Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 33
A ditadura




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/432116/chapter/33

Júpiter quase nunca era visto. A primeira semana de aula foi torturante sem a presença da única pessoa que conseguia frear Juno Cowy. As meninas foram proibidas de usarem calças, qualquer um que não estivesse usando o uniforme completamente adequado (seja por um botão desatacado ou gravata folgada) faria a casa perder pontos. Qualquer homem ou mulher pego junto a menos de vinte centímetros de distância iria para a detenção. As matérias que antes eram práticas viraram teóricas. Qualquer aluno que se atrasasse para uma aula ou esquecesse o material, iria para a detenção. Mensagens de Íris foram proibidas. As cartas enviadas para os pais eram lidas antes de seguirem seu rumo e se alguma revelasse o que de fato ocorria na escola, a carta era queimada. Tudo isso em uma semana. Os professores estavam sendo avaliados desde o dia um pelo que se diziam os boatos. No sábado, Connor e Travis fizeram uma brincadeirinha inocente com Frank, aquela não era a primeira vez que eles o transformavam em doninha e os dois foram punidos com a maldição cruciatus na frente da escola inteira, obviamente que ninguém pode fazer nada.

– É crime fugir da escola? – Percy comentou enquanto eles voltavam da aula de Quíron, estavam no saguão de entrada junto com os demais alunos do quinto ano.

– Tecnicamente não. – Reyna respondeu.

– Se você for, leva a gente? – Jacob implorou.

– A gente e a escola inteira. – Layla acrescentou.

– Galera, o que é aquilo? – Cecil apontou.

Quase que a escola inteira estava reunida no saguão de entrada, havia até a imprensa. A verdadeira Fleecy parecia ser a repórter mais abelhuda do local, nem parecia que ela havia passado dois anos presa e amordaçada em sua própria casa. Infelizmente, com o toque de recolher e todo o resto, Percy e Annabeth quase nem se viram durante a semana. Juno estava no centro da atenção dos jornalistas e os alunos pareciam que iam surtar. Thalia viu o grupo de quintanistas se aproximando e foi falar com eles.

– O que tártaros está acontecendo? – Jason perguntou preocupado.

– Júpiter. Papai o demitiu. – Thalia disse tão pálida quanto Nico, que estava ao lado dela.

– O QUE? – Annabeth engasgou.

– Juno Cowy é a nova diretora de Hogwarts. Ela está dando o discurso. – Nico disse aborrecido.

Annabeth fez sua melhor cara de “agora ferrou tudo”.

– Papai não pode fazer isso, pode? – Jason disse assustado.

– Acorda Bela Adormecida, se a imprensa inteira tá aqui então é óbvio que ele pode. – disse Nico.

Todos olharam para Juno. Havia poucos professores atrás dela, alguns deles eram Minerva, Plutão, Ceres e Circe, os demais professores estavam com suas malas arrumadas. Annabeth nunca achou que fosse ficar com pena de Hal Green.

– Espera, estão demitindo os professores? – Clovis se alarmou.

– Ela não pode fazer isso, ou pode? – disse Jake Mason.

– Parece que sim. – Drew respondeu, pálida.

Júpiter não estava em canto nenhum. Então Quíron apareceu galopando muito rápido e, pela primeira vez desde sempre, ele estava com MUITA raiva. Usava apenas uma camiseta social preta com as mangas dobradas. O arco em mãos e uma aljava com flechas às costas.

– O que tártaros você pensa que está fazendo? – Quíron gritou para Juno, todos os alunos se assustaram. – Não pode me demitir!

– Vai descobrir que eu posso sim. – Juno deu uma de suas risadinhas irritantes.

– Eu moro nessa escola, aqui é minha casa! Hogwarts é meu lar! Não pode me mandar para fora daqui! – ele pareceu que ia pegar uma das flechas e matá-la.

– Acalme-se. – Plutão pediu com o máximo de calma possível.

– Não me peça para ficar calmo Levesque! Sabe o que ela fez com a sua filha ontem de manhã? – Quíron disse exaltado. – Só porque Zeus está maluco não quer dizer que bons professores sejam despejados e que alunos inocentes sejam punidos. Olhem as mãos dessas crianças, vejam se não estão marcadas com tortura!

Nenhum professor pareceu surpreso. Nenhum aluno ou repórter pareceu surpreso (com exceção de Percy). Juno tirou a varinha de suas vestes cor de rosa e lançou um feitiço contra Quíron, o centauro caiu no chão se contorcendo de dor, sangue saia de todo seu corpo. Ninguém ousou a fazer nada. Ninguém com exceção de treze alunos. Clarisse, Percy e Annabeth se colocaram na frente de Quíron. Hazel, Frank, Piper, Jason, Leo, Reyna, Thalia, Nico, Chris e Bianca apontaram suas varinhas para a nova diretora.

