Eu simplesmente não sabia o que estava passando pela minha cabeça. Normalmente eu daria minha opinião sobre o que deveríamos fazer com a caixa de pandora e o amuleto, ajuda-los nessa “missão” e ir pra casa como se nada tivesse acontecido, mas de alguma forma, todos esses pensamentos foram apagados da minha cabeça, e a única coisa que eu pensava era que Hook tinha salvado Henry, e agora ele precisava de ajuda, e eu não podia simplesmente abandona-lo nesse hospital.

Fiquei sentada na sala de espera, aguardando por alguma noticia, algo que pudesse me deixar melhor, menos preocupada. Já era aproximadamente 1:00AM, eu estava praticamente morrendo de sono, mas eu não conseguia pensar em sair dali de maneira alguma, até que vi Mary Margareth vindo em minha direção.

– Emma... – Disse ela, se sentando ao meu lado – Tudo bem?

– Sim... Eu acho.

– Eu precisava falar com você mas, não consegui achar tempo devido a todo o estresse Pan vs. Gold.

– Sobre o que você precisava falar comigo?

– Hook. Desde aquele dia em Neverland... Na barraca. Nunca falamos algo definitivo sobre isso.

Depois de tudo que aconteceu, tinha me esquecido que Mary Margareth tinha nos visto se beijando em Neverland, pelo menos eu não precisava esconder isso de Mary Margareth, seria mais fácil suportar isso tudo com ela ao meu lado, mas ainda sim, é complicado falar sobre como estou me sentindo agora.

– Bem... Então vocês... – Continuou Mary Margareth – Estão juntos ou algo do tipo?

Eu fiquei um tempo pensando sobre isso, sim, certamente nós estávamos juntos, mas não era sobre isso que eu estava pensando, era sobre os tempos que ficamos juntos em Neverland, e no Jolly Roger... E isso fazia eu me sentir péssima em relação a ele estar no hospital.

– É... Sim, praticamente – Respondi – Quando os meninos perdidos chegaram, e nos cercaram no acampamento e... Você sabe, tiraram a sua sombra... Hook me salvou e achamos David... E Hook ainda estava envenenado pelo Sonho Sombrio, foi ai que... Eu salvei ele.

Depois que eu terminei, não pude evitar dar um leve sorriso, lembrar do nosso primeiro beijo numa situação dessas era algo confortador, mas ainda sim triste, foi difícil conseguir segurar as lágrimas enquanto contava como fiquei com Hook para Mary Margareth. Ela colocou a mão em meu ombro e ela me abraçou.

– Vai ficar tudo bem Emma – Disse ela – Vai ficar tudo bem...

Whale chegou na sala de espera e se aproximou de nós, ele disse que já podíamos ir até onde ele estava para vê-lo, e Mary Margareth achou melhor que eu fosse sozinha, aliás, eu também preferia. Não que eu não quisesse Mary por perto, mas era melhor falar com ele sozinha.

Acompanhei Whale até o quarto onde Hook estava, respirei fundo e abri a porta entrando no quarto. Ele estava deitado na cama do hospital com um curativo na parte de trás da cabeça, quando notou minha presença ele se virou com um sorriso.

– Swan – Ele disse – Não imaginei que ficaria me esperando esse tempo todo.

– Você acha que eu o deixaria aqui sozinho? – Disse me aproximando dele – É o mínimo que eu posso fazer, aliás, você salvou o Henry.

– Eu não podia deixar o garoto sozinho em um prédio em chamas.

– Se você tivesse o deixado, eu provavelmente estaria o odiando agora.

Hook deu uma leve risada e pegou na minha mão.

– Swan... – Ele disse – Nem que você tentasse com todas as suas forças, você nunca deixaria de me amar.

Ele se sentou, ainda na cama, e me beijou. Eu o abracei e ficamos assim por um tempo.

– Espero que você não me deixe esperando em salas de espera de hospitais de novo – Eu disse – Isso é realmente frustrante.

– Não posso prometer nada. Faria a mesma coisa, até pior se fosse para salva-la Swan.

Eu o beijei de novo, e nos separamos um pouco antes de Whale entrar e dizer que era hora de ir. Quando cheguei até a porta Hook disse :

– Vou vê-la amanhã de manhã?

Dei um leve sorriso e respondi :

– Você ainda duvida?

Ele me devolveu o sorriso, e relutante, sai do quarto. Mary Margareth veio junto comigo até a saída do hospital, só então que nos tínhamos esquecido de um pequeno detalhe : O apartamento estava em cinzas. Ligamos para David, que estava com Henry, e nos encontramos na frente da pousada da Granny, onde iriamos passar a noite. Essa noite pelo menos, foi a primeira depois de todo esse tempo que não fiquei preocupada, finalmente tínhamos salvado Henry, a cidade estava segura, e na manhã seguinte, eu estaria com Hook novamente.

No dia seguinte, me levantei e Mary, David e Henry ainda dormiam, foi uma longa noite. Me arrumei silenciosamente pra não acorda-los, peguei minha jaqueta e sai de lá em direção ao hospital, antes que o horário de visitas acabasse. Chegando lá, Whale disse que era bom arrumar as coisas de Hook, já que a tarde ele receberia alta, sendo assim, entrei no quarto e ele ainda esta dormindo, então fui organizar as poucas coisas dele que estavam em uma mesa, e enquanto via suas coisas, encontrei algo : Um anel.

