Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 26
O Drakon de Lídia




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Percy teve um grande susto quando descobriu que foi Quíron quem mandou a mensagem. O centauro revelou que possuía a habilidade de imitar caligrafias desde que era criança. Mas a grande surpresa da noite foram os quatro drakons imensos, horrendos e assustadores escondidos na floresta. O menino quase teve um ataque cardíaco e ficou tão pálido quando a Nico e Bianca. Na manhã seguinte, a primeira coisa que Percy fez foi conversar a sós com Luke e contar dos drakons. Ele gostava do monitor chefe e não queria que um cara tão legal como ele se machucasse. Luke apenas assentiu com a cabeça, parecia confuso. Agradeceu e deu um abraço de leve no menino. Mais tarde, no pátio pavimentado, os três amigos e o centauro estavam conversando discutindo as possibilidades do que fazer na primeira tarefa. Ele sabia que os pais estavam em algum canto da escola, mas não queria vê-los.

– Pode ser algo bom! – Grover tentou ser positivo.

– São Drakons, Grover! – Annabeth exclamou. – Não TEM como ser coisa boa!

– Infelizmente Annabeth está certa. – Quíron disse sério. – Os demais também não pareceram animados quando souberam que essa seria a primeira tarefa.

– Espere... – Percy disse assustado. – Os outros já sabiam?

Os três olharam para Quíron com ansiedade.

– Sim. Um dos drakons veio da Bulgária. Bóreas foi o primeiro a descobrir. Os animais chegaram tem três dias. Na tarde seguinte ele levou Octavian para ver os bichos, acho que na intenção de dar um discurso de honra e coragem ou coisa do gênero. Quione descobriu por acaso, as meninas estavam tendo aula de alguma coisa na floresta e se perderam. Então toparam com os animais. – ele explicou, calmo.

– Quando ia contar pro Percy? – Annabeth pareceu estar com raiva.

– Eu não ia. Vocês tem que entender que isso deveria ser surpresa. Essas tarefas são para testar vocês, não só fisicamente. Para ver o quão vocês são astutos, inteligentes e engenhosos em frente ao perigo e a surpresa. Mas depois de que eu soube que os adversários sabiam... eu não podia deixar que Percy se prejudicasse. Os demais já haviam quebrado as regras e... eu me importo com você, garoto. – Quíron pousou a mão no ombro de Percy e deu um sorriso confiante. – Com todos vocês.

Grover deu um sorriso, enquanto parecia que ia sair fumaça da cabeça de Annabeth. Percy levantou o olhar e tentou engolir o medo da tarefa que aconteceria em três horas. Ele abraçou Quíron, meio que sem jeito. Os dois bruxos usavam o uniforme da escola, enquanto o sátiro usava uma blusa branca lisa com mangas compridas e um casaco vermelho com capuz. O centauro, como sempre, usava uma blusa formal branca, suéter azul e um paletó de tweed, com a bunda branca sem nenhuma manta, já que não estava tão frio assim.

– Obrigado Quíron. – Percy sorriu.

– Tá e como é que você vai fazer para... sei lá, derrotar o drakon? – Annabeth falou tentando não parecer com raiva.

– Drakons tem medo de água né? Eu posso usar isso ao meu favor. Posso levar a varinha. – disse Percy.

– Na verdade não. – disse Quíron. – São poucos os drakons que soltam fogo, mas todos são venenosos e tem escamas tão duras quanto titânio. Olhar em seus olhos faz a pessoa ficar paralisado.

– Como é que você sabe disso? – Grover perguntou.

– Sou o professor de Trato das Criaturas Mágicas. Além do mais, Júpiter me pediu para providenciar comida para os animais durante a estadia. E era meio que minha obrigação impedir que as pessoas descobrissem sobre eles. Principalmente os competidores. Acho que a última parte não deu muito certo. – o rabo balançou como sempre acontecia quando ele estava nervoso.

– Espera! – Annabeth disse animada. – Você pode levar Anaklusmos! É uma espada, não há nada nas regras que te impeça de levar algo que vá oferecer segurança.

– Não creio que seja o suficiente para matar um drakon. Uma lança elétrica talvez... – Grover pensou.