– É melhor parar com isso! Ou atacamos! – Chris disse firme.

– Vocês são só crianças. – Juno disse com a voz perversa e o rosto de santa.

– ESPECTRO! – Annabeth tirou a varinha das vestes com rapidez e apontou para a diretora.

O feitiço em forma de coruja atacou Juno bem no peito e a mandou longe por bem uns dez metros. Todos os alunos aplaudiram, assim como os professores. Quíron parou de se contorcer de dor.

– Toque em meus amigos mais uma vez e eu te cego. – Annabeth disse firme.

– Você está expulsa! – Juno gritou levantando-se com rapidez.

– Você não tem autoridade para fazer isso. – Minerva se colocou na frente da mulher.

– Ah não? Eu sou a nova diretora de Hogwarts! – exclamou.

– É, mas quem decide se um aluno é expulso ou não é o diretor da casa. E pelo que eu saiba você foi da Sonserina. EU sou a diretora da Corvinal. Você não irá tocar em nenhum dos meus alunos e se ousar a ferir novamente a minha sobrinha... eu não me importarei em usar nenhuma das maldições imperdoáveis contra você. – Minerva disse firme, fazendo com que todos os alunos aplaudissem.

Parecia que a cabeça de Juno iria explodir.

– Posso não poder expulsar sua sobrinha AINDA. Mas em breve eu irei. Enquanto a você “Aluado”... saia já dessa escola. Você não leciona mais aqui. – ela disse apontando para Quíron e adentrou no castelo.

Numa situação normal, Connor e Travis teriam se derretido e pedido um autógrafo para Quíron. Mas o centauro correu para longe dali antes que qualquer um dissesse uma palavra. Os alunos acharam que depois daquilo as coisas iam mudar e que os jornais publicariam a bravura de Annabeth. Mas não. Todos os jornais diziam a mesma coisa, que Juno Cowy era a nova diretora de Hogwarts e que o Ministério estava investindo muito em educação. Nada mais do que disso. No dia seguinte veio a pior mudança de todas: a escola seria dividida em duas. Ala oeste para os bruxos de puro sangue e ala leste para os nascidos trouxas. As salas de aula foram reorganizadas e as mesas do salão principal também, havia oito (4 para as quatro casas para os alunos puro sangue e outras 4 para as quatro casas e alunos nascidos trouxas). Só poderiam entrar nos salões comunais das quatro casas os alunos de sangue puro. Os nascidos trouxas iriam dormir nas masmorras. Meninas de todas as casas em uma masmorra e meninos de todas as casas em outra. Os alunos que fossem pegos na ala errada receberiam um “castigo disciplinar”, esse era o código para tortura.

Os quadros da escola foram tirados das paredes, não se via mais nenhum dos fantasmas em canto algum do castelo. Os quadros horários foram reorganizados para que os alunos só tivessem aulas com os companheiros de quarto e nada mais. Quem fosse pego fora dos salões comunais ou das masmorras depois das oito da noite, ia pegar detenção. As visitas a Hogsmeade foram canceladas, o castelo foi trancado. As aulas fora do castelo foram proibidas, até mesmo as nas estufas de herbologia. Ninguém podia receber nada de fora e nem enviar nada. Os alunos mestiços tinham o máximo de meia hora de banho, enquanto os de puro sangue tinham uma hora. E assim seguiu o resto do ano letivo. Campos de punição? Roupas de baixo do Hades? Tártaro? Esses aí eram fichinhas perto de Hogwarts. Com todas essas proibições, Percy não pode receber o veneno de Górgona de seus pais e muito menos pode ver Annabeth. Uma vez, antes do natal, Juno o fez escrever com a pena de tortura mil vezes a frase “Eu sou patético”. O recesso para o Natal e Páscoa? Não aconteceram. Aparentemente era algo perigoso.

– Eu odeio a minha vida. – disse Chris Rodriguez.

Eram nove horas da noite. A hora em que todos tinham que estar em seus dormitórios, deitados na cama e dormindo.

– Diz isso porque você não tá dormindo nas masmorras. – disse Will Solace.

– Tenho saudades do Frank e do Dakota. – Percy respondeu cabisbaixo.

– Só deles? – Chris irritou-se. – Eu quero voltar para casa! Nunca achei que fosse odiar Hogwarts! Quero meus pais! Quero meu cachorro e acima de tudo, quero poder falar com quem eu quiser!

