I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 56
Eu não mudaria nada sobre nós.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que estou atrasada só pra variar.
Gente, não façam isso comigo. Tiveram apenas quatro comentários capítulo passado (isso por que o outro teve oito) eu fiquei tão chateada... Eu sei que atrasei muitoooo da ultima vez mas façam isso comigo não. Preciso de inspiração para a segunda temporada.
Capítulo beeeeem Percabeth. Por que eles merecem.
Esse é um dos últimos capítulos, então digam BYE PERCY. É o ultimo POV dele na temporada, então diga tchau.
#ByePercy.
Vou chorar no canto por que amo os POVs dele.
Mas aproveitem esse.



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POV Percy

O céu noturno se erguia com formosura e estabilidade, as estrelas brilhavam e a lua cheia se postava sobre nossas cabeças. Mesmo que fosse uma das noites mais belas e tranquilas em muito tempo, meu olhar evitava o céu sempre que podia, eram memória duras demais para lembrar toda vez que erguia os olhos. No entanto, não foi por esse motivo que desviei meus olhos das estrelas nessa noite.

A fogueira brilhava tão intensamente quando as estrelas, mas passava conforto, familiaridade e segurança. Em volta dessa, os campistas se postavam, todos a bater palmas ou nas próprias coxas a fim de acompanhar a cantoria naquela noite. Até as caçadoras estavam lá, elas se postavam juntas e sorriam enquanto acompanhavam a cantoria. Elas se misturavam com os campistas, diferentes apenas pela trança comum e as calças de camuflagem, mesmo que Artemis tivesse suspendido o uniforme enquanto estivessem aqui. Tudo tão diferente da festa dada no acampamento ao que pareciam fazer milênios, ninguém mexia com as garotas nem as perturbavam. Todos riam, cantavam e aproveitavam.

A minha volta, podia ver Thalia rindo enquanto conversava com o irmão. Jason e Piper batiam palmas no ritmo, timidamente em sua primeira noite na fogueira. Thalia batia em sua perna com uma mão enquanto usava a outra para gesticular para os dois, empolgada com o assunto. Leo não cantava, mas se animava enquanto batia pés e mão no ritmo da música. Nico batia palmas levemente, enquanto Will cantarolava e cutucava o menor com o cotovelo para que ele acompanhasse, Nico sorria para o garoto e para os amigos. Mesmo que Nico continuasse recluso e reservado, ele sorria animadamente, contente e satisfeito. O sorriso tranquilo revelava o quão jovem Nico realmente é, e como nos esquecemos disso as vezes.

Apolo, Artemis e Afrodite também estavam ali. Mesmo que Afrodite e Apolo sentam-se com seus filhos e filhas, e Artemis com suas caçadoras. Os três cantam, mesmo que Artemis fracamente, com certa timidez, e Apolo e Afrodite soltem suas vozes para liderar a cantoria, fazendo um belo dueto. Afrodite parecia cansada, mas sobre aquela penumbra, com sua voz e de Apolo se juntando com tanta formosura, foi algo fácil de passar despercebido. A própria Afrodite parecia esquecer enquanto ria e subia uma nota junto a Apolo.

E eu... não podia deixar de sorrir todas as vezes que me lembrava dos ombros de Annabeth que envolvia com meu braço desocupado, enquanto batia a segunda palma sobre a perna, no ritmo da música.

Annabeth estava linda, não há duvidas sobre isso. Seu cabelo havia readquirido quase completamente a coloração dourada, e naquela noite os tinha soltos, fazendo cócegas em meu braço. Ela tinha um olhar tranquilo enquanto pousava seus olhos em cada um dos campistas, como se tentasse memorizar a cena.

Confesso que fazia o mesmo. Passava meus olhos sobre a cena, observando Nico empurrar o ombro de Will com um sorriso divertido. Thalia gesticular para o irmão, e Jason sorrir fraternamente para ela. Piper rindo de qualquer seja a besteira que Leo tenha dito no momento. Grover com os braços ao redor de Juniper. Artemis com suas caçadoras, e cada uma delas animadas, cantando quando conheciam a canção. Apolo e Afrodite com sua cantoria afinada. Cada centímetro que corria meus olhos era perfeito, e tentava a meu máximo registrar cada segundo em minha memória. Momentos bons como esses tinham o péssimo habito de durar pouco em minha vida.

