I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 52
Mas esse não será o nosso fim.


Notas iniciais do capítulo

Sabe que é panico? Tipo, panico mesmo? É ficar até as 3:30 da madrugada do sábado reescrevendo um capítulo até ele ficar perfeitinho e perder tudo por que o computador resolveu reiniciar sozinho antes que eu conseguisse salvar.
MAS EU SOU PERSISTENTE E NÃO DESISTO NUNCA! Então fiquei até as 5:30 e consegui recuperar o documento que foi salvo no quinto dos infernos do pc. VIVA A RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA DO WORD!
Estou precisando reescrever bastante coisa, acho que como os capítulos foram escritos a muito tempo, tenho mudado muito meu estilo de escrita.
Alias! Perdoem-me vocês leitores e os deuses, eu escrevi o nome de Nyx errado capítulo passado! Na verdade eu escrevi a fanfic inteira errado. Jurava que era Nxy, mas é Nyx. O word me da muito trabalho, mas felizmente existe a linda opção de procurar uma palavra e substituir por outra. Nossa que opção linda!
Então, aproveitando, quero agradecer ao Th1ag0 S4 por te me corrigido, por comentar em TODOS os capítulos e ser, como diria uma amiga minha, "um amorzin" sempre. EU NÃO MORDO GENTE. Pode me corrigir, pode comentar, pode mandar MP.... EU SOU UM AMORZINHO, EU JURO!
E aproveitando o assunto dos leitores, também gostaria de dizer que amo os comentários da SasaCrazy, conhecida na minha cabeça como a garota do gato do pão. Menina, eu perco o folego de rir com os seus comentários!
Alias, sinto muito, eu ri demais com todos os comentário capítulo passado! Eu sei, eu não devia rir dos sentimentos alheios, a mamãe ficaria muito decepcionada se soubesse. Mentira, minha mãe já teve um blog de cronicas e já escreveu pra um jornal online, ela me entende. A escrita está no sangue e na família, não tinha como eu sair diferente.
Mas fazer o que? Nada deixa uma autora mais feliz do que ver seus leitores em panico. É tipo mania de deus, mexer com os sentimentos das pessoas kkkk.
E provavelmente ninguém leu isso por que ta todo mundo curioso e foi direto ler o capítulo. Eu entendo, mas magoa.
Boa leitura!



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POV Nico.

Assim que Percy roubou a água das plantas, grama e arvore em um raio de 50 metros para criar um tornado em torno de si, percebi que o estávamos perdendo. Ele sempre fora poderoso, mesmo quando era apenas um semideus. Mas tanto ódio, tanta ira... Não pensei que veria tanto disso em Percy.

No entanto, sabia que era essa raiva que lhe dava energias para fazer o que fazia, para destroçar as fúrias que jamais conseguiríamos sozinhos. Mas por mais poderoso que fosse não poderia lutar com uma quantidade infinita de fúrias. Eu continuava a segurar a caverna, e sabia que isso gastava energia demais, uma energia que deveria ser usada para fechar o portal. Piper e Leo já haviam saído, mas sabe-se lá quantos deuses eu estaria condenando?

Os olhos de Percy chegam aos meus, e contêm tanta raiva que mal posso reconhecê-los. Seus olhos vão da caverna para o portal de fúrias, e então voltam para mim e ele acena com a cabeça. E eu sabia o que deveria fazer, mesmo que tenha fechado os olhos antes de fazê-lo. Eu soltei, e deixei dezenas de deuses cederem às sombras.

–Não! –ouvi Leo berrar quando a caverna caiu com um estrondo.

Cada pedra caiu, desaparecendo nas sombras e sendo levadas para sabe-se lá onde. E os olhos de Leo acompanhavam assombrados cada um dos centímetros desaparecer.

Piper tinha a boca aberta em surpresa, e sua mão segurava o ombro do amigo. Os olhos da garota encontraram os meus, pareciam tristes, mas também apreciam saber que era o certo.