– Nunca pensei que fosse sentir saudades dos haicais do meu pai. – Will reclamou.

– Nunca pensei que fosse sentir tantas saudades de Grover, Quíron e Tyson. – Percy disse.

– Annabeth, Reyna, Frank, Dakota e os demais... – disse Chris. – Se nós achamos que estamos vivendo o inferno, imagem eles? Hoje é ano novo! Deveríamos estar comemorando com a família, mas não, estamos presos aqui no dormitório. Ainda bem que faltam cinco meses para acabar o ano letivo.

– Vocês já sentiram tanto a falta de alguém que doí no coração? – Will disse com seu melodrama de sempre.

Percy já sentiu isso. Ele não se lembrava de quem era. Não se lembrava de nada sobre seus pais, sobre sua própria vida. Mas se lembrava de Annabeth. E era extremamente doloroso estar longe dela. Doía muito não poder vê-la. Eles só se viam nas refeições, que era quando todos os alunos se reuniam no salão principal para serem separados por casas e descendência. Não era justo que Jason e Thalia ficassem na parte dos “sangue puro”, até porque o rapaz foi petrificado pela Píton três anos atrás.

– Nunca pensei que fosse sentir falta de apanhar da Clarisse. – Chris deixou escapar.

– COMO É QUE É?! – Percy e Will disseram ao mesmo tempo.

– Ué, achei que ela batesse em vocês também. – ele disse corando e agradecendo aos deuses pela luz do quarto estar apagada.

– Desde o terceiro ano que ela não bate em ninguém, Chris. – disse Will.

– Ah não? Hum... então ela deve gostar de implicar comigo mesmo. – mentiu.

A verdade é que Clarisse nunca bateu em Chris. Ele a havia chamado para ir ao baile porque achou que nenhum outro menino fosse chamá-la e porque sempre admirou a coragem dela. Desde o baile, eles passaram a serem amigos e a estudarem juntos. Depois que foram separados por ela ser da Grifinória e ele da Lufa-Lufa, Chris começou a sentir MUITA saudades dela, era algo meio irracional e sem explicação. Então os três ouviram algo batendo na janela do quarto perto da cama de Frank. Os meninos levantaram e abriram a janela, era Palas, a coruja de Annabeth. Ela trazia um pergaminho que terminou sendo uma mensagem em vídeo.

“Saudações amigos texugos!” disse Leo Valdez na mensagem gravada. “Espero que você seja Percy Jackson ou ao menos seja amigo dele. Para quem não sabe eu sou Leo Valdez, McManeiro e Bad boy supremo. E é... hum... qual é meu outro título Pipes?” Leo virou para trás. Ele parecia estar dentro de um navio de madeira sendo construído.

“Garoto reparo” a voz de Piper soou, rindo.

“Muito engraçadinho rainha da beleza. Eu sou o Comandante Supremo do Argo II... é, eu gostei disso...” Leo pareceu distraído e os três amigos se entreolharam.

“Valdez, acaba logo com essa palhaçada e vem ajudar” a voz de Frank ecoou.

“Tá bom Zhang. Estúpido bebê canadense.” Leo resmungou.

“EU OUVI ISSO!” Frank gritou de algum lugar.

“Parem com isso, vocês dois!” Thalia ordenou fora de vista.

“Vem Frank” Hazel chamou.

“Leo, termina logo com isso” a voz de Jason era calma.

“Antes que eu me irrite e enfie minha lança elétrica na sua goela!” Clarisse exclamou.

“Ninguém vai enfiar nada em ninguém!” Bianca tentou acalmar o grupo.

“Mana, essa não foi uma boa forma de utilizar-se do verbo ‘enfiar” Nico disse.

“CALEM A BOCA!” A voz de Annabeth era autoritária, o coração de Percy disparou ao ouvir a voz dela, mesmo que não pudesse vê-la. “Leo, termina logo isso e vem dar um jeito no Buford antes que Tyson e Grover se machuquem”.

“Tá legal!” Leo respondeu frustrado. “Enfim, nós estamos montando um grupo de resistência contra o Ministério e precisamos da ajuda do Percy! Façam com que isso chegue as mãos dele e do Chris Rodriguez antes que a Clarisse cometa uma chacina.”

“Eu ouvi isso Valdez!” Clarisse gritou.

“Se quem está vendo isso é o Percy ou o Chris, eis o que fazer. Ao fim dessa transmissão, esse pergaminho irá mostrar um mapa de como chegar até nós. Sei que com a ditadura imposta pela parente do Jason...”

“VALDEZ!” Thalia gritou.

