Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 9
O plano




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/432116/chapter/9

Percy achou que não tinha como sua vida ficar pior. Cara, como ele estava enganado. A escola inteira continuar evitando ele, Thalia, Jason, Miranda, Katie e Hazel por causa dos boatos de Cronos dando uma de Dean Winchester. O Profeta Delfos Diário não ajudava; o jornal de maior circulação do Mundo Bruxo e de maior prestígio começou a afirmar que a história era verdade e que Cronos estava mesmo de volta, o que causou histeria em massa. Percy não se importava com o fato da escola achar que ele era uma pessoa ruim ou de que não pertencia, de fato, a família Jackson por ter ido para a Lufa-Lufa. Mas depois da história do Bunker Secreto ter sido aberto, ele passou a ligar para o que algumas pessoas pensavam.

Beckendorf, Connor, Travis, Chris, Dakota e Will começaram a olhar para ele com medo. Grover continuava desaparecido e isso já estava começando a preocupar o filho de Poseidon. No dia em que a notícia da mensagem sobre o Bunker Secreto pintada de sangue vazou na impressa, Sally mandou um berrador para Percy, mas ele terminou ignorando. Já não bastava os amigos lhe olhando estranho, ele não precisava da mãe dando uma de super protetora e muito menos de broncas. Terminou contando de sua preocupação por Grover para Annabeth com as sobrancelhas queimadas.

– Todo mundo sabe que se ignorar um berrador, ele explode. – ela falou.

– Meh. – ele respondeu dando de ombros.

Os dois estavam caminhando até a casa de Quíron para ver se ele tinha alguma notícia sobre o sátiro. Ambos usavam o uniforme da escola, já que estavam no horário de almoço. Fumaça saia da chaminé e o cheiro de chá estava misturado ao cheiro de pinheiros da floresta negra. Quando eles chegaram mais perto, só faltaram sair correndo, isso porque o centauro ouvia música brega americana e dançava feito um doido dentro da casa.

– Isso é perturbador. – Percy disse, assustado.

– Estou traumatizada. – Annabeth brincou.

Eles bateram na porta. Quíron desligou a música, parou de ser possuído pelo ritmo ragatanga e abriu a porta.

– Percy, Annabeth... entrem. Querem chá? – ele disse cordial.

– Obrigada. – eles disseram e entraram.

A casa de Quíron era bem organizada, mas ainda assim cheirava a mofo. O gentil centauro colocou duas xícaras de chá quentinho em cima da mesa e sorriu enquanto as crianças sentavam.

– O que os trazem aqui meninos? – ele disse sentando em sua cadeira de rodas mágica.

Segundo Luke, aquela cadeira fazia com que Quíron se disfarçasse no mundo trouxa, já que sua bunda branca de cavalo encaixava na "caixa", fazendo-o parecer ser apenas um cadeirante ao invés de um animal mítico. A camiseta branca com o suéter vermelho feito de lã encaixavam perfeitamente na falsa calça caqui com sapatos formais de couro marrom.

– Grover sumiu. – as crianças disseram ao mesmo tempo.

A expressão tranquila de Quíron sumiu e deu lugar a uma cara de preocupação.

– Você sabe de alguma coisa. – Annabeth levantou uma sobrancelha.

– Os pais dele vieram falar comigo. Estão preocupados com o sumiço dele também. Assim como Juníper. – ele disse encarando a própria xícara de chá.

– Quem é Juníper? – Percy perguntou.

– Uma ninfa. Ela e Grover são... como é que os trouxas dizem? Hum... "mais que amigos" ou algo do gênero.

Percy e Annabeth trocaram olhares, Grover nunca mencionara Juníper.

– Creio que a próxima aula de vocês está por começar. – ele disse com o olhar perdido.

– Mas acabamos de chegar aqui. – Percy disse, mas Annabeth o puxou para fora da casa de Quíron e agradeceu de hospitalidade.

– Ele tá escondendo alguma coisa. – ela disse quando eles chegaram à estufa número dois.

– Claro que está! Prestou atenção naquela cadeira? – o lesado respondeu.

Annabeth o encarou com sua melhor cara de "sério?" e Percy deu de ombros. Logo estavam prontos para mais uma aula com a professora Ceres Gardner. Que, de acordo com Annabeth, era a irmã mais nova do pai de Katie e Miranda, as primas de Percy que são Corvinal. Sem querer, quando os dois entraram na estufa, Percy esbarrou em Jason e ambos caíram no chão.