Não tive tempo de me arrepender ou agradecer pela decisão, virei minhas palmas para o portal aberto por Mary Ann e comecei a me concentrar a fecha-lo. Por um momento, nada aconteceu. Mary Ann é mais forte que eu, e com a caverna a abaixo ela usa todo seu poder para manter o portal aberto. Fecho os olhos para me concentrar, e os abro quando ouço Mary Ann berrar.

Will tira Effy da mira para apontar o arco para Mary Ann. A flecha dourada atravessa a menina abaixo de sua clavícula, próxima de seu peito. Will obviamente havia mirado-lhe o coração, mas toda a escuridão que se emanava tanto de mim quando dela provavelmente dificultara sua visão.

Mas por fim, Mary Ann cai sobre os próprios joelhos, incapaz de se manter em pé pela dor, e também incapaz de medir forçar comigo. Agradeço mentalmente a Will quando sinto meus poderes sendo finalmente úteis, fazendo com que o buraco diminua. Ele encolhe até se fechar, e quando o fez nada mais pude fazer alem de cair de joelhos. Sentia-me fraco, minha visão estava negra, sentia que as reservas cedidas por Will haviam sido gastas ali. Meu peito dói e meu estomago se revira.

Levantei os olhos para Percy quando ouvi o estrondo. Percy havia golpeado Effy e Mary com um jato d’água, e Annabeth jazia caída no chão. Meus olhos se congelam fixos na cena. Sinto meu corpo ser levantando e apoiado por Will, que passa seu braço por minhas costas, e em seguida por minha cintura. Sem precisar mais ter Effy em mira, Will ajuda-me a me por de pé.

Levanto meus olhos para ele, e seu tom claro encontra meus olhos por apenas um fração de segundos. Ambos levantamos para a cena a frente.

O mundo cai em um silencio pesado. As respirações parecem se segurar e os olhos esbugalham-se em medo de perder algum segundo daquilo. Percy está frente a frente com Effy, suas mãos se erguem na direção da menina, talvez para puxar-lhe o espelho de Afrodite, talvez para apertar-lhe o pescoço. Percy está perto o suficiente para mata-la com as próprias mãos, para tirar-lhe o ar, quebrar-lhe o pescoço.

Os simpáticos olhos esverdeados não estão mais ali, Percy é todo feito de ódio e raiva, e por mais que saiba que em situações normais ele jamais mataria nada que não fosse um monstro, não posso culpa-lo. Ele fora torturado por tempo demais, vira Annabeth ser torturada, quase vira sua morte, e ainda poderia chegar a ver. Tudo isso por culpa de Effy. Para ele, Effy não é nada além do pior dos monstros que já lutara. Sei que Percy não está sobre o controle de si mesmo, mas de qualquer forma, eu torço. Eu torço para que Percy Jackson mate Effy, e torço para que aconteça logo.

E está tudo prestes a acabar.

Os segundos se arrastam pesados, e por mais que se demorem, tardo a entender o que acontece.

O rosto de Percy é tomado por uma dor agonizante, seu rosto se contorce e seus olhos perdem o foco. Seus joelhos cedem ao peso do corpo, incapazes de se mantê-lo em pé. Percy parece surpreso, mas a dor parece invadir-lhe com tanta violência que não há resquício de surpresa ou pavor em seu rosto, nem se quer medo, apenas dor. Sua mão tenta alcançar seu peito, como se seu peito ardesse, como se o ar faltasse, como se estivesse perto de vomitar os próprios pulmões. Então seu corpo não parece capaz de mate-lo sobre os próprios joelhos, e ele desmorona de costas ao chão.

E Effy ainda não se move. Seus olhos estão arregalados em medo e surpresa, ainda vidrados em Percy. Talvez presa nos segundos anteriores, surpresa por ainda estar viva, e por não ter os dedos do deus em seu pescoço.