Puxo Annabeth contra meu peito instintivamente. Ela sobe seu olhar e sorri docemente para mim, ela toca meus lábios com os seus em um beijo singelo, seus olhos dizem que está tudo bem, que nos estamos bem. Eu sorrio de volta.

Então a musica termina, Apolo e Afrodite terminam sua ultima nota, e todos os campistas batem palmas, até mesmo as caçadoras, seguindo animadamente as palmas de Artemis, que sorri para os deuses. Apolo levanta o polegar para os campistas e Afrodite gira os dedos juntos, em um antigo e gracioso agradecimento.

Então eles se levantam, Apolo, Afrodite e Artemis. Eles pedem licença em meio aos aplausos e se postam no centro, ao lado da fogueira. Artemis ergue as mãos, com a palma virada para os campistas, pedindo silencio. Os aplausos morrem aos poucos, se calando respeitosamente a deusa.

–Bem, essa é a primeira noite da fogueira em que participamos, e agradecemos a empolgação de vocês. –ela diz, e os campistas dão a ela poucos segundos de palmas, mostrando toda a empolgação. Ela sorri.

–Foi uma honra cantar com vocês essa noite, –Apolo coloca o punho cerrado no peito, com um sorriso divertido. –Mas não foi o único motivo pelo qual organizamos a noite.

–Queremos comemorar a volta, o sucesso e a recuperação de nossos heróis. –Afrodite se manifesta, ela tem um sorriso doce nos lábios. Ela aponta. –Nico di Angelo, Will Solace, Thalia Grace, Jason Grace, Piper Mclean e Leo Valdez.

Não deixo de erguer os dedos aos lábios para assoviar e bater palmas, seguido também por Annabeth. Os garotos sorriem em certa timidez, mas recebem seus aplausos.

–Agora vamos ouvir algumas palavras do chefe desse acampamento, que por incrível que pareça Artemis ainda não tomou seu cargo permanentemente! –Apolo diz, recebendo uma cotovelava bem humorada da irmã. A plateia explode em gargalhadas.

Mas os três deuses pousam seus olhos em mim ao mesmo tempo. Por um momento o silencio se instala enquanto não sei se devo ou não me levantar, ou o que dizer. Então os campistas batem as mãos ritmicamente.

–Discurso! Discurso! Discurso! -eles fazem um coro rítmico. Annabeth toca minhas costas, me incentivando a me levantar.

Então me eu ponho de pé com um sorriso, e as batidas ritmadas seguem até que eu chegue aos deuses. Apolo da um tapa leve em minhas costas, Artemis toca meu ombro e Afrodite desarruma meus cabelos.

Assim que abro a boca, os campistas se aquietam sem que eu precise pedir por silencio.

–Bem, primeiramente eu só gostaria de agradecer a nossa incrível missão de resgate, mais uma vez. Serio, pessoal, sem vocês nós não estaríamos aqui hoje. –os aplausos explodem novamente, e a seriedade nostalgia que começou a preencher meu peito foi levada embora. –e a Artemis, Apolo e Afrodite, que alem de requisitar a missão cuidou do acampamento enquanto eu estava com problemas. Voces protegeram minha casa, muito obrigado. –Apolo me puxa para um abraço de lado e dessa vez e Artemis quem recomeça os aplausos. –E, é claro, a Annabeth Chase. Só por existir mesmo, já é o suficiente.

Ao em vez de aplaudir, os campistas assobiam e soltam alguns gritos empolgados. Eu sorrio ao encontrar os olhos de Annie, que tem as bochechas coradas e um sorriso sem graça nos lábios.

–Eu estava com saudade de vocês, pessoal. Com saudade dos campistas, das atividades, até das aulas de grego antigo. –algumas risadas circulam o ambiente. –é bom estar de volta. Obrigado.

