Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 8
O aviso




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Se Plutão Levesque fosse um professor menos rabugento, talvez alguns alunos pudessem até gostar dele. O fato de ele ter um cão de três cabeças como animalzinho de estimação não ajudava muito. Percy sentia pena de Hazel, filha do professor. Ela era legal e ainda por cima era amiga de Frank. Pelo que Percy sabia, o pai dela era seu primo, já que seu nada querido tio Hades di Angelo teve Plutão anos atrás com a primeira esposa; depois do divórcio ele se casou com Maria di Angelo, que morreu há alguns anos e Percy nem chegou a conhecê-la. Depois do segundo casamento, Hades e Maria foram morar em Roma. Ainda assim, Plutão era bem desagradável, mesmo sendo primo de Percy e Jason.

Plutão levou os dois, puxando-os pela orelha, até sua sala nas masmorras. As bagagens ficaram embaixo do salgueiro juntamente com a vassoura de Jason e o menino temia que a árvore quebrasse suas coisas, principalmente a vassoura. O professor deu um longo discurso sobre as regras da escola e sobre como eles seriam expulsos. Jason só faltou chorar, enquanto Percy fez bom uso de seu TDAH e viajou para a dimensão mais próxima.

– Se vocês fossem da Sonserina, estariam voando de volta para Londres tão rápido como soletrar Hogwarts. – ele exclamou estressado.

– Sim senhor. – ambos responderam com a cabeça baixa.

– Deem uma boa olhada nesse castelo, meninos, pois será a última vez que vocês irão vê-lo! – ele disse feliz.

– Eu não acho. – o diretor Júpiter disse entrando na sala do professor de poções.

– Grace. – Plutão disse, acalmando-se.

– Como você mesmo disse, se o senhor Jackson e o senhor Grace fossem da Sonserina, eles, provavelmente, estariam voltando para Londres. Mas essa decisão não cabe a você, Plutão. Cabe a mim e ao doutor Yew decidir o destino deles. Afinal, Michael e eu é quem somos os diretores responsáveis pela Lufa-Lufa e Grifinória. – Júpiter disse sereno.

– Sim senhor. – Plutão disse parecendo envergonhado.

– Agradeço por tê-los resgato, Plutão. De verdade. Mas a permanência de seus primos não depende de você. Senhor Grace, minha sala sim. Senhor Jackson, procure o doutor Yew na sala dele. – o diretor falou.

Os meninos concordaram com a cabeça. Ambos saíram aliviados das masmorras e caminharam em direções opostas. Percy nem sabia que o médico da escola era o diretor de sua casa e muito menos onde o cara dormia. Ele foi para a enfermaria e encontrou o estagiário, Lee Fletcher, cuidando de um menino. Percy só faltou ter um infarto quando viu o rosto do garoto, era o menino que ele havia visto no espelho de Ojesed e na visão que Gaia o mostrou durante um sonho no ano anterior. Os olhos e cabelos tão negros quanto à noite, pele clara como as de um fantasma, vestes da Sonserina e um anel de caveira na mão direita.

– Ah... senhor Fletcher? – Percy disse ao entrar na enfermaria.

– Senhor Jackson. Boa noite. – Lee disse, cordial.

– Boa noite. O senhor sabe dizer onde fica a sala do doutor Yew? O diretor me mandou falar com ele.

– Ah sim... vá até o fim do corredor, dobre a esquerda. É a terceira porta do lado direito. – o estagiário disse suturando o braço do garoto fantasma.

– Obrigado. Com licença. – Percy respondeu.

Ele tinha a sensação de que conhecia o garotinho de algum lugar. O menino não parecia ter mais do que sete anos e ainda assim estava em Hogwarts, o que não parecia ser certo. Percy caminhou até onde seria a sala do médico e bateu de leve na porta de madeira, ele começou a ouvir cascos batendo no chão e olhou para os lados procurando Grover ou Quíron, mas o imenso corredor estava deserto. O garoto franziu o cenho e bateu na porta mais uma vez. Silêncio mortal. Até que Percy ouviu:

“Sangue. Eu preciso de sangue.”