“Digo, Juno Cow... Cowy. O melhor horário para conseguir sair da escola é a noite. Preparamos uma leve poção da invisibilidade. Quando eu digo preparamos eu me refiro a Reyna e Annabeth. Está escondida no armário de poções número dois, em um compartimento secreto atrás dos olhos de morcego. Peguem durante a aula, tomem usando roupas e em três minutos você ficará invisível por tempo o suficiente para pular da janela do dormitório e seguir o mapa. Agora só há dois frascos, ou seja, só dá para duas pessoas. A poção irá perder o efeito assim que você nos encontrar, ou seja, se for um dos capangas da Cowy ou a própria vaca em si... Thalia, Connor, Travis, Hylla, Silena, Miranda e Katie são maiores de idade, ou seja, podem usar magia fora da escola. Esperamos você amanhã há noite às oito. Paz!” ele fez o sinal de paz e a mensagem sumiu, fazendo um mapa aparecer.

– Ele é burro ou o que? – disse Will. – Se um dos capangas da Cowy tivesse pego isso... além deles estarem ferrados... bem o Leo revelou o nome de todos os envolvidos.

– É o Leo. Tem um motivo para ele não ter ido pra Corvinal. – disse Percy.

– É, lá só aceitam pessoas bonitas. – disse Chris.

– Não sei por que não me aceitaram. Eu sou o garoto mais gostoso dessa escola! – Will reclamou.

– E só entra quem é inteligente. – Chris riu.

– Vai pro tártaro. – Will respondeu.

– Tá legal. Chris amanhã nós temos aula de poções, mesmo sendo primeiro de janeiro. De noite, nós vamos atrás dos nossos amigos. – Percy disse destemido.

– E o que eu faço? – Will questionou.

– Fica aqui nos dando cobertura caso os monitores venham checar se estamos aqui ou não. Sabe, como eles fazem quase toda noite. – disse Chris.

– Se eu for expulso dessa escola, eu mando vocês pros campos de punição! – Will exclamou voltando para a cama.

Chris e Percy sorriram um pro outro e foram dormir. Foi fácil pegar as poções, fácil fugir da escola e fácil chegar ao tal local. Difícil foi fazer com que Tyson não matasse Percy asfixiado de tanto abraço. Tyson, Grover E BLACKJACK! O pégaso lambeu tanto o “dono” que tiveram que usar um feitiço no rapaz para que ele ficasse seco da baba. Controlar a água é uma coisa, controlar baba de pégaso é outra. A mensagem de Leo não fez jus ao verdadeiro tamanho do navio e o quão magnífico era. Uma tri reme grega de madeira que faria qualquer navio de guerra parecer brinquedo de criança. Aquele navio era familiar para Percy, ele só não sabia de onde. A figura de proa era uma cabeça de dragão feita de bronze celestial.

– Sejam bem vindos ao Argo II! – Leo exclamou aparecendo todo melado de graxa. – O melhor navio de guerra da história!

– UAU! – Percy exclamou e assoviou.

– Valdez, o que tártaros você tá aprontando? – Chris perguntou assustado.

Mesmo sendo oito horas da noite, o navio estava tão iluminado quanto à cidade de Nova Iorque. Estava quase todo terminado e parecia pronto para o combate.

– Leo, você sabe que navios devem ser construídos no mar não é? Ou ao menos perto do mar. – Percy falou colocando a mão no casco de bronze celestial e dando outro assovio de admiração. – Assim fica mais fácil para que, você sabe, o navio vá para a água e faça seu trabalho. – ele não fazia a mínima ideia de como sabia essa parte.

– Relaxa Percy. – Grover disse comendo aipo. – Esse navio voa.

– Navios não voam Grover. – Percy disse como se isso óbvio.

– Esse foi projetado para voar. – os olhos de Leo brilharam com sua invenção. – Para voar e para estar no mar também, é claro. Mas ele voa e como voa, baby!

Chris e Percy se entreolharam. As mangas da camiseta verde que Leo usava estavam arregaçadas, deixando a tatuagem à mostra: um martelo apoiado em uma bigorna com as siglas SPQR em baixo. A calça jeans dele estava toda rasgada e melada, o rosto dele estava cheio de fuligem. Chris usava calça jeans, camiseta amarela com mangas, All Start e uma jaqueta de couro preta. Percy usava calça jeans, camiseta branca de mangas, um suéter verde, All Star preto e o casaco cinza de sempre, que já estava começando a ficar apertado. O frio do rigoroso inverno parecia não incomodar Leo. Grover usava apenas uma camiseta de mangas compridas roxa e um cachecol cor creme. Tyson estava descalço, usando calça jeans preta e uma camiseta de flanela vermelha. Jason e Piper saíram do navio. Ele usava calça caqui com tênis esportivo, camiseta social branca e um casaco jeans escuro. Ela usava legue, tênis de cano alto, um short jeans, uma blusa de moletom branca e protetores de orelha.

