Bra ainda dormia tranquilamente quando percebeu uma forte luz incidir sobre seus olhos, a menina abriu seus olhos devagar, percebendo ser somente a luz do sol que penetrava pela janela de seu quarto. Bra pôr-se de pé e se esticou preguiçosamente, levantou e foi até a janela de seu quarto, olhou para o céu azul e com poucas nuvens, o dia estava lindo, os pássaros cantavam e uma leve brisa deixava a temperatura agradável. O dia estava realmente ótimo para eles saírem para um acampamento.

A menina foi para o banheiro tomar seu banho, quando deceu para tomar café da manhã, encontrou toda a família que já tomava café. Bra nunca foi muito boa com a hora, mas ela jurava que hoje ela estava acordando cedo, pelo visto não né.

– Até que enfim dorminhoca, achei que iria ter que acordar você. - disse Trunks

– não precisa... Você já está com tudo arrumado? - Bra perguntou e Trunks assentiu com a cabeça, a menina sorriu e passou a atacar o seu café.

Bulma ainda falava com a empregada robô, para que levasse algumas coisas para a mesa, Vegeta, Trunks e Bra já comiam quando Bulma se juntou a eles na mesa.

– Vocês marcaram com as meninas para vocês saírem daqui? – Bulma perguntou para Bra.

– Sim, nós marcamos todo mundo aqui às 10h.

– Tudo bem então.

– Mãe, eu estou levando umas cápsulas combustível. – Trunks disse

– Ah, isso é ótimo filho, previne que vocês tenham que abandonar o carro e seguirem voando.

Eles continuaram conversando tranquilamente até todos se sentirem satisfeitos, Trunks e Bra foram pegar as últimas coisas que faltavam na mochila de cada um.

O interfone tocou e Bulma atendeu, era Marron que havia chegado. Bulma recebeu a menina e seu pai, que havia a levado lá pela quantidade de malas que a loira decidira levar para o acampamento.

– Olá Marron, entre e fique à vontade. – Bulma disse a menina sem ainda notar que Kuririn estava atrás da moça com uma quantidade absurda de malas. – uhn... Ah! Kuririn você está aí, entra... Quer ajuda? – Disse percebendo a força que o amigo fazia para levar as malas para dentro da sala.

– Não, obrigado Bulma. – Disse colocando as malas no chão e fazendo um exercício com a coluna para diminuir as dores que sentiam por ter carregado tanto peso.

– Cadê a 18? – Bulma perguntou sorrindo.

– Ah! Ela não quis vir, disse que tinha uma loja inaugurando no shopping e que ela iria lá.

– Sério? Bem, vou dar uma passadinha no Shopping mais tarde então... – Bulma disse.

– Mamãe se você for passar no Shopping, não se esqueça de comprar umas coisinhas pra mim ok? – Bra descia as escadas e pegou a parte mais importante da conversa, ao menos para ela.

– Ah! Bra você já tem tantas “coisinhas”.

– Quanto mais eu tenho, melhor fica. – A menina sorriu. – Não é mesmo Marron? – Disse Bra cumprimentando a loira sentada no sofá.

– Sim, eu também pedi a mamãe para comprar uma “coisinhas” pra mim no shopping.

– Você duas vão me levar a falência. – disse Kuririn e todas riram. - Cadê o Vegeta, Bulma?

– Treinando na câmara de gravidade, como sempre.

– Olá todo mundo! Cheguei atrasada? Espero que não. – Disse Pan adentrando a sala.

– Olá Pan! – As duas meninas disseram em uníssono.

– Oi meninas, como estão? – Pan colocou sua mochila próxima à pilha de malas de Marron.

– Estamos bem, Cadê o Goten? – Bra perguntou.

– Oi! Eu estou aqui, tudo bem meninas? – Disse Goten.

– Sim, tudo ótimo. – Bra sorriu para o rapaz a sua frente.

– E então cadê o Trunks? – Ele perguntou.

– Trunks está no laboratório pegando algumas capsulas que estavam faltando, daqui a pouco ele está aqui. – Disse a menina.

– Ah ok - Disse ele colocando sua mochila perto da mochila de sua sobrinha, no chão.

– Pan você vai levar só essa mochila? – Marron perguntou assustada.

– Sim, não me diga que todas essas malas são suas?

– Claro que sim, isso porque lá em casa tinham acabado as malas, fiquei sem trazer várias coisas e tenho certeza que irá fazer falta. – A menina suspirou pesadamente.

– Você acha que vamos morar o resto de nossas vidas lá? Vamos passar só uma semana Marron.

– Eu sei, por isso estou levando isso tudo, porque se fossemos passar mais tempo, iria ter que comprar mais malas. – A menina disse preocupada.

