Benjamin estava em sua casa, deitado na cama, encarando o teto. 

Ele precisava de Mary, Hera, qualquer que fosse o nome dela. Ele apenas precisava dela. Benjamin começa a perder a cabeça. Olhar para o teto branco e sem graça estava começando a cansar, e começando também a deixá-lo louco. Ele agarra um dos livros em sua cabeceira e joga na parede. Isso parece ser a gota d'água para ele. Logo depois, travesseiros e lençóis já estão no chão, junto com o próprio Benjamin, que deixava que as lágrimas escorressem pelo seu rosto. 

Ele precisava de Hera, e agora estava no meio de uma briga entre os deuses, e aquilo poderia gerar uma guerra. E Benjamin estaria no meio dela, no olho do furacão. E ele precisava dela. Ele ao menos precisava saber onde ela estava! Pelo menos precisava tê-la ao seu lado, para fazer com que o fato dele estar no meio do furacão valer a pena!

As lágrimas continuam a escorrer pelo seu rosto, e Benjamin começa a espernear no chão, sem ter controle do próprio corpo. Ele precisava atacar algo, precisava... Ele precisava dela, e não a tinha. Ele precisava que aquela dor fosse para fora do seu corpo, e ele estava perdendo a cabeça. 

Um grito de agonia sai da boca de Benjamin. 

— Eu preciso dela! - ele grita. - Por favor, me ajude a encontrá-la!

Era impossível saber do que aquela agonia era feita. Dor? Amor? Paixão? Necessidade? Nem o próprio Benjamin conseguia saber, pois sua mente era o caos, era como uma cidade depois de ser destruída por um tsunami, ou um terremoto. Totalmente devastado. 

Benjamin começa a socar a porta de madeira do armário e o vidro do espelho. Suas mãos já estavam sangrando, vermelhas, cheias de cortes. Ele precisava de mais. Ele precisava dela ali, dizendo que estava tudo bem, mesmo que não estivesse. Ele precisava dela ali, para que o caos deixasse sua mente.

Foi quando ali, no quarto de Benjamin, Afrodite apareceu.

— Benjamin... - Afrodite está com uma expressão de tristeza, mas era óbvio que nenhuma lágrima cairia dos olhos da deusa. O longo vestido roxo que vestia ia até o chão, fazendo com que a cor fosse tudo que Benjamin visse, através da sua visão borrada por causa das lágrimas. - Você quer encontrá-la, não quer?

Dessa vez, Afrodite ganha a atenção total de Benjamin. 

— Mais que tudo. - ele responde, trazendo um sorriso ao rosto de Afrodite. 

— Bem, então... - diz Afrodite, ainda com um sorriso no rosto. - Talvez você queira tentar algo.

Benjamin olha para Afrodite, já enxugando as lágrimas nos seus olhos. No fundo da sua mente, tão no fundo que ele mal podia perceber, estava a desconfiança de que ele talvez devia pensar duas vezes antes de confiar na deusa do amor, de que ela podia ser traiçoeira. Mas, naquele momento, Benjamin estava desesperado. Se houvesse alguma chance de encontrar Hera, ele aceitaria sem hesitar, e não se importaria com as consequências. Mesmo que essas pudessem ser piores para todos.

— Tudo bem. - diz Benjamin. - Diz o que eu tenho que fazer, que eu faço qualquer coisa.

Ao ouvir isso, Afrodite sorri, ao saber que conseguiu exatamente o que queria.

Benjamin Connor em suas mãos para fazer qualquer coisa que ela quisesse.