– Percy não irá precisar matar. – Quíron disse nervoso. – O agendamento para a volta dos drakons aos seus lugares de origem foram feitos ontem. Eles voltarão para casa em dois dias.

O trio se entreolhou. Se ele não ia matar um drakon, então porque teriam que enfrentar tal monstro? Enquanto estava em seu dormitório na Lufa-Lufa, duas horas antes da primeira prova, trocando de roupa, Frank entrou no quarto para pegar um saco de sapos de chocolate.

– Boa sorte. – ele disse com a voz rouca, ao sair.

Aquilo fez Percy ficar feliz. Quando saiu do salão comunal ele deu de cara com os pais. Sally o abraçou forte e chorosa. Poseidon sorriu de felicidade pela primeira vez em quatro anos, mas o menino não quis saber do pai. Na tenda montada no campo de Quadribol, os quatro campeões descansavam e esperavam sua vez. Zoë, Luke e Percy usavam armaduras gregas completas, enquanto Octavian trajava uma armadura romana. Estava frio, afinal era outono, mas o importante era estar protegido e não confortável. Michael Yew estava presente no local como médico e “padrinho” de Luke Castellan, já que era o diretor da casa. Quione conversava com Zoë em francês e Bóreas apenas encaravam Octavian. Júpiter havia colocado Íris para ser a “madrinha” de Percy. Mas ela nem havia sequer conversado com o menino. Ele ainda suspeitava que ela nem sabia o sobrenome dele.

– Ei. – Luke disse sentando ao lado o menino. – Obrigado por me avisar.

– Teria feito o mesmo por mim. – Percy deu de ombro, ansioso.

– Você vai se sair bem Percy. É muito inteligente. – ele forçou um sorriso.

– Diz isso pro meu boletim. – e os dois riram.

– Sabe, quando Minerva colocou o Velocino em mim, eu pude sentir que ele ia me mandar para Sonserina. Então rezei feito um condenado para Helga Lufa-Lufa e fui mandado para nossa casa. Mas no fundo, eu sei que pertenço a Sonserina. – ele disse, calmo.

– Por que tá me contando isso?

– O Velocino nem sempre manda as pessoas para as casas que elas merecem ir. Eu sou uma prova. Sou egoísta demais para estar na Lufa-Lufa. – ele deu um leve suspiro. – Algumas pessoas se perguntam por que foram mandadas para uma casa que elas não tem “nada haver”, mas no futuro terminam entendendo o motivo.

Percy continuou achando estranho à crise existencial de Luke, mas ficou calado.

– Você, meu amigo. – deu um meio abraço nele. – Pode achar que pertence a Grifinória, mas você a cada dia prova o quanto pertence à Lufa-Lufa. Você tem a coragem dos Grifinórios, mas é um Lufo, sem dúvida.

– Por que tá me dizendo isso?

– Eu sabia dos drakons. E não te disse nada. Você, assim que descobriu, me contou. Como eu disse Percy, sou muito egoísta. Sou da Sonserina, mesmo usando o uniforme amarelo. Você, você SIM é da Lufa-Lufa. A lealdade que rege nossa casa corre em suas veias. – ele disse arrependido. – Sinto muito por ter sido egoísta. Você merece um amigo melhor que eu.

Ele se levantou e foi falar com Michael Yew. A revelação deixou Percy atordoado. Mas ele não teve tempo de pensar nisso, pois dez minutos depois ele sentiu alguém o cutucando. Era Annabeth usando o boné da invisibilidade.

– Se te pegarem, você tá ferrada. – ele disse tentando disfarçar.

– Eu precisava vim te desejar boa sorte, Cabeça de Alga. – ela disse tirando o boné o abraçando.

Antes que ele começasse a desfrutar do abraço caloroso um flash de câmera ofuscou a vista deles. Eram Fleecy e um fotógrafo. Ela usava roupas verdes chamativa e um chapéu que parecia uma árvore viva. O figurinista dela deveria ser o mesmo de Johanna Mason.

– Que bonitinho! Amor de adolescente! – ela disse, falsa.

– Não somos namorados. – Annabeth disse corando.

– Mas é claro que não, querida. – ela piscou.

– Campeões reúnam-se aqui! – Júpiter os chamou ao entrar na imensa tenda.

