I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 43
Se afogue em sombras


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui!
Obrigada pelos comentários do capítulo passado, ultrapassaram minhas expectativas!
Alias, alguém ai viu Os Vingadores; A era de Ultron? Meu deusssss que fiilme incrivelmente incrivel!
Ok, ok, concentra Lívia.
E aqui está o seguinte! POV Nico para vocês!



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POV Nico

Assim que saímos das sombras, não senti meus pés se fincarem ao chão. Na verdade, por muito tempo não senti se fincarem em nada. Meu estomago e minha cabeça giravam, demorou para que eu notasse que não eram só eles. Só quando uma dor aguda percorreu minhas costas vi que estávamos caindo. Caindo não, rolando.

Assim que fui atingido na cabeça, parei de sentir dor, apaguei.

Quando finalmente abri os olhos novamente, eles se demoraram enxergar alguma coisa. Piscava uma vez, tudo estava preto. Sem diferença alguma entre tê-los fechados ou abertos. Pisco mais uma fez, e silhuetas começam a ganhar forma. Quando consigo finalmente enxergar alguma coisa, me vejo levantado pelos ombros por Leo e Jason.

–Nico? –Jason me chamava. Não me lembrava de ter parado de cair, muito menos de ser levantado.

–O que aconteceu? –minha voz sai fraca, e eu limpo a garganta. –onde estamos?

–Você nos diz, cara. Acabamos de descer a droga de um morro. –Leo aponta com o braço que não me apoia o morro particularmente alto, muito alto. –descer é eufemismo, nos rolamos morro abaixo.

–Nos rolamos de um morro? –pergunto, e ambos acenam.

Olho de Jason para Leo, com seus rostos começando a entrar melhor em foco, eles tem alguns arranhões nos rostos, mas parecem bem.

–Deuses, você está bem? –Jason pergunta, ao ver que preciso me concentrar para analisar seus rostos.

–Estou ótimo.

Leo abaixa o ombro por um segundo, mas mesmo que continue me apoiando pelas costas e que Jason continue segurando meu outro ombro, quase caio pela falta do apoio.

–É, amigo. Você com certeza não esta bem. –ele conclui.

Jason olha feio para o garoto, o reprendendo por ter me soltado. Em seguida se vira para mim, me repreendendo por mentir.

–Você sempre mente dizendo que está bem quando não está ou é só hoje? –Jason pergunta.

Thalia aparece por trás, tocando o ombro do irmão, comunicando sua presença, Piper e Will aparecem em seguida.

–Ele faz com todo mundo o tempo todo, não leve para lado pessoal. –ela diz, mas seu rosto está preocupado, assim como o de Will.

–Deuses, você é uma anta suicida, Di Angelo. –Will parecia realmente zangado comigo, mas não me dei a o luxo de pensar que ele estava certo. Era algo que eu precisava fazer, eu sabia disso, assim como Will.

–Monte do Mal em que um garoto segura o céu? Não seria aquele ali não, por um acaso?

Leo apontou para um monte que se estendia próximo a nos. Não estava muito longe, mas a subida com certeza demoraria. Apertei os olhos mais uma vez e respirei fundo. Os pontos negros já paravam de dançar na minha cabeça, mesmo que a dor em meu estomago continuasse.

–Monte Otris... Não fica na Grécia? –Jason franziu as sobrancelhas.

–Sim, mas essa é a versão simplificada dele. –Thalia disse.

–Estamos em São Francisco. –digo.

Dou um tapinha leve nos braços de Jason e Leo, dizendo que já podem me soltar. Dessa vez, finco meus pés ao chão. Jason ainda tem o braço a minhas costas, ele olha de mim para Will, como se perguntasse se o garoto aprova a situação em que estava. Ambos parecia zangados pelo meu movimento suicida. Pego olhar sério de Will, ele obviamente não apoia. Então Jason tira a mão de minhas costas. Eu ergo os braços, mostrando que estava bem.

–Eu não consigo nos levar para cima. Sinto muito por termos descido o morro assim.

–Nos rolamos o morro. –Leo corrige. Jason lhe da uma cotovelada.

–Não tem problema, Nico, vamos arranjar um jeito de subir. –Thalia quem diz.

Piper fala pela primeira vez. Ela cruza os braços e mira o monte. Usa os dedos para tampar o sol da visão.

–E como é que vamos fazer isso mesmo?

Thalia se põem ao lado de Piper e morde o lábio inferior.

