The Fallen Angel escrita por Beta23


Capítulo 4
Perguntas sem respostas


Notas iniciais do capítulo

Oie leitores queridos do meu coração, foi mal por não ter postado antes, tô dodói :(
Espero que gostem, grande beijo.
* Agradecendo:Kathleen Constantino Ferreira, por comentar. Giih Reis, por comentar E favoritar.
Sério, eu dancei macarena quando vi isso, vcs são demais.



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- Samuel! – chamei

Quase todos os anjos que estavam por perto viraram e me olharam com curiosidade, não era comum anjos gritaram no saguão do centro de treinamento, mas eu não me importava, precisava das respostas. Samuel virou para me olhar, estava claramente surpreso por meu grito, ou surpreso por eu ter a ousadia de gritar no meio do paraíso.

- Blair? – falou – o que houve?

Andei rápido e parei á sua frente, soltei um suspiro pesado e encarei seus olhos.

- preciso perguntar algo – falei – e preciso de uma resposta.

Ele me encarou com as sobrancelhas levemente arqueadas, não era muito comum eu exigir nada dele.

- está tudo bem com você Blair? – perguntou – parece tensa.

Minhas pernas tremiam, minhas asas estavam arrepiadas e eu respirava de modo arfante, mas não conseguia me controlar. Toquei meu braço, onde o humano me tocara, senti um leve desconforto seguido por uma pontada, formara um hematoma no local, algo que eu nunca tive antes. Samuel olhou para o meu braço e arregalou os olhos, sequei a lagrima que soltara sem intenção e voltei meu olhar para ele.

- você está machucada Blair – reparou – o que foi isso?

Esfreguei o hematoma, tentando fazê-lo desaparecer, mas não deu certo, e só fez doer mais.

- Samuel, eu preciso de ajuda – falei.

- precisa mesmo – concordou

Samuel guardou os pergaminhos que segurava em uma estante e me conduziu a área de enfermos. Anjos não ficam doentes, usamos a ala apenas para o nascimento e reparação de almas. Sentei em uma maca flutuante, não precisávamos de chão por ali, mas tínhamos, não entendo o por quê.

- Ângela! – chamou Samuel

Uma mulher rechonchuda saiu de trás de uma estante e sorriu para nós, sorri de volta, por instinto.

- olá Blair – ela me cumprimentou – Samuel, como vai?

- muito bem Ângela – respondeu Samuel, com um sorriso pacifico – pode nos ajudar?

- é claro – respondeu, alegre como sempre.

Estendi meu braço, ela deu um gritinho assustado, nenhum anjo tinha hematomas, apenas eu.

- como isso foi ocorrer? – ela perguntou

Dei de ombros, Samuel franziu as sobrancelhas para mim, mas aquela não era a hora para isso, não ali.

- bem, vamos dar um jeito – ela comentou – devo ter algo aqui que pode ajudar.

Ela voltou para suas prateleiras e tirou um potinho, abriu-o e passou um pouco de seu conteúdo em meu braço machucado. O creme tinha cheiro de aveia, senti-o sendo absorvido pela minha pele, aliviando um pouco a dor, consegui sorrir.

- prontinho – ela sorriu – vai ficar nova em folha em três dias.

Sorri, encarando o machucado em processo de cura.

- obrigada Ângela – agradeci – muito obrigada.

- não á de quê minha querida Blair – Ângela disse, com um sorriso – procure se cuidar, sim?

Assenti, ela sorriu e voltou para suas prateleiras. Samuel parou bem na minha frente, franziu as sobrancelhas e esperou, suspirei e fiquei calada.

- como arrumou isso? – perguntou, apontando para meu machucado.

Suspirei, levantei da maca e saí da área de enfermos. Samuel me seguiu, parei na beira do caminho, bem na junta entre a terra e o céu. Pude ver arranha céus e prédios altos de onde estávamos, um helicóptero voava ao longe, sem ter noção do que o observava.

- Samuel, eu preciso da sua ajuda – falei.

