The Fallen Angel escrita por Beta23


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo, espero que gostem.



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Voando pela cidade, não posso deixar de pensar no quanto queria ser normal, ser humana. Observo as pessoas irem e virem, cuidando de suas vidas, sem ao menos saber de nossa existência, sem ao menos repararem que não estão sozinhos.

Me chamo Blair, pareço ser normal, á não ser pelas minhas longas asas brancas. Algo que me aconteceu quando eu ainda era um bebê, fui consagrada á luz, fui entregue á paz, virei essa criatura. Para alguns, ser um anjo é uma grande honra, mas para mim, é a minha maldição. Não posso imaginar vida pior, não posso andar pelos humanos, não posso conhecer ninguém que não pertença á luz, como eu. Me sinto completamente vazia e solitária, não tenho sentimentos, nem mesmo sei o que é amor.

Parei no alto de um prédio, as ruas cheias e movimentadas da metrópole não paravam um só segundo, seguindo o ritmo constante da vida mortal.

Observei uma mulher falando no telefone, ela parecia agitada, nervosa, até mesmo triste. Não consigo entender porque um humano pode ser triste, eles tem todos os motivos para serem felizes, viverem em paz, mas parecem sempre mudar isso, transformar essa benção em algo ruim.

Resolvi segui-la, ajuda-la de algum modo, não podia ver a razão daquela humana estar tão infeliz.

Voei em seu rastro, a mulher parou em um píer. Parecia muito abalada, tremia muito, seu telefone caiu dentro da água, mas ela não ligou. Pousei silenciosamente em cima de um galpão, observando a jovem, medindo seus passos. Ela encarou as águas escuras, como se decidisse o que fazer.

– você apareceu – disse uma voz

Olhei para a entrada do píer, um homem vinha em sua direção, armado.

– não Dustin – a mulher implorou – por favor, não!
- achou mesmo que escaparia? – perguntou – ninguém pode escapar de nós.

– eu só queria uma vida! – a mulher chorava, seu desespero me abalou – só queria fugir disso!

O homem riu e ergue a arma, estava pronto para atirar na mulher. Voei e me pus na frente da bala, que me atravessou sem fazer dano algum. Virei para o homem incrédulo, suas mãos tremiam, como se não acreditasse no que viu. Coloquei-me á frente da mulher, impedindo que a segunda bala lhe atingisse.

– quem é você? – perguntou o homem – como pode não morrer?

Cheguei perto dele, olhei em seus olhos e o homem parou, ficou calmo, respirando devagar.

– não vai mais procurar essa mulher – falei – nem outras como ela, nunca mais.

Seus olhos adquiriram uma cor branca, depois voltaram ao preto inicial. O homem virou de costas para mim e foi embora, andando sem pressa.

– quem é você? – perguntou a mulher

Virei para ela, que encarou meus olhos violetas.

– sou Blair – respondi – você está bem?

Ela ainda parecia incrédula, respirei fundo.

– Kate – respondeu

Então ela reparou em minhas asas, arregalou os olhos e sufocou um grito.

– humana, não tenha medo – falei com toda a calma que achei em meu coração – não vou machuca-la.

– o que você é? – perguntou de forma assustada.

– calma Kate – pedi – sou um anjo.

– anjo? – ofegou

Assenti, ela deu outro passo para trás, ficando mais perto da água.

– por que aquele homem estava te perseguindo? – perguntei

– trabalhei para ele, mas quis sair – respondeu – eles mataram meu noivo, e vão me matar.

– ele não vai mais te achar – tranquilizei-a – não vai mais te incomodar.

– não, existem outros – gaguejou – vão me matar, eu sei disso!

Ela virou para a água e pulou, corri, mas não consegui chegar á tempo. Recolhi sua alma com um suspirou, guardei a esfera branca dentro das mãos.

– mais uma alma pura se vai – sussurrei – recebam-na, ela merece a paz.

A bolinha subiu e desapareceu por entre as nuvens, abri minhas asas e alcei voo.

Não consegui salvar outra vida, esse era meu dever, minha obrigação. Me senti muito mal, pude sentir o medo e a ira daquela mulher, seus últimos suspiros foram usados para amaldiçoar o tal Dustin, outra alma pura que se perdeu no caminho.

Como sei? Posso ler sua mente, saber o que se passa antes de sua morte. Faz parte de ser quem sou, posso reconhecer a aura boa e a ruim, e impedir que se bandeie ainda mais para as trevas.

Pousei no alto de um prédio grande no meio da cidade, conjurar o encantamento sagrado me levou um pouco de minhas forcas, mas eu me recuperaria.

Fechei os olhos e senti a brisa balançando meus cabelos negros e ondulados, respirei fundo, pensando em meu único desejo, ser humana.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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