braços do tigre, não entendia mais nada. “Proteger do que?”, pensou sem entender.

Mas antes que o mais alto pudesse falar qualquer coisa, alguém por trás bateu com um livro pesado em sua cabeça com bastante força. Taiga não só se assustou com gemeu de dor.

– Kagami Taiga! Se você não parar com esse ato de estrangulamento neste instante serei obrigado a delatá-lo a diretoria por práticas de bullying! – Ajeitando os óculos lentametamente e mostrando ao ruivo uma expressão diabólica, o professor da primeira aula, provavelmente de matemática, estava parado atrás daqueles dois que faziam “baderna”.

Imediatamente o ruivo largou o azulado, temendo por sua própria vida. Kuroko agradeceu o professor (que levou um susto com ele) e sentou-se em seu lugar enquanto observava seu amigo ouvindo um sermão do senhor de óculos, que dizia o quanto bullying era errado e como poderia prejudicar tanto a vítima quanto o praticante.

A sombra sinceramente se segurou para não rir da situação que a sua luz se encontrava: o tigre agora parecia ter as orelhas abaixadas e o rabo entre as pernas. Todos da turma concordaram depois que aquilo era algo realmente hilário de se assistir.

Enquanto o sermão ainda corria, algo chamou a atenção do fantasma: em seu bolso, seu celular vibrou anunciando que alguém mandara um mensagem. Estava torcendo para que não fosse Kise, já que na manhã anterior o loiro simplesmente mandou milhares de mensagens para ele, tirando-lhe completamente a concentração necessária para as aulas. Aomine também mandou algumas. Acho que Kuroko nunca ficou tão irritado de ter dado seu celular para eles dois.

Mas para a sua felicidade, ou não, a mensagem não era do loiro ou do moreno. O nome que apareceu na tela o surpreendeu um pouco, mas ficou feliz em receber uma mensagem daquela pessoa.

“Gostaria de vê-lo hoje, Tetsuya. Depois do seu treino estarei esperando no portão da sua escola. Por favor, seja rápido e venha sozinho”

O azulado ficou pensando que deveria ser algo muito importante para que aquela pessoa o mandasse uma mensagem daquele jeito. Primeiramente pensou que sua família deveria estar passando por problemas, mas logo rejeitou a ideia. Independentemente do que fosse é claro que não ia se recusar a encontrá-lo.

Digitou rapidamente um “sim senhor” e voltou a prestar atenção à sua volta, já que o discurso do professor tinha acabado, Kagami caminhava até o seu lugar resmungando algo e agora a aula definitivamente iria começar.

Mas não podia mentir que se sentia um pouco nervoso depois de ler a mensagem.

***

Algo estava errado e Kagami tinha certeza disso. Durante o treino daquela tarde seu parceiro estava completamente distraído, seus passes mais básicos eram inefectivos e ele quase matou alguns dos novatos com o Ignite pass (em sua defesa, ele disse que achou ter visto o ruivo naquela área). Ele parecia estar passando mal ou algo assim. Todos estavam surpresos com o modo tão não usual que o azulado estava agindo.

– Ele parece preocupado com algo, não é Mitobe? – Koganei cutucou seu amigo mais alto sempre muito silencioso que encarou o azulado com um olhar de mãe atormentada com os sentimentos do filho e balançou positivamente concordando com o homem-faz-tudo do time.

– Será que ele está com alguma nota baixa...? – Hyuuga agora também participava da conversa (mais um monólogo) entre Koganei e Mitobe.

– Ele não pode estar com nota baixa! – Vinda de deus sabe onde, Riko apareceu atrás do capitão um pouco brava. – Se for assim nós temos que fazê-lo enfiar a cara nos livros até as notas dele subirem. – Ela completou dando um olhar maligno na direção do azulado (que não estava prestando atenção).

– Ele não está com notas baixas, treinadora. – Um dos calouros se pronunciou tentando defender o companheiro de turma. Os outros calouros apenas concordaram com a afirmação, sentindo empatia pelo azulado caso ele tivesse que enfiar a cara nos livros sob supervisão de Aida Riko, a treinadora demônio.

– Então talvez ele esteja com dor de barriga. – Izuki apareceu do nada juntando-se ao grupo e formulando um teoria. Todos ficaram sem palavras para aquilo, mas já esperavam algo parecido quando Shun falava alguma coisa.