– E aí primo. – Jason sorriu. – É bom ver vocês!

– Sentimos saudades! – Piper largou a mão de Jason e deu um abraço em Percy, que o surpreendeu.

– Ah... valeu Piper... – Percy disse sem jeito.

Jason também deu um abraço desengonçado nele.

– Qual é o motivo do motim? E dos abraços? – Percy disse coçando a cabeça, meio incomodado.

– Bem vindos ao Argo II. Vamos entrando! – Leo sorriu.

Eles adentraram no navio, o deck do meio era o mais bonito. Tinha oito suítes e uma sala grande, com uma belíssima mesa, a parede mostrava Hogwarts ao vivo e a cores. Os demais já estavam acostumados com o local, mas Percy e Chris estavam espantados e embelezados. Silena estava sentada em uma das cabeceiras, usava calça jeans, uma blusa de mangas de paetê verde e salto alto, os cabelos soltos e o sorriso no rosto. Clarisse estava sentada ao lado de Silena, usava calça de camuflagem, botas de caça, uma camiseta preta de mangas compridas e badana vermelha na cabeça. Surpreendente, Frank estava sentado ao lado da tia, usava calça jeans preta, sapa tênis, camiseta social branca e um casaco vermelho com capuz. Hazel estava ao lado dele, usando calça jeans, tênis esportivo, uma blusa com mangas compridas cinza e um casaco xadrez preto por cima. Jason e Piper sentaram ao lado da filha de Plutão. Thalia estava ao lado de Piper, usando calça de roqueira rasgada, camiseta de manga comprida do Green Day e uma jaqueta cinza. Reyna estava ao lado de Thalia, usava calça preta de ginástica, tênis, camiseta roxa de mangas compridas e um casaco esportivo cinza, a trança caia pelo ombro direito. Hylla estava ao lado da irmã, usando calça jeans, tênis e um suéter laranja.

Os gêmeos usavam a mesma roupa em cores diferentes, camisa de mangas compridas por debaixo de camisetas polo, com calça jeans e tênis. Connor usava verde e vermelho. Travis usava azul e amarelo. Miranda usava um macacão com uma blusa verde de mangas compridas, All Star e cachecol branco. Katie usava calça jeans, tênis esportivos, jaqueta de couro marrom e uma blusa de moletom preta. Os dois casais estavam em pé atrás do grupo que estava sentado à mesa. Os irmãos di Angelo estavam sentados em bancos improvisados. Bianca usava calça jeans azul, tênis, uma blusa laranja de mangas compridas e uma jaqueta cinza. Nico usava calça jeans preta, All Star preto, camiseta preta com desenhos de caveira e uma jaqueta de aviador marrom. Percy sabia quem era quem ali pelo que Will e Chris falaram, já que ele não teve chance de ter muitas aulas ou de conhecer muitos dos antigos colegas. Leo era o único melado de graxa ou que parecia que havia trabalhado recentemente.

– Aqui é a cede. – Leo disse tirando algo do cinto de ferramentas que usava e montando, quase como se estivesse entediado.

– Cede do que? – Percy perguntou.

– Da Armada de Júpiter. – Annabeth apareceu atrás deles, enxugava os cabelos loiros molhados com uma toalha laranja que tinha o nome dela bordado em grego antigo. Usava calça jeans, botas de veludo marrom, camiseta social xadrez azul abotoada e um par de brincos de coruja que Percy achou familiar.

– Armada de Júpiter? Foi mal, eu tenho que dar uma de Percy... o que é a Armada de Júpiter? – Chris perguntou.

– Ei! – Percy exclamou e algumas pessoas riram.

– Depois que Hogwarts virou uma ditadura, Annabeth teve a brilhante ideia de criar a Armada. – disse Hylla.

– O problema é que não tínhamos como avisar a ninguém sobre a ideia dela ou onde treinar. Então, através da Legião, contatamos o Beckendorf e ele e o Valdez construíram esse navio. – disse Reyna.

– Beckendorf passou o primeiro semestre do ano letivo morando com a família do Grover. Eles e Tyson construíram esse navio com a ajuda de Quíron e de outros seres mágicos. Depois que Annabeth e Reyna conseguiram acertar a poção da invisibilidade, eu pude vir para a floresta ajudá-los. – disse Leo.