Outra onda de palmas preenche o lugar quando volto a meu lugar. Muitas mãos apertam a minhas e sinto muitas palmas em minhas costas e ombro. Mas quando chego em meu lugar, sinto ser preenchido pelos únicos braços que realmente me importam, os de Annabeth.

...

Assim que fechei a porta de meu chalé, deixando o barulho e o tumulto para traz, não pude deixar de sentir alivio. Estava me acostumando com o barulho do acampamento, com a voz e o toque animado das pessoas, e como eu tinha sentido falta dessas coisas. Mas à medida que escurecia, a cantoria da fogueira havia se transformado em uma pequena festa. Leo e sua irmã, Nyssa, foram até o chalé de Hefesto atrás de um grande amplificador, e os filhos de Hermes contrabandearam um Ipod para tocar. Com quatro deuses mais o pinheiro de Thalia, o dragão de guarda e todas as caçadoras, nenhum monstro teria coragem de passar perto das redondezas.

Por esse motivo, o som tocava alto, campistas e caçadoras dançavam em volta da fogueira que morria aos poucos. E pessoas demais vinham falar comigo. Não que eu não gostasse se suas atitudes, era ótimo saber quando aquelas pessoas se importam, e o quanto senti sua falta. Mas minha cabeça começara a latejar, como quem passou tempo demais no escuro e tem as luzes acesas de uma vez. Havia me acostumado com o confinamento, e minha cabeça e meus músculos reclamaram após tempo demais na baderna. Foi um alivio quando a porta se fechou, deixando boa parte do som para traz.

–Obrigada por me deixar ficar aqui por enquanto. –Annabeth se vira para mim.

Assim como eu, depois de um certo tempo, Annabeth passou a ser perturbada pelo barulho alto, então eu havia oferecido meu chalé a Annabeth por enquanto. Afinal, ela dividia o chalé de Atena com os irmãos e irmãs, que voltariam para o chalé tarde pela festa, e provavelmente com um barulho grande demais para manter o sono.

Ela sorri com o canto dos lábios, sem graça.

–Tudo bem. Posso te acompanhar até seu chalé quando acabar. Ora ou outra Artemis vai colocar ordem naquilo. –me apoio contra a parede, estico os braços para Annabeth, e ela pega minhas mãos. A puxo para mim, envolvendo-a. –ou você poderia dormir aqui essa noite. Se você quiser.

Annabeth sorri.

–É proibido dormir em chalés que não forem os nossos. –ela lembra. –principalmente com campistas do sexo oposto.

–É, mas eu sou o chefe. E os subchefes são meus amigos... –contradigo, Annabeth sorri de lado.

–Você é péssimo chefe, Cabeça de Alga. –ela sela nossos lábios. –mas vou voltar para meu chalé mais tarde, mas aceito a companhia para voltar. Afinal, sua cama é muito pequena.

–Tem uma cama acima da minha também, se você preferir. Ou eu posso dormir em cima. –digo com um olhar inocente. –eu até deixo você escolher.

Ela inclina a cabeça para traz e ri.

–Só você mesmo. –então ela parece se lembrar de algo. Ela arregala os olhos e depois os fecha, sua cabeça se abaixa e se apoia em meu ombro. –droga! Will me mandou tomar um remédio depois da janta. Eu deixei no chalé de Atena.

–É um de plantas estranhas e sangue de gorgona? –sugiro, e ela tira a testa de meu ombro para acenar.

–É sim, por quê?

–Apolo me receitou a mesma coisa. Tenho uma caixa cheia deles, se voce quiser. É para “recuperar as energias” –digo, imitando Apolo. Annabeth ri pelo nariz.

–Will é muito parecido com Apolo. –eu concordo com a cabeça e me separo dela para procurar o remédio em minha cômoda.

Minhas gavetas eram um amontoado desorganizado de meias, blusas, bermudas e caças jeans. Cada peça amassada e jogada sempre na gaveta mais vazia, simples assim. Na realidade não tinha muitos problemas com isso, quando queria me vestir sempre tinha algo ali, e nunca precisava vestir nada realmente apresentável, então a bagunça sempre me foi muito conveniente. É, conveniente até eu precisar achar alguma coisa ali dentro.

–Eu tenho certeza que eu coloquei aqui. –murmurei enquanto revirava as gavetas.

