Infelizmente o pirata não morreu. Sim, seria um grande alivio pensar que ele e de brinde o Henry acabassem morrendo, aliás, seria meu inimigo e minha ruína partindo pra sempre em uma só noite. Pelo menos, eu tinha a caixa de pandora em minhas mãos novamente e ela estaria segura comigo, mas ainda haviam os Darlings, que não são grande ameaça no final das contas, apenas dois idiotas iludidos.

Levamos Hook até o hospital, e enquanto Whale cuidava dele, ficamos todos na sala de espera. Só não simplesmente sai daquele hospital, porque ainda insistiam que tínhamos assuntos a resolver devido a caixa de pandora e o ataque a Henry, porque claro, qualquer um poderia ser perseguido pela sombra que não haveria problema mas é Henry.

– O que vamos fazer se de alguma forma alguém libertar a sombra? – Disse Mary Margareth – Não tem uma maneira de acabar com ela definitivamente?

– Claro, podemos solta-la, aprisiona-la de novo com um aspirador de pó e queima-lo – Disse Regina, ironicamente – Se tivesse uma maneira definitiva de aprisiona-la você não acha que já não teríamos o feito?

– Bem, na verdade podemos nos livrar do amuleto – Eu disse – Assim como vocês fizeram com o Wraith, o mandando para a floresta encantada. Mas dessa vez vocês não precisam ir junto de preferencia.

– Bem, se a Regina soubesse usar magia direito – Disse Mary Margareth – Quem sabe nós poderíamos ter evitado a visita para Cora.

– Ah claro, como se eu não soubesse usar magia – Respondeu Regina – Caso não tenha notado ainda, eu não sou a Emma.

– Bem, ela descobriu magia recentemente, se você tivesse se dado ao luxo de ensinar alguma coisa, tenho certeza que ela seria melhor que você.

– Ah, então ela precisaria que eu ensinasse algo pra ela TENTAR fazer melhor?

– Sério? – Eu disse – Vocês vão querer discutir sobre quem sabe mais magia? Porque, pelo que eu saiba, eu sou o senhor das trevas. O que vocês querem? Uma batalha magica pra ver quem é melhor?

– Eu adoraria ver uma batalha magica –Disse Whale, que havia acabado de chegar – Mas toda vez que isso acontece, 68% da cidade é destruída.

– Whale? – Disse Emma – O que aconteceu com o Hook? Ele esta bem?

– Calma... Bem, a pancada na cabeça foi forte mas demos um jeito. Ele esta dormindo agora.

– Como assim “demos um jeito” ? O que vocês fizeram afinal?

– Ah, coisas de médico, enfim, ele esta bem isso que importa não é?

– OK, podemos voltar pra nossa conversa? – Disse Regina – Ou ao menos sair daqui?

– Bem, ir pra onde queridinha? – Eu disse – Granny’s?

– Seria melhor que um hospital, claro, se ela não expulsar a gente de novo.

– Também. Lança uma maldição que devasta um reino e se surpreende que a expulsem de algum lugar.

– Que surpresa, Snow White falando mais do que devia.

– Sério? Vocês não cansam não?

Mary Margareth e David se entreolharam.

– Sério? – Disse Emma – Já não basta eu não conseguir olhar mais pra um taco?

– Ok, vou fingir que entendi – Disse Regina – Enfim, a caixa de pandora? Onde esta?

– Comigo – Eu disse – Mas precisamos de algum lugar mais seguro.

– O cofre? – Disse Regina – É lá que guardamos todos os artefatos mágicos.

– Claro, e é bem legal de sua parte divulgar isso. Enfim, qualquer um pode ir lá, e todo mundo já deve ter ido lá, não duvido se o Pongo aparecer lá embaixo.

– Ok, então qual é a sua grande ideia?

– Você se lembra do feitiço que Cora usou? Para deixar o barco do pirata invisível?

– Sim, o que que tem?

– Poderíamos usa-lo com a caixa.

– Claro, ia ser bem divertido perder uma caixa invisível com o Peter Pan dentro.

– É uma melhor ideia, e nosso problema se resolveria.

– Então – Disse David – Nós vamos jogar o amuleto para a floresta encantada e deixar uma caixa invisível?