– Oh, talvez ele pode estar certo. – Kiyoshi juntou-se ao grupo (ele achou que a conversa parecia divertida). – Acho que ele está se contorcendo em dor. – Falou dando um sorriso estranhamente cúmplice para Izuki, que fez o mesmo. Hyuuga não pode deixar de pensar que quando Izuki e Kiyoshi se juntavam de alguma forma, nada de bom saía daquela dupla.

– Será que ele perdeu o Nigou? Isso poderia ser algo que o deixaria preocupado! – Riko ignorou totalmente os dois idiotas que soltavam risadinhas estranhas.

– Do que vocês estão falando?

Todos encararam o ruivo que acabava de chegar na roda sem entender nada. Talvez aquele idiota tivesse alguma informação sobre a sua sombra, o time concordou de forma silenciosa.

– Kagami-kun, o que está deixando o Kuroko-kun tão preocupado? Você tem alguma ideia? – Riko falou por todos ali que encaravam o às da Seirin com curiosidade.

– Ele está preocupado? Eu nem notei. – Kagami respondeu com sinceridade.

“É um idiota!” todos do time concordaram em pensamento.

– Olhe para o seu parceiro com um pouco mais de atenção, Bakagami! – O capitão o socou “de leve” na barriga – Não me diga que você não percebeu que ele está estranho hoje. – Alguém na roda comentou baixinho “ele é estranho sempre”. Todos concordaram mentalmente.

– Achei que ele estivesse com dor e não preocupado. – O ruivo completou com uma expressão confusa enquanto Kiyoshi e Izuki comemoravam que mais alguém concordava com a sua teoria.

– Quem está preocupado? – Kuroko apareceu no meio da roda com uma expressão um pouco vazia, um pouco distraída.

Depois de alguns gritinhos, paradas cardíacas e xingamentos direcionados ao homem fantasma, Hyuuga se pronunciou.

– Você ainda vai nos matar de susto algum dia, Kuroko!

– Não é intencional. – Ele disse simplesmente, o que deixou todos do time com uma certa raiva. Ignorando o olhar fuzilante dos jogadores para si, o menor jogador da Seirin voltou-se para sua treinadora com uma expressão um tanto... Não usual. Ninguém soube decifrar o que ela significava. – Treinadora, posso sair mais cedo hoje?

Todos os jogadores encararam o azulado. Aquilo era raro, com certeza: mesmo quase a beira da morte, devido aos treinos de Riko, ele ficava às vezes até mais tarde para treinar, sempre se dedicando um pouco mais porque suas habilidades eram muito diferentes das de seus companheiros. Então sim, era estranho Kuroko querer sair mais cedo.

– Tem algo errado? Você está se sentindo mal? – Riko começou a achar que a teoria de Teppei e Shun poderia estar certa, afinal a expressão que Kuroko usava era como se de alguma forma ele estivesse desconfortável e nervoso. Não pode deixar de pensar o quanto aqueles dois idiotas tinham influência.

– Eu estou bem. – Respondeu calmamente – Mas preciso me encontrar com alguém que parece estar com problemas.

– É realmente tão importante para que você deixe o treino mais cedo? – Riko o encarou com seriedade e devolvendo um olhar igualmente sério, o azulado balançou a cabeça positivamente. A menina apenas suspirou pesadamente e concordou em deixá-lo ir com a condição que ele amanhã treinasse dobrado. Apesar de detestar treinar dobrado (e quem não detesta?), Kuroko fez uma pequena reverência a treinadora agradecendo e foi pegar suas coisas no vestiário.

O ruivo não podia deixar de sentir-se preocupado com aquilo. Mesmo que Kuroko fosse ajudar alguém com problemas, nada impedia que algum membro da Kiseki no Sedai o atacasse enquanto Kagami não estivesse por perto. Já havia decidido que protegeria seu amigo (?) até que os malucos desistissem da ideia de roubar um beijo dele (ou até o ruivo criar coragem para roubá-lo ele mesmo, para proteger sua sombra definitivamente, claro).

Então, sem avisar a ninguém do time, o ruivo pegou seu material de fininho e abandonou a quadra para seguir o azulado. Foi um tanto difícil seguí-lo, já que quando aquele cara queria desaparecer ele conseguia e era difícil se esconder com aquele corpo enorme que ele tinha. Quase perdeu o menor de vista incontáveis vezes e xingou o seu companheiro mentalmente por ser um fantasma.

