I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 42
Quem dera pudéssemos manter o controle.


Notas iniciais do capítulo

Olá amados!
Talvez eu não tenha mencionado, mas esse é um POV muito especial, por que é de um de meus favoritos! Não é Percy nem é Nico. Isso ai, Apolo está de volta!
E nos vamos nos desviar um pouquinho por que os deuses são uma ponta solta que eu amo retomar.
Capítulo bem importante. Na verdade ele é uma boa ponta solta que eu retomarei na segunda temporada.
Bem, esse é um capítulo: enquanto isso...
Isso significa que ele acontece exatamente ao mesmo tempo que o capítulo anterior. Não sei se voces gostam ou não de capítulos assim, mas dão um trabalhão para escrever, afinal, as historias tem que bater.
Eu gosto muito desse capítulo, espero que voces também gostem!
Boa leitura!



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POV Apolo.

As coisas no Acampamento Meio Sangue andavam tão calmas que era capaz de deixar qualquer um em pânico. Todo o perímetro da barreira estava sempre sendo patrulhado. Os campistas andavam sempre com armas em punho e olhos atentos, as caçadoras de Artemis pareciam lobas, a espreita, esperando o primeiro sinal de que algo de errado. Aquele momento antes da guerra era terrível, angustioso, todos preparados para uma luta que não vinha. Mas, pela primeira vez, ninguém parecia muito interessado nesse lugar. Eros não aprecia interessado nos semideuses, apenas em nos, os deuses.

–Como vai o pinheiro de Thalia?

Artemis esta sentada a mesa de ping-pong da Casa Grande, ela conversa com Phoebe, uma de suas caçadoras. A garota tem um olhar serio, de acordo com Artemis, é de estrema confiança, está na caçada há muitos séculos.

Deve ser a décima vez no dia que as duas conversam sobre a situação do acampamento. Desde que Percy sumira, eu, Afrodite e Artemis assumimos o controle do acampamento. A responsabilidade sempre foi algo com a qual convivemos, mas trabalhar em grupo é uma novidade. E, a maior novidade, é na verdade estarmos nos saindo bem nisso.

–Sua vez. –Grover Underwood avisa sem nem tirar os olhos de suas próprias cartas. Descarto um reis, o garoto o compra.

Assim que anunciamos o desaparecimento de Annabeth e Percy e colocamos o acampamento em estado de alerta, Grover foi o primeiro a se colocar de prontidão a nos. Estava sempre na Casa Grande, assim como nos, esperando algo acontecer. Assim como de Afrodite, Artemis e eu, os olhos de Grover são fundos e sérios. Contem preocupação e exaustão de uma bomba a explodir, apenas aguardando a missão de Thalia Grace, Will Solace e Nico Di Angelo. Grover conhece bem todos esses, e garantiu desde o momento que contamos nossos escolhidos da missão que eram os melhores que conhecia.

Não podia mentir, a presença de Grover tranquilizava a todos nos. Finalmente pude entender por que Percy ficara tão perturbado ao pensar em deixar sua vida mortal. Grover era um bom amigo, Annabeth era uma boa garota, o acampamento era cheio de bons semideuses, prontos para lutar e morrer pelo que acreditam. É uma pena que os deuses não possam ter contato com eles, tenho certeza que cada ser divino, por mais frio e ranzinza que seja, estamparia um sorriso orgulhoso ao ver seus filhos e filhas empunhando armas para defender o que acreditam, para defender o seu lar.

Apesar de tudo, acho que posso tirar algum proveito disso. Estou próximo de minha irmã e Afrodite, estou conhecendo meus filhos e fazendo amizades como não faço há milênios. Confiando em pessoas como não faço há milênios. Não se pode confiar em deuses. Com o passar do tempo, sempre alguém trai a confiança. Com mortais, e difícil se apegar. As boas coisas da vida parecem sempre estar à porta junto das ruins, e fechamos as boas para fora para impedir as ruins de entrar. Quando não se tem escolha, se aprende a lidar com ambas.

Descarto um seis de copas e pouso as cartas na mesa. Venci novamente. Um sorriso sarcástico dança no canto de meus lábios apenas por costume. Já havia ganhado muitas vezes. Grover estrala a língua e faz uma careta. Joga suas cartas na mesa e nega com a cabeça.

–Como você faz isso?