Reconheço o cinto de Harmonia em sua cintura, o objeto capaz de tirar a imortalidade de qualquer deus que se aproxime, e que estava matando Percy Jackson quando os órgãos já não são capazes de mate-lo vivo, e apenas a imortalidade faz seu coração bater quando todo seu corpo já fora destruído pelo peso céu.

Mas Effy parece segurar o ar, o cinto de Harmonia em sua cintura salvara sua vida, e ela ainda não parecera digerir a informação. Seus lábios não se esticam em um sorriso maníaco, estão abertos em surpresa. Seus olhos não nos encaram em vitória, nem se quer se erguem de Percy.

Os olhos verde-mar se fecham, os vermelho-sangue não piscam, todas as respirações são seguradas em surpresa. E em meio aos segundos que se arrastavam lentos, Mary Ann foi a primeira a agir. Antes que qualquer um pudesse impedir, ela movimentou os braços, pulsos e dedos, puxando as sombras, que como uma rajada de vento levou-a junto a Effy. Penso ver os olhos de Effy se erguerem e me alcançarem antes de serem envolvidos por sombras. E não houvera maldade em seus olhos em nenhum momento, nada além de surpresa.

Vejo duas flechas cortarem os ares em sincronia, se cruzando no exato lugar onde Effy estava há segundos atrás. Flecha prateada de Thalia e a dourada de Will. Fora tão rápido que nem se quer vi os braços de Will se desvincarem de mim. No entanto, nenhuma acerta o alvo.

Will é o primeiro a se movimentar, ele dispara a minha frente, e eu o sigo sobre seus calcanhares. Não é preciso esforço para manter meus passos retos ou a visão limpa, a adrenalina é tanta que a energia vem-me sem esforço, por pura necessidade.

Somos os mais próximos a Percy e Annabeth, e Will pega a garota no colo, segurando-a em seus braços e a levando até Percy. Quando ele a põem no chão novamente, finalmente consigo deixar-me cair sobre os joelhos junto dele.

Pouco atrás, ouço os passos dos demais se aproximando, mas não em viro para vê-los. Meus olhos se perdem em Percy e Annabeth, as peles pálidas, sujas de sangue e terra, pintadas de dor e sofrimento, torturadas. Olheiras grossas e escuras cobriram-lhes os olhos e as pálpebras. Bocas semiabertas e lábios pálidos ensanguentados. Os cabelos pálidos de Annabeth e os grisalhos de Percy. Os peitos que não poderia ter certeza que ainda subiam e desciam, pois se o faziam, seria com uma preguiça moribunda.

E eu espero, eu espero que alguma coisa aconteça. Espero que algum deles se mecha, que deem algum sinal de vida. Espero ver as mãos de Will trabalharem, espero vê-lo ajudar. Eu espero por que pela primeira vez não posso lutar, não posso ajudar. Mas nada acontece. Miro Will, e vejo seu rosto manchado de medo. Sua respiração é alta e seus olhos claros estão perdidos, eles tremem ao contornar Percy e Annabeth, presos demais no medo para agir. Ele parece finalmente perder a calma que veem mantendo desde que o conheci.

–Will. –ele não me olha, seus olhos continuam presos em Percy e Annabeth. –Will, olhe para mim. –Eu seguro a parte interna de seu cotovelo, e desço até seu pulso quando seu rosto se vira para mim. –Eu sei, ok? Eu sei. Mas você precisa ajuda-los. Respire. Você é o melhor curandeiro que eu já conheci, e tem poderes incríveis. E você nem se quer precisa deles para ser incrível. Mas eles precisam de você, Will.

Will franze as sobrancelhas claras e trinca os dentes. Seus olhos se desviam de mim e voltam para Percy em Annabeth. Eu solto seu pulso quando Will passa a checar o pulso de cada um deles.

Então ouço os passos atrás de mim, e cada um dos demais estão a nossa volta. Thalia deixa o arco cair, sua mão cobre a boca e seus olhos carregam tanta tristeza como nunca os vi carregar antes.