– Desculpa cara. – o moreno estendeu a mão ao primo.

Jason levantou e caminhou até o fim da estufa, sem dizer nada e com uma cara horrível.

– Isso foi estranho. – Annabeth comentou.

– É. – Percy respondeu.

Ele olhou para Leo Valdez e Piper McLean. A amizade de Leo e Jason com Piper era uma prova que nem todos da Sonserina e da Grifinória se odeiam. Mas naquele momento, isso não parecia ser verdade. Piper e Leo desviaram o olhar e pareciam ignorar Jason.

– Acho que eu sei o que está acontecendo. – Percy disse ao ver a cara de dor de Piper.

– Como assim? – ela disse ajudando-o a levantar.

– McLean e Valdez. – ele disse limpando as mãos. – Acho que Jason brigou com os amigos. Uma briga feia.

– Qual é! Leo e Piper estão entre as 12 famílias, Percy. Né possível que eles acreditem nessa baboseira de "Cronos está de volta". – Annabeth disse indo para o lugar dela.

– Não creio que seja isso. Lembra ano passado quando fomos "brincar com Cérberos"? Jason estava lá, mas nada de Piper e Leo. – ele disse chegando ao lado dela.

– Acha que Piper e Leo estão com raiva de Jason por ele não tê-los levado com ele para algo que poderia tê-los matado? – Annabeth franziu o cenho.

– Os três estavam na floresta negra atrás de aventuras, então é, acho que é por isso que eles estão com raiva do senhor perfeição. – disse Percy.

Antes que Annabeth pudesse responder algo, a professora entrou. Depois de dar uma explicação imensa sobre as mandrágoras, ela fez com que todos replantassem os exemplares bebês; Jason desmaiou com o choro da planta. Após a aula de herbologia, Annabeth só faltou puxá-lo pela orelha até a aula de transfiguração, pois Percy não gostava de ter que ouvir Minerva Chase falar durante uma hora. O menino sabia que ela era a única irmã de Frederick Chase, mas a professora poderia ser mais severa que a própria Atena. O casal de amigos sentou no mesmo lugar de sempre, assim como os demais secundaristas. Com exceção de Jason que estava na enfermaria.

– Hoje, apreenderemos a transformar animais em cálices. – ela disse severa como sempre.

Com cabelos loiros grisalhos sempre preso num coque, com roupas de bruxo azul, olhos de mesma cor e feições que lembravam Annabeth e Malcolm, a professora claramente não gostava de Percy da mesma forma que a cunhada Atena. Enquanto todos tentavam transformar seus animais de estimação em cálices, Percy achou melhor deixar seu peixinho dourado (que ele deu o nome de Nemo) feliz no aquário.

– Algum problema senhor Jackson? – a professora perguntou ao ver que ele era o único que não estava praticando o feitiço.

– Ah... não professora. É só... eu estava pensando se... se a senhora poderia nos falar sobre o Bunker Secreto. – ele disse achando que ia levar um fora.

Annabeth parou de acariciar a cabeça de Palas, sua coruja branca, e encarou a tia. As conversas na sala de aula sessaram. Todos os alunos prestaram atenção na cara de desconforto da professora. Nemo cuspiu água na cara de Percy.

– Como todos sabem, Hogwarts foi fundada a mais de mil anos pelos quatro maiores bruxos da época. Godric Grifinória, Salazar Sonserina, Helga Lufa-Lufa e Rowena Corvinal. Só que a escola foi criada na época da Primeira Guerra Bruxa com o intuito de ser um quartel general. E por isso que Hogwarts tem diversas passagens secretas e esconderijos. Após o fim da guerra, foi transformada em escola e três dos quatro criadores viviam em plena harmonia, mas um deles não aceitava os tipos de alunos que a escola educava. – ela respondeu como se sua garganta estivesse pegando fogo.

– Como assim? – Hazel Levesque perguntou.

– Salazar Sonserina queria que Hogwarts fosse mais seletiva em relação à linhagem dos alunos. Em outras palavras, ele só queria que a escola aceitasse os chamados sangues puros. Alguns dizem que ele não era assim antes da guerra, que ele surtou com as barbaridades que viu. Mas o que se tem certeza é de que um dos bunkers criados para a guerra foi usado como esconderijo para algo horrendo. Algo que livraria a escola de todos os que Sonserina achassem impróprios de estudar magia. – a professora explicou.