Ouço um limpar de garganta e me viro, Annabeth tem uma mão no quadril e com a outra gira um cilindro alaranjado entre o polegar e o indicador. Seu sorriso e debochado e ela tem uma sobrancelha erguida.

–É, ou talvez não. –inclino a cabeça para ela, Annabeth sorri. Ela gira o cilindro e lê etiqueta.

–Sim, e o mesmo que o meu. –seus olhos se erguem para mim. –também vai tomar?

Abro a boca para responde-la, e sinto minha cabeça pesar e minha visão escurecer tão rápido que não tenho tempo de fazer nada alem de me apoiar na cômoda atrás de mim com meu próprio quadril. Quando reabro os olhos, Annabeth está posta a minha frente, nem se quer a vira se mover, seus dedos envolvem a parte interna de meus cotovelos, expostos ao apoiar-me na cômoda.

–Eu estou bem.

Meu ouvido apita, tenho noção que Annabeth falando comigo, mas sua voz parece muito distante. No entanto, sei a resposta que ela precisa ouvir.

Ela franze as sobrancelha, preocupada.

–O que está sentindo?

Dessa vez, finalmente posso ouvi-la. Meus ouvidos param de apitar e minha cabeça parece voltar ao peso normal, minha visão novamente é clara. Eu suspiro.

–Me senti um pouco mal, só isso. –pego sua mão. –Apolo disse que poderia me sentir mal essas semanas. Está tudo bem.

Mas Annie comprime seus lábios.

–Tem acontecido muito?

–Não. –nego com a cabeça, tomando um dos remédios de sua palma e engolindo com a garrafa d’água ainda na cômoda.

Não era verdade, não inteiramente. Sentia-me mal por muitas vezes, simplesmente fraco, simplesmente pesado em meu próprio corpo. Mas era verdade que Apolo havia me adiantado aquilo. Algo sobre um possível trauma, corpo e mente trabalhando contra o outro. Nada que um tempo em repouso não concerte.

No entanto, não diria todas aquelas coisas para Annabeth. Da mesma forma que tentava disfarçar minhas recaídas, ela fazia o mesmo com a as suas, sabia disso. E sabia também que se contasse a Annabeth a frequência que isso acontecia, apenas lhe causaria preocupação, e sua insistência em tentar achar uma solução para o que apenas o tempo resolveria.

Passo-lhe a garrafa, e ela toma seu próprio comprimido sem tirar os olhos cinzentos de mim. Assim que ela acaba, pouso a garrafa novamente na cômoda sem se quer tirar meus olhos de Annabeth. Pego suas mãos, entrelaçando nossos dedos.

–Eu estou bem, eu juro. Não vamos passar o resto da noite preocupados com isso, por favor. Está tudo bem. Eu só quero passar um tempo com você sem preocupações. Pode ser?

O canto de seus lábios se entortam primeiro para baixo e em seguida para cima. Mas seus olhos e sobrancelhas relaxam, ela suspira. Sinto seus dedos apertarem os meus.

–Pode ser. Está tudo bem. -Ela repetiu, parecendo se convencer disso. –estamos bem.

Às vezes, via em Annabeth os mesmos problemas que eu mesmo venho enfrentando. A via se perder em linhas retas, parar em silencio e perder sua linha do raciocínio pelo que para ela parece durar uma fração de segundos, mas na verdade se trata de um minuto inteiro. Por mais que observar seu olhar se perder pela paisagem fosse belo, tinha um tom preocupado, mas que eu, acima de todos, entendia com clareza. Naquele momento, no entanto, ela parecia se perder em bons momentos, seu olhar era carregado de nostalgia.

Os olhos de Annabeth correrem meu quarto com cautela. Por cada centímetro de bagunça que havia dele, cada objeto, cada móvel. Em seu olhar havia certa nostalgia, e não repreção por minha falta de organização. Ela parecia querer decorar cada centímetro dele.

–Você costumava brigar comigo por minhas péssimas notas na organização dos chalés. –eu a lembro, e ela olha para mim novamente.

