E mais uma vez, Neverland continua mostrando como os Charmings conseguem arranjar um jeito de serem cada vez mais inúteis a cada dia. Um simplesmente não conseguiu subir uma montanha, a outra desmaia a cada 5 minutos e pra terminar, o casalzinho alegre nos abandonou no meio da luta. Porque, claro, nós podemos morrer envenenados, eles não podem nem arriscar ver uma flecha.

Por sorte, o que são crianças comparadas a Gold e eu? Sim, absolutamente nada. A magia realmente é uma grande vantagem por aqui, com um único gesto conseguimos apagar todos os meninos perdidos e poupar muito tempo de luta sem ir a lugar algum.

O único lado positivo disso tudo é que finalmente nos livramos do lado inútil dessa grande “equipe” de resgate, e finalmente eu e Gold poderemos ter algum progresso na missão de salvar Henry, agora não cabia a nós encontrar David ou tentar proteger alguém, simplesmente iriamos direto ao assunto.

Rumple se aproximou de Snow e a arrastou para um canto do acampamento. Não poderíamos carrega-la por todo lugar sem nenhum propósito, mal sabíamos se ela poderia ser salva.

– O que faremos agora Gold? – Perguntei enquanto caminhávamos – Certamente você sabe alguma fraqueza de Pan, algum jeito de o derrotarmos.

– Espero que não esteja achando que será tão fácil assim – Disse ele – Simplesmente esfaqueá-lo até a morte. Não, não é assim que derrotaremos Pan, só conseguiremos derrota-lo de uma maneira que ele não espere.

– Uma maneira que ele não espere? O que ele pode não esperar?

– Bem... Você irá descobrir mais tarde, não é seguro ficarmos comentando os planos cruciais de nosso ataque no meio da floresta de Pan, não acha queridinha?

– Ah então quando você pretende me contar? Quando Henry estiver morto? É assim que você pretendia se aliar?

– Aliar? Quem falou em aliança? Se estivéssemos mesmo reunidos, você acha que Emma e Hook fugiriam simplesmente nos deixando? Ou que David simplesmente desapareceria? Isso não é mais uma aliança, se é que uma hora chegou e ser uma.

– O que você quer dizer com isso?

– Quero dizer que eu não preciso de você queridinha. De nenhum de vocês. Pan não é páreo pra mim, e meu plano só funcionará se eu não tiver distrações. Isso inclui você.

– Você esta me deixando aqui sozinha? No meio do nada?

– Parece que esta ficando cada vez mais inteligente...

– Os Charmings estão conseguindo ser mais uteis do que você nesse momento.

– Bem, você reclama tanto de nós não reclama? Que tal começar a fazer algo sozinha pela primeira vez ?

– Eu devastei um reino inteiro com uma maldição sozinha.

– Sozinha? – Gold riu – Como você acha que aquela maldição chegou até você?

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Rumple havia desaparecido. Naquele momento eu jurei que ele iria me pagar por ter me abandonado ali, mas no momento, eu teria que me preocupar em como salvar o Henry sozinha. Eu não sabia o que fazer, eu não conseguiria derrota-lo apenas com a minha magia, se é que eu conseguiria chegar lá sem ser atingida por uma flecha despercebida. Eu tinha apenas duas opções : Tentar encontrar Emma e Hook em algum lugar, ou salvar meu filho. Então eu apenas continuei caminhando, procurando alguma pista de onde o acampamento de Pan poderia estar.

Parecia que eu estava caminhando pro infinito, era como se eu estivesse simplesmente dando voltas sem parar indo a lugar nenhum, e quando eu pensava que estava chegando em algum lugar, no final era apenas o mesmo lugar que eu estava. Isso estava me deixando louca, a vontade de estapear Gold aumentava a cada passo, mas eu deveria mostrar que posso fazer isso sem ele, mas acima de tudo eu tenho que pensar em Henry. Será que o caminho certo seria tentar achar os dois idiotas? Bem, nem se eu quisesse, eu mal consigo sair do mesmo lugar, quanto mais tentar achar duas pessoas ( Ou mulas, o que os descrever melhor ) no meio de uma ilha gigante.