– Como todos os membros da Legião sabiam da Armada, cada um de nós foi avisado aos poucos e fomos organizando os esconderijos das poções. – disse Bianca.

– A gente vem aqui toda a noite e bem, só ontem é que o Leo conseguiu fazer a vídeo mensagem funcionar. – disse Piper.

– Desculpa pela demora. Quando Dédalo estava aqui era mais fácil fazer as coisas, mas eu estou pegando o jeito. – o nariz de Leo pegou fogo.

– Pera! – Chris disse sem entender nada. – Expliquem tudo! Que história é essa de Legião?

Todos trocaram olhares e terminaram olhando para Clarisse.

– Eu confio nele. – ela disse firme.

– Annabeth? – Jason disse como se estivesse se referindo a um superior.

– Eu confio na Clarisse. – ela disse séria, ainda enxugando o cabelo.

– Na Primeira Guerra Bruxa, enquanto os quatro badass da época lutavam de sua própria forma para defender o mundo, criando Hogwarts, A Casa dos Lobos e levando a guerra para longe de Londres, oito amigos se reuniram e criaram A Legião. Uma sociedade secreta com o intuito de destronar Gaia e manter o mundo a salvo do mal. – Thalia explicou.

– É como se fosse a CIA do Mundo Bruxo. Só que bem mais secreta, eficiente e com menos gente. – disse Nico.

– É. Dos últimos mil anos para cá, os descentes desses oito amigos se envolveram com os descendentes dos fundadores da escola e com isso, surgiram às oito famílias mais importantes e poderosas do Mundo Bruxo. – disse Katie.

– Então quer dizer que as famílias mais poderosas existem porque todos os antepassados fundaram A Legião? – disse Percy.

– Exatamente. Por isso que conseguiram tanta fama e riquezas. Mesmo que 99% do Mundo Bruxo não saiba como eles conseguiram isso. Tipo os Maçons no mundo trouxa. As oito famílias: Solace, Castellan, Winehouse, Swan, Valdez, Palas, Blood e La Rue. – disse Miranda.

– Não reconheço algumas dessas aí. – disse Percy.

– Swan é a minha família. – disse Piper. – Ou como em as Crônicas de Gelo e Fogo. São oito famílias, oito Casas. Eu pertenço à Casa dos Swan. Mas como o último descendente dos Swan é minha mãe, perante a lei o sobrenome masculino é o que prevalece na certidão de nascimento da criança.

– Ou seja, quando mamãe casou com o meu pai, eu recebi o sobrenome Beauregard. E quando a Piper nasceu, ela recebeu o sobrenome McLean porque esse é o sobrenome do Tristan. Mas nossa Casa continua sendo a Casa dos McLean. – Silena explicou.

– Toda a família da nossa mãe se chama Blood. Quando mamãe casou com nosso pai, Reyna e eu tivemos que adotar o sobrenome trouxa dele, Ramírez-Arellano. Mas nossa Casa é a Casa dos Blood. – disse Hylla.

– O mesmo aconteceu comigo, Dédalo e Malcolm. – disse Annabeth, parando de enxugar o cabelo. – Minha Casa é a Casa dos Palas, mas nosso sobrenome é Chase. É surpreendente que as famílias conseguiram manter o sobrenome durante todos esses anos. E que conseguiram também manter o sangue puro até pouco tempo atrás.

– Eu sempre ouvi a história de que são nove famílias. – disse Percy.

– E são. Bem, oito fundaram A Legião. A família Olympus sempre foi rica e bem conhecida antes mesmo de Gaia; depois dela, o sobrenome da família ficou manchado. Então veio Cronos e piorou ainda a situação. Mas na Primeira Guerra, Cronos ajudou A Legião a derrotar Gaia, ele traiu a própria mãe e isso ficou registrado na história. Então os Olympus limparam o sobrenome e os oito viraram nove. – Bianca explicou.

– Na Segunda Guerra Bruxa, quando Cronos ficou doido e tentou matar o mundo dando uma de Gaia, os filhos deles abandonaram o sobrenome Olympus, que já estava muito manchado, adotando novos sobrenomes. – disse Frank.

– Zeus adotou o sobrenome de Hera e de seu irmão mais velho, Júpiter. Fazendo com que uma das nove famílias se “bifurcasse”. Virando os Grace. Poseidon adotou o sobrenome de Sally, os Jackson. Hades adotou o sobrenome da segunda esposa, di Angelo. Enquanto o filho mais velho dele mudou o sobrenome de Olumpys para Levesque, o sobrenome da esposa. No caso, minha mãe. – disse Hazel.

