Continuei em meu estado de transe por alguns segundos. Notei que a minha volta que todos os campistas que não tinham se retirado no início da briga haviam se acumulado a minha volta. Alguns me encaravam com um sorriso debochado, outros, com apenas uma curiosidade mórbida.

–Estão olhando o que? –disse com raiva. -pare de sorrir, isso não tem graça nenhuma, Clarisse!

A garota segurava o riso no canto da mesa.

–Eu? Não estou rindo de nada! –ela disse, e abri a boca para começar o que seria outra grande briga, se não fosse por Grover.

–Percy, vem cá! –ele me pegou pelo braço antes que eu pudesse argumentar, vi Thalia correr pela porta antes de nos, provavelmente a procura de Annabeth. Grover me levou para fora do refeitório e o deixei me conduzir até o meu chalé, porém, me soltou em frente dele. O ar gélido da madrugada agredia o meu rosto, mas eu mal me importei. –Olha só, Percy estou começando a achar que você tem realmente alga na cabeça. O que deu em você? Foi insultar Luke logo na frente da Annabeth, logo depois que ele morreu?

– Não é culpa minha! Nem se quer fui eu quem começou essa droga de assunto! –eu disse, porém, ao fazê-lo notei como estava cansado de brigar, ainda mais brigar com pessoas que eu tanto gosto. -desculpe, você está certo devo ter um monte de alga na cabeça mesmo.

Levei as mãos ao rosto e em seguida ao cabelo em aflição e cansaço, Grover apenas suspirou.

–Por que foi dizer aquilo? Sabe que Annabeth era apaixonada por Luke até pouco tempo atrás, e foi falar mal dele não fazendo nem uma hora que ele morreu? –ele diz. –olhe, eu não quero ficar do lado de nenhum dos dois, sabe que eu adoro ambos e...

–Eu sei, eu sei disso, Grover. Disse um monte de besteiras que não queria ter dito nem sei por que disse. Por que fui me intrometer no assunto? Nem queria que ninguém me ouvisse quando disse aquilo. –eu murmurei, com a voz carregada da culpa que sentia. -Ah deuses voce viu a cara da Annabeth? –voltei a encara Grover, que tinha uma expressão levemente confusa.

–Percy, por acaso você não está com ciúmes, está? –pisquei algumas vezes antes de responder a pergunta, tentando ver se a entendi direito.

–E-eu? Ciúmes do que? –gaguejo.

–Do que não, de quem. –ele fala, com um tom sarcástico. –Mas, sei lá, talvez talvez da garota por quem voce está perdidamente apaixonado, por que ela está defendendo o seu inimigo ao em vez de você. Mas sabe, só um palpite.

–Perdidamente apaixonado? –novamente, levo um tempo para processar a ideia. -Annabeth? De onde voce tirou isso, Grover? –digo, mas já sentindo ruborizar.

–Eu tenho olhos sabia? –ele me encara agora um pouco em dúvida. –espera, você realmente gosta da Rachel?

–Espera, por que o assunto foi pra Rachel?

–Percy, você é confuso. Voce gosta da Annie ou da Rachel?

–O assunto se deslocou drasticamente de uma briga para minha vida amorosa e em seguida pra Rachel e o confuso sou eu? –deixo os braços caírem pesadamente ao redor do corpo. -Rachel? Annabeth? Espera só um pouco, voce sabe do beijo?

Os olhos de Grover se arregalaram de uma forma que em qualquer outra situação eu acharia hilário, mas não agora. Tenho certeza que se ele estivesse bebendo algo agora, teria cuspido tudo na minha cara pelo susto.

–Voce beijou a Annabeth? –ele basicamente gritou.

–Não, eu me refiro a Rachel!

–Voce beijou a Rachel? Quando isso?

–Eu pensei que soubesse, foi voce quem entrou no assunto. –só então em dou conta que as únicos que sabem ou estão mortas ou são um cavalo. –Bem, em minha defesa eu quero dizer eu não a beijei, ela quem me beijou!