Por reflexo, levou a mão ao bolso e pegou a varinha, mas o corredor continuava vazio. O barulho de cascos batendo no chão aumentou e Percy ficou com dor de cabeça; o que é que aquilo fosse, começou a se aproximar dele. Ele tentou pensar em algum feitiço de defesa, mas não sabia de nenhum e der repente era como se ele estivesse em uma prova, sua mente ficou em branco.

– Senhor Jackson? Algum problema? – o médico perguntou, abrindo a porta.

DI IMMORTALES! – ele gritou de susto ao ver o homem.

– O senhor está pálido. Aconteceu alguma coisa?

– Ah... – Percy disse ainda com o coração a mil, ele tentou raciocinar, mas essa não era uma qualidade que ele possuía. – O senhor... o senhor ouviu isso?

O Dr. Yew franziu a testa. Ele usava vestes de bruxo brancas, mas parecia que havia as vestido na pressa, a cara de quem havia acabado de acordar estava clara, os olhos vermelhos de sono.

– Ouvi o que senhor Jackson? – Michael perguntou estranhando o comportamento neurótico do menino.

– Nada... – ele disse para si mesmo. – nada... er... o diretor quer que conversemos. Para ver se eu sou expulso ou não de Hogwarts.

Percy contou toda a história, deixando de lado a parte de Blackjack, Tempestade e o fato de que Jason não parava de falar do quanto Piper amava voar atrás dele naquela bendita vassoura. Contou sobre o Salgueiro Meio-Sangue e sobre Jason não saber quem é o Homem Aranha (o super-herói que Annabeth mais odeia). Por fim falou sobre o quão assustador eram as masmorras, Plutão Levesque, a voz de Plutão Levesque e tudo de assustador sobre Plutão Levesque. Michael Yew apenas balançou a cabeça tentando se livrar do sono e quando o garoto terminou de falar, ele deu um sorriso e disse que não via motivo para expulsá-lo.

– Menos 20 pontos para Lufa-Lufa. E vá para cama Jackson! Eu quero dormir. – Michael disse ainda com um sorriso no seu rosto de fuinha.

Percy só faltou abraçar o médico e seguiu seu caminho até a cozinha, estava faminto, mas teria que se contentar com os doces que a mãe de Frank mandava. Quando ele chegou ao salão comunal da Lufa-Lufa, todos os alunos o encararam como se ele estivesse acabado de entrar na sala errada. As conversas cessaram e os novatos olharam para ele com medo. Na escada, Frank, Chris, Dakota e Will estavam sentados comendo doces.

– Percy, ficamos preocupados. – Luke disse aparecendo com o velho sorriso de sempre no rosto. – Annabeth procurou Thalia por todo o trem quando não te achou. Só depois notamos o sumiço de Jason. Tudo bem amigo?

Ninguém parecia se importar com a bondade de Luke. Percy apenas assentiu a cabeça e tentou não prestar atenção no desprazer que seus colegas de casa estavam tendo ao vê-lo.

– Achamos que você tinha saído da escola. – Frank disse com jujubas na boca.

– Não. Eu só perdi o trem. – Percy deu de ombros.

– E porque está todo arranhado amigão? – Beckendorf disse aparecendo com o mesmo sorriso brincalhão de sempre no rosto.

Beckendorf era muito alto para a idade, amigo de todo mundo e, assim como Luke, era o melhor monitor dos lufos.

– Longa história. Conto amanhã no café. – ele disse fingindo estar exausto (não precisou atuar muito).

– Boa noite. – Luke sorriu.

Percy sorriu de volta e subiu as escadas, seus companheiros de quarto foram logo atrás dele. Nenhum dos quatro pareceram ligar para o fato de que todos tinham medo do amigo. O menino se jogou na cama e só depois notou que suas coisas estavam organizadas ao lado de sua cama.