A caminhada terminou em frente aos portões da Seirin, onde Kuroko olhou para os lados certificando-se de que estava sozinho. Kagami conseguiu se esconder atrás de uma árvore e nem percebeu que agora prendia a respiração para evitar qualquer ruído. Só soltou o ar quando ouviu uma voz bastante familiar próxima ao menor e tentou espionar o que raios estava acontecendo. Se segurou para não sair de seu esconderijo quando notou a figura imponente de Akashi Seijuro

– Tetsuya, que bom que veio. – Aqueles olhos possessivos de cores diferentes encaravam a sombra de forma discreta e luxuriosa.

– Desculpe-me, Akashi-kun. Você esperou muito?

– Não, acabei de chegar. Você não precisava sair mais cedo para falar comigo, sabia? – O imperador aproximou-se da sombra vagarosamente. O momento parecia estar em câmera lenta.

– Está tudo bem, eu conversei com a treinadora então não há problema. – Kuroko completou com sua expressão vazia, mas era óbvio que ele estava um pouco nervoso. – Está tudo bem, Akashi-kun? Fiquei preocupado quando recebi sua mensagem.

“Que mensagem?! Como aquele maldito tem o número do Kuroko?!” o ruivo que estava escondido pensou desesperado. Teria que começar a monitorar o celular de sua sombra também? Daqui a pouco ele se consideraria um stalker, mas era um mal necessário para proteger seu parceiro.

– Está tudo bem, Tetsuya. Não se atormente desse jeito por minha causa. – Akashi segurou a mão de Kuroko, que tremeu ao toque. Kagami queria matar aquele projeto de tirano só por encostar na sua sombra.

Notando a presença do tigre furioso, Akashi sorriu maliciosamente na direção dele e puxou o azulado para si, pegando-lhe pela cintura e o abraçando. A máscara inexpressiva se quebrou em um rubor e seus olhos se arregalaram devido à surpresa. O tigre queria se levantar e acabar com aquilo naquele instante, mas o olhar que o imperador lançou em sua direção fez com que ele fosse incapaz de mover um único músculo.

– Akashi-kun...? – O menor não entendia o que raios estava acontecendo.

Pensando em um motivo plausível para seu ex-capitão estar tão perto de si em um abraço apertado, concluiu que ele realmente devia estar com algum problema sério que não conseguia ser colocado em palavras mas precisava ser confortado. Então sem pensar muito, Kuroko retribuiu o abraço.

O que deixou tanto Akashi quanto Kagami boquiabertos.

“Kuroko... Esse cara vai te atacar se você continuar assim!” detrás da árvore, Kagami tremia de raiva ao observar aquela cena.

– Se importaria de ir para algum lugar mais, hm... reservado, Tetsuya? – O imperador não conseguia encará-lo agora, já que em sua opinião o (seu) azulado nunca parecia tão fofo e tentador. Preferia roubar o beijo dele em um local mais escondido e não na frente da escola. Além do que, queria despistar Taiga que estava pegando fogo atrás da árvore observando os dois. Gostaria de ter mais privacidade com o futuro namorado, então precisava ser rápido.

Antes que o fantasma pudesse responder, o ruivo segurou seu pulso com força e começou a correr, arrastando o outro para fora da escola. O tigre não demorou para ter uma reação e correu atrás dos dois. O ruivo sentiu-se como se estive em um filme americano de velho oeste: O ladrão levava a pobre mocinha indefesa para longe, enquanto o mocinho corria a cavalo atrás dela no pôr-do-sol. Pobre mocinha indefesa... digo, Kuroko.

“Você não vai toma-lo assim de mim, Akashi!” depois deste pensamento, a mente de Kagami Taiga ficou completamente branca, focando-se apenas em seus instintos para alcançar a dupla em fuga. Não deixaria que Tetsuya fosse levado tão facilmente. Dessa vez Taiga não ia deixar barato. Com a descarga de adrenalina em seu sangue, o ruivo sentiu que podia correr o dia todo atrás da sua sombra.

Ele até podia ser rápido, mas Seijuro era mais esperto: Entrou em algumas ruas e várias lojas até que conseguiu despistar o tigre, que agora estava frustrado por não conseguir achá-los.