Grover me jogou tantas perguntas que me fez associa-lo com as patricinhas da minha antiga escola quando fofocavam com as outras.

–Antes de invadir o princesa Andrômeda, com o Beckendorf, no carro do meu padrasto. –eu disse. –quero dizer, o Beckendorf chegou e nos viu nos beijando...

–Eu entendi essa parte.

–Bem, eu nem tenho ideia porque ela me beijou!

–Por que garotas beijam garotos, Percy? –ele pergunta ironicamente. –Por que gostam deles! A pergunta é, você tem algum interesse nela?

Devo confessar que essa era a conversa mais normal e com o assunto mais normal que alguém da minha idade poderia ter com seu melhor amigo. Isso se eu não fosse um meio sangue falando com meu amigo meio bode sobre minha vida amorosa logo depois de uma guerra que quase destruiu o mundo. Sabe, coisa básica.

–Ah, eu não sei. Bem, eu falei com ela na batalha e acho que ela não tem nenhum interesse... Confesso que eu também não tinha muito.

Grover meu um sorriso otimista e me deu um tapa amigável no ombro.

–Bem, pelo menos voce não beijou a Annie.

–Ah. –eu levo a mao a nuca para caça-la desconfortavelmente. -sobre isso...

–Como é que é? –ele disse. –O que é que voce disse, Percy?

–Eu disse que... –a frase seguinte foi dita tão rápida quem nem eu mesmo consegui entende-la direito.

–Percy! Fala devagar, merda!

–Eu beijei a Annabeth, mas na verdade foi ela quem me beijou e eu gostei muito mais do que com a Rachel... E eu não precisava ter gritado isso, né?

–Como assim você beijou as duas? –ele diz.

–Eu não beijei as duas, as duas me beijaram!

–Da no mesmo! –ele quase gritou. –Como você beija a Annabeth e não em diz nada? Cadê a amizade e a parceria nessas horas, cara? Quando foi isso?

–Ano passado.

–E não me disse nada?

–Estamos perdendo o foco aqui! –gesticulei dramaticamente com as mãos.

–Eu nem sei mais qual é o foco! –ele disse. –Pelo amor dos deuses, me diz que você não está em dúvida entre as duas por que isso está parecendo novela mexicana!

–Não, não. –eu disse. –quero dizer, eu adoro a Rachel, ela é uma garota incrível e tudo mais, não me leve a mal, mas...

–Mas você está apaixonado pela Annabeth? –ele ergue uma sobrancelha, hesito um pouco antes de continuar, mas acabo fazendo.

–Bem, quem se importa com quem eu gosto ou estou apaixonado? A Annabeth me odeia de qualquer jeito e depois de hoje eu tenho dúvidas se ela ainda vai querer olhar na minha cara de novo, quanto mais namorar comigo! E ela tem razão! Eu dei uma de metido a herói hoje e magoei ela. Magoei pra valer. Eu não devia ter dito aquelas coisas... Deuses você viu a cara dela? Devia ter ficado quieto...

–Verdade.

–Não está ajudando.

–Hey, eu não terminei. –ele protesta. –como eu dizia, é verdade, você fez muito mal mesmo hoje, mas a Annie se faz de durona mas ela é uma garota esperta, ela não vai jogar tudo pro alto por causa de um noite de cabeças quentes. Qualquer um perde a cabeça depois de uma guerra dessa e tantos mortos. –ele disse. –Annabeth é inteligente, vai fazer o certo.

–Inteligente? –perguntei. –Annabeth não é inteligente, ela é um verdadeiro gênio.

–Um gênio? –sua sobrancelha de elevou novamente. –Não vai dizer que ela é um amor de pessoa? E de como está apaixonado por ela?

–Eu nunca disse que estava.

–Também nunca desmentiu quando eu disse. –ele contradisse.

Por um momento, pensei em protestar, então finalmente desisti. Desisti e me rendi ao cansaço emocional de sempre guardar tudo para mim, e disse, finalmente.