Os quatro adolescentes e seus “monitores” fizeram um grande círculo. Percy puxou Annabeth com ele, segurando a mão dela. O menino estava assustado e tê-la ali era reconfortante e melhor do que ouvir Luke dizer que deveria ter sido da Sonserina. Fleecy e o fotografo começavam a tirar fotos para o Profeta Delfos Diário.

– Finalmente a primeira tarefa está para começar! – o diretor de Hogwarts disse animado. – O momento que vocês esperaram ansiosamente desde o início do ano letivo! Um momento em que só vocês quatro poderão desfrutar... – ele parou quando viu Annabeth ao lado de Percy. – Que faz aqui senhorita Chase?

Bóreas pareceu não ligar para a presença da menina. Já Quione revirou os olhos impaciente. Michael Yew apenas manteve-se quieto e Íris deu uma tapa na cabeça de Percy.

– Eu só... – Annabeth gaguejou. – Perdão. Eu vou indo...

Ela disse saindo da barraca, deixando apenas Percy, Octavian, Zoë, Luke, Júpiter, o doutor Yew, Quione, Íris, Bóreas, Fleecy e o tal fotografo.

– Dentro desse saco, estão miniaturas de drakons. Vocês irão sortear qual terão que enfrentar. – disse um homem gorducho, com barba e cara de ressaca entrando na tenda. Dionísio usava vestes em estampa de leopardo, o que o faziam parecer um stripper (sem ofensas ao chalé 12). – A tarefa é bem simples. Peguem o ovo que o drakon está protegendo. Esse ovo de bronze celestial contém pistas para a próxima tarefa.

Os quatro Campeões se entreolharam. Os três diretores tentaram parecer alegres. Dionísio, com seu bafo de álcool, posicionou os quatro adolescentes e cada um pegou uma das miniaturas do saco. Zoë enfrentou o Drakon de Etiópia, que ela derrotou usando uma magia para fazer o sol virar lua e confundir a mente do animal. Octavian enfrentou o Drakon da Tebas, e o usou seu facão para machucar o animal e pegar o ovo, o que o fez perder pontos. Luke teve que enfrentar o Drakon da Meônia e o enganou fazendo aparecerem bolhas de sabão hipnóticas. Percy não sabia o que fazer. Os pais estavam olhando e aquela era a primeira vez em anos que Poseidon parecia estar feliz e até orgulhoso do filho. Enquanto Sally parecia que ia cair no choro a qualquer minuto. Na hora que Tântalo fez o canhão explodir, anunciando a vez do último campeão, o coração dele parou. Queria que Annabeth estivesse ali.

Saiu da tenda e viu o campo de Quadribol alterado. Havia rochas e um pequeno monte onde havia um ninho e o tal ovo. Percy viu Connor e Travis organizando as apostas. Viu Grover acenado alegre. Sally segurando o choro; Poseidon dando uma de fã número um e gritando feito um doido para o filho, com alegria evidente no rosto. Júpiter, Quione, Dionísio e Bóreas eram os juízes e estavam no camarote juntamente com os demais professores, Quíron e Fleecy. Mas a melhor parte foi ver Beckendorf e Frank segurando uma faixa, em grego antigo, que dizia: "Acreditamos em você, Perseu". Aquilo fez o herói perder o medo. Annabeth estava ao lado de Sally, gritando tanto quanto Poseidon. O menino sorriu e correu em direção ao ovo, mas o Drakon de Lídia apareceu na sua frente.

Não tinha braços e rastejava feito uma cobra, mas era rápido. Quíron estava certo, tinha um olhar paralisante que podia congelar o adversário de puro terror. Não como a Medusa, mas sim como Meus-Deuses-Essa-Coisa-Vai-Me-Comer. Do tamanho de um ônibus escolar trouxa, podia soltar veneno ácido capaz de corroer qualquer armadura. As escamas eram extremamente duras e praticamente indestrutíveis, tornando o monstro excepcionalmente difícil de destruir. Os olhos eram amarelos como as luzes dos faróis dos carros trouxas. Ele tentou se lembrar da aula que o centauro deu sobre drakons, mas o medo que os olhos daquele monstro causavam o impediu de pensar. A multidão ficou em silêncio quando o drakon apareceu, entre Percy e o ninho.