–Jogo esse jogo há milênios. Ninguém nunca me venceu nisso. –cruzo os braços sobre o peito e encosto minhas costas na cadeira.

Grover sorri de lado também. Com o tempo, já havia se acostumado com a nossa presença tanto quanto nos a sua. Já não tínhamos as barreiras de mortais e deuses. Éramos apenas amigos.

–Eu já venci você, Polo. –Artemis se distrai de sua conversa por um momento, me olhando por cima de seu ombro. –naquela vez em Delos.

Ergo os braços e em seguida pouso as palmas nas coxas, fazendo barulho.

–Em Delos? Tipo, quando nascemos? –nego com a cabeça. –Éramos muito jovens. Até hoje não sei de onde você tirou aquele baralho. E os mortais ainda acham que eles inventaram as cartas! –solto um suspiro indignado. -e você nasceu prematura, Arty.Tipo a gêmea prodígio! É injusto!

–É claro! Eu nasci e em seguida fiz o seu parto, raio de sol.

Revirei os olhos, mas vi um sorriso nos lábios de Artemis quando ela se virou para Phoebe novamente. A garota continuava com um olhar sério, provavelmente desacostumada com uma interação não violenta ou ameaças entre Artemis e eu. Ela não fala nada, apenas observa.

Da varanda um garoto surge. Ele bate com os nós dos dedos na porta já aberta. Seus cabelos são loiros e os olhos são azuis celestes.

–Com licença, senhora Artemis, senhora Afrodite. Pai. –o garoto se reverencia. Artemis sorri e acena com a cabeça para o garoto. Afrodite manda a ele um aceno de dedos. Phoebe nem se quer o olha.

Depois de um tempo, Artemis teve de se acostumar com o convívio dos garotos semideuses. Ela era líder, e de longe a mais responsável de nós. Ela estava sempre planejando defesas e estratégias. Com o tempo, pareceu se conformar que poderia falar com garotos e continuar sendo uma deusa donzela. Não havia nenhum mal nisso.

–Hey, Johnny. –comprimento meu filho. –o que houve?

John se tornou o conselheiro substituto do chalé de Apolo após a saída de Will. O garoto é muito próximo do irmão, e parece afetado por sua missão, e também com o sobrecargo de suas novas tarefas.

–Os filhos de Hefesto disseram ter visto alguma movimentação na área da floresta depois do pinheiro de Thalia. –me arrumo em minha cadeira, me pondo de prontidão, mas John retoma. –não é nada demais. Talvez algumas fúrias fora de rumo, nada importante. Mas eu gostaria de permissão para enviar reforços do chalé de Apolo para a região, só por garantia.

Viro-me de Artemis para Afrodite. Nenhuma delas faz subjeções. Estávamos aprendendo a nos comunicar por olhares cada vez melhor. Dei de ombros.

–Manda ver, garoto.

O menino sorriu, e Phoebe ergue o olhar para Artemis. Seus olhos estão assombrados.

–Mas... Minha senhora, é o turno das caçadoras. Estamos postas naquela região. –ela limpa a garganta. –tenho certeza que podemos dar conta disso sem a ajuda do chalé de Apolo.

Artemis ergue uma sobrancelha e olha para mim e para John.

–Nos dias de hoje todo cuidado é pouco. –Artemis retruca para Phoebe.

A garota não diz mais nada, mas um clima pesado cai sobre a sala. Phoebe é uma caçadora antiga, desde o começo foi uma das que mais apresentou dificuldades para se adaptar ao acampamento e a presença dos garotos, acima de tudo dos meus filhos.

Limpo minha garganta.

–Eu já tive uma conversa com todos os campistas, sobre tudo com meus filhos. Posso garantir que nenhum deles vai incomodar vocês. –garanto a Artemis e a Phoenix. Então me viro para o garoto. –John, quero que cuide do bem estar das caçadoras. Mas não acho que será necessário. Suas caçadoras tem uma ótima pontaria caso alguém as incomode. Flechas afiadas e de certo mãos muito pesadas.

Artemis sorri, agradecida de minhas palavras. Ela se vira para a caçadora, que parece agora mais tranquila. Grover bate de leve na mesa com a ponta dos dedos. Ele se levanta.

–Eu acompanho vocês. Quero ver a situação.