–Voce tem razão! Quer me ouvir dizer isso? Voce tem razão Grover! Ela e a pessoa mais incrível que eu já tive a honra de conhecer em toda a minha vida! Mudou a minha vida desde o primeiro momento e a salvou mais do que eu posso contar! Mais que isso, ela é incrível, perfeita e isso tudo é terrível, por que eu sei que ela nunca ficará comigo! –eu gritei, gritei tudo que queria ter dito a muito tempo, mas tempo do que na verdade imaginava querer.

Quando terminei, pensei que fosse me sentir leve, mas não, me sentia pesado e exausto, além de triste e decepcionado. Grover parecia ainda mais surpreso que eu, não parecia achar que eu realmente admitiria estar apaixonado, muito menos que mostraria uma reação tão magoada a respeito. Confesso que nem eu imaginava.

–Percy...

–Não fala nada. –eu disse. –Quer saber? Esquece tudo o que eu disse. Só... não conte isso para a Annabeth, ok? Vou tomar um banho e esfriar a cabeça e vou procurar por ela, resolver isso.

Por um momento, pensei que Grover iria protestar, ou dizer alguma coisa, qualquer coisa. Mas ele parecia mais perdido que eu. Apenas acenou com a cabeça antes de dizer:

–Tudo bem.

POV Annabeth

Girei os calcanhares e fui embora, um ato simples e comum, mas cada passo que eu dava eu queria correr mais e mais, queria ir fugir, eu queria sumir. Mas cada passo que dava também sentia que uma parte de mim se quebrava, contudo, era como uma droga, tudo que eu queria era correr mais.

–Annabeth! –ouvi a voz gritando atrás de mim, então notei que eu não era uma sensação, eu realmente corria. Por impulso, dei uma rápida parada, mas logo voltei a andar, pensando que talvez pudesse ser Percy. Quando reparei que a voz ao longe era feminina, eu parei de correr. –Annie, espera!

–Vou parar por quê? – me virei para Thalia, que já me alcançara a uma hora dessas. –se quer que eu volte lá para me desculpar, esqueça, Thalia!

–Claro que não vou pedir pra você se desculpar, eu lá sou louca de fazer uma coisa dessas? –ela fala, com uma expressão inconformada.

–Por que ele disse aquelas coisas? –eu perguntei, sem esperar uma resposta de fato. –por que foi dizer aquelas coisas sobre Luke, mesmo depois de tudo que ele fez?

–Eu não sei, mas acredite estou tão inconformada quanto voce. –ela disse. -Mas o que voce vai fazer? Simplesmente sair por ai chorando? Voce não é disso Annabeth Chase.

Apenas nesse momento percebo que tenho o rosto levemente molhado, e não é pelo sereno da noite. Não chorava a ponto de soluçar, mas tinha consciência que tinha algumas lagrimas silenciosas rolando pela bochecha, e isso era muito mais do que me permitia chorar. Limpei a região por baixo dos olhos com as costas da mão.

–Eu sei. -disse. -Eu não podia ficar lá vendo ele ofender o Luke daquele jeito, depois do que ele fez por nós, não acredito que o Percy fez isso, logo ele...

–Voce esperava o que? Aquele imbecil só tem alga na cabeça.

–Mas as vezes ele pensa, até tem boas ideias, as vezes. –disse, apenas notei o que havia dito quando a frase já fora solta. Thalia me olha com um olhar sombrio, como se eu tivesse enlouquecido.

–Ideias como ficar em um vulcão em erupção sozinho em quanto manda a companheira de batalha fugir? Ou quando ele aceitou a ideia do Di Angelo da maldição de Aquiles sendo que a palavra maldição estava explícita já no nome? É, ele é brilhante.

–Tecnicamente, ele salvou a minha vida naquele vulcão, e nem foi ideia dele a maldição...

–Deixar uma mortal lhes guiar pelo labirinto de Dédalo. –ela me ignorou.