– Lagartixa boazinha... – Percy disse, assustado.

O drakon não se moveu. Nem Percy. Eles passaram bem três minutos olhando um pro outro. O menino não percebeu, mas quase todo mundo na arquibancada começou a ir embora. A lembrança do basilisco não ajudava Percy a pensar em algo produtivo. Então Clarisse se irritou e gritou:

– Os olhos!

Foi a gota d’água. O drakon partiu pra cima dele com voracidade e jorrando veneno pra tudo quando é canto. Percy a princípio correu e usou uma pedra imensa como escudo, mas a pedra estava começando a derreter com o ácido. Os olhos. Ele tinha que atingir os olhos. Não confiava muito em Clarisse, mas já tinha ouvido a história de quando ela matou um Drakon de Lídia aos sete anos de idade. Octavian havia perdido pontos por machucar gravemente o monstro, então ele apenas tinha que cegá-lo e desorientá-lo. Pegou a varinha das tiras da armadura e apontou para o drakon.

Týflosi! – ele gritou o feitiço da cegueira, mas não pareceu surtir efeito.

O drakon voltou a cuspir o veneno e Percy utilizou-se de outra pedra como escudo, que também estava sendo corroída pelo ácido. Por um instante ele olhou para a arquibancada e viu que Silena Beauregard estava extremamente assustada. Ele sabia que o pai dela havia sido morto por um Drakon de Lídia meses após o divórcio. Ou ela era muito burra ou estava tentando superar o trauma por aquele tipo de drakon. Então uma ideia tola se passou pela mente de Percy. Era melhor do que nada. Tirou a caneta que estava escondida no peitoril da armadura e fez a espada aparecer. Saiu correndo detrás da pedra e jogou a espada em direção ao rosto do monstro. Era melhor que nada e ele não ligava se ia perder pontos, queria mesmo era dar o fora daquele local. Nem queria ser um dos Campeões para começo de conversa. Aproveitou que a criatura estava distraída com a espada e escalou o pequeno monte de pedras, pegando o ovo. Júpiter soltou um feitiço para paralisar o monstro e Quíron entrou no local para pegar Percy.

– Eu o deixei cego? – o menino perguntou.

– Não, apenas acertou o focinho dele. Sua mira é horrível. – o centauro riu.

– Deveria me ver com arco e flecha. Uma vez acertei meu próprio pé. – ele conseguiu sorrir.

– Parabéns senhor Jackson. – Júpiter falou com a varinha apontada para o pescoço, fazendo a voz dele ecoar como um alto-falante. – Suas notas foram 7, 8, 9 e 4. A próxima tarefa será organizada uma semana após a volta do recesso de fim de ano. Campeões, descansem. E tentem decifrar a pista escondida no ovo.

– Ah fala sério! Até nisso eu fico abaixo da média! – ele reclamou e Quíron riu.

O drakon paralisado foi tirado do campo e Contracorrente reapareceu como caneta no mesmo lugar que estava escondida antes. Sally só faltou matar o filho asfixiado com tanto abraço. Poseidon abraçou o filho e ia dizer alguma coisa quando Grover quase pulou nos braços do amigo, gritando feito um doido e quase perdendo o equilíbrio no chão de pedras. Estava meio difícil de andar no estádio com todas aquelas pedras. Percy não viu nenhum dos demais competidores e parecia que a festa já havia começado no navio, na carruagem e no castelo. O que o deixou meio triste. As poucas pessoas que haviam ficado para vê-lo foram Silena, Annabeth, Grover, Poseidon, Sally, Beckendorf, Frank e Clarisse. Só. Obviamente que os diretores das demais escolas, os professores de Hogwarts, Quíron, Júpiter e a chata da Fleecy ainda estavam ali; mas ainda assim a falta de consideração dos demais alunos doeu mais que o veneno de drakon. Assim que Grover parou de abraçá-lo, Annabeth o abraçou e deu um tímido beijo na bochecha do rapaz, o que fez toda a dor, raiva e cansaço desaparecerem.

– Meus deuses Percy! – Frank disse animado. – Você foi muito maneiro!

– Maneiro? Ele atirou uma espada contra o focinho do drakon e correu feito um covarde até o ovo. – Clarisse cruzou os braços.