Dentro de uma loja qualquer, Akashi e Kuroko respiravam pesadamente graças a corrida que fizeram segundos atrás. O menor definitivamente não entendeu o sentido da corrida, mas sentiu que estava sendo perseguido por alguma força descomunal. Mesmo assim, preferiu ignorar o fato.

– Você... Está bem... Tetsuya? – Akashi mal conseguia falar, mas ele sabia que com Kuroko as palavras eram muitas vezes desnecessárias. O menor apenas acenos positivamente enquanto tentava controlar a respiração.

Mesmo agora, os dois ainda continuavam de mãos dadas e o ruivo não queria que elas se separassem tão cedo. Ficou encarando o menor tão perto de si e se sentiu tão... calmo. Era com certeza uma sensação única ficar perto do homem fantasma.

Acariciou a face pálida do fantasma e lentamente foi aproximando o seu rosto do outro, que o encarava com curiosidade. Antes que pudesse acontecer qualquer coisa, o azulado se pronunciou.

– Akashi-kun, é melhor sairmos dessa loja. Os vendedores estão nos encarando de maneira estranha. – Disse enquanto olhava para os lados de maneira desconfortável. Aquele fantasma realmente não apreciava chamar atenção em lugar algum.

– Claro. Tem algum lugar que você queira ir? – Concordou enquanto puxava o outro pelo pulso para fora da loja e procurava por algum sinal do tigre.

Antes de responder, Kuroko pensou um pouco, imaginando alguns lugares que os dois poderiam ficar sozinhos (já que o imperador realmente precisava conversar com ele).

– Nós podemos ir para um parque aqui perto, mas tem algo que eu gostaria de fazer antes que fica no caminho. – O menor respondeu um pouco pensativo.

***

Se havia algo no mundo que Akashi Seijuro mais detestasse no mundo era sem dúvidas um restaurante de fast-food. Não suportava o cheiro de gordura, o ambiente mal organizado, os atendentes com seu constante mau humor e a comida que simplesmente podia ser jogada fora na hora que foi comprada.

Só tinha ido três vezes em um ambiente como aquele: a primeira vez foi sozinho e nesta ele fora traumatizado pelo ambiente para resto da vida. A segunda foi no último fim de semana, em que seus ex-companheiros de time se reuniram para discutir sobre... Bem, Tetsuya. E quem ia ficar com o primeiro beijo dele, é claro. Akashi só foi para lá depois de muita insistência dos ex-companheiros.

E esta era a terceira vez. O imperador jurava que também seria a última. Kuroko pediu para entrar em um tal de Maji Burger para que ele pudesse comprar um milkshake, já que era no caminho do parque que os dois “conversariam”.

Antes de ir para a fila, Akashi “sugeriu” que Kuroko sentasse um pouco e ele compraria o tal “Vanilla Shake”, já que Kuroko parecia cansado da corrida (ainda). O menor aceitou sem hesitar, afinal aquela sugestão mais parecia uma ordem, e as ordens de Akashi Seijuro são absolutas. Jamais devem ser contestadas, nem em pensamento.

A sombra sentou-se em um local onde o imperador pudesse vê-lo com facilidade e finalmente relaxou um pouco. Não sabia muito bem o porque, mas sentia-se tenso. Definitivamente só um delicioso Vanilla Shake poderia acalmá-lo.

Ficou encarando a janela do restaurante enquanto esperava pelo outro, permitindo que sua mente ficasse em branco temporariamente. Depois de um dia de aula estressante e treino intenso era bom ficar sem pensar em absolutamente nada.

Ficou ali, imóvel, observando a constante movimentação na rua. Viu um grupo de amigos do outro lado passando, rindo uns dos outros enquanto tomavam sorvete e provavelmente falam sobre assuntos sem nenhuma importância.

Não pode deixar de lembrar de seus tempos de felicidade na Teiko, andando depois do treino com Aomine e às vezes Kise e Murasakibara, enquanto tomavam sorvete e falavam sobre tudo, rindo de tudo. Momoi aparecia algumas vezes, assim como Midorima. Akashi só ia quando todos insistiam muito e depois ele acabava torturando a todos com treinamentos dobrados porque comportavam-se como idiotas. Mas ainda sim, eram memórias felizes.