Quando Phoebe faz uma reverencia e se retira, John dá espaço para que ela o faça. Espera que ela saia para então a acompanhar de longe, como se a garota fosse uma bomba a explodir. Ele não parecia querer testar o peso da mão da menina, nem a precisão de suas flechas. Grover sai logo depois de John. Tudo muito mudado desde a festa do Acampamento Meio Sangue, em que as caçadoras foram cantadas por meus filhos. Onde convidei Artemis e suas caçadoras apenas pelo prazer que irrita-la. Agora, eles apreciam conviver em harmonia o máximo que podiam.

Era isso que mais adorava nos semideuses, sua capacidade de se adaptar para momentos difíceis. De coexistir e trabalhar juntos em momento de crise, deixando lado seu orgulho e suas tradições. Talvez se os deuses seguissem o exemplo dos filhos, não tivéssemos tantas guerras.

–Obrigada, Polo. –Artemis acena com a cabeça. –minhas caçadoras estão com problemas para se adaptar. Seus filhos estão sendo gentis e ponderados.

–Ei, assim como eu, eles sabem ser malandros, sarcásticos, ponderados e gentis. –ela concorda com a cabeça.

–Tem razão. Acho que subestimei vocês. Acho que a genética não erra.

Ia responder algo a Artemis, mas fui interrompido quando uma onda de tosses cortou o ar. Depois disso, tudo parecia triste e pesado demais. Viramos-nos para Afrodite, que se sentada no sofá, se apoiava nos joelhos.

Minha visão de Afrodite sempre foi a mesma desde o começo dos séculos. Alta, loira e olhos de um verde tão claro que se torna quase dourado. Estranhamente, uma versão tão semelhante a mim que me tornava mais parecido com ela do que com minha própria gêmea. No entanto, os cabelos dourados de Afrodite pareciam estar mais claros, desbotados. Seu rosto estava pálido, não mais bronzeado, sombriamente magro demais. Seus olhos estavam escuros de exaustão.

Nenhum semideus havia comentado nada, nem se quer Grover. Talvez eles ainda estejam presos na nevoa e na mágica que transforma Afrodite na personificação da beleza. Mas eu consiga ver sua forma divina, conseguia ver a vida de Afrodite, sua imortalidade, toda a sua energia. Ela estava fraca, parecia adoecer a cada dia que se passa.

Troco um olhar com Artemis, que está tão preocupada quanto eu. Artemis se senta a seu lado e toca seu braço. Eu me sento sobre os calcanhares a sua frente, toco seu joelho.

–Hey, Dite. Tudo bem? –eu a chamo, seus olhos se levantam para mim. Estão carregados de dor e casaco. Ela toca a boca e respira fundo, com certa dificuldade.

–É Eros, não é? –Artemis pergunta, e Afrodite concorda com a cabeça.

–Somos dois deuses do amor. Deveríamos coexistir em harmonia. Nossos poderes são compartilhados. Se ele fica mais forte... eu fico mais fraca.

–Só mais um motivo para chutarmos aquele cara para o tártaro, certo? –sugiro, e ela tenta sorrir.

–Por isso estamos contando com Nico Thalia e Will para acharem os três semideuses. –Artemis retruca. –Confio nas habilidades de Thalia, é uma ótima guerreira.

–E eu garanto os talentos de Will. De todos eles. –viro minha cabeça, me direcionando a Dite. –E Nico também. Foi uma ótima escolha a sua coloca-lo na missão. O garoto é muito poderoso.

–Não o coloquei na missão só por seus poderes. –ela limpa a garganta. –Nico é uma das pessoas que irá mais a fundo nessa missão. Assim como Thalia, ele está envolvido demais com Percy e Annabeth. Principalmente com Percy. –ela suspira, sua cabeça tomba para o lado e ela a apoia nas mãos, como se de repente ela se tornasse pesada demais. –Pobre filho de Hades. Ás vezes, pessoas boas demais sofrem mais do que deveriam com o amor. Eu gostaria de conseguir impedir.

–Eu gostaria que a medicina pudesse salvar a todos. Que profecias pudessem salvar semideuses ao em vez de condena-los. Que todos conseguissem ver a claridade do sol, que ele pudesse aquecer e confortar e aquecer todos os corpos, todas as almas. Que a musica pudesse alegrar todos os ouvidos. Nem nos, os deuses, podemos controlar todas as coisas, Dite.

–Você não se importa, não é mesmo? –seu roto cansado parecia preocupado. –com Will e Nico?