– Eu achei um exagero Marron. – Disse Goten.

– Que nada! Ela está certíssima, eu estou levando a mesma quantidade. – Admitiu Bra.

– E como vai caber no carro? – Goten Perguntou

– Ah o Trunks vai dar um jeito. – Disse Bra confiante.

– E aí pessoal? – Disse Trunks alegremente entrando na sala. – Todo mundo já está pronto?

– Sim! – Responderam todos juntos.

Trunks subiu para pegar sua mochila e trouxe todas as malas de Bra com ele. Todos se reunirão do lado de fora ao lado do carro. Quando Trunks chegou depositando todas as malas de Bra no chão.

– Agora eu quero ver a sua mágica pra colocar essas toneladas de malas da Bra e da Marron dentro do porta-malas do carro. – Disse Goten.

– Você vai ver. – Trunks tirou do bolso duas capsulas, apertou um botão e jogou cada uma em cima da pilha de malas de Bra e de Marron, depois de muita fumaça só restavam as duas cápsulas no chão.

– E aí o que achou? – Perguntou Trunks a Goten que observava boquiaberto.

– Impressionante tenho que admitir. – disse Goten fazendo Trunks sorrir. – Todo mundo entrando no carro.

As meninas sentaram atrás no automóvel, quem dirigiria o carro era Trunks, Bra sentou atrás do banco do motorista, Pan ficou no meio e Marron sentou atrás do banco do carona que era ocupado por Goten, ao ligar o carro Trunks ouviu a voz de sua mãe, que logo apareceu perto do carro.

– Trunks dirija com cuidado!

– Pode deixar mãe. – Disse Trunks sorridente.

– Uma boa viajem para todos vocês e aproveitem ao máximo!

– Obrigada tia Bulma! – Diseram Goten, Pan e Marron. Bra deu a sua mãe uma piscadinha de olho e um sorriso.

Trunks deu partida no carro e Bulma deu um último aceno para os integrantes do veículo que retribuíram gritando um “Tchau” animado.

– A tia Bulma é fantástica! – Disse Goten.

– É verdade, deve ser muito legal ser filho dela... Eu queria ser filha dela. – Admitiu Pan.

– Eu também. – disseram Marron e Goten juntos.

– Uou, uou, uou, a mãe é minha, qual é? Não to a fim de dividir mais do que já tenho que dividir com o Trunks. – Disse Bra sorrindo e todos riram.

– É e acreditem, ninguém gostaria de ver minha mãe com raiva, porque quando isso acontece, que não é tão raro assim como vocês pensam, saí de baixo, até meu pai fica com medo. – Disse Trunks.

– É do Tio Vegeta eu não gostaria de filho, deve ser horrível. - Disse Goten

– É tenso sim, mas tem que saber levar. – Disse Trunks

– Ah! Qual é Trunks, não é tão ruim assim, o papai é legal às vezes. – Disse Bra.

– Ás vezes. – Disse Trunks. – E como é ser filha da mulher mais poderosa que eu conheço, hein Marron?

– É tenso gente, mamãe só vive nervosa e quando não está nervosa está quieta e quando está assim é melhor nem mexer com ela, mas minha mãe também é legal, eu adoro fazer compras com ela. – Admitiu a loira.

– Ah, minha mãe é um saco! Ela vive querendo que eu estude e não gosta que eu lute, fica me enchendo a paciência, quando ela junta com a minha avó aí que o bicho pega. – Disse Pan. – Mas tem uma pessoa na minha família que é o mais chato de todos: Meu Tio, noooooooooossa essa é chato viu. – Disse Pan rindo.

– Ah é né? Para o carro Trunks, que eu vou sair agora e voltar pra casa. – Disse brincando Goten e todos riram.

No decorrer da viajem Bra e Marron, como os meninos imaginavam não pararam um segundo se quer de falar em moda, sapatos, lojas, grifes famosas e muitos outros assuntos desse tipo. Trunks, Goten e Pan, falavam sobre lutas e novos golpes que aprenderam.

Já havia algumas horas que eles estavam viajando sem parar, Pan olhava distraidamente para a paisagem passar, enquanto Goten dormia e sua cabeça pendia para a sua janela, Bra e Marron tinham parado de falar e agora mexiam em seus celulares, Trunks dirigia o carro tranquilamente. O silêncio dentro do carro foi interrompido por Bra.

– Olha, tem uma lanchonete bem ali a frente, será que podemos parar Trunks?

– Claro, vai ser até bom, que da pra gente esticar um pouco as pernas.

Logo eles pararam em frente à lanchonete, Trunks estacionou o carro e todos saíram menos Goten que continuava dormindo. Trunks se aproximou dele e deu um tapa em sua testa fazendo o rapaz acordar assustado.

