“Sempre te amando, agora estou afastado de você

Estarei sempre te amando

Isto é tudo”

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Alice estava extremamente encantada com a mãe de Josh, ela era incrível. Bonita na medida certa, morena como o filho, com os olhos castanhos mais claros do que de Josh, roupas simples e na maioria das vezes ela estava vestida com o uniforme do hospital, desde cedo ela se mostrara muito inteligente, educada e prestativa, era o tipo de mãe e sogra que todo mundo sonha em ter.

Já Josh estava hipnotizado pela mãe, ele a achava incrível e se sentia completo, pela primeira vez. Agora ele tinha um pai, uma mãe, uma família e isso era que mais importava para ele no mundo.

Depois de dois dias de viagens e contratempos, Josh e Alice chegaram à casa do interior de Alyson Lins, a mãe de Josh. Ela os recebera de braços abertos, com um sorriso e com muitas lágrimas. Durante horas Josh permaneceu com a mãe, conversando, trocando histórias e chorando, já Alice ficara encarregada de fazer um lanche para os três e foi dela a missão de fazê-los parar de chorar e se abraçar, não fora fácil.

Juntos eles sentaram em frente à casa e passaram até o anoitecer unidos, conversando e rindo. Alyson amara Alice desde o primeiro instante e como mãe tem um sexto sentido, observara que os dois eram próximos, muito próximos e sentiu no encargo de fazê-los ficarem juntos.

Ao todo eles ficaram dois dias com a mãe de Josh, aproveitando a hospitalidade, a comida boa e uma cama quente. Alice ficara mais por Josh, pela felicidade do amigo, pois se sentia um pouco excluída das atividades de mãe e filho.

– Josh?- Alice o chamou no segundo dia.

– Sim?- Respondeu o garoto colocando um sonho inteiro na boca.

– Quando vamos embora?

O garoto engasgou e teve que tomar um copo inteiro de suco de limão para poder responder a Alice que o olhava com impaciência.

– Como assim “quando vamos embora”?

– É, você sabe, voltar para casa.

– Alice, aqui é minha casa, com minha mãe.

A garota olhou para o filho de Apollo que estava na sua frente e ficou boquiaberta, nunca vira Josh chamar outro lugar de lar que não fosse o Acampamento Júpiter, e agora o que ela mais temia estava acontecendo. Josh estava pensando em ficar, em deixa-la.

– Não Josh, não é. Vocês dois vão morrer se ficarem aqui juntos, você é um imã de monstros e sua mãe não tem a menor habilidade em usar uma arma. Você compreende Josh que a está condenando?- Alice parou a centímetros do garoto e esperou a reação dele, mas Alyson chegou na hora e pensou se tratar de um momento romântico, por isso caiu na gargalhada.

– Meu deus! Desculpem-me! Eu vou ahn... Ali e... Vocês podem ficar ai fazendo o que estavam fazendo...

Alyson saiu da sala feliz, achando que o filho estava namorando com Alice, mas na verdade os dois estavam tendo uma discussão séria, do tipo que a garota mais gostava.

– Então, vai vir pra nossa casa ou não?- Alice frisou a palavra nossa e Josh estremeceu por dentro, sabia a verdade e sabia o que deveria fazer, porém isso não significava que ele aceitaria o certo.

– Não.

– O que??

– Você ouviu Lice e pela primeira vez na minha vida eu tenho uma casa. Uma mãe e amor. Pela primeira vez me sinto completo e é aqui que eu quero ficar. Pode voltar sem mim quando quiser.

Alice quase morreu ali, naquele instante. Nunca se sentira tão nada em toda a sua vida.

– Ah claro, até porque no Acampamento Júpiter ninguém gostava de você, ninguém era seu amigo, Gui e Caius fingiam que gostavam de você e eu nunca fui sua amiga de verdade, na verdade Josh não pense que eu te amo, porque eu não te amo e eu fiz tudo isso por você porque eu tive pena, sabe como é... Um menino bonitinho, fã de música e sozinho... Não resisti!- Alice riu, irônica e saiu da cozinha com passos barulhentos, enchendo a casa com o som da raiva.

Josh permaneceu onde estava, parado e totalmente pasmo. Imaginar uma coisa é algo totalmente diferente e menos doloroso do que ouvir essas coisas. Agora o garoto estava no limite da escolha, pois tinha sua Alice de um lado e a mãe do outro, mas não apenas a mãe, mas todo o mundo que ele imaginou com ela.

