I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 57
No fim da encruzilhada as estradas seguem em frente.


Notas iniciais do capítulo

PRESSA ME DEFINE NESSE MOMENTO, PRECISO DORMIR QUE AMANHA EU VIAJO POR ISSO ESTOU POSTANDO ADIANTADO!
Adiantado nada né Lívia, que se voce posta na madrugada da sexta (ainda considero 2 horas da manha sexta, viu?), todo mundo lê no sábado, quando voce deveria realmente postar.
Ta, tudo bem, mas me dá um crédito.
SUPER HIPER IMPORTANTE. PARE O QUE VOCE ESTA FAZENDO E LEIA ISSO AGORA.
Eu não comentei antes, mas, gente, estou indo fazer intercambio por seis meses. Nãooooo, eu não vou fazer hiatus por seis meses até a proxima temporada. Só que talvez os capítulos da proxima temporada saiam mais devagar, por mais que eu já esteja bem adiantada e consiga ficar um tempão só corrigindo capítulos e tal. Por isso preciso de um tempinho de hiatus (talvez um mes, um e meio?), pra me adaptar lá antes de voltar a rotina de tempo.
É UM PÁSSARO? É UM AVIÃO? NÃO! É O SUPER SORRY!
Enfim.
Ah, esse não é o ultimo, é o penultimo. Talvez eu atrase o ultimo por dois motivos: adaptação dos EUA, e o fato de eu realmente não querer terminar essa temporada porque EU SOU TRASH E EU AMO ISSO AQUI E SOU UMA CHORONA APEGADA A FANFIC.
Tudo bem, passou.
Adivinhem? POV Nico!
O próximo é Annabeth, nossa diva finalizará essa temporada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/431633/chapter/57

POV Nico.

Acreditava que se continuasse com isso, ora ou outra acabaria abrindo um buraco no chão. Andava de um lado para o outro do chalé, com os olhos no chão e gosto de sangue na boca por não haver mais unha a roer em meus dedos. Quase poderia ouvir as engrenagem rangendo e funcionando, pensando e se torturando por não conseguir encontrar uma resposta.

Precisava de uma resposta, precisava de uma alternativa. Precisava fazer uma escolha, e nem se quer havia uma escolha a ser feita, eu sabia que não, ao menos não para mim, não quando se tratava dela. Mesmo assim minha cabeça trabalha, trabalha afim de encontrar motivos para não fazer. Mas sabia que não aconteceria. Não poderia fazer aquilo funcionar.

Estava feliz a muito tempo, eu sabia que não poderia durar tanto.

Era tarde, era muito tarde. Já era tarde quando fui me deitar naquela noite, após a festa da fogueira. Fora uma festa longa, divertida por mais que barulhenta, uma felicidade grande demais para durar tanto. E eu caíra no sono logo depois de minha cabeça tocar o travesseiro.

Mas o sonho que me assombrara naquela noite foi o suficiente para me por de pé durante a madrugada. Meus olhos pesavam, mas se quer poderia cogitar fecha-los, tinha a sensação em minhas veias de que precisava correr, precisava fazer alguma coisa. Por falta de ações, mantinha-me ocupado em arrastar os pés de um lado para o outro, em passos firmes e rápidos, a ponto de saber que se continuasse com aquilo, de certo abriria um buraco no chão.

Eu não poderia fazer aquilo. Na verdade, eu não poderia não fazer aquilo. Estava fora de minha capacidade. Era algo que eu não sabia lidar, não era capaz. E a mochila negra descansava sobre minha cômoda, me lembrando toda vez que levantava os olhos como era fraco.

Caminho até ela, e penso como seria conveniente se fosse forte o suficiente para desarrumar aquilo, no entanto, apenas pesco o prisma e uma lanterna de dentro dela. Sabia que era errado, mas dentro do errado que era a minha vida, aquela era a decisão mas correta. Nem de longe a mais sabia, mas a mais correta.

Sabia que era extremamente mais simples simplesmente acender a luz, mas sentia que a escuridão da noite a minha volta pudesse de alguma forma ajudar-me a pensar melhor. Estava obviamente errado, mas não contrariei aquela superstição. Apenas liguei a lanterna e a posicionei contra o prisma, criando o arco íris por onde joguei um dracma.

–Iris, deusa do arco-íris, me mostre Will Solace, chalé de Apolo.