–Nos costumávamos brigar por coisas muito ínfimas. –mas um sorriso leve brota em seus lábios, não podia dizer se era feliz ou triste.

–Costumávamos? –eu ergo-lhe um sobrancelha. –tipo, no passado?

–Tudo bem, algumas coisas nunca mudam. –ela admite. –Como o seu quanto, por exemplo. Está exatamente da mesma maneira que estava na ultima vez que estive aqui. E foi há tanto tempo... Aquela meia estava ali, atrás da cômoda. Aquele jeans estava teoricamente “dobrado” em cima da escrivaninha. –ela aponta para cada coisa, então aponta o polegar por cima do ombro. –e aposto minha sobremesa que tem uma camisa pendurada na maçaneta de dentro da porta do banheiro.

Eu ergo minha sobrancelha. Ela provavelmente tem razão.

–Não vou envolver minha sobremesa nisso, você pode manter a sua. E não está tão ruim assim.

Annabeth abre a boca.

–É claro que está! Você é um deus, no mínimo estrale os dedos!

–Apolo me proibiu de usar poderes até estar melhor, lembra? Eu teria que arrumar, tipo, coisa por coisa. –faço biquinho.

–Quando suas meias criarem perninhas e devorarem seus dedões de noite, o senhor não vai reclamar comigo!

–Não irei. –cruzo os braços, e Annie coloca as mãos no quadril.

–Você vai arrumar isso. –ela da de costas e anda pelo quarto.

Ela se abaixa e pega um pé de uma bota e o ergue por cima da cabeça.

–Olha isso! Deve estar aqui desde o inverno passado! Aposto que você não sabe onde está o outro par. O que vai fazer quando o frio voltar?

–Nem se quer neva aqui dentro Annie. –digo, mas ela não me da ouvidos, apenas se abaixa e se põem a procurar o outro pé de minha bota.

Eu suspiro, me sentindo cansado. Pisco forte e troco o pé de apoio.

–Annie, você não vai mesmo arrumar meu quarto, vai?

–Eu não estou arrumando. Você vai arrumar isso sozinho. –no entanto, ela continua a revirar a bagunça atrás do calcado.

–Não, você está arrumando. –mas ela não me responde.

–Achei o outro pé.

Ela anuncia, pegando o segundo pé da bota e colocando os dois em uma mão usando a outra para fuçar em minhas gavetas.

–Annie.

–Olha isso! Como você vive ass....

Eu a puxo pela parte interior de seu cotovelo e a calo com um beijo enquanto ela tomava fôlego para uma bronca. Eu pego sua cintura, e ela bate de leve as minhas costas com as botas, ainda querendo fôlego para uma bronca. Mas eu tomo os calçados de suas mãos e os deixo cair em algum lugar pelo quarto, onde provavelmente ficariam até que de fato o inverno chegasse. Com as mãos livres, Annabeth se distrai, voltando seus braços para meu pescoço, provavelmente se esquecendo do que iria dizer em seguida.

Não sei dizer o que acontece primeiro. Não sei dizer se Annabeth pula em minha cintura ou apenas entrelaça as pernas quando eu a puxo para cima. Não sei quem fez aquilo, quando reparo já está feito. Annabeth é leve e forte, estou certo que não precisaria de minhas mãos em suas coxas para se manter ali, mas não as tiraria dali de qualquer forma.

Eu a conduzi até a cama, soltando-a, separando nossos lábios por uma fração de segundos. Annabeth me puxa de volta, dessa vez pela gola da camisa, deixando uma parte de minha barriga exposta. Quando me puxa, vou parar vou cima dela, e meus lábios se colam novamente nos seus, minhas mãos deslizam por sua cintura, suas pernas continuam entrelaçadas em meu quadril. Quando é preciso pegar fôlego, movo-me da boca para seu pescoço, fazendo-a arranhar minha nuca enquanto lhe beijava logo a baixo do fim de sua orelha. Sinto suas mãos contornarem minha cintura por baixo da blusa, e eu a puxo pelo quadril aproximando-nos ainda mais.

–Percy...