Pisco uma vez até entender do que Afrodite está falando. Um sorriso dança em meus lábios.

–Se eu me incomodo que meu filho ame outro garoto? Claro que não. Por que me importaria? Que atire a primeira pedra o deus que nunca ficou com alguém do mesmo sexo.

–É, temos aquela historinha com Leucatas.

–Não é por que você não tem suas próprias historias trágicas amorosas que você pode debochar das dos outros, maninha.

–O cara pulou de um precipício para não ficar com você. Confessemos que foi engraçado.

–Primeiramente ele caiu na água. E segundo, vamos admitir que Leucatas sempre foi muito dramático. –giro os olhos, mas ofereço um sorriso sincero para Artemis. -mas é verdade. Não sei de onde os mortais tiraram que isso é errado. É só... Amor.

Dei de ombros e Afrodite sorriu.

Minha cabeça começa a latejar. Fecho os olhos e tendo me concentrar na dor. Imagens das súplicas de Percy no Monte Otris invadem novamente minha mente. Eles aprecem cada vez piores.

Sinto o toque de Artemis em meu ombro. Sei o que ela quer que eu faça, mas dessa fez não sou capaz. Apenas suspiro e observo, preciso saber. Eles estão terríveis. Annabeth tem pouquíssimo tempo de vida, e a energia de Percy parece estar se esgotando. É tudo tão nítido.

Assim que abro os olhos, Afrodite e Artemis têm os seus olhos pesados e tristes sobre mim. Desde a primeira vez que as suplicas, as orações de Percy que chegavam a mim como deus das profecias, e que provavelmente nem ele mesmo sabia que funcionavam, elas me aconselharam a fazer algo de útil com elas. Dá ultima vez, consegui. Mas tudo que fui capaz agora foi assistir.

–Você sabe que não pode fazer nada para ajudar. Nenhum de nos pode. –Artemis aperta meu ombro. –você fez bem de passar as imagens para Will da ultima vez. Isso os ajudou, e agora eles sabem para onde ir.

Concordo com a cabeça.

–Eu não adivinharia sem seu radar. –digo, e o rosto de Artemis parece incomodado. –sinto muito por comentar. Eu esqueci.

–Está tudo bem. O beijo de Annabeth e Percy me ajudou a rastrea-los, sabemos que estão no Monte Otris. Mas Will, Thalia e Nico reconheceram pelas visões que tem mandado.

Mesmo que seja sincera em suas palavras, sinto uma pequena magoa na voz de Artemis.

–Ela está morrendo, Arty. Não pode culpa-la por ama-lo. –eu respondo. Minha voz e calma e serena. Não pretendia discutir com Artemis, e ela pareceu captar a ideia.

–Eu costumava culpar. Culpava a Afrodite e as garotas por caírem nessa tentação. –seu olhar passar para Afrodite com culpa. –eu sinto muito por isso, eu estava errada.

Afrodite força um sorriso para Artemis.

–Na próxima vez que reunir uma nova caçadora, vamos combinar de nos falar para eu me certificar se temos planos-nãos-planejados para ela, sim?

–Combinado. Em pensar que uma conversa poderia ter posto fim no sofrimento de tantas garotas...

Artemis sorri de volta, seu sorriso é triste e dolorido. Culpado. Então Afrodite parece se perder durante a conversa. Seu olhar está vidrado e seus olhos estão escuros.

–Eu ainda posso tentar te curar, Dite. –ela nem se quer me olha, apenas nega com a cabeça.

–Você já tentou, Polo. Sabe que só vai gastar suas energias quando as minhas estão diretamente conectadas a de Eros. –novamente seus olhos se perdem. Quando voltam, parecem alheios a frase anterior. Afrodite tem feito muito isso. Termina uma frase e começa uma diferente, em outro rumo, como se se perdesse no meio do seu. –acham que foi muito errado interferir nos planos de Hera para Jason Grace?

Artemis e eu trocamos um olhar. Preocupados tanto com Afrodite quanto com o assunto. Foi um passo grande e muito discutido a se dar, mas foi a única solução que encontramos.

–Jason está com Piper e Leo, e agora também com Nico, Thalia e Will. –Artemis garante. –é um grande herói, vai ficar bem.

–Mas ele mal os conhece. –ela resmunga, como uma criança. –não é justo.

Toco a testa de Afrodite, e a sinto quente. Não está passando bem. Artemis se preocupa em respondê-la.