–Jason, acha que consegue voar até lá em cima? –ele acena com a cabeça para a irmã. –consegue levar alguém?

–Duas pessoas, eu acho. –o garoto também cruza os braços. Ele passa os olhos por nos.

Thalia dá um passo à frente.

–Acho que Jason deveria levar dois de nos até lá em cima, para ver a situação, as defesas. Percy e Annie estão em céu aberto, até por que Percy está segurando o céu. Assim que virmos como estão, voltamos para elaborar um plano melhor. Todos de acordo?

Todos concordaram, por que não havia nada melhor para fazermos.

–Ótimo, agora quem vai? –Jason pergunta.

–Nico não vai, disso eu sei. –Thalia me mirou, como se me desafiasse a ousar contraria-la. –Piper, acho que seria bom se ficasse aqui. –Thalia umedeceu os lábios. –Duas partes da profecia está martelando em minha cabeça. “E só o amor definirá dos deuses a liberdade ou a prisão”.

Meu olhar vai de Thalia para Piper. A segunda tem os lábios semiabertos, como se tentasse decidir se Thalia tinha medo que ela pudesse condenar os deuses. Thalia continuou, no entanto.

–O amor só pode se tratar de duas pessoas. Você ou Effy. Se você conseguir, teremos a liberdade, se Effy conseguir, teremos a prisão.

–Então eu... Eu vou ter que lutar com Effy? A garota maligna que conseguiu capturar vocês três? Quer que eu faça isso com uma adaga-espelho que eu nem sei usar?

Piper parecia perdida.

–Talvez nem seja preciso lutar. –digo. –geralmente as profecias são mais simbólicas do que concretas.

–De qualquer forma, o que me preocupa é a frase de antes. “Um capturado será junto à deusa abandonada.” –Thalia repete. –se Piper é fundamental para a salvação dos deuses, não acho que valha a pena coloca-la em perigo agora.

Jason olha para os três restantes.

–Sobram Thalia, Will e Leo. –Jason diz.

Leo é o primeiro a dar de ombros. Ele ergue as mãos ao alto.

–Então eu fico de fora dessa. Não tenho arma nem sei lutar com uma. Thalia encova raios e tem uma lança legal. E Will atira flechas e é o dobro do meu tamanho. Estou fora da missão perigosa de hoje. –o menino sorri de lado. –divirtam-se! Comprem-me uma camiseta quando voltarem!

Will olha para Thalia e Jason e sorri de canto.

–Três. De um jeito ou de outro, é o numero perfeito para uma missão.

–Ótimo. Eu posso ensinar algo a Piper e Leo. –aceno para os dois. Piper sorri, agradecida. Leo aponta para mim com o indicador.

–Esse ai é o cara! Achou uma boa função pra mim!

Thalia fez uma careta quando Jason esticou os braços para ela e Will. Ele segurou ambos pela cintura. No ângulo que estava, vi Thalia passar o braço pela cintura do irmão, e agarrar o braço de Will atrás dele. Provavelmente era ao único capaz de ver. Will olhou para ela confuso, mas Thalia olhava o chão, parecia se certificar que ainda estava ali.

–Sem magias do mundo inferior. Quieto e na sua, Di Angelo. São ordens médicas. –Will disse. Talvez para amenizar o desconforto de Thalia e tirar as atenções do comportamento da garota. Talvez simplesmente por que gostava de me atormentar.

–Sim, senhor, doutor.

Então Jason levantou voou, guiado e sustentado pelos ventos monte a cima.

–Arma em punho, Mclean. –sorri para garota assim que os três desapareceram de vista. A menina tirou a adaga do cinto e a empunhou.

Tiro minha espada da bainha, mas noto que talvez lutar não seja uma boa ideia.

–Hey, Valdez! –lanço minha espada para o garoto, que no ultimo segundo a pega sem se ferir. –agora lutem.

Leo apoia a mão que não empunha a arma no quadril.

–Qual é, eu sou um cavalheiro. –ele aponta o polegar para o próprio peito. –não vou atacar uma...

Foi o tempo que Piper precisou para mirar a adaga no ombro de Leo, que desviou no ultimo segundo, se inclinando para traz com agilidade.

–Ah, é assim que você quer jogar, Mclean? –Piper sorria desafiadora para o amigo, que atacou com minha espada.

Ao observar a luta, vi que espada não era a arma de Leo. Ele era muito magro, muito desengonçado. A arma era longa demais, não tinha controle algum sobre ela. Apesar de também ser magro, treinava com aquilo tempo o suficiente para fazer de seu peso minha força. Mas Leo tinha outros pontos fortes. Ele era ágil, parecia mais entretido em desviar de Piper do que ataca-la.