E bem ali se formou a mensagem, e, em seguida, ali estava Will Solace. Will dormia pesadamente na beliche do chalé de Apolo. Ele tinha o cabelo loiro amassado, cobertor puxado até o queixo e uma expressão tão tranquila que me fez pensar em desmanchar a mensagem e esquecer o assunto. Mas enquanto as imagens do sono bateram em minha mente com violência, senti o pânico crescer em meu peito, e me contive em chamar seu nome.

–Will! –por sorte, a mensagem estava perto o suficiente de seu rosto para que pudesse chama-lo sem incomodar o chalé inteiro, que, alias, parecia ser composto de criança loiras com sono bem pesado. –Will, acorde!

Quando elevei um pouco o tom da voz, os olhos de Will se abriram em frestas, com olhar sonolento e irritado, provavelmente esperando alguns de seus irmãos o chamando por alguma besteira. Mas, quando me viu, seus olhos se arregalaram. Will se pós sentado tão rápido que precisou se apoiar na cama. Meu olhar deveria denunciar muito de meu estado psicológico, eu deveria estar péssimo. Ou talvez Will apenas soubesse que eu jamais lhe mandaria uma mensagem de íris no meio da noite se não fosse algo extremamente sério.

–O que aconteceu? –ele pergunta, também em um sussurro. –está tudo bem?

–Venha pro meu chalé, precisamos conversar. –o olhar de Will é duvidoso e preocupado, ele hesita. –É importante, por favor, Will.

Will parece engolir a seco, ele acena com a cabeça e pula da beliche. Consigo vê-lo vestir um casaco posto perto de sua cama e sair de meu campo de visão, sem se dar o trabalho ou perder o tempo de desmanchar a mensagem. Então eu disperso o vapor com os dedos, apagando a imagem do chalé de Apolo.

Me ponho a andar de um lado par ao outro em meu quarto novamente, ainda torturando e destruindo as engrenagens de meu cérebro, fazendo minha cabeça latejar. Se passam menos de cinco minutos até que ouço a porta bater.

Ando até a porta e a abro. Não espero para ver Will nem convido-o a entrar, me ponho de costas para esse e volto a andar para o caminho oposto, quando chego ao fim do quarto, Will ainda não disse uma palavra. Eu me viro novamente, concluindo minha rota de caminho repetitivo, e meus olhos encontram os de Will.

Ele tinha fechado a porta atrás de si, deixando o provável vento frio da noite para traz. Usava um casaco de lã preto que descia até a metade de suas coxas. Will não costumava usar muitas peças, e permiti-me analisar como a voz ficava no garoto, bela, como todas as demais. Por baixo do casaco usava uma camiseta e uma calça de moletom de cor clara. A toca do casaco protegia-lhe a cabeça da garoa fraca caia do lado de fora, mas, quando Will a abaixou, tinha alguns fios louros molhados, grudados na nuca, assim como a roupa em seu corpo. Com tanta dor em minha cabeça, nem se quer notei que chovia quando chamei Will, e ali já comecei a me arrepender de tê-lo chamado.

Will tinha olheiras pelo sono privado, mas seus olhos claros estavam arregalados para mim. Ele não disse uma palavra, apenas esperou que eu estivesse pronto para dizer as minhas.

–Eu vou embora. –mordi meus lábios e anunciei, as sobrancelhas de Will se franziram em surpresa e confusão. –eu preciso ir, sinto muito.

Will abre a boca, mas não consigo olhar para seus olhos surpresos, me desvio para a cômoda onde guardo minhas poucas roupas. As roupas sempre negras e simples que me acompanham, sempre poucas, todas suficientes para uma mochila pequena de costas. Não havia blusas alaranjadas naquela mochila, nenhuma se quer. Sempre fora, sempre carregando o suficiente para levar nas costas em caso de fugas. E lá estavam as camisetas alaranjadas do acampamento que eu havia começado a usar e teria que deixar para traz. E ela estava Will, que não poderia levar na mochila, que não poderia ficar comigo.

Eu deveria saber.

Perdi-me tanto em meus pensamento que só o senti se aproximar quando ele pegou minhas mãos, e só senti que elas tremiam quando ele o fez.