–O plano de Hera também colocaria Jason nessa situação, não é nossa culpa. –ela segura a mão de Afrodite, como a de uma pequena criança gripada. –nos só adiantamos um pouco o processo. Tenho certeza que romanos e gregos conseguem se resolver em outro momento.

Ela suspira e tomba a cabeça novamente. Eu me coloco de pé, já pronto para tentar alguma forma de cura com Afrodite. Não era capaz de vê-la desse jeito.

Então eles adentram a sala.

John e Phoebe carregam Rachel Elizabeth Dare. Cada um dos braços da garota postos sobre o pescoço da caçadora e do campista, sua cabeça pende para baixo. Grover abre a porta para eles, deixa que uma garota de cabelos curtos passe e então a facha novamente.

–O que aconteceu? –Artemis é a primeira a se manifestar.

–Eu estava com Rachel perto dos campos de morango quando ela simplesmente desmaiou. John e Phoenix estavam passando e me ajudaram. –a garota de cabelos curtos começa.

–Nos chegamos bem a tempo. –John continua. –Ainda bem que Lou Helen estava lá.

A garota concorda com a cabeça.

Afrodite começa a tentar se levantar, mas seu corpo parece pesado demais para si. Eu a pego pelo braço e a ajudo. Artemis ajuda a dupla a deitar Rachel. Assim que o faz, a garota começa a ter convulsões.

–John, leve Afrodite para fora. –indico para meu filho, que acena com a cabeça, apoiando o braço de Afrodite em seu ombro.

–Phobe, por favor. –Artemis pede a caçadora, que entende e ajuda o campista com a deusa.

Assim, sobram Grover, Lou Helen, Artemis e a mim no quarto.

–O que está acontecendo com ela? –o tom de Artemis e grave. Provavelmente recordado de quando Rachel passou perto da morte.

Deixei a palma de minha mão flutuar sobre o corpo de Rachel, passando do rosto e descendo até a região do peito, o coração. Então voltei a sua mente. Dessa vez, eu sabia o seu problema.

–Ela precisa pronunciar uma profecia. –anuncio. Todos trocam um olhar preocupado.

–Então por que ela não só fala logo? –Lou Helen pergunta.

–Funciona igual o oráculo antigo, ela só vai comunicar quando estiver na presença de quem à profecia é desiguinada.

–E como vamos saber? –Grover pergunta.

Como resposta, Rachel convulsiona tão violentamente que Artemis e Grover a seguram pelos braços.

–Filhos do trovão!

A voz de Rachel está completamente enublada pelo espírito dos delfos. Seus olhos estão em um tom esverdeado diferente do seu.

–É, acho que tenho um bom palpite.

–Imagino que Jason e Thalia estejam juntos numa hora dessas, certo? –Artemis pergunta.

Lou Helen e Grover trocam um olhar confuso, mas não há tempo para explicações.

–Precisamos de Iris. –digo.

–Não temos tempo para um arco Iris aqui! Não temos dracmas nem água nem luz! –Grover argumenta.

–Iris não lhe deve um favor? –Artemis lembrou. Faço uma careta, Iris não é do tipo que cumpre suas promessas. –Apolo!

–Tá bom, eu vou tentar!

Viro-me de costas para Rachel e os outros e suspiro. Iris provavelmente estava no Olimpo, mas ela não poderia sair e eu não poderia ir até lá. No entanto, ainda conseguia me comunicar com ela. E ela deveria ser capaz de mandar uma mensagem especial.

–Iris! Voce me deve um favor! É urgente, se voce não aparecer em, tipo, cinco segundos eu juro que cancelo sua cota de raios de sol para arco íris por um século!

Não demorou nem dois segundos para a imagem de Iris aparecer a minha frente. Iris continuava como sempre. Pele pálida e cabelos brancos platinados que apreciam refletir todas as cores do arco Iris. Suas Iris eram tão claras que apreciam quase transparentes. Ela estava atrás de uma nuvem de mensagem de Íris improvisada, e não aprecia contente.

–Eu odeio quando voce me ameaça com isso, sabia? –eu giro os olhos.

–Preciso de ajuda. Preciso que mande uma mensagem para Thalia e Jason Grace.

As sobrancelhas de Iris se franziram.

–Ok, já achei. Estou com eles na linha. –ela levanta uma sobrancelha. –isso é tão injusto! Está nublado, não tem um pingo d’água e nenhum dracma!