“Seria legal sair para tomar sorvete com todos... Talvez o Kagami-kun também venha.” pensou sorrindo minimamente.

Mas seus pensamentos foram interrompidos quando alguém bateu no vidro da lanchonete, chamando a sua atenção.

– Kurokocchi! – O azulado não podia ouvir o loiro do outro lado do vidro, mas conseguia fazer uma leitura labial. Mesmo usando o uniforme da Kaijou, Kise atraía olhares vindo de meninas e meninos do lado de fora (e agora de dentro também) da lanchonete. Mas ele ignorava tudo, tendo seus olhos brilhantes vidrados apenas em (seu) Kuroko Tetsuya.

Mas antes que Kuroko pudesse reagir àquela súbita aparição do loiro, um Aomine furioso chegou chutando o loiro, que voou alguns metros de distância, nocauteado (*Fatality*).

– Isso é vingança por ontem, seu maldito! – Aomine gritou tão alto que Kuroko foi capaz de escutar dentro da lanchonete. Quem assistia àquele cena se perguntava o que raios estava acontecendo.

Aomine bateu no vidro, chamando a atenção do fantasma, que estava com sua usual expressão vazia, indiferente a (provável) dor que Kise sentia naquele momento. Sorrindo de forma usual, o às da Toou falou lentamente para que Kuroko entendesse: “Estou entrando”. Em poucos segundos, Aomine estava sentando-se ao lado dele dentro da lanchonete, cumprimentando-o com algumas meias palavras, típico dele. O menor o cumprimentou educadamente como sempre fazia.

– Você sempre está por aqui, não é? – Ele disse suavemente enquanto acariciava os cabelos lisos e rebeldes de tom azul-claro.

– Gosto muito do milkshake daqui. – O menor respondeu, apreciando o toque de seu amigo. Por mais que detestasse ser tratado como uma criança, não podia negar que aquilo era bom.

– Eu sei... – Rindo um pouco, Aomine aproximou-se um pouco do outro, que se sentiu um pouco sufocado (afinal, ele estava sendo pressionado contra a janela) – Hoje eu passei na sua casa para irmos juntos para a aula, mas você já tinha saído...

– Somos de escolas diferentes, Aomine-kun. E elas são para lados completamente opostos. – O menor rebateu, tentando sutilmente empurrar o maior um pouco para ter mais espaço para si.

– Eu sei. – Ele suspirou pesadamente, como se que aquele comentário fosse simplesmente irrelevante e sem sentido – Ainda sim, queria ir com você, Tetsu.

– Está sentindo minha falta, Aomine-kun? – Kuroko não pode deixar de sorrir minimamente para o amigo, que fazia uma cara de criança mimada.

O maior deslizou sua mão grande do cabelo azul bebê para o rosto macio e branco do (seu) Tetsu, que manteve o pequeno e quase invisível sorriso. O homem fantasma sabia que Aomine tinha uma mania um pouco irritante de tocar demais as pessoas à sua volta, mas como já estava acostumado, simplesmente deixou que continuasse fazendo um carinho suave em sua face. Sentia falta de estar perto dele, afinal ele era um amigo muito especial.

– Talvez. – O mais alto corou um pouco e virou o rosto para que Tetsu não visse aquele seu estado deplorável.

– Então vamos sair mais vezes. – Tetsuya sorria para o maior, que agora estava completamente hipnotizado por aquela visão tão rara – Tomar sorvete e falar sobre coisas aleatórias, como nos velhos tempos.

– Velhos tempos? – O outro riu um pouco – Você fala como um senhor de idade.

– Então não quer? – Sua expressão voltou a ser aquele vazio desinteressado, apenas para perturbar um pouco a sua antiga luz.

– Eu não disse que não queria. – Ele se aproximou do rosto da (sua) sombra, agora segurando-o com suas duas mãos (o que deixou o menor seu reação alguma) – Eu quero estar com você sempre daqui para frente...

Kuroko tentou ir mais para trás, mas o vidro do restaurante limitava seus movimentos. Então tudo que pode fazer foi observar sua antiga luz ficando cada mais perto dele. “Assim como o Midorima-kun hoje de manhã...” ele pensou tentando entender o que raios acontecia.