Sua mão foi de encontro com meu ombro. Ela não me empurrou para traz nem pediu para que parássemos. Apenas pousou sua mão ali e tirou a outra de minha barriga, mas eu a entendi. Subi minhas mãos que começavam a se atrever mais do que pretendia, pousando os antebraços na cama, cada um de um lado do corpo de Annabeth. Minha boca saiu de seu pescoço, encostei minha testa ali enquanto recuperava meu fôlego e minha calma, ela fazia o mesmo.

–Sinto muito. –eu pedi quando meu fôlego parecia voltar. Quando a olhei, ela tinha bochechas coradas e olhos tímidos. –Eu...

–Tudo bem. –ela me interrompe. –não se desculpe.

Uma de suas mãos vai novamente para minha nuca, mas apenas para uma caricia singela, me garantindo que estava tudo bem. Eu deixo meu corpo rolar para o lado, me deitando próxima dela na cama de solteiro. Apoio o cotovelo na cama e o punho em meu queixo, ela sorri. Seus cabelos se esparramavam pela cama, toco a ponta de um cacho, o enrolando na ponta dos dedos.

Ficamos assim até que Annabeth solta um bocejo tão demorado que faz a mim mesmo bocejar. Quando se volta para mim, seus olhos estão pesados.

–Quer que eu te leve para o sue chalé? –pergunto, esfregando meus próprios olhos. Ela nega com a cabeça. –Quer dormir aqui?

Ela concorda com a cabeça como uma criança, já sonolenta. Estranhamente, sinto meus olhos pesarem.

–Percy, Apolo ou Will te disse alguma coisa sobre aquele remédio dar sono?

Ela pergunta, e minha cabeça começa a tombar, o braço já cansado demais para sustentar o rosto.

–Hum... Não que eu me lembre. Acho que eles esqueceram que comentar.

–Você acha? –sua voz é sarcástica, mesmo que arrastada pelo sono.

–Vou pegar algo para você vestir. –aviso, e saio da cama, precisando praticamente passar por cima de Annabeth para conseguir fazê-lo, no entanto, Annie nem se meche quando o faço.

Arrasto-me até a cômoda, finalmente arrependido por deixar as coisas tão bagunçadas. Tudo bem, de um jeito ou de outro, Annabeth tinha ganhado aquela discussão. Mas consigo encontrar uma blusa grande o suficiente para cobrir-lhe no mínimo até mais da metade das coxas. Pego uma calça de moletom também, mas sei que jamais caberia nela. Pego outra blusa para mim.

Quando volto para cama, Annabeth nem se quer presta atenção em mim, ela esta deitada com as mãos entrelaçadas sobre a barriga, suas sobrancelhas estão franzidas, ela parece muito concentrada em tentar manter os olhos abertos.

–Não tenho nenhuma calça que sirva em você.

–Eu ficaria preocupada se você tivesse. –seus olhos se fecham, sua voz e lenta como se custasse terminar cada frase.

Beijo seu pescoço e a fazendo arrepiar e acordar um pouco.

–Acho que a blusa é comprida o suficiente. –digo.

Ela se senta na cama e pega a blusa em mãos, pendurando-a sobre os joelhos, parece satisfeita. Ela rola para o outro lado da cama e se levanta, precisando se apoiar na parede pelo cansaço. Ela se posta de costas para mim.

–De costas, Perseu. –ela manda, mas começa a tirar sua blusa sem nem mesmo conferir se eu estava de costas. Viro-me assim que noto a curva de sua cintura desnuda.

Tiro minha blusa usada do acampamento e os jeans, e troco pela calça de moletom e, em seguida, uma blusa braca lisa de pijamas.

Assim que termino de vestir a blusa, cinto os braços de Annabeth me envolverem por trás, enlaçando seus dedos sobre minha barriga.

–Estava me observando? –pergunto, e sinto sorrir, com a cabeça encostada a minhas costas e bochecha contra minha pele.

–Eu? Jamais.

Não consigo identificar a falta ou a presença do sarcasmo em sua voz, talvez nunca saiba sua verdadeira resposta para aquela pergunta. Mas a sinto soltar minha cintura e me puxar de leve pela barra da blusa.