–Nico, o que aconteceu? –seus olhos não eram mais surpresos, eram firmes e preocupados. Os olhei por um tempo antes de, de fato, responde-lo. –Eu fiz alguma coisa?

Os olhos de Will continham tanta dor e tristeza que fez meu coração se apertar em culpa. Odiava o fato de saber que Will é inteligente e é um guerreiro, é forte em todos os sentidos. Mas também sabia que Will era passional, sabia que morreria para defender quem ama, mas que também cairia junto deles. Will não era frágil, nunca fora, era apenas passional. E era por isso que era um perigo para Will Solace, por que ele é melhor que isso.

Aperto suas mãos tentando controlar o tremor das minhas, tentando garantir no ato a negação daquela pergunta.

–Não, claro que não.

–Então o que foi?

–Eu tive um sonho. –explico. –meu pai me mostrou algo essa noite, tenho certeza que foi ele. O Mundo Inferior está fraco, Will, Hades está preso junto com os outros deuses no Olimpo a mando de Zeus, não consegue controlar o Mundo Inferior. Muitos deuses importantes ou foram pegos por Eros, ou estão no Olimpo, ou estão fora de controle. O Mundo Inferior está frágil, Will, é a minha chance.

Seus olhos estavam confusos, lábios crispados e sobrancelhas franzidas. Ele parecia se perguntar se eu estava delirando.

–Sua chance do que?

Quando o olhei, sabia que seria difícil, mas não haveria nada mais certo do que aquilo.

–É a minha chance de trazer Bianca de volta. –digo, e os lábios dele se abrem em um circulo. – “O Mundo dos Mortos está frágil o suficiente para uma criança da escuridão entrar e sair, e ainda traz outra de volta consigo.” Foi o que meu pai me disse. Eu posso entrar no Mundo Inferior e trazer Bianca de volta, Will.

Will nega lentamente com a cabeça, ainda antônimo, suas mãos apertam as minhas.

–Não, é muito perigoso. Ninguém nunca fez isso, ninguém nunca conseguiu. Nem nas historias, nenhum herói...

–Sempre tem uma primeira vez. –cortei-o. –eu vou tentar, eu preciso tentar.

Sua voz e seus olhos estavam cheios de preocupação, lotadas de terror. E, por mais que meu coração se apertasse ao notar, também se enchia de raiva. Não raiva de Will, mas raiva de toda a situação em si.

–Nico...

–Eu não conseguiria conviver comigo mesmo pensando que eu não tentei. Eu posso até não conseguir, mas não posso viver sabendo que nem ao menos cheguei a tentar. –minha voz se ergue um tom, e me sinto um garotinho novamente, me escondendo atrás das pernas de Bianca, querendo me esconder nos braços de Will. Mas me mantive firme, mesmo que apertasse seus dedos conta os meus. –Ela é minha irmã, Will. Ela praticamente me criou, por muito tempo, ela foi tudo que eu tinha e depois foi tudo que eu quis ter de volta. Eu tenho que tentar.

Will se calou. Seus olhos azuis esverdeados finalmente adquiriram uma cor certa em minha mente. Era verde-água. Eram o tom que azul que na verdade nunca foi azul, no entanto não chegava a ser verde. Era simplesmente perfeito por sua simples falta de explicação. Ele estava sério, e seus olhos estavam tristes, mas determinados. Sua boca era uma linha reta, comprimida em tristeza.

–Eu vou com você. –eu nego com a cabeça.

–Não vai não. –minha voz é tão firme que Will não abre a boca para contradizer. –crianças do submundo podem entrar e sair, não outros semideuses. Você é um filho de Apolo, filho do sol, o oposto de Hades. Não poderia garantir que voltaria a salvo, e eu também não poderia conviver sabendo que algo aconteceu com você por minha causa.

Will deu um passo à frente, se postando próximo a mim. Seu olhar era duro.

–Você precisa parar de acreditar que o que acontece com as pessoas a seu redor é culpa sua, por que não é. Merdas acontecem, e nem sempre há um motivo pra isso. E, com certeza, o motivo não seria você. E você não precisa concertar isso.

–Eu...

O que poderia dizer? Dizer que sabia que não? Dizer que não achava que todas aquelas merdas aconteciam por minha causa, por minha culpa? Não era verdade. Ao mesmo que tempo que de fato sabia que não poderia ser culpa minha, algo em meu peito e minha mente insistia que sim. Não havia mais o que pudesse fazer sobre aquilo.