–E-eles estão...? –sua voz morre antes que termine a frase. Jason segura o pulso de Thalia, tentando conforta-la.

–Não. Pelo menos nãoa inda. –Will responde sem se quer olha-la.

Pouso cada uma de minhas palmas sobre o peito de cada um. Posso sentir a morte penetrando-os, e posso sentir a dor e agonia de cada um deles. Deixo meus olhos fechados, mas não para me concentrar, mas para apenas para não precisar encarar os rostos pálidos e os corpos magros.

–Nico? –Will chama.

–Estão morrendo de forma diferente. Annabeth está fisicamente praticamente intacta. Ela está fraca, não tem energias, Effy as roubou com o espelho de Afrodite. Ela também segurou o céu, mas não por tempo o suficiente para danificar muito os órgões. Ela precisa de energia. –eu explico. –Já Percy... O cinto de Harmonia tirou a imortalidade dele por tempo o suficiente para que os órgãos se paralisassem. Mas eles não estão voltando a funcionar. Acho que foi demais para ele.

–A tornozeleira! –Piper aponta. –Will, consegue curar a ferida?

–Talvez...

Os olhos de Will vão para a perna se Percy, as linhas negras que sobem até o joelho e o tornozelo me carne viva.

Minhas mão pegam o pulso de Percy, e sinto o pulsar fraco de seu coração. E então o sinto parar. Ouço o som gritante de um coração parado, o som agoniado de um corpo sem vida, que grita sem poder falar, que chora sem abrir os olhos, que suspira sem respirar. A morte que grita e que se contorce dentro dos corpos pálidos e que inundava o corpo de Percy Jackson. A morte que invadia pela primeira vez um corpo divino e o fio da vida que não sabia se as Parcas poderiam de fato cortar, mas que estava partido.

–Will! O coração não está batendo!

Antes que ele se mova, Piper se senta sobre os calcanhares a seu lado, do lado oposto em que eu estou. Seus olhos não estão em Will, mas ela pousa a mão sobre seu ombro, e com a outra, ela conduz a dele para perto da tornozeleira.

–Vamos. –ela o apressa, e o charme é notável em sua voz.

Dos dedos de Will consigo ver luz, raios de luz que exalam de sua pele e abraçam a de Percy. E Piper sussurra, sua voz é cantarolada e o charme é forte, tão forte que mal presto atenção em suas palavras, mas sinto-me cansado apenas ao ouvir sua voz. Com os poderes combinados, a tornozeleira que Percy se solta de sua pele, mesmo que essa continue bem machucada.

–A autocura está funcionando. –eu anuncio, consigo sentir a morte se mover em seu corpo, como se expulsa pela divindade, procurando o caminho para fora. Consigo sentir os batimentos fracos e sem ritmo de seu coração, mas que estão novamente ali, e apenas isso já é o suficiente. -Os batimentos estão voltando, mas estão fracos.

E consigo sentir o sorriso em meus lábios.

–Will! –a voz de Thalia está lotada de pânico. Ela havia se posto ajoelhada ao lado de Annabeth, e se debruçava sobre o peito da amiga com os olhso preocupados. –Will, eu acho que ela não está respirando!

Will deixa Percy para virar-se para Annabeth. Ele não mede seu pulso ou confere o movimento de seu peito. Ele acredita em Thalia. Seus tocam-lhe o peito, sobre o pulmão, e seus lábios se aproximam dos dela que quase se tocam. Se dedos, a luz faz seu coração bater mais rápido, os pulmões lotarem-se de ar. Da boca, a energia tona suas olheiras mais claras, a pele readquire um tom longe do saudável, mas também distante da morte.

Eu seguro-lhe o ombro, e Will se fasta de Annabeth. Os pulmões da garota sobem e seus lábios se abrem em busca de ar. Will vai para traz, e eu aperto-lhe o ombro quando o faz. Seu corpo tomba próximo ao meu, usando-me de apoio, e eu continuo a segurar seu ombro.