– Virando assim 11 famílias. Héstia é freira, não tem como levar a família adiante. E além do mais, ela ainda usa o sobrenome Olympus. Deméter usou o sobrenome do pai por muito tempo e manteve a Casa dos Olympus viva até casar com nosso pai. – disse Miranda. – Então virou a Casa dos Gardner. Finalizando as 12 famílias.

– Na Segunda Guerra a Legião voltou à ativa e foram criados símbolos para identificar quem pertencia a qual família. Os símbolos ficam em cima das siglas da Legião, SPQR. – Thalia arregaçou as mangas e mostrou a águia e as letras. – Sabe, para ficar mais fácil identificar quem era descendente de quem.

– Eu já vi essa tatuagem em Júpiter. Mas a dele é um raio. – disse Chris.

– Há poucos membros na Legião que não pertencem às doze famílias, esses apenas utilizam o SPQR. Os que têm alguma ligação com uma das famílias recebe um símbolo relacionado. Júpiter é cunhado de Zeus. – Nico explicou.

– A Legião é perigosa. Vocês vão lutar contra Gaia. – disse Percy. – Não são novos demais para se meterem na Terceira Guerra Bruxa?

– Percy, nossos antepassados criaram A Legião e morreram por ela. É nossa obrigação para com o Mundo Mágico e com a sociedade. – disse Hylla. – É um orgulho saber da existência, conseguir passar no teste e ser um membro.

Algo na mente de Percy dizia que ele já sabia dessa história.

– Tia Héstia disse que só os bruxos mais poderosos das doze famílias podem entrar. E quem não pertence as doze, tem ser mais do que poderoso para conseguir entrar. – disse Jason. – Só entra quem for mais do que bom.

– E todos vocês entraram. – Chris afirmou.

– Sim. Com muito orgulho. – Leo sorriu.

Todos mostraram as tatuagens nos braços.

– Luke, Dédalo, Malcolm e Beckendorf também. – Thalia acrescentou.

– Todos nós entramos nas férias, foi quando nossos pais nos contaram. – disse Nico. – Acho que foi quando A Legião voltou à ativa. Atena e Marte te sequestraram da enfermaria e te levaram para a casa dos Underwood, te mantendo protegido.

– Infelizmente eles não contaram essa parte para a gente. Viemos descobrir semana passada. – disse Frank.

– Todos nós achávamos mesmo que Gaia havia te pego, Percy. Ficamos tão aliviados quando vimos você no portão no salão principal. – Hazel sorriu.

– Valeu. Ah... vocês por acaso não tem veneno de Górgona aí não né? É que seria uma boa para curar minha amnésia. – ele sorriu envergonhado.

Annabeth o encarou. Então era verdade. Ele estava com amnésia. Infelizmente ela levou quase quatro meses para descobrir isso.

– Não temos não. Mas não se preocupe, agora que o Argo II está pronto, poderemos sair daqui e ir pegar coisas em casa. – disse Silena.

– Então vocês montaram um navio super badass para ir em casa pegar coisas?! – disse Chris.

– Não. Claro que não. – Clarisse bufou.

– Você me ofende ao sugerir que MEU BEBÊ foi feito para contrabando! – Leo se irritou e o cabelo dele pegou fogo.

– Quando Annabeth pensou em criar a Armada de Júpiter e disse para a Legião, Sally e Hefesto chegaram à conclusão de que seria melhor fazer algo fora da escola. Claro, existe a Sala Precisa, mas correríamos risco de que Juno nos encontrasse. – disse Bianca.

– Um navio tri reme super legal, incrível, que voa, fica na água, que nos esconde dos monstros, que é confortável, grande e muito badass... quer um esconderijo melhor que esse?! – Leo disse os olhos brilhando por causa de seu "bebê".

– E também é um eficaz meio de locomoção caso a escola seja atacada ou nós tenhamos que sair em batalha ou coisa do gênero. – Reyna acrescentou.

– A ideia de "usar para contrabando" é... um... como podemos dizer... apenas o que nos veio na cabeça até agora. Já que não há prioridades, entende. – Piper piscou.

– A prioridade é usar o Argo II como esconderijo e treino, Piper. – Annabeth repreendeu. – Usar o navio para ir pegar algo em casa é algo para fazer quando o treinamento acabar.

– Vocês ainda não falaram o que é essa Armada. Já entendi que vocês treinam aqui e pelas marcas de feitiços nas árvores lá fora, vocês treinam nas redondezas também. Mas treinam O QUE? - Chris perguntou.