–Essa não é a questão. –respondo. –você não pode vir comigo, eu preciso fazer isso sozinho.

–Por que sempre você? Por que sempre sozinho? –sua voz carrega tanta magoa que, mesmo inconscientemente, ele torna tudo muito mais difícil.

–Porque as coisas precisam ser feitas! –gesticulo com as mãos. Minha voz sobe. -Porque ela é minha irmã, e eu a amo e a quero de volta! É muito simples, na verdade! Nem tudo pode agradar você!

–Você não vê que todos os heróis que tentaram mexer com a morte acabaram mortos? Você não vê que ressentir por Bianca só lhe trouxe dor?

Will parece sobrecarregado, seus ombros se erguem e suas sobrancelhas se transformam em uma linha reta. Sua voz está repleta de dor e amargura, assim como a minha.

–Você não pode me dizer o que eu devo ou não fazer! As coisas precisam ser feitas!

–Você não pode colocar a vida dos outros na frente da sua e pensar que isso conta como amor! Você acha que sua irmã, que deu a vida para salvar os amigos, gostaria que o irmão caçula arriscasse a dele de novo pela chance de trazê-la de volta?

–Você não sabe o que Bianca iria querer!

–Bianca ama você, assim como todos nós, assim como eu! Thalia não iria querer que destruísse sua vida por ela, eu não iria querer. E Thalia é só sua amiga, e eu sou só seu... –seu fôlego parece sumir, e sua mandíbula treme antes de completar a frase, que ele deixa morrer em seus lábios. –Bianca é sua irmã, ela não gostaria de vê-lo fazer isso. –ele nega com a cabeça. -Você não pode simplesmente dar as costas para nós agora que estamos todos bem, felizes e a salvo. Você não está feliz, Nico?

Sua voz começa a regredir de um berro para um sussurro vacilante, toda sua raiva parece ser drenada em tristeza.

–Como nunca estive em toda a minha vida. –eu respondo, e Will parece prestes a chorar. -Mas não é por isso que eu deixaria de tentar, por qualquer um de vocês. Eu arriscaria minha vida por você Will, e vou arriscar por Bianca.

–Você é um idiota, Di Angelo. Um idiota suicida sem tamanho.

Mesmo que suas palavras sejam duras, não há em sua voz qualquer maldade, muito menos raiva. Will é feito de tristeza e magoa. Tanta mágoa que sou incapaz de me ofender com suas palavras.

–Sinto muito, eu só... Eu preciso fazer isso.

Desvio o olhar, por que não consigo encarar olhos tão tristes. Apenas sinto seus dedos em meus pulsos.

–Eu não vou impedir você de ir. Eu só... não queria que fosse necessário, entende? -seu polegar brinca com o osso de meu pulso.

–Estar comigo é complicado demais, não é?

–Se não fosse complicado não teria graça. Nem seria você. –quando ergo meus olhos, nunca pensei que pudesse ver um sorriso tão doce em olhos tão tristes, tão pesados.

Subo minha mão até seu rosto, meu polegar acaricia da mandíbula até a bochecha. Will tenta abraçar-me pela cintura, mas eu me afasto. Meu peito pesa e meu coração parece se retrair.

–Eu odeio despedidas. –resmungo, virando-me de costas, me desvencilhando dele. –eu devia ter escrito um bilhete.

Will em pega pelo pulso e me vira para ele.

–Você sabe que Thalia e eu iríamos atrás de você se fizesse isso. Digo, no mínimo Thalia e eu, isso fora Jason, Piper, Leo, Percy e Annabeth. Todas as pessoas que se importam com você, que gostam de você.

Mesmo que me sinta feliz por finalmente me sentir de fato cercado de pessoas amadas, que saiba que tenho quem se preocupe comigo, meu peito também dói. É muita responsabilidade, muita gente para possivelmente magoar. Muita gente que eu não poderia levar em uma mochila, muita gente que eu estaria deixando para traz em momentos como esse.

–Eu sei que sim. Por isso preciso que você peça pra eles para me deixar ir. –toco seu braço. –eu vou voltar logo, eu juro.

–Você também jurou que ficaria no acampamento. –ele lembrou.