–Tecnicamente, ela até ajudou.

–Ou também quando.... Espera, voce esta defendendo ele? –ela me encarou. -sabe, geralmente, quando uma amiga é magoada por um cara, a outra xinga ele, espera-se que a magoada xingue mais ou pelo menos apoie. Voce esta alterando a ordem natural dos fatos. Por que?

–Eu não sei, é só que algumas ideias malucas dele as vezes até dão certo...

–Tipo a ideia de concordar com Clarisse e ofender Luke na frente de todos, uma hora depois que ele morreu? Genial.

–Ele foi um idiota mesmo. Mas acho que eu acabei pegando pesado demais, não acho que ele tinha a intenção de dizer nada, penso em como ele disse baixo a frase que começou toda essa bagunça, disse baixo para que ninguém ouvisse, não acho que teve a intenção de realmente começar a briga. Eu tive.

–Agora me diz desde quando Annabeth Chase, a filha de Atena, admite um erro que nem se quer foi inteiramente dela por livre e espontânea vontade?

–Eu nunca disse que foi inteiramente culpa minha. –digo a próxima frase tão baixa que parecia um murmúrio sonolento a uma frase. –se faz loucuras quando se está apaixonada...

–Repete.

–O que? –droga. Desviei os olhos de Thalia, que me encaravam como se fosse me partir ao meio.

–Acha mesmo que eu sou surda? Repita.

–Disse que faço loucuras.

–Qual é, filha da sabedoria, você tem desculpa melhor! Eu sei que tinha uma segunda palavra nessa frase.

–Não é nada é só que, eu acho que eu... Gosto do Percy.

–É claro que gosta, são amigos a cinco anos, não é novidade.

–Thalia, eu não me referia a esse sentido da palavra gostar. –as sobrancelhas de Thalia se levantaram e sua boca se abriu em um perfeito “o”. A cena era quase engraçada, eu disse quase.

–Como é que é? Meus deuses. Eu não devia dizer nada por que não sou a mais qualificada para falar de romance afinal, cá estou eu, a caçadora de Artêmis que a única pessoa que já amou na vida está morta.

Nesse momento a encaro com uma mistura de pena e culpa, eu sempre soube que Thalia gostava de Luke, mas era a primeira vez que ela admitia isso. Reparando melhor, eu podia notar que os cabelos curtos de Thalia estavam um pouco mais compridos e descuidados, como se não os tivesse cordado nos últimos meses, a maquiagem punk estava toda borrada, o preto escorria levemente pelos olhos, e eu sabia que ela havia chorado pouco antes. Me senti culpada por jogar nela meus problemas quando sabia que ela também tinha os dela, contudo, ela não aprecia se importar. Qualquer um em seu lugar estaria frágil no momento, mas frágil não era uma palavra que pudesse descrever Thalia.

–Mas só digo uma única coisa, -ela continuou. -se voce realmente gosta dele, a melhor forma de demonstrar isso não é brigar com ele em um refeitório.

–Não importa, ele não gosta de mim assim, ele gosta da Rachel. –disse, fechando a cara.

–Ah, então é isso que te incomoda. –Thalia provavelmente tiraria sarro de mim em outra situação, mas não parecia ter humor para tal. –Rachel, Rachel... Ah mortal, certo? O novo oráculo, cabelos ruivos? A do labirinto? –Só então me lembrei que Thalia ainda não a conhecia, bem, não oficialmente. Apenas aceno em concordância com a cabeça. –A vi falando com Apolo e Héstia mais cedo quando voltávamos.

–É ela mesma, eles vivem conversando e tenho certeza que ela gosta dele e ele dela. Acha ele superinteressante por essa coisa de semideus e tudo mais.

–Percy gosta dela? Bem, vocês se conhecem a cinco anos, e eles só a um.

–Na verdade, eu acho que mais, não tenho certeza.

–Não é essa a questão.

–Voce não viu como eles se olham.