Eu me viro, e Annabeth já está deitada de costas para mim no outro canto da cama, com as cobertas até abaixo dos ombros. Me arrasto até ela e me coloco em baixo dos cobertores, entrelaçando suas pernas quentes com as minhas, pouco minha mão entre o fim de suas costelas e o começo de sua cintura, tomando cuidado para não abaixa-la demais. Beijo-a no ombro e coloco meu rosto próximo de seu pescoço, com minha respiração movendo os cabelos de sua nuca.

–Annie? –sussurro.

–Percy. –ela responde, sua voz é arrastada.

–Você quer namorar comigo?

Do bolso, retiro um colar. Um colar de couro, exatamente igual a do Acampamento Meio Sangue, mas nesse havia apenas uma conta, era azulada e continha uma coruja desenhada em dourado. Eu havia tido a ideia, e pedi ajuda as produtivas mãos de Leo, que educadamente recusou o trabalho alegando não ter o mínimo talento para desenho e sugeriu que pedisse a Piper. As mãos da garota eram delicadas e rápidas, e traçaram as linhas com habilidade. Naquele dia, Piper também sugerira que eu diminuísse o tamanho do couro, para que o colar ficasse mais curto que o do acampamento. Qual foi o termo que ela usara? Gargantilha. Não captara a palavra com clareza nem conhecia o termo, mas pude suspeitar de seu significado.

Passei meu braço pela cintura de Annabeth, pousando minha mão sobre a sua, e colocando nela o colar.

Talvez não seja a hora mais apropriada, talvez eu pudesse simplesmente dizer no dia seguinte, quando acordássemos, talvez eu pudesse ser mais romântico. Mas eram muitos “talvez” e foi por culpa de cada um desses que eu a havia perdido uma vez. Por que talvez ela gostasse de Luke, por que talvez ela só me visse como amigo, por que talvez ela estivesse melhor na caçada. Tantos talvez que se transformaram em “nãos” simplesmente por nunca serem ditos. E eu não deixaria aquilo acontecer novamente. Não cometeria os mesmo erros apenas esperando que ela os entenda.

E sentia a cada dia que se passava que aquele poderia ser o ultimo, poderia ser nosso ultimo dia, nossa ultima hora de tranquilidade. Que cada vez que me sentia mal, que o escuro invadia minha mente, penso se aquele poderia ser o ultimo. Sentia que poderia perder aquilo a qualquer momento.

Era como um cronometro invisível os quais os números se reduziam rapidamente sobre nossas cabeças. E, deuses, como cada segundo era simplesmente precioso demais para ser desperdiçado.

Sinto Annabeth rir, seu corpo balançar embaixo de meus braços, suas pernas acompanharem os pulmões junto das minhas. Naquele momento, sinto Annabeth por completo. Não vejo seu rosto, mas sinto-a sorrir de olhos fechados, e a sinto abrir mais uma vez para admirar o colar.

–Pensei que tivéssemos um acordo silencioso ou algo assim.

–Eu sou um cavalheiro. –finjo um tom ofensivo em minha voz ao puxar-lhe para mim.

–É claro que é. –sinto-a rir.

–Aceita? –eu pergunto mais uma vez, e Annabeth vira o rosto em minha direção, como se pensasse no caso. Seu rosto tinha um tom de deboche, mas ela segurava um sorriso nos lábios. –Você está rindo de mim.

Queixei-me, e Annabeth finalmente solta uma gargalhada, sem nem mesmo tentar disfarça-la.

–Você não está tornando as coisas nada fáceis.

Annabeth reencosta a cabeça mais uma fez sobre meu peito, o sorriso ainda em seus lábios, sua mão segurando a minha sobre sua cintura.

–Eu nunca, mas nunca vou tornar as coisas fáceis para você, Cabeça de Alga. Pensei que já tivesse se acostumado com isso.

Eu tento segurar a pergunta em meus lábios e a ansiedade em minha voz, mas não pude deixar de puxar Annabeth contra mim, tocar seu ombro com os lábios e enterrar parte inferior de meu rosto ali.

–Ei. – Minha voz sai abafada por sua pele. –você ainda não me respondeu.

Annabeth ri mais uma vez.

–É claro que eu quero.