Sentindo agora seu coração bater mais forte que nunca, Aomine se aproximava dos lábios entreabertos rosados do seu ex-parceiro, deliciando-se com a visão a que estava sendo exposto. Borboletas se debatiam em seus estômago, na expectativa de chegar mais perto e fazê-lo seu... Suas mãos tremiam pela primeira vez na vida. Com certeza, esse sentimento único era para ele completamente novo.

“Acho que chamam isso de... Amor? Que droga.” o mais alto pensou rindo daquilo que agora preenchia a sua mente. Mas não importava desde que no final Tetsu fosse só seu e de mais ninguém.

Ah... Seria o momento mais perfeito de sua vida se Daiki fosse um pouco mais rápido.

Sentiu em seu rosto o forte impacto de algo molhado, gelado e viscoso impedindo que ele concluísse o que tentara começar. Observou a face surpresa de Kuroko, que também estava um pouco molhada, mas nada como a sua própria. Não era só o rosto, mas a roupa também estava encharcada com milkshake de baunilha.

Encarou o maldito que estragou seu momento e percebeu que um par de orbes de cores diferentes o encaravam em pura fúria, mas um sorriso um tanto cruel tomava conta de sua expressão assassina. Aomine sentiu que sua vida acabaria em alguns instantes. Até o pobre Kuroko tremeu ao ver sua expressão.

– Oh, eu tropecei e derrubei o milkshake do Tetsuya em você, Daiki. – O sarcasmo na voz de Akashi Seijuro era evidente, o que deixou o outro tremendo de tanta raiva.

Do outro lado da janela, Kise (que tinha acabado de se recuperar do nocaute) ria descontroladamente de um Aomine furioso e todo sujo com a bebida. Não que alguém estivesse prestando atenção nele. Resolveu entrar para ver se via alguma oportunidade de roubar o beijo do seu doce Kurokocchi e ainda na frente daqueles dois.

– Oe! Você fez de propósito, maldito! – Aomine trincou os dentes devolvendo um olhar furioso e intenso ao imperador

O azulado engoliu seco quando o mais alto teve a audácia de falar com o ruivo daquela maneira.

– Do que me chamou, Daiki?

A voz fria como gelo de Akashi congelou qualquer reação que Aomine Daiki poderia ter. Um calafrio passou por sua espinha e o medo nunca lhe pareceu um sentimento tão sensato.

– Você deveria ver a sua cara, Aominecchi! – Aparecendo atrás do ex-capitão da Teiko e ainda limpando as lágrimas de tanto rir, Kise deu alguns tapinhas no ombro do moreno que parecia ter deixado sua alma em outra dimensão – Está hilária.

– Ryouta... O que faz aqui? – Agora todos ignoravam completamente a situação que o às da Toou Academy se encontrava.

– Eu sei que o Kurokocchi sempre vem aqui para tomar milkshake com o Kagamicchi. – O loiro disse com um sorriso bobo preenchendo sua face um pouco rosada – Então eu resolvi fazer uma visita já que eu não consegui falar com você de manhã!

Ele tentou abraçar o azulado mas foi impedido pela distância, pelo peso morto que era Aomine (e que estava no caminho) e por Akashi, que o segurou pela blusa com uma força descomunal.

– Eu quero abraçar o Kurokocchi~! – Kise disse com uma voz manhosa enquanto a própria sombra o encarava normalmente, mantendo uma distância segura. “É o Kise-kun, afinal.” Kuroko concluiu silenciosamente.

– Pare de agir como um animal no cio, Ryouta. – Disse aquilo chutando as costelas de Kise que, pela segunda vez, fora nocauteado. Era um novo recorde: dois nocautes em menos de trinta minutos.

Suspirou pesadamente olhando para o único ser consciente (além dele mesmo) no local: Kuroko agora limpava com um guardanapo o rosto de um Aomine ainda em estado de transe, mas parecia uma tarefa um pouco inútil.

– Vamos para outro local, Tetsuya...

– Não, Kuro-chin vai ficar comigo.

O ruivo nem percebeu quando o gigante de cabelos púrpuros apareceu atrás dele, segurando uma sacola com biscoitos variados e comendo um doce qualquer sem muita vontade.

– Murasakibara-kun, boa noite. – De modo educado e costumeiro, o azulado cumprimentou o recém-chegado – Infelizmente não posso ficar, Akashi-kun tem algo sério para falar comigo...