Os olhos de Annabeth se abrem em uma fresta. Thalia abre-lhe um sorriso, e senta-se com as pernas cruzadas, colocando a cabeça da amiga sobre as pernas, afagando-lhe os cabelos pálidos e sujos. Os olhos de Annabeth passam por nós, mas ela não esboça reação alguma. Talvez cansada demais para dizer qualquer coisa, com dor demais para esboçar qualquer emoção que não seja a dor, como se apenas conferisse que apenas nos a cercávamos, que não haveria Effy nem Mary Ann, apenas nós. Então seus olhos recaem em Percy a seu lado.

Primeiramente seus olhos o devoram, como se certificassem que ele estava ali, que não estava mais segurando o céu, que não estava mais perto de Effy. Então a tristeza e a dor recaem sobre ela. Ela nota seu estado, nota os olhos que não se abrem e os pulmões tão fracos que mal sobem. Não tenho coragem de dizer-lhe que ele estava pior antes, que estava morto, e que agora está vivo, mesmo que não esteja bem. Também não tenho coragem de prometer-lhe que ele ficará bem, que voltará a ser a pessoa que conheceu, nem mesmo que continuará vivo. E Annabeth não espera que ninguém a console. Ela fecha seus olhos cinzentos e seu peito treme quando ela parece chorar, seu rosto se contorce em dor e agonia. Seus ombros se encolhem e sinto a dor física preencher-lhe, com o choro ferindo-lhe os pulmões fracos.

Thalia abaixa a cabeça. Encostando sua testa na da amiga, com seus cabelos curtos cobrindo-lhes os rostos. Vejo Piper virar-se também para Annabeth, Thalia levanta a cabeça para olhar a garota. Os olhos de Piper estão em um tom esverdeado, e ela sussurra para Annabeth dormir. Os olhos de Annabeth parecem pesar, mesmo que afogados em dor e tristeza. E então a garota está dormindo.

Sinto Will se mover em meio apoio. Ele parece recuperar o fôlego, sua pele está pálida e seus olhos estão manchados pelas olheiras que se instalam abaixo deles. Mas ele se debruça sobre Percy, sua palma pousa sobre seu peito e da mesma forma que fluiu sobre Annabeth, flui sobre Percy. A energia vital de Will é somada com sua imortalidade, e a cura de seus dedos acelera a autocura que passa a agir sobre ele. Seu peito sobe e desce, e posso sentir seu coração bater mais rápido.

Will não chega a se afastar de Percy, seu corpo simplesmente tomba quando ele começa a perder a consciência. Preciso puxa-lo para traz para que não caia por cima de Percy, e seguro suas costas para que ele se mantenha sentado. Sua pele bronzeada adquire um tom pálido e todo ele parece ter pouca cor. Mas ele está bem.

Então os olhos de Percy se abrem levemente, em frestas como Annabeth fizera. Ele abre a boca e seus pulmões puxam o ar para dentro de si, um gemido daí de seus lábios pela tentativa, seus olhos voltam a se fechar pela dor. Thalia, sentada próxima a ele, passa os dedos pelos cabelos desbotados do amigo, afagando-os com afeto. Ao sentir o toque em si, a primeira reação de Percy é tentar desfiar-se dele, como um animal ferido e angustiado. Tudo em Percy parece extremamente selvagem, extremamente diferente do que um dia foi.

Mas Thalia não retira os dedos, continua a mexer nos fios. Quando Percy finalmente abre os olhos para encarar os de Thalia, consegue sorrir ao reconhece-la. Thalia lhe sorri de volta, e os olhos de Percy passam por cada um de nós, como os de Annabeth, tentando encontrar o perigo. E então repousam em Annabeth. Seus olhos a contornam em preocupação

–Ela está bem. –Thalia garante, tirando os dedos do cabelo do amigo. Os olhos de Percy voltam aos dela.