– Não esperava que fosse assim – Disse Hook – Mas já que você viu...

– Hook...

– Emma... Acho que não preciso dizer nada preciso?

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Mary Margareth e David entraram no quarto.

– Emma! – Disse Mary Margareth – Imaginei que estivesse aqui!

– Mary Margareth... David... O que fazem aqui? E cadê o Henry?

– Viemos aqui pra te avisar que estão dando uma festa de comemoração no Granny’s por termos derrotado Pan definitivamente, Henry já esta lá, você vem?

– Sim, mas... – Olhei para Hook, eu não podia simplesmente deixar esse assunto em aberto – Eu já vou, preciso resolver algo antes.

– Não se preocupe Swan – Disse Hook, sorrindo – Encontro vocês assim que me deixarem sair dessa prisão.

Eu sabia que com “vocês” ele estava se referindo a mim especialmente, ele vai querer uma resposta, uma resposta a uma pergunta que eu definitivamente não vou saber responder. Praticamente ninguém sabia ainda o que estava acontecendo entre nós, eu mal contei para Mary Margareth o que aconteceu e vou chegar dizendo que fiquei noiva? Do Hook? Definitivamente tudo estava indo muito rápido, e ele estava me deixando em uma situação complicada.

Relutante, saí do hospital e fui até o Granny’s ajuda-los a preparar a comemoração, mas a única coisa em que eu conseguia pensar no momento era no que eu diria para Hook. Depois de um bom tempo que ficamos lá, as pessoas começaram a chegar, e eu não conseguia parar de ficar encarando a entrada, esperando o momento que ele chegaria, até que essa hora chegou.

Quando Hook passou pela porta, meu coração acelerou, era o momento que eu mais estava esperando, mas ao mesmo tempo o que eu menos esperava. Eu sabia que se eu quisesse isso mesmo, eu poderia ser feliz com Hook, seriamos uma família, mas ao mesmo tempo tudo estava passando num piscar de olhos, como eu poderia me precipitar desse jeito? Seria loucura decidir o resto da minha vida com uma pessoa assim.

Ele não veio diretamente falar comigo como eu esperava, e isso foi melhor, não queria que fizessem muitas perguntas que eu não teria como responder, ainda. Não conseguia me concentrar em nada, e na maioria das vezes voltava o olhar para Hook, que sempre olhava de volta, e isso simplesmente me matava por dentro, eu queria que ele dissesse algo, que me explicasse algo, ou que tentasse resolver essa situação, mas ele simplesmente ficava lá, sentado, bebendo rum e me encarando o tempo todo.

Eu fiquei um bom tempo assim, inquieta, até que Mary Margareth veio falar comigo :

– Emma? Tudo bem?

– Sim... Tudo ótimo.

– Certa sobre isso?

Não tinha como não falar absolutamente nada para Mary Margareth, muito menos esconder algo dela, então eu decidi contar tudo a ela :

– Talvez não...

– O que aconteceu? É algo com Hook?

– Sim, na verdade.

Mary Margareth pegou em minha mão.

– Você pode me contar qualquer coisa Emma – Ela disse – Não se preocupe.

Respirei fundo e continuei :

– É que... Quando cheguei no hospital, pela manhã... Fui ajudar Hook a arrumar suas coisas, e... Eu achei um anel.

– Emma...

– É, eu... Eu não sei mais o que fazer, não sei o que dizer.

– Bem, no que você esta pensando?

– Eu acho que isso tudo... É muito precipitado, é muito cedo pra decidir algo assim.

– Bem Emma, há muito tempo atrás, na primeira vez que conheci David, seu pai, na primeira vez que fomos em uma aventura juntos, foi amor a primeira vista, eu já sabia que o amava. E mesmo nós termos acabado de nos conhecer, fizemos de tudo para ficarmos juntos. Então o que realmente importa é : Você realmente o ama?

Fiquei um tempo pensando sobre isso. Se eu não o amasse, não teria me preocupado tanto quando ele foi atacado por aquela sombra em Neverland, não teria ficado horas em uma sala de espera em um hospital só pra ter certeza de que ele esta bem, e definitivamente, o beijo de amor verdadeiro não teria funcionado.

– Sim... Talvez você esteja certa – Falei para Mary Margareth, e a abracei – Obrigada.

Me afastei e fui em direção aos fundos do Granny’s, eu queria tomar um ar, tomar coragem pra falar com ele. Eu já tinha me decidido. Mas antes que eu pudesse voltar, antes que eu pudesse falar com ele, ele veio até mim.

– Swan – Disse ele, se aproximando – Você ainda não me respondeu algo...

– Tecnicamente... Você não me fez uma pergunta.

– Sério? – Disse ele, sorrindo – Imaginei que não fosse necessário.

– Toda resposta precisa de uma pergunta não é mesmo, Hook?

– Não imaginei que você fosse de enrolações Swan.

– Não é exatamente uma enrolação. Aliás, você realmente quer isso? Você não acha que essa decisão é muito... precipitada?

Ele se aproximou mais, e continuou :

– Eu realmente não pensei nisso Emma. A única coisa que eu pensei, foi que eu a amo, muito. E eu ficaria simplesmente devastado se não a tivesse por perto o tempo todo, pro resto da minha vida. Mas e você, você me ama?

– É claro que eu te amo

– Sendo assim...

Ele se aproximou de minha orelha e sussurrou :

– Emma Swan, você quer casar comigo?