Ainda estirado no chão, o loiro murmurava algo como “Não vá, Kurokocchi~! Você é me~u!” de forma manhosa. Da boca de um Aomine inconsciente (mas ainda acordado) saíam palavras aleatórias e aparentemente sem sentindo como “morte”, “basquete”, “olhos”, “deus” e “adeus”. Akashi encarava vitoriosamente Murasakibara, que estava estranhamente calado.

O ruivo empurrou Aomine, que caiu como um corpo morto no chão (em cima do pobre Kise, que estava tentando inutilmente se levantar), e estendeu sua mão para o azulado.

Porém, Kuroko nunca alcançou a mão de Akashi, já que o gigante puxou o menor para si e ficou o abraçando por trás. Não é nem necessário dizer qual foi a reação ex-capitão da Teiko, certo?

– Atsushi... Devolva o Tetsuya neste instante. – Em sua mente enfurecida, ele procurava por alguma coisa pontiaguda para rasgar a garganta do ex-companheiro por estar tão próximo do seu homem fantasma. “Eu que o descobri, então ele é meu.” conclui silenciosamente, fuzilando o mais alto com o olhar.

– Ah, Kuro-chin. Tem sorvete no seu rosto! – Disse ignorando completamente o outro.

– Akashi-kun deixou cair milkshake sem querer. – Tetsuya, que estava agora apenas pensando em um jeito de fugir daquela situação que tinha um clima muito pesado, tentou tirar as gotas de seu rosto.

– Eu limpo para você...

Nessa hora, Aomine acordou do transe, Kise recuperou-se do nocaute e Akashi cerrou os punhos. Os três avançaram na direção do gigante da Yosen, mas por mais que fossem rápidos, nenhum conseguiu impedir que Atsushi lambesse a face pálida do azulado.

Perigosamente perto da boca.

Mas pelo menos impediram qualquer outra tentativa de movimento, fazendo com que o gigante caísse de joelhos no chão, soltando um grunhido de dor.

– O que raios vocês estão fazendo aqui nanodayo?

Todos agora encaravam Midorima, que tinha acabado de chegar e não podia acreditar no que estava vendo: Todos tiveram a mesma ideia que ele! Tudo bem que não era nenhuma novidade que Kuroko geralmente fosse para o Maji Burger com Kagami após os treinos, mas ele esperava que fosse o primeiro a se lembrar desse fato. Apertou com força o coelho do sorriso macabro (seu item de sorte), descontando toda a sua raiva no pobre coitado.

“Trouxe o meu item da sorte e amarrei o Takao em alguma árvore para não ter mais obstáculos e conseguir roubar um beijo dele... E encontro todos os meus rivais tentando ao mesmo tempo?! Kami-sama... Por que?!” Shintarou só lembrou-se de seu horóscopo, que avisou que hoje não era um bom dia para Câncer. Devia ser algum tipo de piadinha divina.

– Midorimacchi, vá embora! Quanto menos concorrência, melhor. – Kise fez biquinho enquanto segurava a perna de Kuroko e recebia tapas de Aomine e chutes Akashi para que o maldito largasse o pobre azulado.

– Kuro-chin... É tão bom... – Murasakibara, mesmo com dor, sonhava acordado e ficara com água na boca. Mais do que nunca ele queria saber o gosto que o menor tinha.

– Calado, Atsushi. Ou eu corto a sua língua por tamanha desobediência.

– Oe! Murasakibara! Quem você pensa que é para fazer isso com o Tetsu? – Aomine rosnou.

– Mas ele é delicioso... – Atsushi ficara relembrando, deixando um filete de saliva escorrer pela boca.

– Quero ir para casa... – Comentou baixinho o fantasma corando um pouco, que se sentia o centro das atenções não só dos companheiros, mas de todos no restaurante, que encaravam aquela situação incrédulos e confusos.

– Vocês estão fazendo com que o Kuroko sinta-se desconfortável! – Midorima ajeitou os óculos e tentou puxar o menor para si.

– Não se intrometa, Shintarou. – Akashi tentou puxar o azulado para si.

– Kurokocchi~... – Kise, com sua voz manhosa e lágrimas falsas, puxava a barra da calça do menino, impedindo qualquer movimento do mesmo.