–Iris! É urgente! Me deixe falar com eles!

–Iris! Agora! –Artemis gritou atrás de mim, ainda segurando Rachel.

–Tudo bem! Ai vai!

Tão Iris finalmente sumiu. Seis semideuses apareceram em seu lugar. Lá estavam Nico, Will, Thalia, Jason e os outros dois que deveriam ser a filha de Dite e o menino de Hefesto. Piper e Leo. No entanto, eram apenas as crianças de Zeus que me interessavam.

–Ah, graças a Iris! –exclamei. –Uma amiga quer falar com vocês.

Artemis se irritou atrás de mim. Ela deixou Lou Helen segurando Rachel e empurrou meu ombro.

–Sai daí Apolo! -ela virou a nuvem que mostrava a imagem dos garotos, a virando em direção a Rachel.

–Os filhos do trovão! –a menina berrou entre uma convulsão.

Artemis gritou comigo mais uma vez, estava começando a ficar nervosa com o estado de Rachel. Acho que havia se apegado a garota desde Percy, e eu não podia culpa-la.

Agora que Rachel estava na presença dos filhos do trovão, só precisava de um empurrão meu, afinal, não estava teoricamente na presença física deles. Toquei sua testa, e Rachel parou de convulsionar. Abriu a boca, e começou a recitar.

–“ Inimigos antigos sairão em uma jornada.

Um capturado será junto à deusa abandonada.

Da vingança dos esquecidos, o jovem deus carrega a maldição.

E só o amor definirá dos deuses a liberdade ou a prisão.

Lideraram a missão a graça do Olimpo, os filhos do trovão.”

Então a cabeça da garota tombou no braço do móvel. Artemis apertou seu ombro com solidariedade.

–Querida? –ela chamou, e imediatamente Rachel abriu os olhos.

–O-o que aconteceu? –ela perguntou.

–Uma profecia foi o que aconteceu. –forcei um sorriso com o canto dos lábios, tentando me distrair do fato da profecia não soar nada bem, e ir contra nossos planos originais. Mas eu sabia melhor que ninguém que não se podia lutar com uma profecia. Não era para isso que elas existiam. –boa, menina! Sabia que seria um bom oráculo!

Tentava tirar a tensão de Thalia e Jason, mas os garotos pareciam antônimos do outro lado da imagem.

–Espera, eu pensei que nossa missão –Thalia aponta para Nico e Will. –era apenas encontrar eles. –ela aponta para Jason, Piper e Leo. –como isso mudou?

Meu sorriso morre em meus lábios. Eu não tinha uma reposta para aquilo.

–Foi o que eu pensei também. Sou o deus das profecias, mas não controlo todo o futuro. As coisas mudam, os jogos viram. Agora vocês seis estão dentro da missão.

–Se apressem. –Artemis pede. –Percy e Annabeth não tem muito tempo.

–Boa sorte. –eu desejo antes de dissipar a imagem com os dedos, deixando os semideuses para traz.

Então minha cabeça começa a latejar novamente. Dessa vez é forte demais. Eu, que já estava ajoelhado de costas para os demais, não chamei a atenção quando precisei fechar os olhos e respirar fundo. Ouvi os passos leves que só poderiam ser de Artemis até mim. A imagem de Percy e Annabeth é clara demais, e machuca meu peito saber que não posso fazer nada.

Mas eles podem. Os semideuses podem. Eu suspiro e toco minha própria tempora com o indicador e o dedo médio. Direciono as imagens para Will, para onde suas suplicas terão uma resposta.

Então um grito agudo soa do lado de fora.

Me ponho de pé antes mesmo de abrir os olhos. Artemis e eu estamos do lado de fora antes de qualquer um, e a cena é chocante.

Phoebe está jogada ao chão, agarrada ao corpo, onde um ferimento sangra em seu estomago. John está a seu lado, ainda tem o arco em punho, mas também está ferido e ajuda a caçadora a se manter em pé. De pé, Effy empunha uma espada negra e segura um estranho objeto em mãos. Afrodite está ajoelhada próxima a Effy, e apoia suas mãos no chão. Nos quadris, Effy exibe um cinto metálico.

–O cinto... de Harmonia! –Afrodite consegue pronunciar, fazendo com que Artemis e eu paremos nossos passos.