– Valeu pela dica. – ele ignorou o mau humor dela. – E por ter ficado.

– Eu apostei com meu pai quando tempo você durava. – ela deu de ombros. – Achei que seria mandado para a enfermaria em cinco minutos. Ele achou que você seria enterrado em três.

– Essa é a forma dela de dizer que acredita no seu potencial. – Frank "traduziu".

– Você foi fantástico Percy. – Silena sorriu.

– Derrotou aquele drakon em dez minutos! – Beckendorf estava alegre, como sempre.

– Estamos orgulhosos de você! – disse Poseidon.

Percy tentou fingir que o pai não estava ali. A sorte dele foi que os pais foram embora logo. Beckendorf e Frank se juntaram aos demais no salão comunal da Lufa-Lufa para a comemoração de Luke. Ele foi comemorar na casa de Quíron, com Annabeth e Grover.

– Não fica triste cara. – Grover disse comendo couve-flor. – Tenho certeza de que o pessoal da escola também está feliz pela sua vitória.

– É. – Quíron tentou animar o menino.

– Se estivessem, teriam me chamado para comemorar. Vocês não sabem o tártaros que foi para entrar no salão comunal apenas para trocar de roupa. – ele disse enquanto o centauro enfaixava o braço queimado. – O pessoal olhava para mim como se eu fosse... sei lá, um drakon!

– Você tá exagerando. – Grover disse com a boca cheia.

– Eu vou tomar um pouco de ar. Com licença. – Annabeth disse, se levantou e saiu da cabana. Os meninos se entreolharam.

– Tá tudo bem com ela? – Percy disse. – Ela tá agindo estranha desde hoje de manhã.

– Terminei. – Quíron falou dando um copo com néctar para Percy beber. – Bem, ela é sua melhor amiga, vá falar com ela.

– Aproveita e pede em casamento. – Grover zombou.

– Qual é! Sou eu e Annabeth! – ele disse corando, como se estivesse sendo sarcástico. – Tá mais fácil... Bóreas e Íris se casarem.

– Eles já foram casados. – Quíron falou.

Grover segurou o riso e Percy saiu da cabana. Annabeth encarava o castelo com os braços cruzados.

– É melhor entrar ou vai pegar um resfriado. – ele disse parando ao lado dela.

– Você podia ter morrido hoje. – ela disse claramente preocupada.

– Estou bem. – ele levantou a manga das vestes do uniforme. – Viu? Quíron deu um jeito.

– E se na próxima ele não puder dar um jeito? E se na terceira nem ambrósia ou néctar puderem dar um jeito? – ela disse segurando uma lágrima.

– Eu sei que você está preocupada comigo assim como minha mãe. – ele a abraçou e arfou os cabelos loiros da amiga. – Mas eu estou bem. Estou aqui. Achei que estivéssemos todos juntos nessa?

– Não somos a galera do High School Musical. – ela disse e, sem querer, uma lágrima caiu.

– Suas piadas são horríveis. – ele riu e beijou a testa dela. – Não quero vencer esse negócio, Annabeth. Não queria nem ter entrado. Só queria um ano de paz e sossego com você pegando no meu pé para que eu termine logo o dever de casa. Só isso. Estou fazendo o que posso para sobreviver, não para vencer. Não ligo para o dinheiro, ligo para a minha vida.

Ela o abraçou mais forte e então o soltou rapidamente, pressionando as mãos contra os ouvidos e parecendo que ia desmaiar. Ele a pegou no colo e adentrou na cabana, Quíron e Grover estavam se contorcendo de dor da mesma forma que Annabeth. O ovo estava aberto e havia algo meio gelatinoso que mostrava bolhas, mas ele não ouvia nada que machucasse os ouvidos, na verdade ouvia uma música: “Onde ouvir da nossa voz o dom, na superfície não há som. Durante uma hora deve buscar e o que quer vai encontrar.” Ele fechou o ovo e os quatro pararam de se contorcer de dor.

Di Immortales! O que tártaros foi isso? – Annabeth perguntou tonta.

– A pista. Da próxima prova. – Percy disse com um sorriso matreiro.


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Notas finais do capítulo

TODOS os drakons mencionados aparecem nos livros de Riordan.

Týflosi = cegueira (em grego)