– Você tá péssimo. – disse Chris Rodriguez.

– Valeu. – Percy respondeu sarcástico. – Ei, porque tá todo mundo olhando para mim como se eu fosse um fantasma?

– Sabe como é, os ignorantes ainda acreditam na história do Profeta Delfos Diário de que Cronos voltou à vida. – Will Solance comentou.

– Mas nós não. – Frank acrescentou. – Somos seus amigos Percy. Sabemos que seu avô tá tão morto quanto o bom gosto do Dakota para garotas.

– EI! – Dakota exclamou e todos os demais riram.

– Bem, eu vou dormir. Minha bunda tá doendo, passei 4 horas voando e eu, honestamente, nunca mais quero subir em uma vassoura em toda minha vida. – ele sorriu.

– Cara, isso soou MUITO ESTRANHO. – Will disse malicioso. Os meninos riram.

– Vocês são muito pornográficos para pré-adolescentes de 12 anos. – Percy falou e se cobriu com o edredom amarelo.

Os meninos fizeram mais algumas piadas, mas se limitaram a isso. Percy teve sorte, pois não sonhou com nada naquela noite, mas a sorte acabou no dia seguinte. Na mesa da Lufa-Lufa, apenas Connor, Travis, Beckendorf, Luke, Frank, Chris, Dakota e Will não se incomodaram de sentar perto de um dos herdeiros de Cronos. Na mesa da Grifinória, Thalia, Jason e Hazel estavam completamente isolados dos demais alunos. Clarisse parecia estar implicando com Thalia por alguma coisa. Mas o ponto alto do dia de Percy foi quando ele estava quase terminando o café da manhã e Annabeth o abraçou por trás com tanta força que quase machucou a caixa torácica dele.

– Annabeth! – Percy exclamou.

– Desculpa. – ela o largou e seu rosto corou. – Eu fiquei super preocupada com você ontem.

– Perdi o trem. – ele deu se ombros.

– Eu sei. Jason contou toda a história para Thalia. Quem é que dá o nome "Blackjack" para um pégaso?

– Sério? Eu quase morri ontem por causa daquele salgueiro psicopático e você tá mais preocupada com o nome do pégaso? – ele disse e ganhou um beliscão como resposta, Luke riu.

– Fico feliz por você estar bem, Cabeça de Alga. – ela disse como se essas palavras tivessem um preço muito alto se pronunciadas.

– Valeu, Sabidinha. – do nada, ele se sentiu melhor.

– Vejo você na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, minha nada querida e irritante dupla. – ela piscou para ele e saiu do salão.

– Tá legal primeiro ano. – Beckendorf chamou. – Agora vocês tem aula de feitiço. Venham comigo para não se perderem.

Percy olhou para o prato de cereal azul com leite na sua frente e terminou o café da manhã com alegria. Para o azar de Percy, a primeira aula dele, e de todos os alunos do segundo ano, era treinamento com vassoura. No ano passado ele quase quebrou a perna na primeira aula e não havia melhorado em nada durante todo o ano letivo ou férias. Na aula, ele colidiu com Lacy e Nyssa e foi parar na enfermaria. Para continuar o azar, o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas era ninguém menos que o patético do Febo Yew, que não sabia controlar os diabretes da tasmânia que ele mesmo levou para sala de aula e todos os alunos do segundo ano foram atacados pelos bichinhos. Um deles pendurou Percy no lustre da sala.

Jason e Jake Mason foram colocados de cabeça para baixo, Piper McLean quase foi jogada janela a fora juntamente com Hazel Levesque. Clarisse La Rue TENTOU lutar contra os diabretes, mas Frank se atrapalhou tanto que a transformou em uma flor sem querer. Annabeth e Reyna conseguiram controlar a situação antes que Will, Chris, Gwen, Dakota e os gêmeos Pólux e Castor terminassem virando churrasquinho por um Leo Valdez que fazia a varinha soltar fogo, mas que não conseguia controlá-la. Para piorar ainda mais o dia, o diretor Júpiter deu um castigo para Percy e Jason por quase terem "destruído" um bem precioso da escola.