–Ataque ela, Leo. Piper é boa o suficiente para arrancar a sua cabeça. –Piper sorriu, e Leo se fingiu de indignado. Nenhum dos dois parou de lutar.

Piper tinha habilidade, adaga fora uma ótima escolha de Afrodite. A garota ignorava completamente o espelho da arma, coisa que pensava uma filha de Afrodite não ser capaz de fazer. A única suposta filha de Afrodite que parecia não dar a mínima para a aparência e sim para uma arma fora Effy.

Mas Piper era diferente. Effy sempre carrega muita carranca, muito hostilidade em si. Piper lutava com leveza e graça. Toda a garota era feito de doçura, mesmo que fosse boa no que fazia. Mesmo que fosse perigosa empunhando uma adaga. Conseguiria distrair um adversário. Tinha muitos pontos a seu favor.

Leo a atacou mais uma vez, e ela defendeu o ataque e investiu contra ele.

–Sem machucar o coleguinha! Já dá eu de ferido nessa missão! –gritei para eles.

–Renda-se, Valdez! –a garota berrou, e meio a uma risada enquanto o garoto se desviava de outro ataque.

Leo não teve tempo de responde-la com a piada sarcástica que deveria estar na ponta de sua língua. Algo aconteceu. Leo largou a espada no meio de um ataque, fazendo-a ser lançada por alguns centímetros. Ergueu as mãos ao alto, e se rendeu.

O sorriso do garoto só morreu quando notou o que tinha feito. Franziu a testa confuso.

–Eu não estava falando sério, Leo. –Piper inclinou a cabeça para ele, pousando a mão na cintura.

Levantei-me tão rápido quando vi o que estava acontecendo que precisei apoiar na arvore próxima a mim para não cair, cambaleando alguns passos. Não, não podia ser.

–Piper... –me aproximei dos dois. A garota parecia abismada, como se tivesse acabado de criar uma calda. –faça isso de novo.

–Isso o que? –seus olhos estavam arregalados. –eu só estava brincando!

Piper parecia uma criança tentando convencer a mãe que não havia quebrado seu vaso predileto. Estiquei minhas mãos na frente do corpo, como uma pergunta presa no ar.

–Me mande fazer alguma coisa, qualquer coisa. –pedi a ela, e ela franziu as sobrancelhas.

–Bata palmas.

Minhas mãos se fecharam a minha frente antes mesmo que eu tirasse os olhos de Piper. Os olhos da garota pareciam brilhar, os olhos já multi coloridos pareciam dançar, brincando de mudar de cor. Lembro-me dos olhos avermelhados de Effy quando ela me controlava sobre o mesmo poder.

–Não tem a menor chance de eu ter feito isso.

–Isso é... –começo a dizer, mas não consigo concluir.

–Ah, Nico... –Leo bate em meu ombro sem nem se quer me olhar. –aquilo ali é normal, por um acaso?

Uma nuvem negra planava sobre nos. Cerrei os olhos para enxergar o que apreciam ser uma nuvem se sombras. Então se aproximaram, e vi que não eram nuvens.

–O que é aquilo? –Piper perguntou, e suas juntas já estavam brancas por apertar a adaga. Leo se abaixou e recolheu a espada, e me estendeu minha arma sem que eu precisasse pedir.

–Não sei. Mas acho que vamos descobrir.

Uma dezena de monstros se aproximava de nos. O que seriam aquilo? Assemelhavam-se com fúrias. Mas com certeza aquilo não eram fúrias. Fúrias tinham um corpo robusto, costas curvadas e corcundas e dentes grandes e afiados. Essas eram maiores, mas pareciam ser menores do que eram. Seus corpos eram magricelas, coseguia ver seus suas costelas mesmo curvadas. Sua espinha era saltada e suas asas eram maiores, sua pele não era peluda, e sim coberta de couro. Eram completamente negras, e não se assemelhava em nada comum ser humano. Aquilo jamais conseguiria se fazer passar por um ser humano. Nenhuma professora de matemática poderia ser tão horripilante.

Toda a dúzia pousou calmamente a nosso redor, nos cercando em uma meia lua. Esticaram suas asas de morcegos calma e graciosamente. Mostraram os dentes como quem boceja, e seus olhos negros nos observavam um de cada vez. Não conseguia identificar para quem estavam olhando, conseguia apenas ver o globo negro girar quando mudava o foco. Seus corpos estavam curvados para frente.