– Pô, que isso cara, o que é hein? Você fizeram um acordo pra me acordar sempre de uma forma irritante e diferente a cada vez, é isso? – Perguntou Goten indignado enquanto esfregava a mão sobre sua testa e com a outra apontava para Trunks e Pan, todos riram.

Todos resolveram passar pelo banheiro primeiro e depois se encontrariam dentro da lanchonete. As meninas saíram primeiro e estavam olhando os salgados que estavam a venda, quando ouviram uma voz atrás delas.

– Olá meninas, vocês vem sempre aqui ou moram aqui perto? – Perguntou um rapaz que aparentava ter 23 anos, jaqueta de couro com alguns spikes, calça preta, em uma de suas mãos ele segurava um capacete preto, o rapaz tinha a pele clara, cabelos loiros e olhos azuis, era forte e apesar da jaqueta podia-se ver os músculos que faziam algumas ondulações por baixo da manga de couro.

– Não né, ta maluco? Quem moraria em um lugar como este? – Perguntou Bra que recebeu uma cotovelada disfarçada de Marron em suas costelas. O rapaz riu.

– Sabe, gostei de vocês, são simpáticas, será que posso saber seus nomes? – Perguntou o rapaz com um sorriso sedutor.

– Sou Pan, a loira é a Marron e esta é Bra. – Disse Pan apontando as meninas. Ao ouvi-la dizer isto Marron levou uma das mãos à testa, pois sabia que as meninas estavam fazendo besteira.

– Prazer Pan, Marron e Bra eu me chamo Hideki Smith. – Ele sorriu. – E estes são meus amigos Katsuo Kimura e Shinji Ishikawa. – Hideki apresentou as meninas outros dois rapazes que até então estavam sentados em uma mesa logo atrás de Hideki, que ao ouvir seu amigo os apresentando se aproximaram das meninas. Eles eram rapazes japoneses comuns, pele clara cabelos pretos lisos e olhos escuros, porém ambos eram muito fortes, eles se vestiam parecido com Hideki e seus capacetes ficaram sobre a mesa em que anteriormente eles haviam estado.

– Vamos meninas. – Marron disse para as duas.

– Porque a pressa loirinha? Vocês acabaram de chagar. – Disse Shinji.

– E já temos que ir. – Quando Marron começou a se afastar o rapaz segurou em seu braço, arrancando da moça um baixo gemido devido a força que usou em seu braço.

– O que é que você quer hein cara? – Perguntou Bra dando um passo a frente e encarando Shinji que ainda segurava o braço de Marron.

– Você é nervosinha menina, mas você fica linda quando está assim. – disse Hideki se aproximando de Bra, que olhou para ele nervosa.

– E você querida, é tão quietinha. – disse Katsuo enquanto acariciava o rosto de Pan, que com um movimento rápido deu um tapa em sua mão fazendo com que o rapaz se assustasse com a força que um simples tapa da menina tinha.

– Algum problema aqui? – Perguntou Trunks enquanto ele e Goten se aproximavam e viam a cena. Hideki sorriu ao ver os dois rapazes se aproximarem.

– Não sei, talvez... Tem algum problema? – disse Hideki.

– Olha, é melhor vocês voltarem para a mesa de você e deixarem as meninas em paz. – Disse Goten.

– Ah, mas elas estão gostando de conversar com a gente, não é mesmo Bra? – Disse Hideki que passou um braço ao redor do pescoço de Bra, trazendo a menina mais perto dele.

– Solta ela agora. – Disse Goten em um tom ameaçador, fechando suas mãos que agora estavam em punhos fechados.

Shinji o rapaz que ainda segurava o braço de Marron dobrou o braço dela para trás imobilizando-a e fazendo a menina ficar de costas para ele. Katsuo tentou segurar o braço de Pan para fazer o mesmo que seus amigos haviam feito, não conseguiu, pois quando fez seu primeiro movimento em direção à morena, ela abaixou e deu uma rasteira nele, fazendo com que caísse no chão na mesma hora, ele bateu a cabeça no chão um pouco forte demais e desmaiou, a menina se juntou a Trunks e Goten.

– Muito bem Pan! – Disse Goten com um sorriso para sua sobrinha que também lhe retribuiu o sorriso.

Bra tentou sair do aperto de Hideki, porém este apertou seu pescoço com mais força, prendendo a menina junto a ele, ao seu lado Marron soltou um murmúrio de dor, já que seu braço estava imobilizado e Shinji colocava força sobre ele.

– Solte as duas, eu estou avisando. – Disse Trunks. Hideki soltou uma gargalhada de escárnio.

– Avisando o que, por acaso vai fazer alguma coisa?