Beijo o topo de sua cabeça e afundo meu rosto em seus cabelos e nuca. Sinto um repuxe em meus estomago e um sorriso ferir-me as bochechas. Passo a beijar-lhe o pescoço, a fazendo gargalhar em cócegas.

–Percy! –ela reclama, empurrando meu rosto com as mãos.

–Eu amo você. –eu digo, eu suas mãos param de lutar, e eu tasco-lhe um beijo na bochecha.

–Eu também amo você, Cabeça de Algas. –ela responde. –Mas vamos dormir, sim? Você pode coloca-la em mim amanha, quando tivermos um pouco mais de coordenação motora.

Eu apenas concordo com a cabeça, mesmo sabendo que ela não pode me ver, mas sabendo que sentira me movimentar atrás de si. A vejo fechar os dedos protetoramente sobre a conta que ela não teria energia para amarrar ao pescoço no momento.

Não sei se adormeci imediatamente, não sei se passei mais algum tempo perdido demais em devaneios para reparar. Apenas apaguei, e tive a melhor noite de minha vida até então. E não havia nada no universo que pudesse atrapalhar aquilo.

Apenas queria ficar naquele momento, naquele abraço, naquela noite para sempre. Como eu trocaria toda a eternidade por essa noite. Apenas... Apenas deixe como está que nós estamos bem assim. E eu não trocaria esse momento por nada.


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Notas finais do capítulo

Créditos de citações para 1-Think Out Loud "não cometerei os mesmos erros pensando que voce (ela) os entenda." 2-Relicário (nacional, gente) "Eu trocaria a eternidade por essa noite" e, obviamente, uma das ultimas cenas do Ultimo Olimpiano acrescentada muito na ultima hora. Como assim passou pela minha cabeça escrever esse capítulo sem uma das minhas cenas favoritas?
Alguém ai já tomou algum remédio que da sono? Não tipo sono sono. Mas MUITO SONO? Por que eu já tomei um remédio da minha mãe sem querer (ela tem insonia) e esse capítulo foi baseado basicamente nessa experiencia traumática. Se bem que eles aguentaram muitíssimo mais do que eu, é claro, ou não teria capítulo e eles dormiriam na comoda.
Eu sinceramente acho cenas de pedidos de namoros tão cliches... Mas sou romântica. Para a informação dos meninos, peçam suas namoradas em namoro. Sou a favor do diga-não-aos-acordos-silenciosos-por-que-existe-gente-lenta-(ou românticas)-no-mundo. E é claro que o Percy é romântico (e lerdo).
Imagino que houve uma reação meio: HENTAI? HENTAI? HENTAI? Ah não foi. Pouco provavelmente vá ter uma cena hentai na fanfic. No máximo uma insinuação. Mas eu mantenho a idade maior de 16 para realmente não precisar me preocupar com isso (nem com as minhas torturas, é claro).
Eu sinceramente estava começando a me cansar desses capítulo felizes e alegres. Acho que eram um pouco sem conteudo, serviam mais para apaziguar as coisas.Mas espero que tenham gostado por que as coisas começam a dar errado capítulo que vem.
Alias, esse é o penúltimo capítulo da temporada. Na verdade talvez eu precise dividir o ultimo em dois para não encher de informações, mas o fato é: ESTA ACABANDO.
E eu acho que não postarei a segunda temporada logo em seguida, tem muita coisa no enredo a ser planejada, e isso afeta o inicio, então ele está bem "flexível" no momento.
Esse, então, é o ultimo POV Percy da primeira temporada. Digam tchau pro Percy, gente.
#HiPercabeth
#ByePercy
Mias uma vez, ninguém quer mesmo chutar o que vai acontecer? Vamos, não é tão surpreendente.
E COMENTEM PARA ME DEIXAR FELIZ E ESCREVER E ADIANTAR CADA VEZ MAIS A SEGUNDA TEMPORADA PARA POSTAR MAIS RÁPIDO PARA VOCÊS.
Quanto mais comentários mais incentivo, quanto mais incentivo mais capítulos, quando mais capítulos prontos mais rápido eu posto.
Ok apelei.
Então tchau, miguxos.








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