– Feitiços de defesa. Annabeth é a professora. - Grover disse aparecendo atrás de Annabeth, com Tyson quase batendo a cabeça no teto do corredor. - Hedge fica uma fera quando o pessoal atinge as árvores.

– Lamentamos por ter deixado vocês de fora por tanto tempo. – disse Frank. – Mas também relevem nossa situação. Uma boa parte de nós está dormindo em masmorras, sendo tratados como lixo. Só temos aula com professores nascidos trouxas e isso é humilhante. Vir pra cá treinar nas últimas duas semanas tem sido...

– O Elísios. – Hazel complementou.

Percy e Chris sabiam que os mestiços estavam vivendo o inferno, mas enquanto Frank falava, eles se sentiram culpados. Culpados por serem sangue puro, por não serem maiores de idade e fazer alguma coisa para ajudar. Eles nem podiam fazer nada, mas ainda assim sentiam culpa. Percy queria se matar. Mesmo sem nenhuma memória, sem nada concreto, ele sabia que era apaixonado por Annabeth e sentiu-se muito mal por não estar lá por ela e com ela. Sentiu-se o mínimo que um ser humano poderia ser. Ele não sabia por que se sentia assim, porque sentia que DEVERIA estar com ela, ajudá-la, consolá-la. Sua mente dizia que Annabeth não precisava ser protegida, que ela podia lhe dar com absolutamente qualquer coisa. Ela não precisava de ninguém e muito menos de um homem. Ela era uma mulher independente, forte, corajosa e inteligente. Mesmo tendo apenas 15 anos. E ainda assim ele se sentia sem caráter.

– Estamos treinando tem duas semanas. Quem realmente construiu o Argo II foram Leo, Dédalo, Beckendorf, Tyson, a família Underwood e o Hedge. E Annabeth fez a planta, ela é uma excelente arquiteta. – Nico disse com as bochechas corando, mas ele não parecia alegre.

– A Armada de Júpiter tem como princípio ensinar feitiços de defesa. Ensinar a se defender de qualquer jeito. O que deveríamos aprender nas aulas de Juno. Fazemos parte da Legião. Podemos ser bruxos poderosos, mas todo bruxo poderoso precisou ir para a escola e aprender a desenvolver seus poderes. Até Gaia e Cronos foram para a escola. – disse Reyna.

– E como é que a Annabeth virou professora? Sem ofensas. Entendi que a ideia foi sua e que A Legião achou uma maravilha... mas como você virou professora? – Chris disse.

– Eu passei as férias em Atenas, com Dédalo e Malcolm. Mamãe estava preocupada que Gaia tentasse me atacar. Ela me mandou para lá para me proteger, da mesma forma que esconderam o Percy. Dédalo nos ensinou tudo o que ele sabe de feitiços de defesa e sobrevivência. Claro que nós somos menores de idade, mas se tem algo que Hades é bom, é burlar as leis. Ele criou uma barreira de proteção na casa de Dédalo, ou seja, qualquer bruxo menor de idade pode praticar magia dentro daquela casa e o Ministério não irá saber. Treinamos o verão inteiro... sabe, só por precaução, caso Gaia tente me matar. – ela explicou.

– Ou seja, ela aprendeu ilegalmente a se defender durante três meses com alguém que sobreviveu a Alcatraz e que antes disso era um bruxo extremamente talentoso antes de ser preso. – disse Grover.

– O irmão mais velho da Annabeth é estranho. E brilhante! – Tyson sorriu.

– Então vocês criaram um grupo clandestino para aprender a se defender? MANEIRO! – Chris exclamou.

– Como fazemos para entrar? – Percy perguntou animado.

Todos sorriram.

– Cara, porque você acha que te chamamos? – Connor sorriu.

– Percy, seu pai é o atual líder da Legião. Ou o como chamam, o Pretor. Geralmente há dois pretores e Atena é a outra. Antes eram Zeus e Hera, mas como meu pai tá meio surtado da cabeça... – disse Thalia.

– Queremos vocês na Armada da mesma forma que seu pai quer você na Legião, Percy. – disse Bianca.

– Vocês me querem na Armada? Mas eu nem pertenço a uma das famílias importantes. – disse Chris.

– Héstia disse que você tem capacidade para entrar. E ou te chamávamos, ou Clarisse nos matava. – disse Travis.

Clarisse deu um discreto chute na perna de Travis. Discreto, porém forte.

– Então meninos... – Annabeth sorriu, mas estava tensa. – O que me dizerem... querem entrar para a Armada de Júpiter?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tatuagens: http://fc06.deviantart.net/fs71/f/2013/139/b/b/c_j_tattoo_reference_sheet_by_chiyokins-d65rx20.png