Estávamos em posições de batalha, em silencio. Engoli e seco e Piper pareceu prender o ar. Os monstros pareceram notar os movimentos, seus olhos de moveram outra vez, e um deles berrou, apenas um. Esse mesmo foi quem atacou.

Eu estava na frente, me joguei no chão quando por pouco e com um movimento de arco, de baixo para cima, e cortei-o ao meio. Não via neles nenhum problema como com os cães infernais, ela morreu tranquilamente. No entanto, eu caí de joelhos assim que minha espada dissolveu a criatura.

Vi minha camisa se ensopar de sangue. Uma memória passou voando por minha mente, a nublando por alguns segundos. Lembro-me de um monstro que matei, anos atrás, uma empossai que tinha matado com um golpe da barriga, dos gritos me grego antigos que eu não havia dado importância. Uma maldição.

–O que... O que são vocês?

Somos as filhas da Noite, servimos ao Tártaro e a escuridão. Somos fruto do último suspiro de quem trouxeram dor, maldições lançadas por cada um que trouxeram sofrimento. Somos as arais, quer escolher por qual maldição vai morrer, Nico Di Angelo? Temos muitas para o filho de Hades!

Todas pareceram murmurar de uma só vez. Sinistras e demoníacas, ágeis e agressivas. Eram monstros vindos do próprio Tártaro, que tinha se mostrado um irmão muito caridoso para o exercito do irmão Eros. Não tinha como vencer aquilo, se as matasse, receberia uma maldição, mas se não o fizesse, elas nos matariam. Piper e Leo não eram treinados, eu precisava fazer isso.

Então elas começaram a avançar. O que eu poderia fazer se não lutar? Isso era tudo que eu conhecia. Comecei a atacar, tentava ignorar as dores, mas era quase impossível. Sentia espadas atravessarem meu peito, e estomago, sentia todo meu corpo latejar e sangrar, mas essa nem de longe era a pior parte. Sentia as maldições daqueles que havia destruído com meus poderes, me sentia afundado em sombras, em escuridão. Ser atingido por meus próprios poderes me esgotavam ao mesmo tempo que me feriam.

Então cortei ao meio outra arai, uma que sorriu antes de se dissolver, e que me causou a dor de uma lembrança que lutava para esquecer.

A lembrança invadiu minha mente, algo que aconteceu ha anos, mas que não fora capaz de esquecer. Estava ao lado de Percy e Annabeth, e, a minha frente, estava Minos. Ele ria, ele havia me controlado por muito tempo, me feito acreditar que ia trazer Bianca de volta, quando só estava interessado em ter seu corpo de volta.

E, principalmente, foi o primeiro a notar minha queda por Percy. Ele notou como meu ódio e meu amor estavam conectados, como eu odiava a mim mesmo e a Percy Jackson só por ama-lo demais. Ele notou antes que eu mesmo tivesse a chance. Era só um garoto, afinal. E ele usou aquilo contra mim.

E, naquele dia, no labirinto de Dédalo, havia aberto um buraco no chão, em que Minos havia sido engolido pelas sombras.

E era isso que eu sentia no momento.

Não sabia quantas maldições poderia sobreviver, e aquela havia me atingido forte demais. Meu corpo inteiro doía, meu peito ainda sangrava e meu joelhos pareciam feitos de cinzas, não os sentia, e mal me sustentavam. Uma de minhas mãos agarrava o ferimento aberto e reaberto de tantas maldições, e a outra se apoiava no chão, tentando manter-me consciente.

–Nico! –Piper gritou, ela empunhava a adaga e apontava incerta para as outras duas que se aproximavam.

Piper atacou, dissolvendo a primeira em poeira, fechou os olhos esperando sentir algo, mas nada aconteceu com a garota. Então me dei conta: eu tinha muitas maldições, lutava há anos contra monstros, não tinha chance contra as arais. Mas Piper e Leo tinham. Nunca tinham lutado mais do que fúrias, monstros com muito pouca inteligência, não o suficiente para amaldiçoar.

Pela primeira vez, senti que não era eu quem deveria lutar. Até por que não parecia ter mais opções.

–Ataquem! Vocês conseguem! –eu berrei, mas ainda me sentia perdido na escuridão, não sabia se eles podiam me ouvir.