– Exato. Então, problema resolvido?

– Bem, só precisamos do chapéu de Jefferson – Disse Regina – E faze-lo funcionar, sendo que o Rei George o queimou quando deixamos o chapéu por 2 segundos com o “Charming”.

– Pelo menos – Disse Mary Margareth – Ele fez bom uso do chapéu, ao contrário de outras pessoas.

– Claro, o chapéu deve ter sido uma boa maneira de fazer sinal de fumaça.

– Sério? – Disse Emma – Vocês vão começar de novo com isso? Temos problemas maiores.

– Na verdade, nós acabamos de resolve-los não resolvemos?

– Hook ainda esta internado.

– Bem, eu não consideraria isso um “problema maior” Swan.

– Queridinhas, que tal vocês pararem de se provocar e começar a achar uma maneira de mandar aquele amuleto pra qualquer outra dimensão? – Eu disse – Seria mais útil.

– Bem, vai querer achar um feijão aonde? Que eu saiba, usamos o ultimo para sair de Neverland.

– Ainda há outras maneiras de viajar entre outros mundos. Uma sombra seria perfeita.

– Você realmente quer tirar a sombra do amuleto e obriga-la amistosamente a nos ajudar a se livrar dela?

– Sério Regina? Pensei que você tivesse um raciocínio melhor. Não é só o Pan que tem uma sombra. Eu me livrei de minha sombra em Neverland, e ela pode levar o amuleto e a caixa até outro reino.

– E qual seria esse reino? Neverland? Os meninos perdidos não são tão idiotas a ponto de deixar o amuleto do jeito que esta.

– Não precisa ser Neverland. Pode ser Oz.

–Oz? – Perguntou Emma – Oz você diz, do mágico de Oz? Sério?

– Sim, tem ideia melhor?

– Não posso dizer que sim.

– Então vamos logo com isso.

– Bem, podem ir indo. Eu... vou ficar aqui por mais um tempo.

Saímos do hospital, eu, Regina, Mary Margareth, David e Henry. O garoto estava quieto até demais, creio que essa situação é assustadora pra qualquer um, quanto mais pra um garoto de 11 anos. Fiquei feliz que finalmente toda essa situação estava resolvida e eu estava livre de meu irmão, eu ainda não tinha certeza se estava fazendo o certo, não tinha certeza se eu não devia tentar me reconciliar, mas no fundo eu sabia que só ia acabar piorando as coisas. Agora eu tinha Belle, eu tinha alguém para me preocupar, eu já perdi Baelfire, eu não preciso perder ela também.

Fomos ao centro da cidade, peguei minha adaga e convoquei minha sombra, que apareceu em alguns instantes. A missão era simples, levar o amuleto até Oz, onde estaria seguro, junto com a caixa. Eu sabia que iriam estar seguros, alguém lá por aquele reino estaria me dando cobertura. Entreguei ambos, o amuleto e a caixa, para a sombra, e ela se foi na escuridão a caminho de Oz, aonde eu nunca mais iria ver aqueles artefatos na minha vida, assim esperava. Depois de um tempo que tivemos certeza que a sombra havia ido, Robin Hood apareceu.

– Regina – Ele disse, vindo em nossa direção – Vocês conseguiram? Se livraram de Pan?

– Ah... sim – Ela respondeu – Gold deu um jeito... O que você faz aqui?

– Eu precisava falar com você, a sós. Tinkerbell. Ela me contou algo.

Regina parecia nervosa o suficiente, então foi com Robin Hood para algum outro lugar. Mary Margareth e David levaram o garoto, Henry, para casa, e eu voltei para a loja. Assim que abri a porta e o pequeno sino tocou avisando que eu havia chego, Belle correu em minha direção.

– Rumple! – Disse ela – Você esta bem? O que aconteceu?

– Esta tudo bem Belle. Conseguimos nos livrar de tudo, o garoto esta seguro, e mais importante, você esta segura.

Eu a beijei, finalmente esquecendo da ideia de que não a veria novamente, de que teria que morrer para me livrar de Pan, e foi assim que a noite terminou, com o primeiro beijo que não senti que fosse de despedida.