A Vingança de Hera escrita por Cherry Pitch


Capítulo 21
Enlouquecendo


Notas iniciais do capítulo

E é aqui que os meus planejamentos começam a acontecer hahahahaha

Tenho planos para essa história, e que vão surpreender vocês! Me aguardem! *risada maligna*



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POV Hera

Ela não podia ficar o tempo todo trancada naquele quarto. Uma hora ela teria que sair, isso era certo. 

Já faziam três dias que quem me chamava para o jantar era um dos serviçais. Eu já estava cansada daquilo. Jantar naquela mesa enorme de umas trinta pessoas, com apenas um prato e um copo a mesa, nenhuma voz para responder às minhas perguntas...

Eu estava enlouquecendo! Eu já estava perguntando coisas e respondendo às minhas próprias perguntas, eu já estava fazendo movimentos para tocar o ombro das pessoas, ou segurar as mãos no vazio, no vento, no ar. Eu precisava de alguém, alguém para impedir que eu enlouquecesse de vez.

Além de precisar de Benjamin, é claro. Eu precisava dele, mas eu precisava ainda mais de companhia, quaisquer que seja. Nêmesis, minha melhor amiga, a pessoa que eu achei que nunca iria se separar de mim, tinha o feito. Eu não a havia há dias. Sim, eu já havia passado décadas sem vê-la, mas agora, de alguma forma... Era diferente. Talvez porque ela poderia ter mudado totalmente. Talvez porque estejamos na mesma coisa.

Tenho vários talvez, várias teorias, mas eu não consigo confirmar nenhuma delas, porque ela não está aqui para confirmá-las ou me fazer pensar de forma lógica. E ela era a única pessoa que sempre conseguia fazer isso por mim.

Puxei meu cabelo para trás, como se expulsasse aqueles pensamentos da minha cabeça, mas era impossível. Eu não conseguia tirá-los dali, e nem podia fazer nada para esquecer por um tempo. Porque eu não tinha nada para fazer.

As lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto, e eu não conseguia impedi-las. E eu sentia que não conseguiria impedir nada do que fizesse.

 

POV Narrador

 

Hera não consegue controlar a si mesma. Suas unhas estão cravadas nos próprios braços ou em outros lugares; ela puxa os cabelos também, e ataca a si mesma com qualquer coisa pontiaguda que encontre.

Ela não consegue se controlar.

Ela está ansiosa, ela está sozinha. É uma deusa? Sim, é. Mas isso não podia ajudá-la naquele momento. Várias partes do seu quarto já estavam manchadas de sangue, e escorriam mais lágrimas a cada segundo que passava.

Até que Hera desmaia, com as lágrimas, o sangue e os arranhões marcando o seu corpo, jogado no chão, apodrecendo sozinha como uma comida podre na lata do lixo.

 

POV Nêmesis

 

Eu precisava dela. Hera. Eu precisava. Eu simplesmente precisava da companhia dela, da voz dela, qualquer coisa. Precisava de uma poeirinha que seja de tudo que ela é.

Eu não podia ficar longe dela, eu não conseguia.

E eu não precisava! Ela está na mesma casa que eu! E eu já tinha esquecido por que diabos eu estava longe dela.

Levantei da cama e parti em direção ao quarto de Hera, onde ela provavelmente estava.

Eu apressava o ritmo a cada passo, tanta era a minha vontade de vê-la, de falar com ela de novo. Parecia que havia uma barreira invisível entre nós nesses dias, mesmo que já tivéssemos passado muito mais tempo que isso separadas. Mas... Nunca, em todas as vezes em que estivemos separadas, estávamos na mesma casa.

Estamos tão perto, mas, ainda assim, tão longe...

Mordo os lábios quando chego na porta do quarto. Será que eu devo realmente fazer isso? Será que...?

Não.

Ser rejeitada não era pior do que isso que estava acontecendo agora.

Levanto a mão para bater na porta, mas esta volta a pender ao lado do meu corpo. Faço isso várias vezes, como se meu corpo não me permitisse fazer o que eu estava a ponto de fazer.

E é quando ouço uma voz atrás de mim.

— Será que ela não sabe bater?... - a voz era meio arranhada, e quando olhei para trás para ver quem era que estava falando, percebi que era um robô.

Maldito seja Hefesto, que fez para mim um serviçal mecânico que só fala besteiras!

Reviro os olhos.

— Você pode, por favor, sair? - pergunto, me controlando para não gritar com o robô.

Mantendo a pose, o robô sai dali resmungando coisas como que não é valorizado o suficiente ou perguntando para que eu comprei um robô falante se não queria que ele falasse, e considerei seriamente a possibilidade de quebrar aquela droga de robô batendo a cabeça dele na parede, mas pensei bem e achei que seria mais lucrativo ter uma conversa com Hefesto depois.

Talvez a culpada seja eu, também, por ter assistido filmes da Disney com robôs na sala.

E eu bati na porta.

Esperei alguns segundos e ninguém respondeu.

Bato de novo.

Nenhuma resposta, como da outra vez. Mas, dessa vez, eu resolvi abrir a porta.

E eu fiquei paralisada, não sei quanto tempo, ao ver o que eu vi.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ♥



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