Primeiro beijo...? escrita por MariCross


Capítulo 3
Omake


Notas iniciais do capítulo

Estou chegando na fase final dessa história e queria deixar esse extra maluco que surgiu na minha cabeça durante uma noite dessas. Estou planejando mais um extra que provavelmente vai ficar depois do último capítulo. Espero que vocês achem tão divertido de ler quanto eu achei de escrever (: Sem mais delongas, boa leitura!



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Era com certeza o som de um jogo de basquete, ele sabia. O barulho da bola de basquete colidindo contra o chão repetidas vezes, o chiado dos tênis em atrito com o piso, o apito incessante indicando alguma falta, o barulho suave da rede quando se fazia uma cesta... Os gritos de alegria...

O melhor som de todos, com certeza. Era quase música para os ouvidos de Kagami Taiga, que agora estava parado na frente da porta do ginásio da Seirin High, apreciando um pouco aquele momento. Aquele som só o motivava a querer jogar, participar, comemorar com as vitórias, chorar com as perdas... Afinal, não havia nada que ele amasse mais do que o basquete, certo?

Kagami empurrou os portões do ginásio, que se recusavam a abrir. Como se estivesse trancado só para ele. Como se dissesse “aqui você não é bem-vindo”. Mas é claro que o tigre não aceitaria aquilo simplesmente.

Começou a forçar a porta, usando toda a sua força “sobre-humana”, até que ela cedeu e abriu para o espírito flamejante. Mas assim que entrou, o som não existia mais.

Ninguém estava na quadra, ninguém estava no vestiário, ninguém estava no ginásio. Nem uma única alma. Kagami Taiga estava completamente sozinho.

No centro da quadra, uma bola de basquete abandonada estava esperando por ele. Com cuidado, como se fosse um bem precioso, Kagami a pegou e deu uma analisada. Ela estava gasta e um pouco suja, mas nada que a impedisse de ser usada. Girou a bola em seu dedo, testando suas habilidades. Ela parecia girar em câmera lenta, porque Kagami conseguia ver cada detalhe da bola. Era quase surreal, mas para ele, basquete lhe dava sentimentos surreiais, então estava tudo bem.

Começou a quicar a bola no chão e correu com ela pela quadra, como estivesse se aquecendo. Quando completou uma volta, arremessou a bola para a cesta. Entrou com precisão inquestionável.

“De novo.”

Kagami pegou a bola e arremessou novamente. Entrou novamente.

“De novo.”

Repetiu o mesmo processo várias vezes obtendo o mesmo resultado. Ele não parecia satisfeito. Faltava alguma coisa. Correu até o aro e enterrou a bola agora com certa violência, com um sentimento de profunda irritação. A bola quicou para o outro lado da quadra, mas ele não se deu o trabalho de pegá-la. Apenas ficou sentado encarando o aro da cesta, que ainda tremia um pouco.

“O que está faltando?”

– Kagami-kun.

Ouviu a voz conhecida atrás de si, mas não se assustou. Estava mais surpreso com a sua presença ali do que assustado pela súbita aparição. O menino pálido e magro de cabelo azuis estava parado atrás de si, com sua atual expressão vazia, segurando a bola de basquete que Kagami tinha acabado de deixar rolar para o outro lado.

Mas algo estava chamando a atenção de Kagami: o que Kuroko estava vestindo.

– Kuroko... Por que você está usando isso?

Era sem dúvidas o uniforme do time de basquete da Teiko Middle School, de onde surgiam os legendários jogadores que foram aclamados como a Geração dos Milagres. Aquele visão vez com que a garganta de Kagami ficasse seca e apertada, e uma dor em seu peito surgiu.

Afinal, não havia nada que ele amasse mais do que o basquete, certo?

– Porque eu escolho eles.

De repente, toda a Geração dos milagres estava atrás do azulado, estampando sorrisos triunfantes na direção de Kagami, que não entendia aquela situação.

– E por que você escolheu eles, maldito?!

Afinal, não havia nada que ele amasse mais do que o basquete, certo?