No meio de mais uma caminhada sem princípios, eu ouvi um barulho estranho vindo de algum lugar próximo a mim, e eu juro, que se fossem aqueles pirralhos perdidos de novo eu iria soca-los até eles começarem a ver estrelas. Eu já estava preparada pra lançar algum feitiço em qualquer um deles, mas quem saiu do meio da floresta não eram meninos perdidos, e sim um homem. Ele era alto, cabelos volumosos e castanhos – claro, e andava com um arco e flecha, que apontava para mim. Eu jurava que nunca tinha visto aquele homem na minha vida, porém, ele parecia estranhamente familiar.

– Oh, veja bem – Disse ele – Sinto muito milady, esperava encontrar um dos garotos de Pan.

Ele guardou a flecha e direcionou a mão pra mim para um aperto de mão.

– Quem é você? – Perguntei – O que faz aqui?

– Ah sim, desculpe a grosseria. Hood. Robin Hood. Pan me prendeu nessa ilha a muito tempo, e finalmente consegui fugir. E você milady? Qual seu nome?

Olhei distraída para seu braço, e uma tatuagem me surpreendeu, uma tatuagem que eu reconheci facilmente, a tatuagem de leão, do mesmo homem que Tink assegurou que era meu verdadeiro amor. Seria verdade?

Apertei sua mão relutante, e me apresentei igualmente:

– Mills. Regina Mills.

– Bem Sra Mills, precisa de alguma ajuda?

– Na realidade, sim. Você saberia como voltar para o acampamento de Pan?

– Provavelmente, mas isso seria uma loucura. Mas quem sou eu para recusar ajudar alguém que necessita?

– Você não poderia me levar até lá? Pan esta mantendo meu filho lá. Henry.

– Henry? Creio já tê-lo visto por lá. É um garoto corajoso. Eu lhe ajudarei, não sou do tipo que deixa belas damas angustiadas no meio do nada.

Ele sorriu e pediu para segui-lo, caminhamos por um tempo, aparentemente o acampamento era mais longe do que eu pensava. Durante o caminho, Robin me contou que tinha ido com a sombra no lugar de seu filho, Rolland, e então ficou em Neverland desde aquela época. Fiquei pensando comigo mesma: Será que deveríamos leva-lo a bordo de Jolly Roger para Storybrooke? Se eles vieram da Floresta Encantada, então Roland pode estar em algum lugar por lá, e eles podem se reencontrar. Mas ainda não achava uma boa ideia estar junto com ele para salvar Henry, ele me distraia de alguma maneira, eu não conseguia parar de pensar no dia em que o vi pela primeira vez, e que no fim, acabei preferindo fugir a encontra-lo.

– Henry – Disse, tentando manter esses pensamentos longes – Ele esta bem?

– Se for o menino que penso que é, sim, ele esta bem. Pan tenta manipula-lo de alguma maneira, mas ele ainda tem esperança de que sua família irá para salva-lo. Isso realmente não acontece, mas pelo visto, você fez tudo que pode para estar aqui não é?

– Por Henry eu faria o impossível, ele é a única coisa que tenho.

– Entendo... Eu penso todo dia em Rolland, se ele esta bem. Eu não sei se deveria ter fugido junto com ele, ou se fiz o certo. Eu ainda espero poder abandonar essa ilha e encontra-lo.

Continuei pensando na ideia, eu não poderia deixa-lo longe do filho apenas porque uma fada que conheci a séculos disse que ele seria meu amor verdadeiro. O único amor verdadeiro que preciso é Henry, e ele esta em perigo. Seria idiotice por outra pessoa em primeiro lugar, sair do foco, seria egoísta ( Mas claro, os Charmings nem devem ter parado pra pensar nisso não é? ), a única coisa que eu deveria fazer naquela ilha é levar Henry pra casa, o resto é trabalho pra depois.

Continuamos caminhando, em silêncio. E então ouvimos um barulho vindo de algum lugar da floresta.

– Chegamos? – Sussurrei para Hood – Ou é mais um ataque?

– Creio que ainda não chegamos, só pode ser um menino perdido.

Nos direcionamos para o local aonde vinha o barulho, e novamente, não, não era um menino perdido, mas eu desejava que fosse. Era a ultima pessoa que eu pretendia ver naquele momento : Tinker Bell.