"Como se aquele estúpido salgueiro tivesse alguma importância" Percy pensou.

Jason foi obrigado a limpar todos os quadros da escola, enquanto Percy ficou encarregado de ajudar Febo Yew a responder suas cartas de fãs. Júpiter tinha que lembrar que torturar alunos era proibido. Pior do que ser torturado por passar horas com o novo e patético professor, era o fato de que ele ainda não havia visto Grover. O castigo lhe tomou quase todo o tempo livre durante o primeiro mês de aula. Além de não ver Grover, ele também deixou de ver Annabeth, pois "cartas de fãs são extremamente importantes, senhor Jackson". Numa noite, enquanto voltava de mais um castigo, ele voltou a ouvir os cascos e voz misteriosa, que mais uma vez queria sangue.

"Matar! Matar!" dizia a voz.

Percy terminou ficando preocupado e seguiu os cascos, ele terminou esbarrando em Annabeth, que levava cinco livros imensos.

– Olha por onde anda, Percy. – ela disse com raiva.

– Desculpa. – ele ofereceu a mão para ela se levantar.

– De... de onde está vindo essa água? – ela perguntou.

Foi quando ele percebeu que havia água no chão. Os dois pegaram os livros antes que molhassem.

– O banheiro feminino fica aqui perto, certo? – ele perguntou.

– É, mas ninguém entra naquele banheiro. – ela respondeu ainda com raiva.

– Por quê?

– É nele fica a Murta Que Geme.

– Quem? Entramos lá ano passado e eu não vi ninguém.

– Ela um dos fantasmas de Hogwarts e só sai em noites com lua. Não sei por quê. – deu de ombros.

– Lobisomem?

– Não creio que fantasmas de lobisomens sigam o ciclo lunar. – ela parou para pensar.

– Ah... Annabeth...?! – ele disse com medo, apontando para uma parede.

– O que? – ela disse e então olhou para onde ele apontava.

Na parede, escrito com sangue, e em uma mistura de grego com latim, estava à frase: "O Bunker Secreto foi aberto novamente, inimigos do herdeiro... cuidado".

– Meus deuses... – ela disse alarmada.

– O que um bunker? – ele estranhou.

– Sério que você tá preocupado com isso? – ela disse irritada.

– Mas o que... – disse uma voz conhecida, se aproximando deles.

– Vamos dá o fora daqui. – ele sussurrou.

Antes que qualquer um dos dois pudesse correr, os alunos da Corvinal apareceram sendo guiados por Hylla Ramírez-Arellano. Todos sussurraram ou gritaram de medo. Reyna olhou para Annabeth com os olhos arregalados. Por outro corredor os alunos da Lufa-Lufa apareceram, todos estavam assustados e Luke quase não conseguiu conter os meninos. Alguns professores vinham atrás e quase desmaiaram ao ver o que estava escrito.

– Chase, Jackson... – Minerva gaguejou.

– AH! – Silena Beaugerad gritou.

Todos correram para encontrar o grupo da Sonserina. Piper estava abraçando a irmã e as duas choravam enquanto um dos monitores tentava acalmar os alunos. A pomba de estimação das irmãs estava paralisada jogada no chão como se não fosse nada.

– Ela tá morta Silena. – Piper choramingava.

– Não está. – a professora Ceres Gardner disse ao se aproximando do animal. – Está petrificada.

Todos começaram a cochichar, até que o diretor chegou ao local. Minerva e Plutão falaram para Júpiter sobre o Bunker Secreto. Percy estava em choque por tudo, mas ele notou que o garoto "fantasma" da Sonserina (se ele não estava enganado, o nome do guri era Nico) saiu do grupo de alunos e foi andando em direção as masmorras para chegar à casa comunal da sua casa. Percy estranhou o fato, mas não deu muita atenção.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer a GeeAlmeida que recomendou a fic