- com o que? – perguntou

Virei em sua direção, encarei seus olhos pacíficos.

- com um humano – respondi

Samuel ficou em choque por alguns segundos, suas expressões variavam entre incredulidade e descrença, suspirei e voltei meu olhar ao reino dos humanos.

- um humano, Blair? – perguntou, sua voz estava interrogativa – como acabou se envolvendo com um humano?

- não me envolvi com um humano – respondi – só não sei o que fazer.

Ele respirou fundo, fiz o mesmo.

- conte-me – pediu.

Fechei os olhos por um segundo, lembrando dos olhos escuros.

- tem esse humano, ele é diferente – falei – eu não consigo manipula-lo, nem ao menos me esconder dele. Samuel, ele e imune á mim, e pode me ver.

- impossível – disse.

Olhei-o, Samuel estava incrédulo, mas tentava parecer firme.

- sim, Samuel – insisti – é verdade.

- não pode ser – resmungou – isso é impossível, não pode se repetir.

Pisquei, Samuel não percebeu.

- repetir? – induzi – já aconteceu antes?

Ele ficou levemente vermelho, acho que irritado.

- não, nunca aconteceu – mentiu, detectei isso em sua voz – nem ao menos aconteceu com você, isso é impossível. Humanos não podem nos ver, Blair. Você foi descuidada, apenas isso.

Apontei para meu machucado, Samuel semicerrou os olhos.

- isso é de mentira? – perguntei, um pouco irritada também – ele me fez isso, Samuel. O humano, ele pode me ver, na responde aos meus comandos, e ainda pode me tocar. Isso é mentira para você?

Soltei uma lagrima levemente avermelhada, fiquei ofegante e assustada, Samuel também.

- Blair, você está bem? – perguntou

- não, não estou – respondi – quase fui corrompida pela raiva.

Ele ficou me encarando, seu choque era estampado em seu rosto. Fechei a cara, ficando levemente mais alta do que eu era.

- não acredita em mim – conclui – não preciso mais de sua ajuda.

- Blair – chamou

Mas eu já estava longe, voando pelo céu da cidade, pensando em como minha vida não podia ficar pior.

***

É claro que eu não me importava com a chuva, já que não podia ficar doente. Na verdade, a chuva me dava forças, me dava momentos de paz, me ajudava á refletir. Nada melhor do que sentar em um banco, na beira de um píer, com uma chuva fina e refrescante para clarear as ideias.

Encolhi minhas asas, fazendo com que elas entrassem em minhas costas. Eu só as tinha quando precisava, quando não queria, podia guarda-las, possibilitando um disfarce comum, como se eu fosse uma humana.

Uma brisa suave e agradável soprou em minha direção, agitando as bordas de meu vestido branco e levemente esvoaçante. Fechei os olhos, tentando pensar em coisas coerentes.

Toda a vez que eu tentava entender o que acontecera, aqueles olhos me vinham á mente, fazendo-me ficar incapaz de raciocinar. Aquele rosto perfeito e incrível voltava á minha mente, assombrando-me, como um fantasma de algo que vivi antes. Era impossível, eu não tive vida, na antes de virar um anjo, ou, pelo menos, não que me lembrasse.

Nossas memórias eram retiradas para nossa própria sobrevivência, era completamente proibido qualquer contato com um ser humano, á menos, é claro, que precisássemos leva-lo á luz, no caso dos ceifeiros, como eu.

Mas eu sentia algo em relação aquele humano, sentia que tinha que conhecê-lo, ficar perto dele, senti-lo por perto. Era como se eu tivesse uma nova necessidade, que só ele podia suprimir. Eu era a alcoólatra e ele minha bebida, uma viciada e ele a minha droga, uma diabética e ele minha insulina.

Precisava encontra-lo, vê-lo outra vez. Levantei e alcei voo, preparada para encarar o que precisasse, eu tinha que vê-lo outra vez, nem que fosse algo perigoso.


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Notas finais do capítulo

Prontinho, grande beijo e até o próximo.



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