Percy estica o braço, e seus lábios se comprimem em dor quando o faz. A ponta de seus dedos tocam os dela, os envolvendo como consegue.

Eu comprimo os lábios para a cena. Todos parecem divididos entre a alegria de tê-los vivos e a tristeza de ver tanta dor refletida nos olhos de Percy. Todos desviam os olhos, encaram uns aos outros, tentam desviar os olhos cheios de pena de Percy e Annabeth.

Então sinto Will se mover. Sua cabeça tombada se põem no lugar e ele tenta se desencostar de mim e do apoio que lhe dou nas costas. Seus olhos piscam forte para recobrar a consciência por completo, e seus olhos verde-azulados tem um tom tão doce e preocupado, tão triste e tão feliz que preciso me controlar para não beija-lo bem ali. Sinto orgulho não por seus poderes, mas por quem ele é, e pelo o que fez. Vejo as olheiras sob seus olhos e a palidez em sua pele e o sorriso torto e triste que ele oferece a Percy. Sinto-me imensamente feliz por estar vivo.

Vejo agora que, por mais que me preocupe com Percy, e por mais que o queira vivo, também me sinto grato por Will estar vivo. Quero Percy vivo, mas ao lado de Annabeth, que é quem o faz feliz. E quero Will, não apenas vivo e feliz, mas a meu lado. E é o pensamento egoísta e protetor que vejo a diferença entre Will e Percy.

No entanto, também sentia afeição o suficiente por Percy para querer soca-lo por morrer.

–Da próxima vez que você ousar morrer, eu te mato. –no entanto, é Thalia quem fala. –mato vocês dois.

Ela afaga os cabelos de Annabeth. A garota ainda estava dormindo pelo charme de Piper, e provavelmente continuaria assim pela fraqueza de seu corpo. Pelo menos agora ela não sentia mais dor. Estava bem.

Percy suspira, Thalia pega sue pulso.

–Ela está bem. –Thalia repete, tentando tranquilizar Percy, e talvez a si mesma, como se quanto mais a frase fosse repetida, mais real o fato seria.

Percy concorda com cabeça. Ele não parece assumir as palavras de Thalia como uma certeza, apenas como um consolo. Mas seu rosto é sereno, como se estivesse cansado demais para falar qualquer coisa. A única coisa que ele parece assumir é que Annabeth está viva, não estava de fato bem, apenas viva. Por tanto, por ora, estava tudo bem.

Limpo a garganta.

–Apolo, Artemis e Afrodite estão no acampamento. Apolo vai poder cuidar de vocês dois melhor. –digo, e o olhar de Percy se dirige para mim, seus olhos parecem calmos, e parecem brilhar quando os cito. Como se Percy estivesse voltando para o mundo. Diferente do olhar insano e doentio que tinha. –acha que consegue nos transportar?

Se precisasse transportar tanta gente, certamente demoraríamos um mês para chegar ao acampamento. Percy concorda com a cabeça. Piper, postada próxima a ele, apoia suas costas quando ele tenta sentar. Ele geme de dor, sua mão segura o peito, como se as costelas perfurassem seu pulmão. Mas se mantêm sentado.

–Você não está muito bem, nem curado, Percy. Mas tenho certeza que meu pai pode fazer um trabalho melhor que o meu. Vai dar certo.

Os olhos de Percy parecem afundar-se nos de Will, e não há nada neles a não ser gratidão. Mas ele não diz nada, apenas acena com a cabeça.

Começo a me levantar para ajuda-lo, mas Jason e Leo tomam a frente, se colocam de pé e ajudam Percy a se levantar, colocando cada um dos braços do garoto sobre seus ombros. Mas Percy não se permite apoiar nos garotos por muito tempo, ele desvencilha seus braços dos ombros de Leo e Jason, apoiando-se neles apenas com um apoiar leve das mãos em seus ombros para manter o equilíbrio. Mas sua cabeça é baixa, e ele parece tentar fixar seu olhar em algum ponto do chão para fazer a cabeça parar de girar.