–Bem, eu ainda não tenho certeza se oráculos podem namorar. –ela deu de ombros. –mas afinal, ela deve gostar dele mais pela coisa nova de semideus, tudo que é novidade passa. E além do mais, a Rachel me parece tão... –ela meu uma pausa, como se procurasse uma palavra. –comum, normal.

–Ela é o novo oráculo, não é assim tão comum. –digo. –além do mais, ela é brilhante.

–Disse a filha da deusa da sabedoria.

–E como filha da deusa da sabedoria tenho que admitir quando vejo algo que valha a pena o elogio. –disse, mesmo com uma pontada no estomago ao fazer. -os desenhos delas são perfeitos.

–Quem liga pra isso? Qual é, acho que qualquer cara prefira uma garota que saiba manejar uma espada a um lápis! –ela parou para pensar um pouco. –bem, na versão semideusa dos fatos, pelo menos.

–Então o que eu faço? –perguntei, lançando a cabeça para trás com um certo pesar enquanto o vento da madrugada lançava os cabelos para frente.

–Bem, independente de como o verbo gostar se aplica nesse momento. –ela disse. -Ainda é a melhor amiga desde os doze anos de idade, acho que deviam se desculpar, antes de tudo.

Voltei a encara-la.

–Tem razão. –admiti. –vou procurar por ele. –fiz menção de voltar ao refeitório quando Thalia me parou.

–Ele não está no refeitório, antes de vir vi Grover saindo com ele.

–Devem estar no chalé 3, vou procurá-los. –me virei e comecei a andar, a uma certa distância, ouvi Thalia chamar por mim novamente.

–Mas se não der certo, sempre há uma segunda opção, você sabe. –apenas acenei com a cabeça, enquanto voltava a andar.

O chalé 3 não ficava muito longe, cinco minutos depois eu já estava lá, cheguei por trás do chalé até que notei duas vozes masculinas que conversavam, a princípio, não entendi o que diziam, até que finalmente as reconheci. Percy e Grover. Parei brutamente onde estava, com as costas na parede lateral do chalé, sendo que eles estão na frente da porta, estava a poucos passos de distancia, conseguia ouvir tudo, porém, não via nada.

–Voce tem razão! Quer me ouvir dizer isso? Voce tem razão Grover! Ela e a pessoa mais incrível que eu já tive a honra de conhecer em toda a minha vida! –a voz era de Percy, congelei no momento que a ouvi. -Mudou a minha vida desde o primeiro momento e a salvou mais do que eu posso contar! Mais que isso, ela é incrível, perfeita e isso tudo é terrível, por que eu sei que ela nunca ficará comigo!

Percy gritou, com decepção e magoa na voz, e eu entendi do que ele falava. “Não tenho certeza se oráculos podem namorar”, Thalia disse, ela devia estar certa, era isso, Rachel havia terminado com ele.

–Percy... –Grover disse.

–Não fala nada. –eu disse. –Quer saber? Esquece tudo o que eu disse. Só... não conte isso para a Annabeth, ok? Vou tomar um banho e esfriar a cabeça e vou procurar por ela, resolver isso.

Tampei a boca com a mão para reprimir um soluço. É claro que ele não gostaria que eu ficasse sabendo disso, imagino o quão na cara está quanto e como gosto dele. Pela primeira vez na vida, ele estava sendo o racional, sabe que nunca daria certo entre nos. Eu sou a melhor amiga, e ela, o amor não correspondido.

–Tudo bem. –Grover disse.

Tudo bem, disse a mim mesma, sempre há uma segunda opção, não é?

Comecei andando de costas, um passo lento atrás de outro, ao quase tropeçar em um raiz de arvore, passei a correr, quase tropeçando nos próprios pés sempre treinados para serem rápidos, preciso e silenciosos, e que agora estavam enrolados e confusos. Com a visão treinada para ser atenta, embaçada em malditas lagrimas, e com a mente sempre naturalmente clara e inteligente, confusa e embaralhada.