O cinto de Harmonia. A quem se aproximasse, a imortalidade seria temporariamente cancelada. Afrodite estava de joelhos por ter se aproximado demais, sem reconhecer o artefato.

Ao mesmo tempo, Artemis e eu alcançamos nossos arcos. Arco solar e lunar postos juntos. Lançamos as flechas ao mesmo tempo, mas Effy já havia sumido em uma nuvem negra, e nossas flechas passaram direto por ela.

Odeio o fato de Nxy ajudar essa menina. Por que os vilões são sempre os únicos a se lembrar do parentesco? E Nxy parecia ser uma ótima tia.

Inclino o queixo para Artemis, e ela vai em direção a Phoenix e John, enquanto vou até Afrodite. Ela continua fraca, mas não parece ferida, apenas exausta, com o cinto roubando sua imortalidade e energias. Assim que coloco Afrodite de pé, lhe dando apoio com o ombro, me viro para Artemis.

Grover, Lou Helen e Rachel entram em ação, ajudando John e Phoenix. John tem um ferimento no ombro mas não parece serio, já Phoenix sangra demais.

–Levem-na para dentro! –eu mando, e os três obedecem.

Quando vou tentar segui-los, Afrodite aperta meu braço e puxa Artemis pela camisa. Seu rosto está em pânico.

–Ela o pegou!

–Ela pegou o que, Dite? –pergunto, Artemis também ara de andar, tomada pela seriedade do assunto.

–Ela pegou meu espelho! O símbolo de meu poder!

As mãos de Dite contornavam o seu pescoço, onde o espelho antes estava. O colar sempre em seu pescoço, escondido por baixo da blusa, uma joia oculta. Mas eu já o tinha visto mais de uma vez, parecia simples demais para Afrodite e para o poder que tinha. Mas era belo e brilhante. E havia sido roubado.

Meu queixo cai assim como o de Artemis. Pode até se tratar de apenas um espelho, mas não importa se é um espelho, um raio ou uma espada, ter um dos símbolos de seu poder roubado é terrível. São objetos poderosos demais. Sabe-se lá o que Effy e Eros fariam com esse poder.

Então Grover nos chama dentro da Casa Grande, onde Phoebe está sangrando.

Não tenho escolha se não entrar, pensando quanto tempo ainda nos resta.


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Notas finais do capítulo

Apolo, Artemis e Afrodite. Meu deus, esses são definitivamente o melhor desenvolvimento de personagens. Estava pensando nos primeiros capítulos, e esse capítulo é muito sobre isso. Por que eu nunca tive a inteção de faze-los tão importantes, eram apenas irmão brigando. E olha a evolução desses tres! Como eu amo eles!
A interação entre os deuses e Grover é algo muito magico pelo menos para mim. Acho que simboliza muita coisa. O fato da antiga e da nova vida de Percy se juntando de coexistindo em harmonia é o que o capítulo representa. Ele pode ser Percy e ser um deus ao mesmo tempo assim como Grover pode estar com Apolo jogando baralho. Acho que Artemis pode estar cercada de garotos e continuar virgem.
Acho que uma garotas como as caçadoras podem conviver em harmonia com os garotos. Na verdade, acho que isso representa muito bem o feminismo. Em como muitas pessoas confundem o pedido de respeito com o odio. Artemis não precisa odiar os garotos, nem as caçadoras, e os garotos não precisam importuna-las.
São dois lados. Quando não há violencia nem rixas (de ambas as partes), a convivencia se torna simples. A convivencia entre Gover e Apolo, entre Apolo e Artemis, entre Afrodite e Artemis. E entre caçadoras e garotos. Entre semideuses e deuses. Entre pais e filhos. Entre amigos.
Então vamos apoiar isso ai e espalhar o amor e companheirismo! Voces ouviram Apolo! Não existe nada errado em amar! Ouçam o deus!
Ok esse foi meu discurso.


Mas continuando.
E todo mundo se situou? Algumas peças do capítulo anterior se encaixaram melhor? Houveram momentos: "ahhhhh agora faz sentido!" ? Por que foi meio que meu objetivo kkkk.
Bem, até semana que vem. Onde tem a verdadeira ação.
Sorry, acho que menti para voces. Esse capítulo começa o fim da fanfic, mas não é a ação ainda. Mas a ação do fim é o começo de muitas.
~risada maligna~
Até a proxima! Comentem e me deixem contente!