Thalia parece notar o desconforto de Percy. Ela se levanta, repousando a cabeça de Annabeth no chão com cuidado. Ela se põem ao lado de Percy, tomando o lugar do irmão.

–Leve Annie. Eu ajudo Percy. –ela sorri de canto para Jason, que se abaixa para pegar Annabeth no colo. Percy segue os movimentos de Jason, não era como se duvidasse ou não confiasse no garoto. Mas no momento, Percy não era nada alem de pedaços quebrados do reflexo dos que quem conheci.

Percy mira Thalia quando ela contorna sua cintura com o braço, o sustentando. Ele parece levar mais confiança em Thalia, e permite-se apoiar nela, soltando-se de Leo. Eu não poderia culpa-lo, nenhum de nos podia. Não houve um reflexo de magoa ou ressentimento nos olhos de Leo e Jason. Não poderíamos culpa-lo por não confiar em pessoas que conhecera há tão pouco tempo. Poderíamos ter salvado sua vida e a de Annabeth, e estava certo que ele nos agradeceria mais tarde, mas não agora. No entanto, aos olhos de quem fora torturado por tanto tempo, nada poderia parecer seguro.

Mas Percy apoiou-se em Thalia, confiou na garota que já havia brigado, já havia lutado contra em uma briga infantil anos atrás, que havia lutado ao lado varias vezes, que vira se entregar a caçada para salvar o mundo e que o amparara diversas vezes.

Piper também se põem de pé, ela se posta ao lado de Leo. Ajudo Will a se levantar a meu lado, tendo em vista que ele ainda está fraco pelas energias passadas para Percy e Annabeth. Ele apoia-se em mim, e o sinto afagar meu ombro. Ele me oferece um sorriso tranquilo quando o miro.

Percy corre os olhos cuidadosamente por cada um de nos, como se checasse se não estava faltando ninguém, como se conferisse que não há nenhum perigo a seu redor. Seus olhos de fecham, e por um momento penso que Percy pode vir a perder a consciência. No entanto, sinto meu corpo de desintegrar. Mas a sensação é tão melhor que a viagem nas sombras que se torna prazerosa. É divina.

E quando abro meus olhos novamente, não poderia desejar estar em outro lugar que não fosse ali. Estamos em casa.


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Notas finais do capítulo

SENHROAS E SENHORES, ELE NÃO MORREU.
Todo mundo sobreviveu ao capítulo? Nenhum ataque cardíaco? Nenhuma lesão séria? Tudo bem.
Gente, tem segunda temporada, o que seria uma segunda temporada de Percy Jackson SEM PERCY JACKSON? Só não prometo que vai continuar assim até o fim da segunda..... TA BOM PAREI COM A ZOEIRA.
Bem, ninguém morreu, mas em compensação ninguém morreu MESMO. Nem Percy, nem Annabeth, nem Mary Ann nem Effy. Essas duas vão dar trabalho ainda.
Na verdade era pra ter realmente um beijo Solangelo ai, quando o Nico diz que quer beijar Will. Mas eu guardei essa revelação pra próxima temporada.
Bem, ainda tem alguns capítulos pela frente. Nenhum deles vai ter mais grandes aventuras ou algo do tipo, mas eu acredito em "epílogos estendidos", que na verdade são capítulos calmos e geralmente emocionantes das coisas se encaixando e se recuperando.
Então a parte aventura dessa temporada acaba aqui. Espero que gostem da minha versão romântica e casual. Acho que eles merecem um descanso, não é mesmo? Aquela calmaria antes da tempestade. Todo mundo merece uma folga antes das merdas que vai acontecer na segunda temporada. Que alias eu ainda preciso bolar um nome....
Tudo bem, até a semana que vêm! Amo voces!




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