Kuroko encarou o ruivo confuso, que estava a beira de uma explosão de raiva. Mas não era só raiva que ele sentia: era confusão, tristeza... Medo.

“Do que eu estou com medo?” perguntou-se.

– Eu os escolhi porque... – Kuroko desviou o olhar de Kagami para terminar a frase que parecia ser difícil de ser dita, com motivos profundos e... – ...Eles roubaram meu primeiro beijo.

Kagami ficou estático.

Ele tinha ouvido direito?

“Isso só pode ser brincadeira.”

Encarando Kuroko, ele percebeu que não era. A fúria tomou conta de cada célula do seu corpo, como se fizesse parte da sua energia vital. O tigre estava acordado e pronto para o ataque.

– Eu vou matar todos vocês, seus malditos... – Os punhos cerrados de Kagami agora tremiam de tanto ódio contido.

– Não se preocupe, Kagamicchi. Eu cuidarei do Kurokocchi muito bem! – Kise disse com um sorriso malicioso quando abraçou o pescoço do azulado.

– Testu sempre estará em boas mãos enquanto eu estiver aqui, Bakagami. – Aomine lambeu a orelha de Kuroko como se fosse algo normal.

– É meu destino ficar com Kuroko pela eternidade. – Midorima segurou a mão pálida do menor e beijou-a singelamente.

– Kuro-chin... É delicioso... E é meu. – Murasakibara beijou o pescoço do menor, que tremeu com o contato, mas não pareceu se importar.

– Tetsuya é nosso, Kagami Taiga. Compreenda onde é o seu lugar e não se intrometa mais na vida dele. – Akashi completou enquanto ia em direção aos lábios de Kuroko numa cena em câmera lenta, digna de filmes.

Taiga não conseguia se mexer ou falar. Estava completamente paralisado.

“Kuroko! Não...!”

– DEIXEM ELE EM PAZ!

O ruivo levantou de sua cama gritando e suando frio. Seu coração estava acelerado. Sua cabeça estava latejando. Ele tremia e suava. Olhou em volta e percebeu que estava em seu quarto e o dia ainda não amanheceu.

– Um sonho...?

Depois de alguns segundos para absorver a idéia, corou ferozmente. “Que raios de sonho é esse?!” pensou desesperado. Esperou se acalmar para tentar explicar para si mesmo o que raios estava sentindo.

Afinal, não havia nada que ele amasse mais do que o basquete, certo?

“Não sei.” pensou sacudindo a cabeça. Agora só tinha uma certeza: não queria perder a sua sombra para aquele bando de malucos. Isso jamais.

– Kuroko... Eu vou te proteger agora com força total! – Disse para si mesmo com convicção.

“Amanhã mesmo, vou buscá-lo e deixá-lo em casa!” pensou enquanto colocava o despertador para tocar mais cedo do que o usual, planejando já uma rota segura para evitar que ele e Kuroko esbarrassem com qualquer maníaco que estivesse disposto a corromper seus lábios ainda virgens.

A única coisa que o ruivo não imaginava é que Kise e Aomine também estariam esperando pelo azulado em frente a sua casa e que Kuroko escaparia do trio pelos fundos.


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Notas finais do capítulo

Yo! Espero que tenham gostado!
Se quer me mandar críticas (construtivas ou não), comentários, dúvidas, ideias novas, erros de português que eu cometi, mensagens inspiradoras, recadinhos amorosos, me mandar pro inferno, falar que está com vontade de morrer, de chorar, de cantar uma bela canção, ou simplesmente falar que gostou ou detestou a história, a minha caixinha de comentários estará sempre a disposição de vocês, leitoras e leitores.
Na quarta postarei o terceiro capítulo sem falta! Acabei lotada de provas que eu nem sabia que existiam (faculdade é outro mundo, mano) e o capítulo acabou no prejuízo :S Mas continuem acompanhando!
Obrigada a quem leu e gostou!
Obrigada a quem leu até aqui e desistiu de vez dessa história.
Obrigada a quem não só leu, mas incentivou para que eu continuasse.
Enfim, obrigada. Até a próxima!
—MC