O rapaz não conseguiu ver quando recebeu um soco de Trunks em seu rosto que cambaleou para trás levando Bra com ele. Shinji se assustou quando recebeu um olhar severo de Trunks, ele soltou Marron para ficar ao lado de Hideki. A menina andou apressadamente para perto dos meninos e esfregava seu braço.

– Saiam daqui, antes que seja pior para vocês. – Disse Trunks com uma voz baixa e sombria. Hideki estava enfurecido e encarava Trunks.

– É sério, é melhor vocês saírem antes que as coisas piorem. – Disse Goten. Hideki deu um sorriso para Shinji que permanecia ao seu lado e este assentiu.

– Já piorou. – Hideki soltou Bra e foi para cima de Trunks dando vários chutes e socos que este desviava tranquilamente. Shinji fazia o mesmo com Goten que também se esquivava com facilidade. As meninas recuaram um pouco.

Os meninos não podiam atacar os rapazes, pois corria o risco de matá-los, mesmo tentando usar o mínimo de força possível, por isso só se defendiam.

Os rapazes pararam respirando pesadamente enquanto Trunks e Goten olhavam para eles tranquilamente. Hideki fez um gesto de cabeça para Shinji, ambos correram Hideki para o lado direito de Trunks e Shinji para o esquerdo de Goten, porém os meninos saíram tão rapidamente do meio deles que quase desapareceram, os dois acabaram por acertar seus golpes neles próprios e desmaiaram.

Os meninos compraram as coisas para comer, todos comeram o mais rápido que puderam, pois as pessoas que estavam na lanchonete lançavam a eles olhares assustados, logo eles já estavam de volta no carro.

– Marron, você está bem? Ele machucou seu braço? – Trunks perguntou a Marron, pois a menina continuava a massagear o braço que Shinji usou para imobilizá-la.

– Estou bem sim, acho que foi só um mal jeito, deve estar melhor amanhã. – A moça sorriu sem jeito.

Todos entraram no carro, estavam em silêncio e ninguém abria a boca para falar nada. Depois mais algumas horas viajando, a noite já dava fortes indícios de sua chegada, o céu estava escuro com algumas estrelas que começavam a surgir, mostrava que a noite iria ser tranquila.

– Acho melhor, pararmos no próximo hotel que passarmos perto, todo mundo está precisando descansar, tomar banho e dormir e assim amanhã continuamos. – Disse Goten.

– Ok, e o próximo hotel que passarmos será o último, porque já estamos próximos à área do acampamento. – Disse Trunks para o amigo ao seu lado.

Logo mais a frente eles avistaram o hotel, Trunks estacionou o carro em frente à entrada do hotel e todos desceram. O hotel era um pouco simples, não havia muita decoração, as paredes eram brancas com algumas cadeiras no saguão e um balcão de madeira, onde estava um senhor que era o recepcionista. Todos pegaram suas malas para entrar no hotel e enquanto Goten conversava sobre a quantidade de quartos que iriam querer, Trunks saiu com Marron e Bra para que elas pegassem suas malas.

– Meninas, pelo tamanho do hotel os quartos devem ser pequenos então, eu vou desencapsular as malas de vocês e quero que vocês escolham quais malas vocês vão levar e, por favor, só o que for realmente necessário ok? – Trunks disse tirando as duas capsulas do porta-malas e apertando o botão de ambas jogando cada uma a uma boa distância da outra.

Marron pegou umas três malas agradeceu a Trunks e entrou para encontrar Goten e Pan, Bra escolhia suas malas sem dizer nada. Trunks percebeu que Bra estava muito quieta e que depois do incidente não havia dito mais nada.

– Bra está tudo bem?

– Porque não estaria? – A menina disse rispidamente, pegou duas malas e iria passar por Trunks quando o mesmo segurou em seu braço.

– Fala Bra, o que aconteceu?

– Você e o Goten não precisavam me salvar naquela hora. – A menina quase gritou.

– Eu estava tentando te ajudar.

– Eu não precisava da sua ajuda, eu posso me cuidar sozinha!

– Você estava imobilizada Bra, eu só estava...

– Trunks eu não sou mais criança, você não precisa ficar se preocupando se eu estou ralando o joelho ou não, eu podia sair da imobilização dele! – A menina gritou usando todo o ar de seus pulmões.

– Então porque não fez? – Agora Trunks também gritava para Bra.

A menina olhou para ele, sem resposta, a verdade era que ela naquela hora estava assustada e não estava conseguindo pensar em como saia da imobilização que o rapaz, sem machucá-lo demais, além disso o aperto dele no pescoço dela estava forte.

Bra pegou suas malas que ela havia colocado no chão momentos atrás e saiu sem dizer mais nada, Trunks só depois percebeu que havia feito besteira, mas a menina já havia voltado para o hotel.