– Mas bunkers são de fácil acesso certo? – Leo Valdez disse, com o nariz pegando fogo para varear, com Piper tentando apagar.

– Sim senhor Valdez. Geralmente sim. Mas esse foi construído pelo próprio Salazar e nunca ninguém achou sua localização. Obviamente que a escola e suas passagens secretas foram revistadas por diversas vezes e o Bunker Secreto nunca foi encontrado. – ela disse ainda nervosa.

– O que a lenda diz que é seja esse tal de “algo horrendo”? – Clarisse perguntou.

Frank se encolheu quando a tia falou; ao lado dele, Hazel o tentou acalmá-lo.

– A lenda diz que o bunker é o lar de um monstro, senhorita La Rue. Um monstro muito poderoso e cruel. – a professora respondeu voltando para frente do quadro. – Um monstro que só pode ser controlado pelo herdeiro de Salazar Sonserina.

Annabeth e Percy trocaram olhares assustados. Mais tarde na biblioteca, Percy estava quase arrancando os próprios cabelos tentando entender o dever de casa quando Annabeth sentou ao lado dele com um livro imenso em mãos.

– Isso é A Ilíada? Sério? – Percy se assustou.

– É só para passar o tempo. – ela deu de ombros.

– Você tá lendo A Ilíada para passar o tempo?

– É.

– Você é doida.

Ela deu de ombros e começou a ler. Mas a história que a professora Minerva contou não saia da cabeça do menino.

– Ei Sabidinha, você acha que o que a sua tia disse hoje sobre o Bunker Secreto é real? – ele perguntou falando baixo.

– É uma lenda, Percy. – ela respondeu focada no grego antigo.

– Todos os professores estão preocupados. A notícia saiu até no Profeta Delfos Diário. – ele exclamou.

– Shiu! Fala baixo. – ela disse olhando por cima do ombro para ver se tinha alguém prestando atenção neles. – Olha... eu espero que seja mentira, mas faz sentido que seja real.

– Obrigado.

– Se existe mesmo um Bunker Secreto e o monstro foi libertado para... fazer mal aos nascidos trouxas... então quer dizer que o herdeiro de Sonserina está em Hogwarts.

– É, mas quem poderia ser? Piper ou Silena? Elas são uns amores!

– Como é que você sabe que Piper McLean e Silena Beauregard são uns amores? – ela perguntou com a testa franzida.

– Achei que o sobrenome da Silena também fosse McLean. – ele disse tentando se livrar da crise de ciúmes da amiga.

– Silena e filha do primeiro casamento de Afrodite e Piper do segundo. – Annabeth explicou com os olhos ameaçadores.

– Ok... ah... quem mais é da Sonserina? – ele olhou para o próprio pergaminho.

– Tem quase duzentos alunos na Sonserina, Cabeça de Alga. – ela massageou as têmporas.

– Ah... quem... hum... nós conhecemos que odeia os nascidos trouxa? – ele disse mordendo a pena de escrita.

– É isso! – ela exclamou.

– Que? – ele disse com fiascos da pena na língua.

– Clarisse La Rue. Não tem mais ninguém nessa escola que odeie os nascidos trouxas do que ela.

– Como é que você sabe disso?

– Bem... meu pai é nascido trouxa, Percy. Meus avós paternos eram humanos e todos os meus antepassados também. Mas a tataravó do meu pai era bruxa, assim meu pai e minha tia nasceram bruxos. Ou seja, eu tenho sangue trouxa assim como a Levesque. E... bem... Clarisse não gosta só de enfiar a cabeça dos meninos na privada, ela faz isso com as meninas também. – ela disse desviando o olhar, provavelmente com vergonha.

– Ela te machucou? – ele cerrou o punho, as bochechas vermelhas de raiva.

– Não foi nada, Thalia me ajudou. Luke estava por perto e a mandou falar com o diretor Júpiter. Eles me disseram que não era a primeira vez que Clarisse tentava machucar um nascido trouxa. Luke disse que o irmão dela, Marte, o pai do Frank, também fazia isso até se apaixonar por uma humana. – ela disse ainda com vergonha.

– Emily Zhang. Ela é super legal, um amor de pessoa. E ela gosta de sorvete. – ele disse com um sorriso fraco.