Piper atacou novamente, mas o monstro foi mais rápido, se jogou em cima da garota. Tentei me levantar para ir a sua ajuda, mas meus joelhos estavam presos nas sombras. Mas quando ergui meus olhos, ainda embaçados pela escuridão, Leo corria até a amiga, tinha os punhos severamente cerrados. O que o garoto pretendia fazer? Socar um monstro até que virasse poeira? Tentei gritar para o garoto desarmado se afastar, mas não tive tempo.

Mas as mãos de Leo começaram a pegar fogo. Meu queixo caiu, assim como o de Piper, que parecia ter se esquecido do monstro em cima de si por um segundo. Então Leo atacou. De cada uma de suas palmas se lançaram bolas de fogo do tamanho de um punho. O monstro saiu de cima de Piper, que se colocou de pé.

Leo se pós entre Piper e o monstro e começou a lançar bolas de fogo, mas a arai levantou voo, e foi seguido pela multidão de outras. O que lutava pairava ameaçadoramente baixo o suficiente para avançar e dar o bote, enquanto as outras estavam paradas no ar, observando a luta.

–Desçam aqui para serem chamuscadas! –Piper berrou, e os monstros empinaram, descendo em direção a Leo. A recaída dos monstros durou pouco tempo, até que notassem o que estavam fazendo. Tentaram recuar, mas não antes de Leo atingir dois, um com uma bola de fogo em cada palma.

Piper soltou um grito comemorativo. Ela ergueu as palmas para Leo para um high five, mas mudou de ideia ao se lembrar das mãos flamejantes do amigo.

Piper e Leo pareciam ainda comemorar a vaporização de seus primeiros monstros. Então todos eles desceram, planavam cerca de dois metros de altura. Apenas um deles desceu a terra firme, e Leo não teve tempo de lançar outra bola de fogo, o monstro atacou, derrubando os dois com suas asas.

–A criança do amor! –o monstro rosnou, olhando de Piper para Leo. –As chamas do amor!

Ela se virou para Leo, que arregalou os olhos. A arai o pegou com as garras pelos ombros e levantou voo. Leo e a arai desapareceram entre a nuvem de monstros que se afastavam, agora com seus integrantes reduzidos a metade.

–Leo! –a garota berrou a todos os pulmões. –Pare! Voltem!

No entanto, já estava alto demais para ouvir a garota. E eu nada mais podia fazer, no chão, nas sombras. Preso em uma maldição antiga, que me amarga ha tanto tempo e que estava sendo cobrada de mim. Ter vencido Minos e recebido aquela maldição, que havia feito com que deixasse Piper e Leo, dois semideuses despreparados e destreinados sozinhos. E, mais uma vez, ao ajudar Percy, acabo perdendo mais do que ganho.

–Nico! –Piper estava de joelhos ao meu lado. Seus olhos estavam esbugalhados e levemente marejados, mas ela os tentava disfarçar. –olhe para mim.

Abri os olhos, e notei que os tinha fechado em algum momento. Assim como a garota mandou, eu subi o olhar. A habilidade de Piper era incrivelmente poderosa, mas tão diferente da de Effy. A de Effy tinha total noção que estava sendo obrigado a aquilo, sabia que estava fazendo tudo contra a minha vontade. Piper fazia com que eu sentisse vontade de erguer a cabeça, como se agrada-la fosse importante, como se suas vontades fossem instantaneamente as minhas, não contra elas. Atender ao poder de Effy era dolorido, ao de Piper era prazeroso.

Perdi-me por um momento, até que ela tocou meu ombro. Ela olhou para baixo, e eu segui seu olhar. Um sangue negro escorria de meu peito e manchava minha palma. Parecia estar me dissolvendo em escuridão, meu corpo cedendo a tantas maldições.

O olhar de Piper era apavorado, ela não sabia o que fazer. Sozinha, com Leo levado e eu naquele estado. Não queria deixar a garota naquela situação, mas não sentia como se tivesse alguma opção. Minha visão se tornou negra como meu sangue, e eu desabei.


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Notas finais do capítulo

As cenas das arais em "a casa de Hades" me aterrorizou pensando que o Percy iria morrer. Então eu pensei "preciso de um monstro bem foda" e é claro que elas me vieram em mente!
E mais uma vez essa foi a minha forma de colocar Herois do Olimpo na fanfic. O charme de Piper e os poderes de Leo.
E o proximo capítulo também é bem especial. Alguém que ainda não teve seu POV (ao menos que eu me lembre) e que com certeza merece. Will Solace!
Notinhas rápidas por que eu preciso estudar para uma prova de português. Gramatica, socorro!
Bem, até o proximo!