–E eu vou ficar. Vou buscar minha irmã e depois voltaremos para cá assim que pudermos. –um sorriso quase infantil brota em meus lábios. –acho que vai adorar Bianca.

Um sorriso de canto se forma dos de Will, acompanhando o meu.

–Aposto que sim. Se é sua irmã, eu já a adoro.

Então abraço Will pela cintura, ele me puxa para próximo de si. Enterro meu rosto em seu pescoço, como uma criança pequena procurando por ajuda, procurando por alguém para se esconder atrás.

Ele me solta, seus olhos estão levemente inchados e imensamente tristes. Ele meche no bolso do casaco e tira um pequeno recipiente transparente, do tamanho de meu polegar, preenchido por um liquido dourado. Ele o prende entre o polegar e o indicador.

–Meu pai me deu isso como presente depois da missão. –Will explica. –isso é como a energia que passo quando uso meus poderes, só que a de Apolo é mais forte. Minha energia é fraca, é apenas luz, a de Apolo é densa e forte, é liquida. –os olhos de Will adquirem um tom claro ao refletir a luz que exala o recipiente, tornando seus olhos no mesmo tom verde-dourado de Apolo.

Ele estende seu presente para mim, um pouco da energia vital de Apolo.

–Eu não posso aceitar isso, Will, é seu. Seu pai lhe deu isso.

–Se não precisar usar, apenas me devolva. Se precisar... Considere você voltar inteiro meu novo presente, tudo bem? –ele estica recipiente para mim. -já que não vai ter um médico para te curar de suas besteiras suicidas por lá.

Pego o vidro com receio de suas mãos.

–Vou te devolver isso. –eu garanto. –nem que eu tenha que reduzir minha cota de besteiras suicidas por missão.

Um sorriso surge nos lábios de Will.

–Nada me deixaria mais contente.

Com o polegar, empurro o anel negro preso em meu dedo anelar, fecho os dedos sobre ele, o prendendo em minhas palmas, e o agarrando com tanta força que sentia as feições da caveira se gravarem em minha palmas. Sentia raiva por precisar ir, raiva por deixar Will e ainda mais raiva de mim mesmo, por me sentir tão contente ao pensar em minha irmã, e tão infeliz ao pensar em Will. Pego a mão de Will, deixando ali o anel.

–Volto para pegar meu anel também. Você me deu um presente de seu pai, lhe darei um do meu. –aproximo meus lábios dos seus, em uma distancia que ele não quebra por querer ouvir minhas palavras. –mas eu quero de volta, então não perca.

Will parece engolir a seco. Parece tentado demais a recusar o anel, mas sabendo que se o fizesse, eu recusaria sua poção.

–Nunca. –ele solta sua mão da minha apenas para empurrar o anel em seu próprio anelar, sem se quer tirar os olhos dos meus. -Quando você vai? –ele pergunta, e eu o vejo mirar a mochila já pronta sobre minha cama.

–Agora mesmo. –respondo. –Minha espada, uma blusa e um jeans extra devem dar.

–Nenhuma comida ou bebida? –sentia que a voz de Will pendia para a sua versão médico-preocupado.

–Não posso comer no Mundo Inferior, ou terei que passar, tipo, a eternidade lá. Aquela história de Perséfone. –eu o lembro. –e daí não poderei devolver seu presente, nem você meu anel.

–E daí não poderei fazer isso.

Ele me puxa pela cintura e beija minha boca com doçura. Seus lábios contem uma saudade futura, contem medo e preocupação pelo que estar por vir, pela saudade que se instala em nossos peitos antes mesmo de, de fato, senti-la.

–Você sabe que Thalia vai te matar quando voltar, não é? –ele lembra, e eu sorrio. –e você vai voltar, nem que nos dois tenhamos que ir te buscar.

–Não duvido que iriam.

–Depois de quanto tempo eu devo começar a ficar preocupado? –noto que sua voz antes, mesmo de minha partida, já contem preocupação, mas não digo isso a ele.

–O tempo passa diferente no Mundo Inferior, mais lento ou mais rápido, depende muito. –ele suspira. –sinto muito, não tenho datas.

–Eu odeio você sabia? –seu rosto se esconde em meu pescoço, sinto sua respiração causar-me arrepios e mover os cabelos de minha nuca. –te odeio por me fazer gostar tanto de você.