– Pare de ficar em cima do Tetsu, Kise bastardo! – Aomine, ainda no chão junto com o loiro, segurava a outra perna de Kuroko e dava petelecos no rosto do modelo, na tentativa de fazê-lo sair do pé de Kuroko (agora acho que é literalmente falando).

– Found 'ya...

Para a surpresa de todos, um tigre exausto e furioso apareceu na porta do restaurante, pronto para atacar todos aqueles que ousaram tocar em sua sombra.

Kagami Taiga já tinha visto uma cena parecida (nem tanto, Kagami) com aquela em seus sonhos (ou melhor, pesadelos), a diferença é que agora ele podia se mexer e descontar a sua raiva em todos aqueles malditos.

– A concorrência só está aumentando! – Kise choramingou.

– Não existe concorrência já que o vencedor já está predestinado: serei o vencedor, Kise! – Midorima sorriu triunfante, segurando seu item da sorte como se fosse algum tipo de arma em direção do loiro idiota.

– Kuro-chin é meu, Mido-chin...

– Kuroko não é seu, Murasakibara! – Kagami e Midorima gritaram em uníssono.

– Testu é meu, seus idiotas. – O moreno mostrou a língua para os dois, o que é um ato muito maduro – Eu que vou vencer. Sou melhor que todos vocês aqui juntos.

– Isso é o que você pensa, Ahomine! – O tigre gritou, desafiando o às da Toou.

– Calado, Bakagami! Eu vou ficar com o Tetsu! Não vou deixar uma cópia barata minha me impedir! – retrucou.

– Não vou deixar! Kurokocchi não vai ser de ninguém, só vai ser meu! – O loiro continuava choramingando, o que dava nos nervos de todos ali.

– Não sejam tolos, Tetsuya é meu e não há nada que vocês possam fazer.

– Kuro-chin... – Murasakibara continuava babando e sonhando acordado, ignorando todos que ousavam achar que teriam o menino para si.

Até aí ninguém tinha notado, mas algo estava errado desde que Kagami chegara e estranhamente o primeiro que notou foi Kise.

– Não está faltando algo...?

Todos se encararam e ficaram por algum tempo pensando nas palavras do loiro, até que caiu a ficha: Como em um truque de mágica, Kuroko Tetsuya desapareceu sem deixar rastros, abandonando os seis astros do basquete, que agora encontravam-se em estado de choque, boquiabertos.

No momento em que eles notaram seu desaparecimento, o homem fantasma já estava longe: Aproveitou a chegada de Kagami, que distraiu os membros da Kiseki no Sedai, soltou-se de todos que estavam o prendendo e saiu andando normalmente, sabendo que ele não estavam mais prestando atenção nele.

Foi um golpe de sorte, mas agradeceria sua luz depois pela “ajuda”. Mesmo não tendo falado com Akashi ou tomado seu Vanilla Shake, ele preferiu não retornar àquele ambiente e ir para casa descansar. Estava com um pressentimento de que o dia de amanhã seria pior e ainda mais cansativo. Só esperava que, quando chegasse em casa, Nigou não ficasse tão desesperado para passear, já que naquele momento a única coisa que a sombra conseguia pensar era em dormir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado, nanodayo!
Se quer me mandar críticas (construtivas ou não), comentários, dúvidas, ideias novas, erros de português que eu cometi, mensagens inspiradoras, recadinhos amorosos, me mandar pro inferno, falar que está com vontade de morrer, de chorar, de cantar uma bela canção, ou simplesmente falar que gostou ou detestou a história, a minha caixinha de comentários estará sempre a disposição de vocês, leitoras e leitores.
O próximo capítulo provavelmente não vai sair na quarta que vem (booo), mas com certeza até o próximo domingo eu posto. Vou demorar um pouquinho mais por causa das minhas provas (faculdade é de outro mundo, até no calendário) e também porque quero postar último extra junto com o capítulo final, para fechar de vez essa bagaça e partir para uma próxima empreitada!
Então, espero que continuem acompanhando e saibam que não abandonei essa história! Eu juro! (abandonar a história na última parte é sacanagem).
Obrigada a quem leu e gostou!
Obrigada a quem leu, destestou e quer me matar!
Obrigada a quem acompanhou até aqui e desistiu agora. Você foi umx guerreirx, moçx!
Obrigada a quem sempre me dá suporte com comentários tanto fofos quanto diabólicos (ambos me fazem feliz).
Até a próxima semana!
—MC