O garoto continuou sentado na cadeira da cozinha, pegou mais um sonho e comeu. Ele amava aquela garota do modo mais libertador possível, pois antes de amor ele sentia amizade por ela e sendo assim ele ponderou que ela entenderia sua atitude e pensou que um dia eles pudessem ficar juntos, nessa casa, ao lado da mãe.

Alice partiu sem levar nada, estava tão furiosa com o garoto que nem pensou em onde estava indo, apenas saiu. Alyson gritou seu nome, mas ela fingiu não ouvir e continuou andando com passos furiosos, a mulher a seguiu durante um tempo, chamando e gritando pelo nome da garota, mas aconteceu tão rápido que a pobre mulher nem teve tempo de impedir.

Em um segundo Alice olhava para baixo, praguejando consigo mesma e andando em direção da cidade, no outro segundo a menina estava sendo segurada por um par de braços fortes e rijos que a apertaram com tanta força que a deixou com marcas roxas. Era Paul.

Alyson correu, gritou por ajuda e atirou pedras que encontrou no caminho, mas o garoto apenas sorriu para a mulher desesperada e com um soco rápido deixou Alice inconsciente em seu colo, mole como uma boneca de pano, ele a jogou no ombro e a levou para um carro, colocou a garota no banco traseiro e se jogou ao lado de uma bela ruiva que sorria de satisfação. Não esperaram mais, aceleraram para a cidade enquanto Alyson corria de volta para casa, para contar para o filho o ocorrido.

– Joseph!- Ela gritou.

– Josh!- Se corrigiu, lembrando do novo nome do filho.

– Que foi mãe?- Josh apareceu na soleira da porta e encontrou a mãe com os olhos bem apertos, vermelha pela corrida e muito ofegante.

– Alice... Sequestrada...

– O que?- Josh sentou a mãe ao seu lado, mas ela parecia estar em pânico.

– Um garoto a levou... Bateu nela e não pude evitar, eu sinto muito Joseph- Alyson estava tão assustada, pois estava vivendo um dejavú de quando Josh fora levado dela, sem que ela pudesse fazer nada.

– Um garoto? Como ele era?- Josh começou a ficar realmente preocupado, com medo de que as últimas coisas que eles haviam dito um para o outro fossem bobagens de brigas.

– Forte, muito forte. Cabelo com topete, meio louro da luz do sol, olho verde castanho e com uma fina cicatriz na têmpora direita- Alyson sempre fora uma ótima fisionomista, mesmo no estado em que estava conseguia se lembrar dos detalhes.

– Di Immortales!

– E tinha uma ruiva com ele.

– Julie!- Josh levantou e deu um soco no chão de terra, levantou poeira e seu punho ardeu, mas ele se sentiu melhor com a dor, conseguia se sentir melhor sabendo que estava machucado.

– Quem foi que fez isso e por quê filho? Não foram monstros?

– Não mãe, foi uma semideusa psicopata e o capanga dela. Tenho que ir buscar Alice, ela precisa de mim.

Alyson olhou para o filho e sentiu tanto orgulho que quase gargalhou, mas se controlou para não o fazer, pois viu como Josh se sentia.

– Vá filho e seja o herói que sei que você é.

– Tentarei mãe.

Alyson levantou e abraçou o filho, com força, sentiu que esse seria o último abraço, mas não se sentiu triste com isso, pois ela sabia que é questão de tempo para que ela tivesse que dar o filho ao mundo para ser um herói.

– Eu te amo, ficarei longe de você, mas estarei sempre te amando- Josh sentiu que seu coração se partia, mas se reprimiu, Alice precisava dele e era disso que faria sua motivação.

– Também te amo filho e se cuide.

– Tudo bem- Josh soltou a mãe e pegou os pertences que estava perto da porta, durante todo o tempo que ficaram ali eles deixaram as coisas perto da porta para o caso de uma fuga rápida, como agora.

– E cuide bem da menina, amando-a- Alyson piscou para o filho e ele sorriu tristonho.

– Pode deixar mãe, considere-a como nora.

Alyson riu de felicidade por um momento e Josh também o fez, mas virou as costas e saiu dali em direção da moto para correr atrás da garota. Estou indo atrás de você porque te amo garota, pensou ele.