Apesar de tudo, consigo sorrir.

–Ambos são recíprocos.

O silencio se instala sobre nós, tudo que ouço é sua respiração sobre a minha. Will toca meu nariz com o seu, ele abre a boca para falar, mas ela se fecha lentamente, apenas para deixar os lábios entre abertos. Eu os observo se mover, quase como se quisesse memoriza-los.

–Ah, dane-se.

Eu sussurro para mim mesmo antes de acabar com o espaço entre nossos lábios. Will parece surpreso, mas puxa minha nuca para si, enroscando seus dedos em meu cabelo. Eu o puxo pelo quadril, com os dedos no passador de sua calça. Will suspira em meus lábios e passa a beijar meu pescoço. Uma de minhas mãos sobe para a base de sua coluna, sentindo a pele quente da pele exposta, e subindo com as pontas dos dedos a linha de sua espinha por dentro de sua blusa, e então o caminha inverso. A blusa de Will está molhada pela chuva, e sua camisa pesa sobre meus dedos, meus dedos correm a pele molhada. Will arrepia, mas ainda posso sentir o quente de seus lábios em meu pescoço. Eu o puxo mais uma vez pelo passador da calça, e Will puxa meus cabelos mais fortes contra si.

Sabia que nunca o havia beijado dessa forma, mas cada toque e cada suspiro parecia afastar-nos do que estava por vir, pelo menos enquanto aquilo durasse.

Will volta-se novamente para minha boca, com as mãos segurando meu rosto.

–Sabe qual é a melhor parte de namorar um cara?

Ele sussurra tão próximo que seus lábios tocam os meus enquanto se movem. Eu abro os olhos para verem os seus mirarem o chão, ou talvez minha boca. Sinto que Will está próximo de fazer uma piada, mas sua voz triste e dolorida.

–É eu não me sentir nem um pouco culpado em dar na sua cara caso você demore para voltar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não houve hentai em Percabeth, nem em Solangelo, tá dificil hein? Em Solangelo seria yaoi? Sei la, mas não foi.
Na verdade, eu nunca disse que eles pararam. Então interpretem como voces quiserem, só deram uns pegas, aconteceu alguma coisa.... Deixei a duvida ai no ar.
E só pra deixar bem claro eu odeio fanfic que o Nico é muito tímido ou coisas assim. Não é por que ele é baixinho, magricela e mais jovem que o Will que ele é indefeso. Olha esse garoto, tem algo de pobre indefeso ai? EU ACHO QUE NÃO.
Se bem que eu também não gosto de por o Will como frágil. Como o Nico disse, Will é passional, não fraco. NINGUÉM É FRACO NESSA BAGAÇA.
Abraço em grupo com meus bebes fictícios.
.
.
Ultimo capítulo do Nico.
#ByeNico
Duplo sentido nesse #ByeNico, hein? Vai demorar um pouco pra gente ver esse garoto, preciso organizar melhor as aparições dele. HUE HUE. Não, isso foi foi por acaso, coisas acontecerão no Mundo Inferior, alguém consegue supor?
VAI BORA APOSTAR, TIPO NA COPA.
Quem acha que o Nico traz a Bianca de volta?
Quem acha que nem fudendo ele consegue?
Ah! Alguém nos comentários me perguntou sobre Gaia. Não, gente, não teremos Gaia como vilã, Eros tomou o lugar dela. Pois é, ESSE CARA AINDA EXISTE E TA AI ASSOMBRANDO AS COISAS NÃO VÃO FICAR POR ISSO NÃO.
PS: alguém está reparando que eu estou seguindo o raciocínio dos livros? (fora Gaia)
Ouçam ai a música do copo: You're gonna miss me when I'm gone. Em minha homenagem que estou saindo do nosso lindo e amado Brasil e pro Nico né.
Só pra eles?
Fica a dica.
Ta, parei.
Annabeth, nossa rainha, finalizará a fanfic. O próximo e último capítulo é dela! Pensei em colocar o primeiro capítulo da próxima temporada depois, mas não vou por que o que acontece depois é meio que autoexplicativo e eu quero muito pregar o panico.
Mas já vou avisar que não vou marcar ela como finalizada por que vai que eu mudo de ideia. Quem sabe.
VIVA AO BRIGADEIRO E AO GUARANÁ!
Beijos, amores.