– Os La Rue são como várias outras famílias de sangue puro no nosso mundo, eles odeiam os nascidos trouxas. Ou como chamam as más línguas, os sangues ruins. Então o mais velho dos La Rue se apaixona por uma mortal e tem um filho bruxo nascido trouxa. O que você acha que Ares fez com o filho? O deserdou e fingiu que ele nunca existiu. Deixando Clarisse como única filha e herdeira de sua fortuna e do sobrenome dos 12. – Annabeth explicou.

– Isso é horrível.

– É. Uma vez Quíron me disse que desde que Marte se formou que não houve mais bullying contra os nascidos trouxas. – ela abaixou a cabeça. – Tem que ser Clarisse.

Ele pegou a mão dela com delicadeza.

– Porque não me contou que Clarisse fez isso com você? Eu sei que Thalia e Luke são legais, mas... eu sou seu amigo, Sabidinha. Eu teria ido atrás dela e enfiava a cabeça dela numa privada entupida de cocô de centauro. – ele tentou fazê-la sentir-se melhor.

– Foi nos primeiros dias de aula, antes de Grover pedi minha ajuda para te procurar pela floresta. Nós nem nos conhecíamos direito. Mas já passou, Percy. Thalia e Luke me ajudaram muito. E eu sei que posso contar com você. – ela levantou a cabeça. – Mas estamos esquecendo de algo importante.

– Já tá na hora do jantar? – ele disse com fome.

– Não seu lesado. Clarisse é da Grifinória, assim como Ares, Marte e toda a descendência dos La Rue.

– Ei, tradições foram feitas para serem quebradas. Sua tia quem me disse isso. Pode ser que logo no começo os La Rue pertenciam a Sonserina ou os descendentes de Salazar tiveram algum relacionamento amoroso com os antepassados de Ares... as possibilidades são infinitas.

– Você tem razão.

– Então, como faremos para que Clarisse fale sobre o Bunker Secreto antes que alguém, fora a pomba de estimação das filhas de Afrodite, vire vítima desse tal monstro?

– Hum... – ela levantou e foi buscar um livro. – Eu li isso ano passado quando estava estudando para as provas finais de poção. Eu achei que Plutão fosse falar dela esse ano, mas ele não comentou nada. Se chama poção Polissuco e faz com quem beba mude a forma física para a de outra pessoa. – ela disse abrindo a página do livro e mostrando os ingredientes.

– Annabeth... eu posso ser péssimo em latim, mas até eu sei que isso aí é muito perigoso e complicado de se fazer.

– Eu sei e o tempo de preparo é de um mês. Sem falar que vamos violar umas cinquenta regras da escola.

– Um mês inteirinho? O monstro que Clarisse controla vai terminar matando metade dos nascidos trouxa até terminarmos!

– Eu sei, mas é o único plano que temos.

Ele passou as mãos pelo rosto.

– Tá e em quem nós iremos nos transformar? Draco Malfoy e Voldermort?

– Não seu idiota. Sherman e Mark.

– Mas eles são da Sonserina. Como iremos entrar no salão comunal da Grifinória e falar com ela se estivermos com a aparência física de dois membros da Sonserina?

– Não precisamos necessariamente falar com ela no salão comunal. Sherman e Mark são os únicos amigos que Clarisse tem! Se nos transformamos neles, podemos falar com ela até mesmo no corredor.

– Acha mesmo que ela irá falar sobre o plano nefasto de atacar todos os nascidos trouxas para os melhores amigos no corredor da escola?

– Se você falar mais alto, todos que estão na biblioteca irão ouvir e nós seremos expulsos. – ela o repreendeu.

– Desculpe.

– Clarisse não é amiga de ninguém da Grifinória. Para ser sincera, eu nem sei por que ela foi mandada para essa casa e não para a Sonserina. Da mesma forma que eu acho que Silena e Piper deveriam ter ido para Corvinal e Lufa-Lufa.

Percy desviou o olhar. Ele sempre achou que o Velocino estivesse quebrado ou tivesse passado da validade, depois desse comentário de Annabeth, ele passou a ter certeza.

– Façamos o que parece ser mais sensato: tomamos a poção e conversamos com ela. É óbvio que ela irá se gabar para os amigos de sangue puro que ela é quem controla o monstro. Depois falamos ao diretor Júpiter e os Aurores farão seu trabalho e os La Rue nunca mais farão mal a ninguém nessa escola.

– Frank ficará feliz quando der certo. – foi tudo que ele conseguiu dizer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer a Limonada de Maracujá por ter recomendado a fic